Crianças, estes seres humanos em formação, já têm desde a mais tenra idade sentimentos próprios dos adultos, e, entre esses, a raiva – ou o descontrole – é um deles.

Nos primeiros anos de vida, esses bebês precisam ser atendidos imediatamente em suas necessidades; se ele tem fome, põe-se a chorar; se está com frio, molhado ou com sono, não demora muito a demonstrar seu desconforto. Eles, definitivamente, não sabem esperar...

As formas e os graus da agressão dependem de muitos fatores como, por exemplo, intensidade da raiva, frustração ambiental a que foi submetido (a), ‘reforços’ que recebe pelo comportamento agressivo, observação e imitação de ‘modelos’ agressivos, entre outros.

Estudos demonstram que crianças que são expostas à violência e à agressão repetidamente através da televisão, internet, vídeos e filmes, agem de forma mais agressiva – e tendem a continuar com este comportamento quando forem maiores.

Podemos observar no comportamento infantil, na fase da pré-escola, que toda criança tem dificuldades para dominar suas emoções. Explicando: quando é contrariada, ainda não tem maturidade emocional para se controlar e acaba explodindo; umas choram, outras batem, agridem ou mordem.

Ademais, nessa fase quase toda criança é egocêntrica e acredita que o mundo funciona e existe em função dela; é um conflito interno que a mesma vive. Logo, nós, profissionais da Educação Infantil, temos de mostrar a elas que agredir os outros não é algo admissível e, claro, ensiná-las maneiras educadas de expressarem sua irritação momentânea.

É fundamental que a família tenha paciência para controlar as situações de agressividade e, por fim, eliminá-las com o manejo adequado. Essa mesma família tem de ser capaz de observar as características da agressividade para, aí sim, colocar em prática medidas eficazes para combater cada tipo de comportamento.

Aliás, a criança pode e dever ser encorajada a expressar verbalmente suas emoções, e jamais, nunca, ser estimulada a agredir quem quer que seja.

Com o intuito de ajudar neste momento tão delicado da vida, selecionamos algumas dicas para ajudar a deixar os “pequenos” menos agressivos: mantenha a calma, ajude seu filho a se expressar de outra maneira, use a lógica em suas atitudes, não deixe seu filho ‘ganhar’ a batalha, não o repreenda em público, discipline-o o tempo todo (sempre do mesmo jeito), imponha limites, elogie o bom comportamento e, caso necessário, não tenha receio em procurar ajuda especializada.

A jornada parece que nunca vai terminar, mas, assim como começou do nada, do nada vai acabar e o comportamento agressivo, por sua vez, também vai passar. Ressaltamos que é imperioso procurar solucionar o problema da agressividade antes da adolescência, a fase em que “nascem” outros tipos de dificuldades de relacionamento.

Ao passo que possamos entender melhor as manifestações agressivas da criança em fase pré-escolar, a nós professores é dada a possibilidade de compreender como esta reage a diferentes experiências positivas ou negativas. E uma das formas de lidar com comportamentos agressivos é a valorização de atitudes positivas e empáticas, um trabalho em conjunto com toda a equipe escolar, se contrapondo a uma educação coercitiva.

Por fim, pedimos aos senhores pais que ouçam suas crianças, entendam o seu mundo, para que haja mais amor e menos gritos, mais paciência e menos tapas. Pois, com toda a certeza, o retorno será mais agradável, saudável e feliz para todos.

(*)Kédma Macêdo Mendonça, Luciana Rodrigues Maciel e Sibele Silva Leal Rodrigues, pedagogas, são professoras da rede municipal em Rondonópolis (MT).