BRASILEIROS E A QUESTÃO DO RETORNO PREMATURO

   MOTIVOS PARA A PERDA DE MISSIONÁRIOS                           % do total de motivos

Adaptação, educação, saúde e conduta dos filhos

14,4

Problemas de saúde mental ou física

11,6

Problemas de relac. Com líderes do campo e outros missionários

8,5

Problemas pessoais – auto-estima, expectativas frustradas, etc.

8,4

Desacordo sobre questões teológicas com o grupo que o enviou

5,5

Dificuldades de adaptação à cultura e condições de vida

4,8

Conflito matrimonial ou familiar

4,1

Imaturidade espiritual, necessidades espirituais não atendidas

4,0

Falta de compreensão do custo do compromisso

3,7

Treinamento e preparo inadequado

2,9

Problemas de relacionamento com igreja

2,5

Ausência de um chamado genuíno para o trabalho missionário

2,2

Incapacidade de aprender de modo adequado a língua do país

1,2

Outros

                       

I.      Retorno  prematuro inevitável ou aceitável: é entendido como retorno aceitável ou compreensível , como no caso de aposentadoria, problemas de saúde, “ cuidado dos filhos” (efetuar transição escolar), “chamado legítimo para um outro ministério”.

II.     Retorno prematuro evitável ou devido a problemas

A.   Falta de uma seleção ou triagem inicial melhor por parte da igreja e instituição paraeclesiástica.

B.         Falta de capacitação e treinamento mais apropriado.

C.         Pastoreio deficiente durante o serviço missionário.

  1. 1.    Expectativas irrealistas do missionário para com a agencia.
  2. 2.    Abuso sistêmico.
  3. Adaptação cultural deficiente e dificuldade em aprender a língua.
  4. E.         Problemas com colegas ou a falta de colegas.                                                                   
  5. F.         Preocupações pessoais e alvos secundários.
  6. G.        Conflito no casamento/família
  7. H.         
  1. III.      Retorno desejável mas não efetuado

Este é o retorno que deveria ter ocorrido mas não ocorreu. Há missionários que ficam quando deveriam partir, e a tragédia fica pior pois sua permanência faz com que as alguns melhores saiam. Portanto, nem sempre o retorno prematuro é ruim. Pode ser saudável reduzir o número de missionários com a permissão para continuar no campo.

Geralmente as missões chamadas “ Missões de Fé”, para se manter vivas e aparentemente relevantes preferem manter  estes “missionários” em seus quadros.

  1. IV.       Pessoas susceptíveis ao retorno prematuro

Sintomas: Pouca disposição para enfrentar as adversidades e baixa resistência, pouco disciplina, ausência de flexibilidade mental e dificuldades em aprender uma nova língua.      

  1. V.         Breve avaliação do candidato á obra missionária

 

  1. 1.         História – O que pode ser aprendido da história de sua vida em termos de evidências da sua maneira característica de enfrentar os problemas?
  1. 2.         Administração dos stress – Como você lida com o stress atualmente? Se está sob pressão no seu país, cidade natal ou escola, isto não é um  bom sinal para a adaptação bem sucedida às tensões do ajuste transcultural e da vida missionária.
  1. 3.         Relacionamentos – Como você se dá com os outros? Há evidencias de que está havendo conflitos? Tem a disposição para pedir perdão? Há a tendência de sempre acusar os outros quando as coisas dão errado em equipe? Tem confiança suficiente para enfrentar uma solução difícil em vez de apenas contorná-la?
  2. 4.         Expressão – Você é aberta e cooperativa, ou defensiva e reticente? Consegue expressar-se de modo adequado?
  1. 5.         Família de origem – Que informações podem ser úteis a você sobre sua família de origem? Comunicação pobre na família de origem é um fator importante a considerar. Relacionamentos rompidos devem ser discutidos. Sair de casa é muito mais fácil se nada foi feito para curar as feridas do passado.
  1. 6.         Motivação – O que pode ser descoberto sobre sua motivação ao apresentar-se para o serviço missionário? A possibilidade de haver uma reação impulsiva a um relacionamento partido ou desilusão no emprego tem que ser examinada.
  1. 7.         Administração do tempo – Como você lida com o tempo? O que você organizou do zero? Esta questão é importante para aquele que precisa aprender uma nova língua e cultura.
  1. 8.         Relacionamento matrimonial – Como é o relacionamento com seu cônjuge? Depois de Deus, o casamento deve ser o primeiro recurso para enfrentar os problemas. Qualquer tensão no casamento, emocional ou física, deve ser tratado antes da partida.
  1. 9.         Filhos – Manifestam problemas psicológicos  ou dificuldades de aprendizado? Qual é a atitude dos adolescentes que  estão sendo desenraizados? Desajustes aumentará o stress que os pais já estão enfrentando com sua adaptação transcultural.
  1. 10.       Questões sensíveis – Devido à forma como nossa sociedade se apresenta, é necessário falar com franqueza sobre certos assuntos. Questões sensíveis precisam ser levantadas: experiências com ocultismo, abuso sexual na infância, atitudes em relação a homossexualismo e sexo fora do casamento. Se houve imoralidade de qualquer tipo, deve haver um período para restauração. Algumas perguntas nesta área indicarão se há necessidade de aconselhamento antes da partida.
  1. 11.       Testes psicológicos – Pontos fortes e fracos. Capacidades como QI e aptidão para línguas, e tendências de ser impulsivo ou obsessivo. O perfil pode indicar taxas elevadas de depressão, ansiedade e tensão.

 

  1. VI.       COMO SE PODE REDUZIR A TAXA DE RETORNO

 

  1. 1.         Um chamado claro por Deus para a obra missionária (de longe o fator mais importante).
  2. 2.         Uma família e/ ou cônjuge que dá muito apoio.
  3. 3.         Um bom relacionamento com outros missionários e colegas.
  4. 4.         A capacidade de manter uma espiritualidade sadia sem ajuda de fora.
  5. 5.         A capacidade de adaptar-se a diferentes culturas e de aprender línguas.
  6. 6.         Supervisão, cuidado pastoral e outros apoio regularmente.
  7. 7.         Provisão financeira regular do país natal.    

 

É digno de nota que a responsabilidade pelos primeiros cinco itens recai primordialmente sobre o missionário, enquanto os últimos dois itens refletem a responsabilidade da agência missionária. Esta lista também serve de grande desafio para os programas de treinamento anteriores ao envio.

 

                                                                                                                                                                                                  

HISTÓRIAS DE PESSOAS E ALGUMAS FRUSTRAÇÕES DE MISSIONÁRIOS

 

  1. 1.         “Jogamos onze anos de nossas vidas na lata do lixo – Nunca aprendemos a língua a ponto de comunicar o evangelho, mas nos envolvemos no ensino da escola sem nunca comunicarmos nada do evangelho. Aguardamos estes anos todos a chegada de uma equipe que nunca aconteceu. Não queremos retornar sem uma equipe.”
  1. 2.         Posto Marubo – “Fechamos a “igreja” e isso produziu tensão entre nós, missionários novos e veteranos. 
  1. 3.         Tribo Baniwa – “Fui pregar o evangelho e me tornei comerciante”.

 

  1. 4.         Haroldo Davis – “Os índios me diziam: Haroldo: “nos ensina, ora conosco, pois fulano...não faz isso.”
  1. 5.         Cristina Groth: “Às vezes fico desanimada ao visitar muitos postos. Muitos missionários só estão vivendo...não estudam a língua, a cultura...seria melhor fazer outra coisa”.
  1. 6.         Alex e Daura: “Saiam de minha casa. O que é que estão fazendo aqui?”

“ Se não tivermos uma equipe vamos desfalecer”

  1. 7.         Líder de uma missão: “Com macuxi dá; yanomami é cabeça dura, não muda”.
  1. 8.         Ivan e Silvia – stress e choro mas desejos em retornar. Qual o motivo? O que os levou a manter firme o seu propósito?                    

 

  1. 9.         Luciano: “Não o mandem mais para cá; não o queremos mais na equipe.”

PANO DE FUNDO

 

Precisamos entender que o treinamento é apenas um dos três componentes principais de uma infra-estrutura integrada e funcional de missões. Os três componentes são:

1)         O contexto anterior ao candidato: a mobilização da igreja e a seleção do missionário, que abrange sua avaliação, envio e sustento.  

a)    Não importa quão profissional uma agência seja, ela jamais poderá tomar o lugar da avaliação da igreja local no momento da escolha do candidato (At 13).

b)    Nenhum método de treinamento pode substituir o processo de discipulado para lançar os alicerces para um trabalho missionário bem sucedido.

c)    Cabe a igreja, na medida do  possível, acompanhar o missionário durante o exercício de seu ministério, fazendo-o através de cartas, fitas com mensagens, mantendo contato com a agencia enviadora.

Copiar desenho da página 43

 

    

2)         O treinamento: a capacitação eficiente da força transcultural.   

  • IMPV: Será que estamos atraindo jovens para a obra usando subterfúgios que não coadunam com a realidade da obra missionária? Os apelos feitos no contexto de acampamento e extrema agitação redundarão em que tipo de missionários? Nós facilmente caímos na rotina e fazemos as coisas da mesma maneira que sempre fizemos. Precisamos nos perguntar: Quais são os nossos critérios de seleção atualmente? Sabemos que as exigências que se faz aos missionários aumentaram, tanto em termos de adaptação cultural como de habilidade profissional.

Alguns candidatos vêm de contextos em que nunca ouviram sobre missões e sabem muito pouco do que isso implica. Muitas vezes tem idéias errôneas do que é um ministério em regiões isoladas, e tendem a refletir os valores de missionários estrangeiros que trabalham em seu país, o que é um engano.

  • Por termos  uma tradição mais pastoral e não tanto missiológica será que não estamos procurando “amenizar as experiências no laboratório”? O objetivo não é impedir as pessoas de ir para o campo, mas Ter missionários de melhor qualidade. Elevar o padrão do “laboratório” seria como “ contar aos candidatos a história toda”.

3.      Avaliação final do candidato por parte da agencia. Alguns critérios para avaliação:

 

a)         Experiência de novo nascimento.

 

b)         Motivação correta.

Há muitas razões por que uma pessoa pode querer ser missionária. Em muitos casos, a visão do  trabalho missionário e a idéia do estilo de vida do missionário são inexatas. Os motivos do candidato devem ser analisados com cuidado antes que a pessoa seja aceita no serviço.

c)         Chamado genuíno de Deus.

É difícil para o líder da Missão decidir se uma pessoa foi chamada por Deus ou não. Por outro lado deve haver evidências da vocação do candidato. O chamado para missões começa com uma profunda convicção pessoal, mas também precisa ser confirmado por pessoas que conhecem o candidato.  

d)         Caráter cristão e maturidade espiritual

 

e)         Bom relacionamento com os outros

O trabalho missionário típico é feito em relacionamento estreito tanto com colegas nacionais como com estrangeiros. Há poucos lugares para andarilhos solitários no campo missionário.

f)         Capacidade para lidar com tensões

Um missionário precisa Ter perseverança e a capacidade de passar por situações extressantes, às vezes sem ajuda externa. Para nós brasileiros, que  geralmente somos impulsivos e emocionais, a perseverança pode ser um grande desafio.

  1. g.         Bom conhecimento bíblico

Disposição contínua para estudar a Bíblia é uma exigência, pois como pode ensinar ou traduzir aquilo que ele mesmo não entende?

  1. h.         Treinamento missiológico

O tempo de reflexão e confronto com questões chave na missiologia é útil para que vivam em sociedades multiculturais. Os que aprendem a lidar com questões relativas à vida e ministério transcultural farão um melhor trabalho bem como entenderão melhor seus colegas estrangeiros, possibilitando assim uma melhor comunhão.

  1. i.          Formação profissional

Escolas, programas de saúde, agricultura, etc. andam de mãos dadas com a proclamação do evangelho.

  1. j.         Reconhecimento como ser humano

As exigências e expectativas em relação aos missionários estão sempre aumentando. Quando olhamos  os quesitos necessários a fim de ser participante da obra missionária, vem a mente a pergunta: Quem tem capacidade para tantas coisas? 

Precisamos, antes de tudo, entender que missionários são seres humanos com todas as imperfeições inerentes à sua humanidade. No aconselhamento, no cuidado pastoral, no treinamento, etc. temos de lembrar que cada missionário tem uma combinação de pontos fortes, necessidades pessoais e fraquezas humanas.

3)      O campo: estratégia (dons na formação da equipe, métodos de apresentação da mensagem, formação de equipes tendo por base uma avaliação dos dons de cada componente), pastoreio e supervisão da força missionária.

 

CUIDADO PASTORAL TEM POR OBJETIVO:

1)         Sanar a insatisfação com a agencia ou com a tarefa recebida.

2)         Ajudar na adaptação a nova cultura e língua.

3)         Encoraja-los a manter seus salvos em mira, (há o perigo de perde-los com o tempo)  e animar os missionários através de uma exposição consistente das verdades bíblicas.

4)         Levar a equipe a um aproximação maior do Senhor e uns com os outros.

 

ÁREAS A SER DADA ATENÇÃO DURANTE SUPERVISÃO

Família: A supervisão da família é difícil, por causa da atitude comum de que família é assunto particular. Todavia, a vida e o ministério do missionário não são coisas separadas mas inerentes e integradas. Por isso, os assuntos de família estão sujeitos a supervisão (sugiro preparar um questionário a respeito do assunto “família” o qual o missionário terá que preencher; ex. conflitos familiares, saúde física, relacionamento entre as famílias de missionários, etc).

 

Vida Espiritual: Como podemos ajudar nossos missionários a manter um vida espiritual firme e cada vez mais profunda? Sugiro algumas atividades:

Em primeiro lugar, ajudá-los a Ter uma lista de pedidos de oração. A agencia deve mante-los informado das últimas necessidades de outros missionários nos outros campos. Além de orarem sentir-se-ão partes da agencia P.V.

Em segundo lugar devemos incentiva-los para que leia e medite na Palavra de Deus. Alguns missionários, uma vez no campo deixam de se aprofundar no estudo da Palavra.

Terceiro, devemos incentivar as famílias a Ter um culto doméstico regular ou mesmo escutar juntos fitas com mensagens, rádio Trans-muldial ou HCJB onde transmitem mensagens que edificam.

Em quarto lugar, devemos sugerir que nossos missionários leiam e ouçam livros e fitas cristãs. Estes recursos têm muito a oferecer e devem ser utilizados para afiar nossa vida espiritual.

Quinto, devemos organizar retiros e conferências espirituais anuais. A vida espiritual pode ser muito fortalecida com estes encontros, em que os missionários podem ser abastecidos espiritualmente e receber novos desafios.

Em sexto lugar, devemos insistir em que missionários ponham o trabalho de lado de vez em quando para descansar para dissipar tensões e alegrar-se na paz e no repouso que Deus provê. Um viciado em trabalho que fica exausto pode facilmente cair em depressão espiritual e psicológica.

Refeições em conjunto ou piqueniques para toda a equipe podem ser realizados de vezem quando. Nãoé necessário gastar muito dinheiro ou tempo no planejamento. Comunhão informal uns com os outros é o alvo principal.

Além destes itens, também devemos incentivar os missionários Ter uma rede de conselheiros espirituais, amigos íntimos e pessoas que intercedam por eles. Esta rede de apoio pode ser muito valiosa em épocas de provações. Os supervisores podem dar parte do apoio, mas ele também deve ser encontrado em outros crentes. Entre os Yanomámis havia um índio por Leonardo que era um dos meus conselheiros.

      

Ministério: Há várias situações no ministério que os supervisores devem considerar. A primeira é ministério em equipe. A prioridade é estabelecer um alvo comum claramente definido, com o qual todos concordam. Isso reduzirá em muito os conflitos. Em segundo lugar, os membros da equipe devem receber descrições de atividades aos seus dons, habilidades e talentos. Entre os Yanomámis eu era responsável para coletar material de língua e cultura.

Terceiro, um treinamento continuado no campo. Freqüentemente a idéia de organizações missionárias é que os novos obreiros foram treinados e receberam as ferramentas necessárias antes de chegar no campo; agora deveriam estar prontos para o ministério. Não se pensa em continuar o treinamento no campo.

Os missionários mais novos de hoje diferem dos missionários mais idosos e tradicionais, pois acham que mais estudos são desejáveis e até esperados para atender às exigências do trabalho. Para reter os bons novos obreiros no campo, a agência precisa de alguma forma lidar com a questão do treinamento no campo.

Ninguém, em um contexto missionário específico, estará totalmente equipado para toda tarefa a ser realizada. No transcurso haverá a necessidade de melhorar a técnica e a capacidade por meio de treinamento. O resultado será maior eficiência no ministério.

É necessário promover a avaliação mútua (crítica construtiva de supervisores e missionários) na supervisão do campo. É necessário formar um ambiente onde se admita compartilhar e avaliar-se mutuamente. Este relacionamento precisa ser trabalhado nas duas direções, entre supervisor e supervisionado.

QUANDO CUIDAR

 

O apoio pastoral também é necessário quando os missionários voltam para casa.

Através de cartas, visitas da liderança encorajando-os a buscar uma restauração. É bom que isso possa ser feito pessoalmente ou os mesmos devem ser encaminhados a igreja a qual pertencem. 

“Um Domingo de manhã, depois do culto, consegui reunir forças para ir até o  meu pastor e dizer: “Estou pendurada na ponta de uma corda! Tenho a impressão que estou soltando-a! Preciso da sua ajuda! Ele pôs o braço em volta dos  meus ombros e disse: ‘Beth, estou muito ocupado. Estou com a agenda cheia esta semana. Mas, se for mesmo necessário, ligue para a minha secretária e marque uma hora para Quarta-feira da semana que vem. Que tal aprofundar-se um pouco mais na Palavra enquanto isto?...

Ilustração: Ouvimos como Deus o tem usado no setor a fim de encorajar outros, por isso gostaríamos de conversar com você” – Missionários tendem a ver “chifres na cabeça de cavalos”. (Dayse e Ivanaldo).

 

O trabalho pastoral requer líderes de campo voltados para pessoas e não só para alvos. Em uma sociedade em que alvos e programas têm precedência sobre pessoas, precisamos Ter cuidado para não sermos apanhados pelos modelos do mundo ao fazermos nosso trabalho.

 

 

COM QUE FREQÜÊNCIA CUIDAR – ALGUNS MODELOS ATUAIS

 

WEC: O líder do campo tem uma conversa com missionários a cada seis meses, durante os dois primeiros anos.

FEDEMEC (Costa Rica) – os membros da equipe no campo preenchem planilhas de atividades semanais. Os supervisores dão seu  visto quando vêm da Costa Rica.

OMF: Realiza-se um retiro de supervisão por ano. A cada três anos é feito um retiro de para supervisores. O líder do campo reúne-se quatro ou cinco vezes por ano com os supervisores.

MNTB:  Realiza-se visita pastoral e consultoria lingüistica  a cada seis meses. É colocado um missionário residente na área como supervisor responsável á fim de cuidar de pequenos problemas e contratempos. Isto ajuda a diminuir os custos de supervisão.

GAPCK  (Coréia): É realizada uma assembléia anual dos membros do conselho de campo com todos os membros do campo. Ali alteram seus estatutos, se necessário, e elegem sua liderança de campo a cada dois ou três anos. Com freqüência líderes mais velhos são substituídos por outros recém-eleitos. Outras atividades na reunião são comunhão, oração, troca de experiências e discussão de assuntos importantes levantados pelos membros.       

 

 

 

O PAPEL DOS LÍDERES DE EQUIPE

 

  1. 1.          Orientação de entrada - orientação ou algum tipo de treinamento visando a entrada na organização ou setor aonde irá trabalhar. É importante descrever as responsabilidades e privilégios que o novo missionário terá ao fazer parte da organização.
  2. 2.          Orientação de saída – isto é, da sua cultura de origem para a cultura alvo. Esta orientação pode ser verbal ou escrita. Todo material de cultura, língua ou qualquer outra informação é transmitida antes mesmo de sua entrada na nova cultura.  Isto contribui para a adaptação progressiva do missionário no novo contexto.
  3. 3.          Estabelecer propósitos coerentes.
  4. 4.          Incentivar o compromisso de cada membro com este propósito.
  5. 5.          Identificar problemas cedo e trabalhar com quem está envolvido para saná-los.
  6. 6.          Instituir métodos modernos de treinamento para cada um (a tecnologia do computador, painel solar, etc., torna isso possível até para o missionário mais isolado).
  7. 7.          Eliminar barreiras ao trabalho da equipe, p. ex. mal-entendidos entre gerações ou culturas de missionários, e competição entre os membros da equipe.
  8. 8.          Remover barreiras entre o indivíduo e sua capacidade de fazer um bom trabalho.
  9. 9.          Encorajar o máximo de participação e sugestões pelos membros da equipe. Ouvir os missionários.
  10. 10.        Manter respeito por cada um em cada nível.
  11. 11.        Fazer com que os propósitos gerais da organização sejam entendidos.
  12. 12.        Garantir que as melhoras são relevantes para o alvo da organização.
  13. 13.        Dar crédito pelos resultados conseguidos.
  14. 14.        Reconhecer que a criatividade e conhecimento da força de trabalho são os principais recursos. Buscar o aperfeiçoamento com a ajuda de parcerias.

Cuidado: Organizações tem perdido pessoas criativas e inovadoras a fim de manter a estrutura.

  1. 15.        Reconhecer que boa parte dos problemas podem ser atribuídos ao sistema estrutural.

Tentar constantemente aperfeiçoá-lo.

  1. 16.        Formar confiança e investir em relacionamentos.

17.     Fazer pesquisa de campo a fim de avaliar se missionários mantém seus objetivos em mira e redirecioná-los quando necessário.    

        Algumas agencias evitam tal avaliação pois o objetivo principal é manter e ampliar seu quadro de missionários mesmo que estes produzam pouco ou nada.

18.       Aprender dos erros em vez de ignorá-los.

ALGUNS ASPECTOS AINDA A SER DEFINIDOS PELOS SUPERVISORES      

 

Intervalo para divulgação:  precisa ser entendido que o intervalo para divulgação na sua cidade ou estado de origem faz parte do ciclo de serviço. Muitas vezes líderes não compreendem que missionários precisam de sustento e até de férias.

Parceria: É preciso maximizar os nossos recursos através de parcerias. A pergunta é: Com quem buscaremos parceria? Existe algum comprometimento doutrinário? Quais serão as responsabilidades de cada agencia?

Concentração geográfica: Qual será nosso campo de atuação? Será que temos missionários disponíveis para atender tal demanda?  Qual a região mais acessível ao evangelho? Como fazer uma “pesquisa de solo” de forma não causar frustração na nova equipe que está sendo enviada?

MISSIONÁRIOS DE CURTO PRAZO  E MISSIONÁRIOS DE CARREIRA

 

“Em um mundo onde centenas de milhões ainda estão para ouvir o nome de Cristo e outros milhões não ouviram o evangelho sendo apresentado de modo eficiente em seu contexto cultural, não há substituto para o missionário de carreira. Diante dessa constatação, só podemos ter uma satisfação limitada com os relatórios de milhares de pessoas que se envolvem com missões a curto prazo, de igrejas locais e escolas que fazem incursões de exposição transcultural.

Precisamos de pessoas com um compromisso de longo prazo, e isso pressupõe permanecer no campo, superar o desgaste e viver de tal maneira que o campo se torna o lar, e o lar se torna o campo”.

  

1)         Trabalham em pequenos projetos, tais como construção de casas, saúde, distribuição de folhetos, ação social etc.

2)         Disposição em aprender uma língua, compreender a herança cultural do povo, amá-los e assim formar credibilidade para contar a história do evangelho.

 

IMPLICAÇÕES PARA MISSÕES POR CAUSA DA DIFERENÇA CULTURAL QUE HÁ ENTRE AS GERAÇÕES

Alguns anos atrás as únicas maneiras de sair do campo era por morte ou idade de aposentadoria. Alguns retornavam porque haviam concluído o trabalho, mas atualmente temos perdido pessoas com potencial excelente para o ministério transcultural. Porque isso ocorre? Quais as diferenças entre estas gerações?

 

 

 Trabalhadores - pouco tempo para lazer.

Busca um equilíbrio entre trabalho e prazer.

Perseverantes mesmo em face aos poucos resultados. 

Impaciência e frustração diante da ausência de resultados.

Comprometidos – o compromisso implica trabalho em longo prazo com determinada organização em determinado lugar.

São abertos a idéia de mudar para um outro lugar onde percebem que têm um potencial maior de dar frutos. A tônica é eficiência e resultados rápidos.

Apreciavam líderes de personalidade forte.

Apreciam líderes democráticos.

Profunda lealdade a organização.

Baixa lealdade á instituição. Consideram o compromisso com a organização menos importante que o ministério.

Individualistas e independentes. Trabalham bem sozinhos e isolados.

Extremamente dependentes. Honestos e transparentes, reconhecendo suas necessidades de disciplina, instrução e direção. 

Estáveis emocionalmente. Fruto de lares estabilizados   

Instáveis emocionalmente. Frutos de uma sociedade aética e lares desesestabilizados, precisam receber cuidado pastoral freqüente e encorajamento no campo.

Dispostos a assumir qualquer trabalho que lhes for solicitado, mesmo se não forem treinados para isso e mesmo que isso signifique sacrificar alvos pessoais.

Tem compromisso com a excelência no ministério, esperam receber descrições claras das atividades a serem realizadas. Trazem consigo o senso de merecimento, característico de sua geração.

Cresceram em um mundo onde os bens eram escassos, por isso esperavam pouco da instituição e podiam viver com bem menos.

Nasceram numa época de prosperidade material, por isso acham inconcebível obra missionária sem algumas regalias.

Podem trabalhar bem sozinhos e permanecem em lugares isolados sem o apoio de colegas. Capacidade de manter o objetivo mesmo só.

Trabalham melhor em equipe, e não se pode esperar que vençam em lugares isolados, sem o apoio de colegas.

O chamado é a motivação principal para ir e permanecer, aconteça o que acontecer.

Não falam muito sobre chamado. Chegam a conclusão informando-se com uma série de agências missionárias e reunindo descrições e atividades

ALGUNS  CONTRASTES

Assunto

Geração antiga

Geração atual

Chamado

Místico

Tarefa mais adequada ou Agencia que cuida melhor.

Ênfase do compromisso

Certa pessoa ou certo país e certa missão

Minist. E local em que seu dons são melhor usados. Tarefa mais adequada.

Duração do compromisso

Vida toda

Curto prazo e renovação

Atitude em relação a agencia

Lealdade elevada

Lealdade baixa

Liderança

Autoritária; respeitam a posição

Participativa; de consenso; respeitam a competência e abertura.

Maneira de resolver conflitos

Indireta e negação

Diretos, abertos, honestos e trabalham pela conciliação.

Atitude em relação a apoio e cuidado pastoral

Independentes

Dependentes

Funções

Preparados para fazer qualquer coisa; fazem acontecer.

Funcionam melhor em equipes, cada um com ministério específico.

Papel das esposas

Ajudar o marido

Contribuição própria; casamento igualitário

Vida devocional

Sem a Bíblia não tem café

Têm dificuldades com a disciplina e anseiam por coisas espirituais.

Relacionamento com a comunidade local

Paternalista

Fraternalista

Filhos

Disposição em deixá-los aos cuidados de outros por causa do ministério.

A família tem a prioridade e recusam a deixar o filho sob os cuidados de outros. Eles tem a prioridade.

ALGUNS PONTOS QUE PRECISAM SER PASSADOS PARA AS GERAÇÕES MAIS NOVAS

 

1)   Experiência.

2)   Necessidade do conhecimento língua e cultura.

3)   Disciplina espiritual e métodos de crescimento espiritual.

4)   A capacidade de manter o alvo do trabalho missionário firmemente em foco.

5)   Continuidade com as grandes tradições do passado.

6)   Perseverança em meio a obstáculos, suportando as dificuldades como bons soldados de Cristo.

7)  Ajuda aos missionários mais jovens para olharem constantemente como enquadrar seus pontos fortes e suas capacidades nos propósitos do Senhor e na extensão do seu reino.  

ALGUMAS MUDANÇAS SUGERIDAS PARA CORRESPONDER ÁS EXPECTATIVAS DESTA NOVA GERAÇÃO

Características

Mudanças sugeridas

Recrutamento

Querem informações exatas

Querem várias alternativas

Querem tentar antes de se comprometer

Medo de isolamento

Lista de atividades possíveis

Experiências de curto prazo

Recrutamento de equipes

Avaliação

Desemprego elevado

Alta tolerância à diversidade

Não se fala de  “chamado”

Avaliação profissional cuidadosa, inclusive psicológica

História traumática

Compreender o uso de termos e enfoque diferentes

Orientação e treinamento

Necessidade de aprender da experiência

Ensino pela experiência

Orientação dos novatos no campo

Liderança no campo

Trabalham melhor com liderança de estilo participativo, consensual

Trabalham melhor com boa administração

Treinamento adequado para líderes

Não toleram “incompetência”

Identificar e treinar líderes cedo

Questões de apoio

Emocionalmente vulneráveis

Precisam trabalhar em equipe

Visão integral

Dificuldade com disciplina espiritual

Programas regulares de aconselhamento e cuidado pastoral, em especial nas crises do primeiro período no campo

Recrutar equipes

Evitar sobrecarga; incentivar o equilíbrio

Retiros dirigidos e regulares

Assuntos de trabalho

Querem usar seus dons da melhor maneira

Esposas querem funções

Contratos de curto prazo

Descobrir o seu próprio campo de trabalho

 

 

 

ASPECTOS DA ESTRATÉGIA TRADICIONAL QUE PRECISAM TER PERMISSÃO PARA PASSAR PARA A HISTÓRIA

 

1)         Liderança autoritária.

2)         A tendência de inchar e, assim inflacionar a equipe missionária.

3)         A expectativa de que os missionários tomem conta de si mesmos e não precisem de cuidado pastoral.

4)         Varrer os conflitos para debaixo do tapete.

 

PREVISÃO DAS CAUSAS DE RETORNO DE MISSIONÁRIOS

  1. 1.         Assuntos do trabalho como atribuição insatisfatória, falta de oportunidade para desenvolvimento profissional, descrição de atividades inexata, falta de oportunidades para usar os dons e a formação, e função insatisfatória da esposa.

 

  1. 2.         Problemas com a liderança, como não ser consultado em áreas que são sua especialidade, entender que os líderes são incompetentes, e falta de participação no processo decisório.

Alguns líderes são incompetentes por estar funcionando fora de seu Dom. Uma organização bem conceituada escolhia seus líderes sem levar em conta este aspecto. A conseqüência disso era “ líderes que faziam de conta que estavam pastoreando e missionários que faziam de conta que estavam sendo pastoreados”. Há nesta organização um grande desperdício de recursos financeiros já que os trabalhos a serem monitorados são distantes e mesmo havendo um “acompanhamento pastoral” não tem conseguido sanar o problema da insatisfação por parte dos missionários.

  1. 3.         Questões de apoio, como falta de cuidado pastoral, de encorajamento, de acompanhamento, de apoio emocional, de direção espiritual e de reciclagem.          
  1. 4.         Questões familiares, como as necessidades escolares dos filhos, a segurança da família, moradia, falta de lazer e tempo para relacionamento com na família, e risco de enfermidade.
  1. 5.         Problemas de relacionamento, em especial a má comunicação e a solução de conflitos, percepção de que falta transparência e honestidade, e ênfase insuficiente na formação da equipe.                                                

VIVENDO SEM FRUSTRAÇÃO - QUATRO ESTÁGIOS DA EXPANSÃO MISSIONÁRIA NA HISTÓRIA INCIAL DA IGREJA

 

1)      Expansão expontânea

Esta expansão é evidente em Atos 1-7. Aeuforia de Pentecostes imediatamente fez a igreja expandir-se. Através de ocorrências expontâneas, a igreja encheu Jerusalém e Judéia com o evangelho.

2)      Expansão forçada

Este segundo estágio é descrito em Atos 8-11. Sob intensa perseguição, a igreja foi dispersa pela Judéia e Samaria. Alguns discípulos chegaram a Antioquia, onde a  Escritura registra os resultados do seu ministério.

Ex: Missão Novas Tribos ou Missão Velhas Tribos?

3)         Expansão planejada

A primeira consagração de missionários pelos líderes da igreja em Antioquia (At 13:1-4) marcou o início do período de expansão planejada. Sob a orientação do Espírito, a igreja proveu o contexto e tornou-se o canal para a primeira iniciativa missionária transcultural planejada, a partir de Antioquia.

4)         Expansão em parceria

Este estágio envolveu a parceria entre missionários e igreja local. Paulo solicitou à igreja em Roma que o ajudasse a continuar seu ministério missionário (Rm 15:22-24). De maneira semelhante, o elogio que Paulo fez à igreja em Filipos baseava-se no compromisso de parceria com seu ministério na expansão missionária. No término do N.T, João mostra a necessidade de parceria e compromisso continuado entre os envolvidos em missões, aos instruir as igrejas que “devemos hospitalidade a irmãos como esses, para que nos tornemos cooperadores favor da verdade” (3 Jo 5-8). 

TIPOS E FATORES DE STRESS

 

Culturais: Ter as necessidades atendidas de maneiras não familiares: aprendizado de língua, choque cultural.

 

Crises: eventos que podem ser traumáticos e muitas vezes são inesperados: desastres naturais, guerras, acidentes, instabilidade política.

 

Sustento: recursos para manter o trabalho: finanças, casa, ajuda pastoral e técnica, falta de contato com doadores.

 

Espirituais: falta de um relacionamento com o Senhor: Vida devocional, tentações sutis, tempo com outros crentes, ajustes na teologia e na compreensão de Deus, guerra espiritual.

 

Físicos: saúde em geral e fatores que a afetam: nutrição, doenças, idade, ambiente, assédio sexual.

 

Fisiológicos: estabilidade emocional e auto-estima em geral: senso de identidade, solidão, frustração, depressão.

 

Históricos: áreas pessoais de dificuldades do passado não resolvidas: problemas da família de origem, fraquezas pessoais.

 

Humanos: relacionamentos com membros da família, colegas: educação dos filhos, conflitos entre o casal, disputas dos membros da equipe.

 

Organizacionais: incompatibilidade entre a história pessoal e o estilo da organização: desacordo com as políticas da agência, estratégia de trabalho, expectativas.

 

Vocacionais: desafios e pressões específicas do trabalho: carga demasiada, muitas viagens, contato com pessoas com problemas, realização, necessidade de estudo, burocracia do governo.

 

OS FILHOS DE MISSIONÁRIOS  E O RETORNO PREMATURO

 

Um missionário ainda não havia entrado em contato com o povo alvo e já se encontrava extremamente desanimado pois o filho ficara doente com malária em uma cidade próxima a aldeia e logo teria que separar-se do segundo filho.

O que fazer? Cuidar dos filhos ou ser rebelde contra ao chamado do Senhor? Deixar os filhos aos cuidados de outros é algo extremamente penoso; então o que fazer?

Família no ministério é um quadro de referência útil para manter o equilíbrio apropriado na vida e estudar a questão do retorno prematuro.

É certo que filhos de missionários enfrentam diversas influências culturais. As perspectivas, valores e condutas não são mais determinadas por um único grupo cultural. As culturas em que a criança cresce, a equipe missionária multicultural, todos têm seu impacto sobre o desenvolvimento da criança. Pontos de vista, valores e comportamentos que seriam quase automáticos para o pai missionário monocultural, são questionados pelo jovem no contexto multicultural.

Níveis de aculturação que filhos de missionários podem experimentar:

1)     O espelho: o forte desejo ou habilidade permite que o filho se pareça com a maioria da população da cultura em que vive, e desenvolve pensamentos, atitudes e condutas como as pessoas dali. Esta compatibilidade permite à pessoa encaixar-se tão bem que talvez nunca mais queira partir. A cultura local se torna “em casa”.

 

2)     O imigrante oculto: Ter a mesma aparência da maioria da população de determinada cultura não garante que o filho de missionários pense ou se comporte como ela. Por causa da semelhança física, os do lugar podem achar que ele é um deles, mas sua mentalidade e valores podem ser muito diferentes, mesmo quando imita a conduta. Ou ao voltar para a cultura do pai (dentro de casa) o jovem pode parecer-se com todos ali, mas no fundo pertence a outro lugar.

 

3)     O adotado: Sua aparência é totalmente diferente da maioria das pessoas, mas a educação, as amizades e o conforto da cultura podem produzir uma pessoa que pensa e age como os que são dali. Apesar de Ter a mesma aparência dos outros em sua cultura de origem, ela pensa de modo diferente deles.

4)     O estrangeiro: Age diferente e pensa diferente dos da cultura que o cerca. A criança não se adapta na nova comunidade, reluta em adotar tanto o estilo dos pais como da cultura maior o qual está inserida. Se torna rebelde, especialmente quando é forçada a se adaptar, muitas vez é alvo de ira e rejeição.    

 

 

COMO AJUDÁ-LOS

1)     Aceite a experiência do filho de missionários

Não os veja como anormais, mas diferentes por terem sido criados numa outra cultura. Respeite-os e valorize-os.

2)     Defenda a experiência do filho de missionários

Mostre a eles como esta diversidade cultural em que foram criados é extremamente válida e rica e na medida do possível ajude-os a voltarem à sua cultura de origem.

Ex: Raquel Parker, filha de missionários, criou um grupo que visa integrar filhos de missionários americanos a cultura americana.

3)     Atenda às necessidades educacionais

Deve-se procurar professores que possam preparar os jovens para as provas que precisarão fazer para se qualificarem para o estudo e os empregos na terra natal.

4)     Fale a língua materna

É extremamente importante que a língua materna da criança seja ensinada e usada. Todo mundo merece Ter uma língua em que pode expressar os pensamentos mais profundos do coração.

5)  Mantenha a identidade cultural  

Os pais devem ajudar seus filhos a manter uma identidade familiar e cultural saudável. Celebrar feriados nacionais e culturais, ler histórias e literatura na sua língua, convidar outros a aprender sobre sua cultura são maneiras de ajudar a criança a firmar sua identidade cultural.

      

6)  Desenvolva percepção cultural

Os filhos de missionários devem desenvolver percepção e sensibilidade para as culturas à sua volta. É importante aprender a língua, ter amizades com pessoas de outra cultura, observar bons modelos transculturais. Esse desenvolvimento transcultural tem muito valor em firmar a identidade do filho de missionários e também desenvolver habilidades e conhecimento que serão usados para toda a vida. 

Pais que temem que a educação dos seus filhos sofrerá pelo fato de crescerem fora de sua cultura, precisam ser ajudados a reconhecer que educação não é só escola. A exposição a um mundo mais amplo e o aprendizado de outras línguas e culturas são adicionais à educação que os pais não poderiam Ter proporcionado se a família não tivesse se mudado do território natal. 

A FAMÍLIA MISSIONÁRIA

 

 

I.         PREPARO

A.        Anterior a Ida

  1. Treinamento ou curso.
  2. Aceitação de outras maneiras de “ser” e “fazer” como diferentes e não erradas.
  3. Procurar aprender tudo o que puder sobre a nova cultura com leituras e com pessoas que conhecem o local.
  4. Procurar experiências transculturais no seu país, para ir treinando.
  1. Da Família
  1. Todos os membros da família devem ser incluídos na decisão de irem viver numa nova cultura.
  2. As crianças não devem ser incluídas nas suas minúcias dos problemas a enfrentar, mas precisam ser preparadas, num sentido positivo e de acordo com a sua idade, para o novo ambiente.
  3. Despedidas positivas: Dizer “adeus” adequadamente a lugares e pessoas queridas.
  4. Continuidade: Deixar que cada membro da família leve um item de importância

àquela pessoa (se não pode levar o cachorro de estimação, podem talvez levar um cachorro de brinquedo que também pode ser abraçado nas horas de saudade.

5.         Escolha de livros apropriados: ler e levar bons livros.

                         

ALGUMAS SUGESTÕES

Esforce para que haja boa comunicação entre os membros da família. O presente mais importante que os pais podem dar aos filhos é que eles saibam que são ouvidos com respeito, atenção e amor. Os pais não precisam sempre aprovar, concordar ou dar aquilo que está em discussão, mas precisam escutar. 

Os pais precisam ter cuidado com suas palavras na presença dos filhos. Devem evitar de ter e dar idéias como estas:           

            “Deus está nos mandando para aquele fim de mundo.”

            “Não sei se suportaremos a pressão.”

PERGUNTAS QUE FREQUENTEMENTE AFLIGEM OS PAIS

ü  As crianças irão sofrer?

ü  É justo levá-los longe?

ü  E os avós?

ü  Como darei conta sozinha?

ü  E a escola?

ü  Como ensino duas línguas?

ü  Como equilibrar ministério e família?

 

  1. Mudança
  1. Informe-se dos detalhes.

a)     Adquirir boas informações sobre o novo local, o que há lá e o que preciso levar.

b)     Inteirar-se das regras e dos custos do transporte a ser usado. Quantos volumes ou quilos é permitido levar.

  1. Com a família, decidir o mínimo importante que se vai levar
  2. É viável vender a minha mobília aqui e comprar outra lá? Posso emprestar a um membro da família aqui?
  3. Estou preparado para começar a vida no novo local com só o mínimo de conforto?
  4. Incluir nas malas algumas coisas a serem usadas pela família em dias especiais.

Ex: Enfeite de Natal; velas para bolo de aniversário, alguns mimos que poderão ser usados como presentes, etc.

II.       ESTABELECIMENTO DO LAR E MINISTÉRIO NA NOVA CULTURA

  1. Chegada
  1. Em quase todas as mudanças alguma coisa se perde ou estraga. Se não for um filho, “deixa prá lá”. É assim mesmo.
  1. Quando se muda de um lugar para outro bem diferente, o corpo e a mente precisam de um tempo para acostumar ao novo ambiente, nova temperatura, novos cheiros e gostos, nova casa e disposição das coisas, alguns bichos e insetos que insistem em fazer parte da família, etc.

Não se apresse, este ajuste é normal.

3.    Os seus sentidos de visão, audição, tato, olfato e paladar estarão mais atentos ao novo ambiente.        Mais tarde você não mais verá a novidade de seu novo lar. É bom tirar fotografias e escrever freqüentemente num diário as suas impressões. Nunca mais serão tão nítidas como nestes primeiros meses.

4.    Fases do círculo de choque cultural:

       1o ano – Tudo ótimo.

       2o ano – Tudo horrível.

       3o ano – Começo a aceitar as duas culturas e trabalhar sem grandes problemas.

5.    Todos precisam de amigos, o missionário também. Mostre simpatia e agradecimento para com os que recebem você.

Ensine seus filhos a se comportarem de forma educada. Os filhos de missionários freqüentemente são um elo entre a pessoa que vem de fora e a comunidade. Os filhos começam a achar companheiros para brincar e os pais se aproximam uns dos outros naturalmente.

  1. Não demore em começar a estudar a nova língua e aprender os costumes da vida diária ao seu redor. Você vai errar “algumas vezes”. Um bom senso de humor e presteza em pedir desculpas ajudará na transição.
  1. No trabalho que veio fazer, passe um tempo observando e escutando antes de elaborar planos e ações novas. Seja um incentivador daqueles que já estão ali.
  1. Ao passar dos anos
  1. O missionário adulto sempre vai ser um pouco diferente do povo da cultura aonde chegou. Vai sempre haver uma mistura do novo com aquilo no qual foi criado. O missionário nunca será igual àqueles da cultura em que trabalha; o importante é amá-los sinceramente e lhes dar o respeito devido à seres humanos.
  1. Os filhos de missionários criados em uma nova cultura, serão muito mais uma mistura das diversas culturas. Quando voltam para a cultura de origem dos pais, não estão voltando para o seu lar, pois estarão mais em casa onde eles foram criados. Pelo resto da vida terão características de várias culturas que os formaram. Esta multi-cultura tem características positivas e negativas.

a)     Positivas

  1. Habilidade lingüística.
  2. Habilidades culturais:
    1. Bom observador.
    2. Mais tolerante.
    3. Desejo de aprender.
    4. Não se considera dono da verdade.
    5. Não se prende a um lugar geográfico.
    6. Concordância – Aceita novas idéias e situações.
    7. Maturidade – está a frente de pessoas criadas em uma só cultura.

B) Negativas

  1. Inquietação, inconstância – não em relação a um lugar geográfico. Sua noção de radicação está nos relacionamentos e não na geografia . Isto afeta suas escolhas de estudo, de profissão e de casamento.
  2. Insegurança – Acha que nenhum relacionamento vai durar.
  1. Tristeza/Aflição/ Saudade intensa.

Depois de muitas mudanças durante os anos de formação (infância-adolescencia) , estes sentimentos, ora múltiplos, e freqüentemente sofridos em solidão e não resolvidos, marcam a pessoa.

Preparo para a transição cultural deve ajudar o jovem a dizer adeus a lugares e pessoas.

4.         Desajuste social: não se entrosa com outros de sua idade; seu

desenvolvimento social parece atrasado.

5.    Visão incompleta: Não aprende a trabalhar por dinheiro por causa do exemplo dos pais missionários.

Filhos de missionários sempre serão uma mistura de culturas, demonstrando defeitos e qualidades de cada uma.

III.      RELACIONAMENTO COM O CÔNJUGE NUMA CULTURA ESTRANGEIRA

  1. como preparar?
  1. Precisa do mesmo planejamento e cuidado do relacionamento no país de origem, mais uma dose de longanimidade e amor.
  2. Se o marido e a mulher não estão bem ajustados um com outro, não é bom adicionar as tensões inevitáveis de uma mudança radical numa nova cultura.
  3. Com dedicação e trabalho relacionamentos podem melhorar.

Assim como missionários se preparam para aprender uma nova língua, podem também fortalecer os laços matrimoniais em preparo contra os fortes ventos da nova situação.

b) Algumas áreas importantes

  1. Comunicação

a)     Seja um bom ouvinte.                        

b)    Pense antes de falar.

c)     Não use o silêncio para frustrar.

d)    Peça perdão quando errou ou magoou.

e)     Procure entender a opinião de seu cônjuge.

  1. Resolvendo os conflitos no lar

a)     Procure identificar o problema básico.

b)     Defina as áreas de concordância e discordância.

c)     Peça perdão e procure mudar sua atitude ou seu comportamento.

d)     Cansaço físico demasiado, saúde precária ou sobrecarga de tarefas levam a conflitos.

3)     Finanças

a)    Transferir tudo para o Senhor (Mat 6).

b)    Aprender a distinguir entre necessidades e desejos. Seja prudente ao fazer uma lista de compras e não esqueça de guardar a última lista de compras.

c)    Procurar comprar à vista – liberdade financeira.

d)    Desenvolver uma sensibilidade à necessidade de outros.

e)    Não reclame diante dos filhos mas manifeste sempre um coração grato. Ausência de algumas coisas em casa podem se tornar meios de crescimento espiritual.

f)    Reconhecer que Deus é capaz de suprir a falta de dinheiro.

4)     Relacionamento Físico do Casal

a)     Quando o relacionamento do casal missionário não vai bem esta é uma das primeiras áreas a ser atingida.                         

b)     No campo missionário o casal precisa achar tempo e espaço sossegado.

c)     As tensões do meio ambiente afetam o físico.

d)     O relacionamento em público deverá, quando possível, seguir as normas da nova cultura.

e)     O missionário(a) precisa se precaver contra qualquer tentação sexual ilícita. Deve observar as normas de conduta que regulam o relacionamento com o sexo oposto.

IV.       O (A) MISSIONÁRIO (A) SOLTEIRO (A)

A pessoa solteira tem vantagens e desvantagens.

A.        Desvantagens, sacrifícios e perdas

  1. Falta de companheirismo – sozinha para tomar decisões, assumir responsabilidades e resolver problemas.

Como casais da equipe podem amenizar este problema?

  1. Falta de família – mais saudades quando doente ou em épocas como o Natal.

3.  Falta de afetividade familiar.

4.    Preconceito da sociedade – a pessoa solteira deve ser inferior, ter algum defeito, coitada.

5.  A falta de um papel claro para as solteiras dentro das agencias.

B.         Vantagens, benefícios, lucros e bênçãos

  1. Ministério – de tempo integral (I Cor7:32-34).
  2. Amizades – mais tempo para desenvolver amizade com todos.
  3. Aculturação – liberdade e facilidade para identificar-se e inserir-se na cultura.
  4. Língua – mais oportunidade e tempo para estudar a nova língua.

Há alguns campos missionários onde pessoas solteiras não devem ir ou tem seus ministérios limitados devido a alguns aspectos culturais.

V. CRIAÇÃO DE FILHOS NO CAMPO MISSIONÁRIO

Os filhos estão sendo preparados para serem cidadãos mundiais; pessoas que se adaptem e entrosam em qualquer lugar. Uma das maiores contribuições de um casal cristão é o de criar uma família cristã em meio a uma cultura alheia; realmente um privilégio.

A.        Compartilhar nossa fé

  1. Precisamos expressar o que cremos aos nossos filhos.
  2. Nossa vida diária deve condizer com nossa fé.
  3. Precisamos ter um plano de como vamos ganhar nossos filhos para Cristo.

a)    culto doméstico.

b)    Discipulado.

c)    Abertura para escutar e crescer na fé com os filhos.

B.         Preconceito para com a cultura local

  1. Aparece de modo sutil / se manifesta quase inconsciente.
  2. Ergue barreiras / Alvo de Missões é derrubar barreiras.
  3. Cuidado com palavras e expressões faciais – crianças vêem a verdade através delas.

C.         Escola

  1. Tensão: Sempre haverá uma tensão, pois há mais de uma cultura na vida diária.
  2. Os livros: Livros são grandes amigos no campo missionário.

a)     As crianças vão imitar os pais.

b)     Adultos também precisam continuar aprendendo.

3.         Língua

a)     Se uma criança já domina uma língua antes dos anos escolares (em torno de 6 anos), a escola pode ser em outra língua, sem prejudicá-la.

b)     Se a criança nasce num país estrangeiro, aos 6 anos forçosamente estará usando mais de um idioma.

c)     Leva um ano escolar para que uma criança s sinta à vontade numa determinada língua.

d)     Os filhos de missionários precisam conhecer a língua materna dos pais para poderem se comunicar com parentes e amigos no país de origem.

  1. RELACIONAMENTO COM PARENTES E AMIGOS À DISTÂNCIA
  1. Meios
    1. Cartas e relatórios periódicos são importantes.

a)     Devem ser honestos, mostrando dificuldades e alegrias.

b)     Não devem fazer críticas pesadas ao país hospedeiro, nem ao povo.

c)     O leitor deve visualizar o seu novo local de trabalho e ministério.

d)     Se no dia de escrever você estiver muito triste e desanimado, talvez seja melhor deixar passar uns dias e depois escrever a carta.

  1. Fitas cassete, vídeo e fotografias, slides.
  2. Telefonemas, FAX, telegramas, rádio amador.
  1. Com Parentes
    1. O missionário se separa geograficamente mas deve manter fortes laços afetivos.
    2. Os filhos precisam conhecer seus parentes distantes e manter a língua do país de origem para uma boa comunicação.
    3. A família distante pode ser uma grande ajuda no ministério e na vida particular do missionário.

a)    Orando especificamente.

b)    Gerando interesse por missões.

c)    Contribuindo financeiramente e emocionalmente à família missionária.

  1. Com Mantenedores

1.    Deixa claro que o ministério não é “meu” mas “nosso”. Procure conscientazá-lo que sua participar tem sido fundamental no desenvolvimento do ministério e que juntos formam um equipe.    

2.    Cabe ao missionário manter informado os seus mantenedores do que Deus vem realizando por seu intermédio. Mostre-lhes o que Deus está fazendo, o que Deus quer fazer e o que Deus fará (visão, “sonho” – seja um visionário pois igrejas vivem de projetos).

  1. Lembrete

Não é possível ser um missionário apto para o serviço sem cortar o cordão umbilical. Correr para casa por qualquer motivo, viver chorando a saudade é sinal de imaturidade. O missionário precisa ser uma pessoa amadurecida, distinta de sua família e amigos de infância, mas ao mesmo tempo dando-lhes consideração e amor.