“É fácil entender uma criança que tem medo do escuro. Difícil é perdoar os homens quando têm medo da luz”

(Platão)

DEFINIÇÃO:

A AGORAFOBIA é um distúrbio de ansiedade que, normalmente, está associado às crises de pânico.

            Comumente pode ser definida como temor ou medo angustiante experimentado por certas pessoas quando atravessam uma praça, uma rua, ou se vêem no meio da multidão.

O termo é formado por dois radicais gregos – ágora, nome dado às praças onde se realizavam trocas de mercadorias ou reuniões do povo; e fobos, que quer dizer medo – A princípio, a palavra era empregada para indicar o medo que as pessoas sentiam em lugares abertos.

Hoje, o significado é mais amplo. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiatra Americana (DSM-IV), a palavra é usada para definir comportamentos de esquiva, que aparecem quando a pessoa se encontra em situações ou locais dos quais seria difícil ou embaraçoso escapar ou mesmo receber socorro se algo de errado acontecesse.

A agorafobia, em seus casos mais graves, compromete muito a vida social e profissional dos paciente.

            Provavelmente existe vulnerabilidade biológica ou genética para alguns transtornos. No entanto, não existem estudos conclusivos sobre transtornos como a agorafobia e a fobia social.

CARACTERÍSTICAS:

Inicia-se com uma crise de angústia em agrupamentos humanos, ou  em outras palavras, durante as aglomerações.

Com medo que se repita a crise, o paciente passa a evitar locais de aglomerações. Com o tempo, torna-se cada vez maior o leque de medos que padece e, portanto, diminui cada vez mais sua habilidade para relacionar-se socialmente e para trabalhar. Esse evento é compreensível se considerarmos o fato que uma grande maioria de agorafóbicos apresenta, também, a fobia social.

Em principio, o medo principal são as aglomerações ou a espaços abertos, mas quando não trabalhando, este medo estende-se aos transportes públicos, lugares fechados, chegando a abranger o distanciar-se de casa ou ficar em casa sozinho, etc.

É, portanto, uma das fobias mais incapacitantes e de difícil tratamento, visto ser um conjunto de fobias. Se diferencia claramente de uma fobia simples por que nesta, a pessoa teme uma situação concreta, e os sintomas de pânico cedem ao perceber-se fora dessa situação; enquanto que o agorafóbico tem uma surpreendente capacidade para generalizar este temor a muitos outros, podendo elaborar respostas defensivas muito variadas (busca de situações de escape, estar em companhia de pessoas de confiança, levar consigo tranqüilizantes, etc.).

O agorafóbico não consegue desvincular-se dessas crenças irracionais, o que pode levar a comportamentos de fuga em relação a situações potencialmente ameaçadoras (ir a cinemas, concertos, centros comerciais etc.), limitando cada vez mais a sua qualidade de vida.

Na crise, tais pessoas só se sentem verdadeiramente bem em casa (de preferência, acompanhadas) ou no seu carro – por ser visto como um prolongamento do lar por funcionar como um meio rápido para lá chegar, em caso de aflição. O agravamento da situação condiciona de forma brutal o cotidiano dessas pessoas. Atividades simples como ir ao supermercado, ao cabeleireiro ou ao ginásio não serão concretizadas sem acompanhamento, visto que o agorafóbico tende a pensar “E se eu me sentir mal, quem é que vai estar lá para me ajudar?”

Apesar de todas as dificuldades, é necessário o acompanhamento profissional adequado. O índice de regressão espontânea da enfermidade, sem busca de terapia ou especialista, é muito pequeno e não atinge a 20%.

PRÁTICA EDUCATIVA:

 Atualmente não tenho lidado com adolescentes que manifestem tal distúrbio. Apesar de não vivenciar as características do distúrbio em meus discentes do Ensino Médio, reconheço a importância do seu estudo e aprofundamento, visto que é capaz de trazer grandes problemas à vida social dos agorafóbicos.

Verifica-se que indivíduos agorafóbicos precisam de tratamento, pois a doença pode prejudicar bastante a qualidade de vida. Pelo fato de evitarem saírem de casa para ir à escola ou trabalhar, podem ter dificuldades financeiras, ficarem entediados e cada vez mais isolados, contribuindo para o aparecimento de depressão. Mesmo sabendo que seus medos são irracionais, se sentem impotentes para lidar com eles e acabam ficando irritados e frustrados com eles mesmos. Ficam com a auto-estima em baixa e mais suscetíveis ao consumo de drogas e bebidas alcoólicas.

CONSIDERAÇÕES:

Considerando que a educação institucional não se realiza senão em grupos, e a grande necessidade de convivência com pessoas e locais novos sempre. Considerando que as sequelas deste distúrbio influenciam de maneira negativa no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes que apresentem o distúrbio. Ainda considerando o fato de a educação nacional é somente reconhecida em instituições, e nestas há a necessidade de grupos, divididos por salas. Assim, o estudo das causas, conseqüências e manifestações da agorafobia deveria ser necessário a todos os profissionais da educação básica e do ensino médio, inclusive de profissionais que lidarão diretamente com ao problemas do processo de aprendizagem. 

Portanto, o tratamento da doença é fundamental. É importante o acompanhamento de um médico especializado que irá recomendar medicamentos como antidepressivos e anti-ansiedade (benzodiazepínicos), além do acompanhamento por meio de terapia cognitiva comportamental, que ajudará o indivíduo a lidar com sua doença, durante a qual aprenderá também técnicas de auto-ajuda como exercícios de respiração e relaxamento. A maioria das pessoas com agorafobia respondem bem ao tratamento.

Ao responde adequadamente ao tratamento, pode-se retomar as atividades diárias normalmente, deixando de comprometer a freqüência escolar e, assim, o aprendizado.

REFERÊNCIAS:

http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/agorafobia/

http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl21.htm

http://www.dicio.com.br/agorafobia/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Agorafobia