ALFABETIZAÇÃO BASEADA NO MÉTODO MONTESSORI ANDRESSA DOS SANTOS MESSIANO CPF 219.297.658-51  1 INTRODUÇÃO Martorell (2014) dita que a leitura e a escrita são um dos marcos mais importantes na vida das crianças, sendo essas habilidades, indispensáveis, no desenvolvimento das mesmas, uma vez que essas influenciam a capacidade das crianças de se comunicar e fazer o seu “caminho”, no mundo da aprendizagem, progredir.


Nesse contexto Duarte (2014) ressalta que, de um modo generalista, se pode dizer que sem as habilidades de leitura e escrita os indivíduos não são capazes de se expressar plenamente seja junto a discussões orais ou escritas.

Antes das crianças aprenderem a ler e escrever, elas devem desenvolver sua capacidade da falar, sendo que, muitas vezes, por se sentirem imensamente animadas com o fato de poderem expressar seus pensamentos, algumas crianças acabam desenvolvendo algum grau de gagueira, devendo essa ser compreendida como passageira e natural no período de inicio da fala, devendo os pais bem como os educadores não cederem grande foco/ preocupação com a gagueira apresentada e sim um suporte adequado ao desenvolvimento da linguagem da criança, ato que, dentre outros benefícios, pode, inclusive, facilitar que a gagueira se extinga naturalmente (SAVAGE, 2015).

Um método renomado no desenvolvimento da linguagem da criança é o Montessori, o qual detém de uma série de atividades que estimulam a capacidade de comunicação e desenvolvimento do vocabulário pela criança, por meio de uma gama de materiais de leitura de prontidão e análise de fonética, que cedem um controle motor fino, adequado e natural a essa fase, gerando uma “paz” transcendente ao infanto (MONTESSORI, 2015).

Segundo Lenval (2014) o método Montessori é uma abordagem desenvolvida pela médica italiana e educadora, Maria Montessori, com base em sua extensa pesquisa nas necessidades especiais de comunicação das crianças, sendo essa caracterizada pela ênfase na independência, liberdade (dentro dos limites) e respeito, cedendo a criança uma base natural psicológica, física e social a melhor se desenvolver.

De acordo com Mendoza-Páez e Bermúdez-Jaimes (2008) e Zaccur (2011), o processo de alfabetização da criança deve basear-se em três habilidades, básicas, sendo essas: (1) habilidades físicas, as crianças pequenas começam com a aprendizagem de sons e letras através do trabalho olho-mão, a concentração em atividades práticas, bem como quando elas tocam e reconhecer materiais de várias formas e tamanhos; (2) habilidades mentais, as crianças fazem progressos no desenvolvimento da linguagem, com base em sua familiarização com sons que cada letra tem, dividindo as palavras em sons e (3) habilidades sociais, as crianças podem, naturalmente, aprender a língua, quando estão incluídas em conversas com membros da família ou colegas de sala.

Lenval (2014) e Montessori (2015) ressaltam que, nos últimos anos, tem se vislumbrado uma variedade de abordagens que levam o nome "Montessori", as quais se diferem, entre si, em certos itens porém se “unificam”, em outros, por seguirem os quesitos citados como essenciais pela Americam Montessori Society (AMS) ao método, sendo esses: (1) salas de aula seccionadas por plano de desenvolvimento; (2) o estudante escolhe a atividade a partir de uma gama opções a ele disponibilizadas; (3) atuação por blocos ininterruptos de tempo de trabalho, sendo ideal que cada bloco detenha de, um mínimo, de três horas; (4) uso de atos que possibilitem a “descoberta”, onde os alunos aprendem trabalhando com materiais sensoriais; (5) os alunos devem deter de liberdade total de movimentação dentro da sala de aula; (6) devem ser empregados materiais educacionais especialmente desenvolvidos pela AMS e/ ou colaboradores designados por essa, e (7) os conteúdos dos blocos de aula devem ser ministrados por professos treinados no método Montessori.

Diante do supradescrito surge a questão: “Como o professor pode aplicar o método Montessori junto à educação de crianças menores de seis anos de idade?”.

O presente estudo tem por objetivo ceder revisão bibliográfica, concisa, a cerca do método Montessori, elucidando como o professor pode aplicar referido método junto à educação de crianças, menores de seis anos de idade, de modo a ceder a essas um melhor desenvolvimento intelectual, físico, psicológico e social viabilizando assim uma mais plena e humanizada alfabetização, atual e futura, ato que torna o estudo pertinente a estudantes, pesquisadores, profissionais da área e interessados no tema.

2 TEORIA DA EDUCAÇÃO MONTESSORI

Educação Montessori é fundamentalmente um modelo de desenvolvimento humano agregado a uma abordagem educativa humanista, tendo o método dois princípios básicos, a saber (MONTESSORI, 2015):

  • As crianças em desenvolvimento se envolver em atos de auto-construção psicológica por meio da interação com seus ambientes, e
  • As crianças, em especial as menores de seis anos de idade, tem um caminho inato a desenvolver-se psicologicamente, o qual se baseia nas observações. Montessori acreditava que as crianças que seguem livres a escolher e agir, dentro de um ambiente preparado segundo seu modelo, se mostram mais receptivas e espontâneas a se desenvolver de um modo dito “ideal”.

Lenval (2014) indica que, em 1957, Montessori realizou uma lista onde apontou algumas características universais e inatas da psicologia humana, descrevendo essas como sendo “tendências humanas”. Referido autor ressalta que, ainda hoje, existem alguns debates a cerca do conteúdo exato da lista “original” de Montessori, sendo o conteúdo, mais comumente aceito, o que indica 11 itens, sendo esses: (1) abstração; (2) atividade; (3) comunicação; (4) exatidão; (5) exploração; (6) manipulação do meio ambiente; (7) ordem; (8) orientação; (9) repetição; (10) auto-perfeição e (11) trabalho proposital.

Na abordagem Montessori, essas tendências humanas são vistas como sendo um tipo de condução em cada estágio de desenvolvimento e educação do indivíduo, devendo esses responder e facilitar seu desenvolvimento (DUARTE, 2014).

Lancillotti (2010) salienta que, em linhas gerais, se pode dizer que o método de educação de Montessori deve se dar por meio do emprego de atividades livres dentro de um “ambiente preparado”, ou seja, em meio a um ambiente educacional adaptado às (1) características humanas básicas, (2) características específicas das crianças em diferentes idades e (3) características e personalidades individuais de cada criança.

Nesse sentido Martorell (2014) lembra que, no método Montessori, a função do meio ambiente é de ajudar, bem como permitir, que a criança desenvolva independência em todas as áreas, de acordo com as suas diretivas psicológicas internas. Assim, o ambiente onde o método será aplicado deve ser preparado para cada faixa etária, detendo esse, basicamente, das seguintes características: (1) tenha um arranjo que facilite o movimento e as atividades; (2) detenha de beleza, harmonia e limpeza; (3) estimule o desenvolvimento segundo as necessidades e desejos da criança; (4) ceda materiais limitados, de modo que apenas o material que suporta o desenvolvimento da criança a referida faixa etária siga disponível; (5) indique senso de ordem e (6) exista natureza ou na sala de aula e fora dela, viabilizando interação dessa pela criança, o que facilita a abordagem educacional da mesma segundo seu plano de desenvolvimento