ALFABETIZAR OU LETRAR: EIS A QUESTÃO

Andrea Jamariquelli Castilho Sanguanini


Resumo

Este trabalho apresenta como tema “alfabetizar ou letrar: eis a questão” surgiu a partir da necessidade de aprofundar os conhecimentos sobre alfabetização e letramento. Através de leituras e análises dos PCNs e da BNCC com embasamento teórico dos autores Magda Soares, Maria Lúcia Neder, Emilia Ferreiro, Vera Ribeiro Masagão, Paulo Freire, Eni Pulcinelli Orlandi e Leda Tfouni, buscou-se compreender qual a concepção de alfabetização que os PCNs e apresentam e a mesma pressupõe o letramento.

Palavra chave: Letramento e Alfabetização

Feliz Natal MT

2020

Introdução

A disciplina de linguagem tem por objetivo levar os professores a refletir sobre a sua pratica pedagógica com relação ao ensino da Língua, levar o professor a perceber que alfabetização não é somente a criança decodificar códigos ou decorar silabas e frases, mas compreender e analisar e refletir sobre o que leu fazendo relação com seu dia a dia, com a realidade, portanto este artigo tem como objetivo ampliar os conhecimentos sobre a alfabetização e letramento, através de uma análise das propostas de alfabetização apresentadas pelos PCNs e pressupõem o letramento e um ensino de Língua que leve a consideração às condições de produção do aluno, para tanto irei embasar teoricamente nos autores Soares, Ferreiro, Freire, Ribeiro, Neder (2003) e Possari (2003) para depois a analise dos PCNs.

Porque os grandes autores e leitores são aqueles indivíduos que adquiriam o ato de ler e escrever só se aprende praticando, através da prática os indivíduos ampliam os seus conhecimentos.

Portanto a escola tem que começar ampliando os seus conceitos de ler e escrever para que as crianças comecem refletir o que significa leitura e escrita, ou seja, o processo de ler e escrever deve se tornar uma ação significativa para os alunos, incentivando a serem grandes autores e leitores.

Alfabetização 

A educação brasileira, talvez a mundial, preocupou-se durante muito tempo em atender seus educandos no sentido em que eles adquirissem apenas o referencial suficiente para que, ao saírem da escola encontrassem algo que garantisse o sustento, ainda que este algo não lhes oferecesse tudo o que de fato desejavam para suas vidas. A necessidade de aprofundar a discussão didática de alfabetização por meio de textos. Manifestado por formadores e professores a ensinar mais e melhor os conteúdos escolares. Fez com que vários estudiosos colocassem o problema em questão, ou seja, o que é alfabetizar?

Para SOARES alfabetização não precisa ser definida, pois é um processo continuo que o individuo já nasce com a ação de aprender, ou seja, de tornar o individuo capaz de ler e escrever vai depender tanto do meio em que ele vive quanto do convívio escolar, pois a alfabetização é um processo que possibilita ao aluno o conhecimento do código da escrita com vista ao processo de interação.

Segundo Possari e Neder (2003) alfabetização apresenta inúmeros conceitos, um deles é o conceito técnico que possibilita a ajudar a criança a codificar e decodificar símbolos gráficos produzindo sentido. Outro conceito seria o político de formar leitores críticos para o convívio social de adquiri habilidades individuais que são requisitos para a leitura e escrita dando oportunidades de representar objetos de varias naturezas, isto é onde o individuo irá identificar e ler por meios de desenhos, gravuras, símbolos ou códigos, mesmo que não saiba escrever ou ler. 

Para os PCNs, o conceito de alfabetização evidencia-se como:

“Não é um processo baseado em perceber e memorizar, para aprender a ler e escrever, o aluno precisa construir um conhecimento de natureza conceitual: ele precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela apresenta graficamente a linguagem” (PCNs, 2001,p21).            

No momento em que a criança consegue definir e conhecer as letras do alfabeto esse individuo é considerado uma pessoa alfabetizada, pois quando o individuo percebe que ele aprendeu no processo de alfabetização está presente no seu convívio social, deixa de ser alfabetizado e passa a ser uma pessoa letrada. Portanto sabe-se que não existe pessoa analfabeta, o que existe são indivíduos com diferença de graus de letramento.

Letramento  

O letramento não está dicionarizado porque foi introduzido muito recentemente na língua portuguesa, é uma novidade para os leitores. Define-se letramento como a ação de ensinar e aprender as práticas sociais de codificar e decodificar, onde o individuo usa a leitura e a escrita socialmente para responder as demandas sociais, é um processo que oportuniza condições para apropriação das praticas de significados, dos usos e dos conhecimentos ligados à escrita numa sociedade letrada.

Possari e Neder (2001) concordam com KLEIMAN (2001) que 

“Letramento é um conjunto de práticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia em contextos específicos, para objetivos específicos” (NEDER, 2001, p.23). 

Já para os PCNs, e o letramento é entendido como: 

“Produto da participação em práticas sociais que usam a escrita como sistema simbólico e tecnologia. São práticas discursivas, ainda que as vezes não envolvam atividades especificas de ler ou escrever. Dessa concepção decorre o entendimento de que, nas sociedades urbanas modernas , não existe grau zero de letramento, pois nelas é impossível não participar, de alguma forma, de algumas práticas” (PCNS,2001, p.23).   

Sendo assim, letramento é o processo ou efeito da aprendizagem da leitura e da escrita onde você reflete o que aprendeu, mas transformando em pratica. Uma pessoa é alfabetizada ou letrada a partir do momento que consegue fazer o uso efetivo de seus conhecimentos lingüísticos para interagir com o meio social.

Conforme Paulo Freire (1984), alfabetização é de forma autônoma, ou seja, de dentro para fora é o contrário de que Soares acredita, pois para Freire a própria criança é o sujeito de sua própria construção na direção de sua autonomia. Portanto a criança por si só não consegue se alfabetizar. Por isso o professor precisa ser seu mediador de conhecimento.

De acordo com Moll, (1996), o processo de alfabetização acontece quando o individuo adquire a leitura e a escrita, fazendo uso real de decodificação e codificação do sistema de ler e escrever através de um processo de construção de conhecimentos com uma realidade. Pois a alfabetização é um processo continuo que não basta ler e escrever, é preciso além de decodificar e codificar, que os professores deem possibilidades à criança de exercer sua cidadania e continuar prosperando como membro de uma sociedade que tenha a escrita como centro.

Embora sabendo, com as leituras já feita, que a questão da alfabetização é considerada acesso à leitura e a escrita no processo de escolarização e que a não alfabetização corresponde os que são excluídos da escola, pois um cidadão alfabetizado precisa e deve saber ler e escrever percebeu que muitas pessoas que são “alfabetizadas” não compreende o que lêem, o que prova que o conceito de alfabetização esteja equivocado, saber ler e escrever não é suficiente, é necessário compreender o que se lê , sendo assim o objetivo principal de um texto é que os professores tomem consciência de como se dá  o processo  de leitura ao seja,a compreensão precisa estar evidenciada, ela vai além do processo de decodificação.  

Quando falamos em linguagem normalmente se pensam em texto em texto e linguagem verbais, “linguagem verbal é uma das formas sociais de comunicação e de significação, que se diferencia das demais por ser uma linguagem de sons articulada”. (NEDER, 2003, p.10), ou seja, pensamos naquela capacidade humana ligada ao pensamento ou que se concretiza numa determinada língua e se manifesta por palavras, que passa por um processo permanente que se estenderá por toda vida, que não se esgotaria na aprendizagem da leitura e da escrita, a alfabetização, ler, escrever e ensinar. Se usarmos a linguagem correta, não teremos dificuldades em transmiti-las aos nossos alunos.

Sendo assim o texto pode ser verbal ou não verbal, tudo que hoje nós vemos e ouvimos são textos, todos com objetivos definidos: informar, vender, convencer, persuadir ao leitor. A linguagem não verbal é uma linguagem que o individuo  adquire mesmo sem saber ler e escrever, através do meio em que  esta inserido. Portanto o individuo ao  nascer  já se depara com o mundo da linguagem não verbal, que são: os sons, gestos, símbolos, danças, signos e demais outros meios de comunicação que os vinculam.

Como sabemos para ter uma boa comunicação precisamos ter  hábitos de ler, para que saiba que a leitura não é apenas a criança decodificar os sinais de escrita, mas sim entender e compreender o sentido  a ser produzido.Como professores de Língua Portuguesa teremos que apresentar a essas crianças que o autor quando escreve um texto seu objetivo é que em forma de leitura reflexiva os leitores passam ampliar seus conhecimentos, criando várias possibilidades de leitura tornando-se uma pessoa letrada porque se sabe que um individuo letrado é uma pessoa que reflete sobre aquilo que aprendeu na teoria interagindo com demais pessoas, o letrado só acontece quando o individuo compreende os significados que os mesmo aprendeu na teoria, sabendo organizar as idéias passando para o outro de forma que o mesmo compreenda e produza sentido paras os demais leitores.

A leitura não é só um momento passageiro, mas sim um processo continuo para qualquer individuo que busca através de um diálogo com o texto ampliar seus conhecimentos pedagógicos para poder trabalhar com esses indivíduos de formas a aproveitar os seus desejos que seria o de refletir sobre o assunto estudado, dando oportunidade para cada uma dessas crianças a pensar o que a leitura na sala de aula e lá fora pode lhe trazer de bom pára dar continuidade a vida. Ler é você saber compreender, identificar e refletir no que este escrito fazendo comparações com a realidade em que vive, pois quando o individuo procura ter uma boa leitura o mesmo terá uma boa compreensão textual.

Cabe saber que a escola é um segmento dialético de interação de sujeitos para sujeitos  quando há compreensão, nesta concepção o ensino produtivo prevalece e leva o aluno  a usar as regras da língua de acordo com o meio que ele esta interagido. Se o discente escreve uma carta para sua mãe, vai usar a língua coloquial, enquanto que o mesmo discente pode escrever uma carta para uma autoridade maior de acordo com a situação usando a linguagem padrão.

De acordo com Possari e Neder (2003), o importante é que o docente trabalhe com os discentes propondo atividades com jogos, brincadeiras para que o aluno através dessa proposta descubra o ritmo da língua escrita. O trabalho com os diversos tipos de textos permite ao aluno um “leque” de possibilidades para expressar-se.

Cabe a nós educadores, mudarmos esta concepção equivocada e percebemos que o ensino de linguagem é apenas um aprimoramento ou organização de tudo o que a criança conhece, não ensinamos nada de novo apenas organizamos o que já é conhecido pela criança, e este conhecimento é viabilizado através do cotidiano vivido pela mesma. 

Análise dos PCNs 

Após todo o embasamento teórico, buscamos compreender a concepção de alfabetização dos PCNs de Língua Portuguesa, para isso fizemos uma análise dos mesmos, e constatamos que, para aprender a ler e escrever, é preciso que a escrita represente graficamente a linguagem, sabendo que só há linguagem quando há interação de um individuo com o outro.  

“A linguagem, pode ser conceituada como todas as formas (signos): olhares, gestos, expressões faciais, cores, luzes, ruídos, imagens fixas (desenhos, pintura,fatos), imagens em movimento(filmes), língua falada, língua escrita, etc., de que me utilizo para interagir com os outros.” (NEDER,2003,p.22)                          

 

“A linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por uma finalidade especifica, um processo interlocutor que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história” (PCNs, 2001, p.23).

 

Sendo os PCNs, a criança a conhecer as letras passando por um processo de alfabetização. Quando vem para a escola, ela traz consigo o seu próprio conhecimento. Através da linguagem a criança aprenderá a construir sentidos sobre a vida, e sobre a própria linguagem. A interação com a língua escrita vai fazer com que o individuo relacione o seu conhecimento da escrita de acordo com sua realidade.

O aluno que ainda não sabe ler e escrever precisa encontrar formas de representar graficamente aquilo que se propõe a escrever, ou seja, a necessidade de manusear algo concreto faz com que o aluno construa sentido para aquilo que vê e manuseia.

 Entende-se alfabetização como:

 

“Alfabetização não é um processo baseado em perceber e memorizar, e, para aprender a ler e a escrever, o aluno precisa construir um conhecimento de natureza conceitual: ele precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem”. (PCNs, 2001, p.21)

 

Pelos conceitos expostos, percebemos que o conceito de alfabetização vai além da ação de ensinar a ler e escrever, Magda Soares ainda afirma que:

 

“O processo de alfabetização deve levar à aprendizagem não de uma mera tradução do oral para o escrito, e deste para aquele, mas à aprendizagem de uma peculiar e muitas vezes idiossincrática relação fonema-grafemas, de um outro código, que tem em relação ao código oral, especificidade  morfológica e sintática, autonomia de recursos de articulação do texto e estratégias próprias de expressão/compreensão”(SOARES,2003,p.17)

 

De acordo com os PCNs a escola trabalha com crianças de diferentes níveis sociais terá se garantir, que cada aluno se torne capaz de ler, escrever e interpretar textos dependendo do meio em que vive, independente do grau de conhecimento tornando-se uma pessoa letrada. O individuo produzindo e compreendendo o que foi decodificado e codificado pode-se dizer que através do seu conhecimento é uma pessoa letrada perante a sociedade. Letramento refere-se à capacidade de ler, escrever e refletir sobre a linguagem sabendo interpretar o que foi lido e escrito.

Cabe ao docente propor atividades de ensino que consolidarão os conceitos que teriam por objetivo a preparação do aluno para seu autoconhecimento e autocompreensão e desenvolvimento de sua capacidade para o relacionamento interpessoal. A capacidade do aluno de ser sujeito ativo da própria aprendizagem, não descarta o papel do educador nem se minimizar, ao contrário torna-se ainda maior, á medida que o educador deve estar atento a cada fase, a cada momento do aluno a fim de interferir no que seja necessário.

É necessário ensinar a norma padrão, porem é preciso ter consciência que um processo de ensino aprendizagem se dá através das trocas de conhecimentos.

Tanto os PCNs quanto os autores Soares (2003) e Possari e Neder (2003) apresentam o mesmo conceito de alfabetização o qual pressupõe que alfabetizar é muito mais do que codificar e decodificar, é fundamental a compreensão do que se aprende.

Sendo assim, o texto é fonte principal de desenvolvimento da língua  e do processo de alfabetização, pode ser representado de várias formas, tanto por escrito quanto em forma de gravuras, ilustrações e outros. Quanto aos PCNs, a sua concepção de textos é a mesma que POSSARI, NEDER e outros apresentam.

Perante a sociedade o individuo que melhor ouvir ler, escrever e saber fazer uma critica reflexiva perante o discurso ouvido, tem sua forma de fazer pensamento mais elaborado e visível de forma que o outro compreenda, este individuo passa ser chamado perante a sociedade de um cidadão (a) letrado.

Porém, hoje uma das grandes preocupações dos alunos seria a interpretação de texto, por não ter aprendido desde cedo fazer uma pequena reflexão sobre o que e está sendo lido.

 

“Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos” (PCNs, 2001 p.54).

 

Um dos maiores problemas da escola ainda é o grande índice de analfabetos funcionais, ou seja, aquele aluno que escreve e lê , mas não compreende o que leu ou escreveu, podemos dizer que são poucos os que podemos chamar de letrado.

 

“É preciso superar algumas concepções sobre o aprendizado inicial da leitura. A principal delas  é a de que ler é simplesmente decodificar, converter letras em sons, sendo a compreensão conseqüência  natural dessa ação. Por conta dessa concepção equivocada a escola vem produzindo grandes quantidades de “leitores” capazes de decodificar qualquer textos, mas com enormes dificuldade para compreender o que tentam ler” (IBID,p.55).

 

Ensinar um amontoado de silabas, palavras e frases sem produzir sentido, colabora para o aumento deste contingente de analfabetos funcionais, formar bons leitores e produtores de textos é uma das metas que os PCNs de Língua Portuguesa, apresentam para o profissional da educação.

 

“Não se formam bons leitores oferecendo materiais de leitura empobrecidos, justamente no momento em que a criança é iniciada no mundo da escrita. As pessoas aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma, a qualidade de suas vidas melhora com a leitura” (IBID, p.36).

 

A escola precisa se adequar com a realidade das pessoas e se propor a incentivar os alunos a leitura, pois é através da leitura que utilizaremos estratégias como atender necessidades nossas em um texto, obtendo informações importantes.

“Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os textos que circulam socialmente, aqueles que podem atender uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a entender essa necessidade”. (IBID, p.54).

 

Os PCNs assim como os teóricos que embasaram este trabalho alertam para o fato de que não se deve ensinar leitura por meio de práticas de decodificação, é preciso “aprender a ler lendo” onde o professor agrupa os alunos e os alunos põe em jogo tudo o que sabe para o professor descobrir o que ele não sabe, de forma que forneça a circulação de informação entre eles, servindo de troca, da colaboração e, conseqüentemente da própria aprendizagem, permitindo que o professor não seja somente o único informante da turma, mas que os alunos ensinem um ao outro de forma espontânea com o apoio do leitor experiente.

“A leitura, como pratica social, é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objetivo a uma necessidade pessoal. Fora da escola, não se lê para aprender a ler, não se lê de uma única forma, não se decodifica palavras por palavras, não se responde a perguntas de verificação do entendimento preenchido fichas exaustivas, não se faz desenhos sobre o que mais gostou e raramente se lê em voz alta”. (IBID,p.57).

 

“Leitura é um processo de interlocução, isto é não é mais algo instantâneo, mecânico, mas um processo, que significa  um encadeamento,um ir-e-vir, um retornar, um avançar. Ao ler o leitor deve dialogar com o autor”.(NEDER,2003,p.21).

 

Cabe ao professor compreender o que esta por trás de tantos sentidos, atribuídos pelos alunos ao texto, ás vezes porque o autor “jogou com as palavras” para provocar interpretações múltiplas; ás vezes é porque o texto é difícil e confuso ou porque o leitor tem pouco conhecimento pelo assunto tratado. Deve-se despertar nos alunos o desejo pala leitura, fazê-los achar que a leitura é interessante a desafiadora, algo que, conquistando plenamente, dará autonomia e independência.

O professor deve organizar momentos de leitura para os alunos e incentivá-los a ler diariamente mostrando ao aluno as funções da leitura, ler para divertir, ler para escrever, ler para estudar, ler para descobrir o que deve ser feito, tentando buscar a intenção do escritor e ler em busca de inadequações de erros, esses são procedimentos especializados que devem ser ensinados em todas as séries, variando apenas em grau de aprofundamento em função da capacidade dos alunos. Questionar o sentido do texto possibilita ao leitor colocar-se na condição do autor e criar inúmeras possibilidades de leitura para o mesmo texto.

Após os estudos realizados sobre alfabetização e letramento, e analise dos PCNS podemos perceber que a proposta de alfabetização dos PCNS apresenta os mesmos conceitos que os autores Soares, Ribeiro e outros defendem.

Percebemos que na pratica escolar o conceito de alfabetização se torna restrito em ensinar a ler e escrever, a criança não aprende a analisar e refletir sobre o que aprendeu.

Conforme a análise feita dos PCNS descobrimos  que se torna difícil definir um cidadão alfabetizado de uma pessoa letrada pois sabemos que o conceito de letramento não se encontra definido dentro da nossa realidade, e apresentamos um grande número de analfabetos funcionais, pessoas que sabem ler e escrever, mas não consegue compreender o que leu.

Sendo assim, sabemos que ler e escrever são um processo continuo para qualquer individuo que busca ampliar seus conhecimentos e boas oportunidades para uma boa continuidade da sua vida.

Portanto percebemos que o ensino da linguagem é o aperfeiçoamento do que a criança já conhece. Conhecimento que ela adquiriu no seu dia a dia, conhecimento este que a criança vai aperfeiçoando dentro do seu processo de alfabetização.


Considerações finais 

Pelo que percebemos os conceitos estudados são os mesmos apresentados pelos PCNs, à proposta de alfabetização pressupõe o letramento, e o aluno é o sujeito ativo do processo ensino-aprendizagem, pôr o que falta é esta compreensão dos educadores a respeito deste processo, pois o conceito de alfabetizar na prática ainda permanece como aquele processo que ensina a codificar e decodificar.

Quando colocamos o titulo do trabalho “Alfabetizar ou Letrar : eis a questão”, nos dispomos  a descobrir que o processo de alfabetização leva ao letramento, ou vice e versa, mas que infelizmente, muitos ainda acreditam que alfabetizar é um processo totalmente divergente de letrar, cabe a nós educadores, refletirmos sobre a nossa prática e percebemos que as fontes para embasar a nossa prática estão na escola, mas infelizmente não olhamos para elas e buscamos  receitas prontas e acabados para o ensino considerado “eficaz” ou seja, os PCNs apresentam propostas que pressupõe o letramento, mas que os educadores utilizam apenas párea buscar quais os conteúdos que devem ser trabalhados em determinadas séries.

Cabem a nós, educadores, mudarmos essa prática dentro do contexto escolar após termos feito essa reflexão sobre os PCNs.

 

Referencias Bibliográficas 

 

FARRACO, Carlos Alberto, Escrita e alfabetização. SP. Contexto. 1994.

 

FERREIRA Emilia: Reflexões sobre Alfabetização. SP. Cortez. 1994

 

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 8ª ed. São Paulo. Cortez, 1984.

 

KLEIMAN, Ângela B. (org). Os significados do Letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1995. 

 

MOLL, Jaqueline. Alfabetização possível: reivindicando o ensino e o aprender. Porto Alegre: Mediação, 1996.

 

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, Campinas, Sp. UNICAMP, 2001.

 

Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua portuguesa da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília. 2001.

 

RIBEIRO,  Masagão Vera (org): Letramento no Brasil. SP. Global, 2004.

 

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros: Belo Horizonte: Autentica, 2004.

 

-----------, Alfabetização e Letramento. SP. Contexto, 2003.

 

TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e Alfabetização. São Paulo, Cortez. 2004.