África: Berço da humanidade e do Brasil 

O continente africano é considerado berço da humanidade. Muitos povos lá surgiram e se desenvolveram. Cada povo e cada região, entretanto seguiu seu próprio ritmo de desenvolvimento.

Entre os séculos VIII e XVI algumas das sociedade mais desenvolvidas eram o Reino de Gana e o império do Mali.

O reino de Gana, ao sul do Saara, também era conhecido como terra do ouro. Mas além do ouro, os ganeses produziam sorgo, goma, âmbar, milhete, peles e marfim. Além disso eram grandes comerciantes. Compravam e vendiam para vários povos.

Grandes comerciantes, os ganeses trouxeram para seu reino, entre outras coisas a religião islâmica, a qual chegou à região por volta do século VII. Graças a isso a região se desenvolveu bastante, sendo um dos elementos que caracterizam esse desenvolvimento o uso da escrita árabe.

O deserto do Saara também foi importante para os ganeses, além de outros povos, pois servia de fator de integração, visto que por meio dele circularam as caravanas comerciais, usando camelos para transporte de suas mercadorias.

Outra região importante, nesse continente é o Sahel, localizado ao sul do Saara. As duas regiões se interligavam, sendo que o Saara vai do litoral Atlântico ao Mar Vermelho, o Sahel vai do litoral do Atlântico ao litoral do Oceano Índico e ainda se beneficia de alguns importantes rios do interior do continente, como o Senegal, Gambia Niger

Posteriormente ao reino de gana, na mesma região, a partir do século XIII, desenvolveu-se o Império do Mali. Também eram muçulmanos e usaram as rotas transaarianas para comercializar sal, escravos, entre outro produtos.

Entretanto, dos povos africanos que a história registra, dois grandes grupos são, particularmente, ligados à história de nosso país: trata-se dos Bantos e dos Iorubás. Isso porque grande parte dos africanos trazidos como escravos para o Brasil eram desses dois grupos que congregavam uma grande variedade de etnias e formavam incontáveis tribos em diferentes regiões como os atuais: Nigéria, Camarões, Quênia e Moçambique.

Da língua Bantu e Iorubá, entraram para nosso português inúmeras palavras que estão em nosso dia a dia, tais como: canjica, moleque, gingar e jiló.

A grandeza cultural do Brasil tem, é verdade, um tributo a pagar, aos Europeus. Mas não se pode negar, e isso vem sendo recuperado dia após dia, a importância da cultura africana. Mas não da África genérica, a sim dos inúmeros grupos étnicas que foram arrastados para nosso país e aqui construíram a riqueza de muitas das famílias ricas que ainda hoje mandam em nosso país…. Enquanto os descendentes dos antigos escravos continuam construindo sua alforria...

Neri de Paula Carneiro

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Rolim de Moura – RO