O céu está limpo como de brigadeiro e o ar seco. Clima de deserto total, nem uma brisa que seja. Vem-me uma taquicardia, algum tipo de palpitação, coisa assim. Acredito ter sido algo que alguém disse que me fez lembrar. Me pego rindo às vezes quando também em outros momentos percebo alguma coisa semelhante, bobo por gostar, por ainda gostar de lembrar.
O sorriso nas fotos é uma coisa dúbia: alegria e dor, agre e doce. Como se não bastasse chega à sensação de lacrimejar, seguro consciente. Uma palavra surge na mente, como cavalo doido, doído às vezes, mas a vida continua e a mudança faz parte dela. Essa filosofia se abre como um deserto a minha frente. Caminhando e cantando uma canção do Djavan, sigo sem o vento refrescante da paixão nem brisa sonhada do amor. Sou outro eu, vindo de dentro de mim, rasgando a pele desse ser por de mais sentimental e mudando mais uma vez, renascendo de mim no mês do cachorro louco...



Mário Sérgio dos Santos