O presente trabalho propõe uma reflexão sobre a compreensão dos processos de alfabetização e letramento e suas dificuldades atuais, tratando dos conceitos, origem e especificidades que compõem estes processos. Busca também diferenciá-los, para que as especificidades em questão sejam compreendidas, ressaltando que ambos osprocessos são dessemelhantes, porém,devem ser trabalhados de forma indissociável, um contemplando o outro, para obter sucesso na formação dos alunos e sua inserção no mundo social e letrado. Por consideramos o letramento e alfabetização como etapas extremamente significativas, são analisados o percurso histórico da alfabetização no Brasil, onde transparece e ainda justifica os motivos do Brasil ainda possuir um alarmante nível de analfabetismo e rever esta situação destacando o papel do professor no processo de aprendizagem e busca de novas metodologias para alfabetizar letrando.

Palavras-chave: Letramento; Alfabetização; Desafios; Contribuições; Leitura.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho, de cunho bibliográfico, propõe-se contribuir para o entendimento dos processos de alfabetização e letramento, em uma perspectiva geral sobre dificuldades e desafios para crianças, jovens e adultos no Brasil. Destina-se não somente para os profissionais que já encontram-se atuando a fim de acrescentar contribuições para sua prática pedagógica, como também para a comunidade acadêmica, por sua relevância no que diz respeito a formação de nossos futuros educadores.

A temática dessa pesquisa é um assunto que transita não somente nas aflições dos docentes que trabalham diretamente com o processo de alfabetização, mas também de pesquisadores e estudiosos. Por trás da construção da alfabetização, existe o fracasso escolar, que mostra seu reflexo nos índices que analfabetismo não somente na codificação e decodificação, mas também no analfabetismo funcional. Apesar de uma rica produção teórica sobre o assunto, os órgãos que são responsáveis por nosso sistema educativo ainda não constataram soluções definitivas para resolução. Por tanto, fazem-se importantes os estudos que procuram compreender esta problemática para contribuir e buscar soluções.

O processo de alfabetização é uma etapa de suma importância para a vida social e escolar do discente, especialmente nos âmbitos em que há valorização da escrita e da interpretação do que se lê. Logo, a alfabetização transforma-se em uma preocupação para os profissionais relacionados à Educação, quando este processo não atinge o êxito esperado, que é o desenvolvimento total na aquisição da leitura e escrita. São recorrentes nas escolas, crianças que terminam a alfabetização sem apropriação da escrita e leitura em sua função social.

Sabendo-se de toda esta bagagem, quais são as dificuldades do letramento no processo de alfabetização em nossa contemporaneidade? Ao decorrer do trabalho, busca-se entender que a dificuldade existente provém de fatores ainda sociais, vivências em âmbito familiar e nas escolas, pois no interior das instituições a introdução ao universo da leitura e da escrita continua não se relacionando a pratica contextualizada, baseando-se ainda na utilização de processos mecânicos dos atos de escrever e ler.

Em qualquer momento, a criança, jovem ou adulto ao ingressar na alfabetização, cria-se expectativas de sua inserção fixa e precisa ao processo complexo de alfabetização e mais complexo ainda, o processo de aquisição. Quando não há boa condução do docente, existirá o fator negativo, que estará comprometendo seriamente o processo de aprendizagem e socialmente problematizando, a dificuldade com alfabetização e letramento não está restrito ao ambiente escolar somente. É uma questão que infelizmente ultrapassa o que está ao alcance das instituições de ensino, é questão política e social, especificamente em nossa realidade, onde maioria dos analfabetos está inserida ás classes sociais não favorecidas, acentuando ainda mais a desigualdade social gritante. É preciso ter entendimento de que a alfabetização e o letramento não podem ser responsabilidade exclusiva da escola e gestão escolar, apesar de sua importância, outros fatores externos á escola contribuem para o sucesso de aquisição deste processo.

O desenvolvimento do trabalho apresenta-se em três capítulos: o primeiro busca descrever o fator histórico sobre alfabetização no Brasil. O segundo, analisar a diferença de letramento e alfabetização sem desconsiderar que são indissociáveis e por fim, no terceiro capítulo, identificar as concepções teóricas metodológicas do processo de alfabetização e letramento.

O intuito do trabalho não é somente direcionar falhas, mas é a busca de uma reflexão sobre a problemática pesquisada e se faz necessário ter a sensibilidade de compreender que alfabetizar e simultaneamente desenvolver letramentos em crianças, adolescentes e adultos é um exercício diário de dedicação e paciência. Não é um processo rápido e envolvem muitos aspectos, como: A envoltura do professor, conhecer a realidade do nosso país e também a que cerca o individuo, não desconsiderar seus conhecimentos prévios, dedicação do discente, família e próximos para a obtenção de resultados satisfatórios.

2. CONTEXTO E PERCURSO HISTÓRICO DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL

Em uma perspectiva histórica do Brasil, no século XVI iniciava-se o período colonial com a vinda da expedição do então primeiro Governador geral do Brasil, Tomé se Sousa no ano de 1549. Com ele, acompanharam os padres da Companhia de Jesus, que deram sua importante contribuição para os primórdios da Educação no Brasil, conhecido como período heroico. Com a ajuda dos jesuítas, foram oferecidas aulas para nativos e filhos dos colonos, ensinando-os a ler, escrever, cantar e contar. Afirmando isso, diz Azevedo (1963 p.501), que [...] a vinda dos padres jesuítas, em 1549, não só marca o início da história da educação no Brasil, mas inaugura a primeira fase, a mais longa dessa história, e, certamente, a mais importante pelo vulto da obra realizada e, sobretudo pelas consequências que dela resultaram para nossa cultura e civilização. Ainda segundo Azevedo (1976) quinze dias após os jesuítas desembarcarem no Brasil, especificamente em Salvador, já iniciava-se o funcionamento de casas para ler e escrever, onde dará inicio da instrução política que manteve-se inalterável por séculos, abrir uma escola onde construíssem uma igreja. [...]