GEAN KARLA DIAS PIMENTEL

GRACIELE CASTRO SILVA

Este resumo, tem como objetivo apresentar alguns dos discursos existentes sobre a educação que remete a um conjunto de situações, de práticas, de políticas, ligadas à educação no sentindo amplo dos termos.

Para a autora é essencial definir a pesquisa em educação ou sobre a educação, sua especificidade, seus conhecimentos, práticas políticas. Aborda três frentes tais como: sendo a primeira, como os próprios pesquisadores, na França, no Brasil respondem essa questão?; já em segundo questiona, quais são, atualmente, os diferentes tipos de discursos produzidos sobre a educação, e quais são suas características ; e por último, questiona qual poderia ser a singularidade de uma disciplina original, que permanece em construção, denominada ciências da educação, e o que podemos fazer, sobretudo quando temos forças institucional e cientifica da NPED, para permitir o avanço e a valorizar especificidade e a originalidade da pesquisa em educação?.

Para a autora os universitários que atuam nos departamentos, institutos, faculdade, não estão de acordo com a existência de uma disciplina chamada ciências da educação ou educação. Para ela, há três possíveis possibilidades. Sendo a primeira que os departamentos, institutos, faculdade, são apenas espaços institucionais nos quais colaboram especialista de diferentes áreas; a segunda se trata a ideia de uma cultura comum; assim, em um departamento, em uma pós graduação, e além disso, nas ciências da educação. Constrói-se pouco a pouco uma cultura comum, fortemente inter ou transdisciplinar.

Essa cultura comum permite que as questões sejam colocadas, de outro modo, produz uma especificidade das pesquisas desenvolvidas nas faculdades de educação. E por último, deter a uma definição suscetível de obter largo consenso entre pesquisadores que trabalham juntos em cursos de pós graduação de educação, e de reforçar a identidade comum. (Charlot 1995)

Para refletir sobre isso, a autora inicia por um inventário dos tipos de discursos existentes sobre a educação, faz uma ressalva, jamais uma ciência surgiu em um espaço vazio, uma ciência sempre se constrói conquistando um espaço no qual já havia um outro tipo de discurso. Cita alguns tipos de discursos, descreveremos abaixo.

O discurso espontâneo, ou seja, quem deseja fazer pesquisa em educação deve sair da esfera da opinião e entrar no campo do conhecimento.

Já o discurso cientifico defende que a educação não deve ser um discurso de opinião; A pesquisa em educação produz um saber rigoroso como é todo saber cientifico. Há diferentes formas de rigor. Se optar em fazer a pesquisa, seguirá normas e estatísticas a respeito.

O discurso do prático, que acredita saber que tem uma prática, onde se opõe a sua prática às teorias, com argumentos de que onde se opõe a sua prática as teorias, com argumentos de que ele pode apresentar resultados enquanto o teórico só pode falar. O prático pode sempre contestar os dados do pesquisador, dizendo que não tem qualquer relação com as condições nas quais trabalho normal. É preciso ter coragem de dizer que a prática não é argumento, e sim um elemento do debate que ele próprio a ser analisado. A prática é sempre contextualizada, e uma receita nunca funciona. Entretanto, podemos definir técnicas a partir dos conhecimentos que a pesquisa produz e que ensinamos.

Já os discursos dos antipedagogos; entende que todo ser humano é dotado de razões, e a educação é um encontro entre a razão humana e os conhecimentos. Essa objeção apresenta-se de forma democrática, mas, na verdade produz efeitos bastante elitista: na realidade se não acompanhar o acesso aos jovens ao conhecimento, a ele chega de fato, recebem apoio da família ou nas escolas particulares, o erro é acreditar que a simples apresentação do conhecimento põe a inteligência em movimento.

O discurso pedagógico, unem diretamente os fins e as práticas (ou técnicas). A pedagogia não é fundamentalmente em um campo de saberes; é um campo da prática, poderíamos dizer, um campo de valores com os meios de coloca ló em ação, ou em um campo de práticas ordenadas para determinados fins. A pedagogia produz descrições, relatório de experiências e manifesto.

Já os discursos “dos outros”, é preciso levá-lo em conta, mas é preciso também saber o que faz a pesquisa educacional para não apenas acompanhar o discurso do outro.

O Discursos políticos sobre a educação, têm a tendência de utilizar explicações amplas macros, para dar conta de todas as ordens de fenômenos, inclusive micros. Então não há mais pesquisas possíveis, as respostas já estão dadas.

Já os discursos gerados por instituições internacionais e que se difunde pouco a pouco nos círculos dirigentes, seguida junto aos jornalistas e por meio deles, na opinião pública.

Podemos ir além, e ter ambição de construir uma disciplina, não se trata de construir a partir do nada, mas sim, direciona-la e articular. Para a autora, convém levar em consideração o que há de mais especifico na educação; a educação é um triplo (educar, aprender e ensinar) de humanização, socialização e entrada numa cultura, singularização-subjetivação. Nesse sentindo, o trabalho do professor não é ensinar, é fazer algo para que o aluno aprenda. Entretanto, esses dois termos (educando, educador) articulam-se com um terceiro uma instituição, família ou outra.

A instituição pode fazer algo que talvez modifique aquilo que o professor e o aluno fazem. Uma das chaves para compreender a condição do professor: ele deve fazer alguma coisa e será cobrado por ela, mas ele não pode produzir diretamente o resultado da sua ação. O que vai produzir ou não o conhecimento é o aluno, e este tem a capacidade de bloquear todo o processo.

Uma pesquisa pode interessa-se seja pela atividade de aprendizagem do aluno, seja pela atividade do professor e por sua formação, seja pelas políticas das educações. Mas se uma disciplina especifica chegar existir, talvez seja articulado as três formas de atividades tais como: a do aluno, a do professor das políticas. Tornou-se urgente constituir um arquivo coletivo da pesquisa em educação e definir uma ou várias frentes de pesquisas. (Charlot 1995) 

Referência Bibliográfica

CHARLOT Bernard, Les scienas de I education; um enjeu, um défi. Paris: 1995.