AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA REFLEXÃO

 

        AUTORA: LÉIA JOVIÔ DA SILVA

CO-AUTORAS:SIRLENE DAVINA DA CONCEIÇÃO FREITAS

                                 ELAURA MARIA PEREIRA

                                 NEIDE CAETANO SANTOS DE ARRUDA

                                SUZETE GOMES PEREIRA

 

RESUMO

 

Este artigo tem por finalidade fazer uma reflexão sobre a afetividade na educação infantil. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que busca essencialmente comparar as ideias de alguns autores, procurando pontos de similaridade e pontos de divergências. O resultado obtido foi a importância da afetividade na educação infantil e as práticas pedagógicas, ao ensino e aprendizagem, e principalmente as relações afetivas entre educador e o educando, ressaltando que através da afetividade a criança se desenvolve em todos os campos, emocional, cognitivo, intelectual e sua autonomia, como também é devido à afetividade, que nossas crianças são capazes de criar laços de afeições entre seus pares, educadores e familiares, construindo melhor a sua aprendizagem.

 

Palavras-chave: Afetividade. Práticas Pedagógicas. Relação educador e educando.

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Este artigo acadêmico tem por finalidade refletir sobre a importância da afetividade na Educação Infantil.  Alguns teóricos da educação, psicopedagogos psicólogos, vem debatendo amplamente o assunto com a finalidade de encontrar um elo significativo na formação da criança, através da afetividade. 

A afetividade não pode passar despercebida porque está presente no processo de desenvolvimento da criança. As famílias, escola e creches, ignoram a importância da afetividade na Educação Infantil, entretanto, é durante este período da vida escolar que as crianças adquirem suas primeiras experiências didáticas.


Dessa forma, o presente artigo, tem seu valor ao introduzir uma reflexão em torno do desenvolvimento integral da criança, para que ocorra de forma ampla, em todos os aspectos, tendo em vista que é comum algumas crianças apresentarem frustrações, diretamente relacionadas à afetividade, não acreditando em suas próprias capacidades de aprender e de se relacionar com o outro.

 

Sendo assim, a abordagem da importância de se aplicar a afetividade na educação infantil, para o desenvolvimento e construção de um ser humano é necessária, para que ocorra aquisição de novos conhecimentos.

La Taille; Oliveira; Dantas, afirma que:

Segundo Wallon, a longa fase emocional da infância tem sua correspondente na história da espécie; nas associações humanas mais primitivas, o contágio afetivo supre, pela criação de um vínculo poderoso para a ação comum, as insuficiências da técnica e dos instrumentos intelectuais (1992, p.89).

A escolha do tema deu-se pela frequente prática pedagógica, que há quatro anos, tem sido exercida na Educação Infantil, e no estágio supervisionado realizado durante a trajetória acadêmica. Ambas experiências influenciaram a escolha do tema abordado neste artigo. Espera-se que este estudo traga contribuições para profissionais que atuam na área da Educação Infantil bem como os familiares.

Neste artigo consta-se dados e informações sobre a importância da afetividade na educação infantil, na construção e na desenvoltura da criança, e na visão de nomes renomados, que aprofundaram suas pesquisas de como ocorre e acontece o desenvolvimento infantil, e a abordagem de como o educador deve empenhar-se ao ensinar nessa faixa etária. 

 

1. A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

 

A afetividade na educação infantil é importante para a criança, pois é ela que passa muito tempo dentro da creche, e é o professor que tem que fazer esse elo de afetividade entre a criança, para que ocorra o desenvolvimento do ensino e aprendizagem. Vários teóricos vêm desenvolvendo um olhar mais voltado ao tema, onde mostram a direção para se chegar a um resultado importante, tais como La Taille; Oliveira; Dantas que afirmam:

Na psicogenética de Henry Wallon, a dimensão afetiva ocupa o lugar central, tanto do ponto de vista da construção da pessoa quanto do conhecimento. Ambos se iniciam em um período que é denominado impulsivo-emocional e se estende ao longo do primeiro ano de vida. Neste momento a afetividade reduz-se praticamente, as manifestações fisiológicas da emoção (LA TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992, p.85).


De acordo com Wallon, segundo La Taille; Oliveira; Dantas (1992), o profissional da educação só conhece a amplitude do desenvolvimento das funções mentais que é relacionado à afetividade, e é de suma importância o seu papel para a organização da criança, através das experiências que são necessárias para transmitir a afetividade de um sujeito para com o outro.

A afetividade é necessária para que ocorra a aprendizagem completa e tem início durante o primeiro ano de vida, que tem por nome predominância afetiva, sendo o instrumento da interação entre criança e seu meio social, essa relação com o mundo físico é mediado por pessoas que convivem com o menor.

Para falarmos em educação infantil não devemos deixar de relatar a Constituição Federal de 1988, que reconhece creches e pré-escolas como direito da criança e um dever do estado a ser cumprido no sistema de ensino, bem como  a LDB de 1996 (Lei de Diretrizes e base da educação), onde a criança passa a ter direitos à educação, como o cuidar e educar, como opção familiar e dever do estado, desenvolvendo os aspectos sociais, cognitivos, afetivos e a interação com o meio em que a criança está inserida.

Didonet afirma que “não pode haver educação de crianças pequenas sem o cuidado de seu corpo, sua alimentação, sua saúde, sua higiene, seu crescimento e desenvolvimento motor é físico. ” (2001, p.11-28).

Ainda de acordo com o referido autor, antes de falar sobre educação infantil, devemos nos preocupar em como cuidar destas crianças em todos seus aspectos, entre eles fisiológico, motor e físico.

 

 

2. A AFETIVIDADE NA VISÃO DE JEAN PIAGET E HENRI WALLON

 

Segundo La Taille; Oliveira; Dantas (1992), Piaget dialoga sobre a infância que acontece no desenvolvimento da vida orgânica da criança, onde ocorre seu equilíbrio e maturação. Fala de como ocorre o desenvolvimento relacionado a afetividade na infância: exemplo de uma mãe, ela carrega em seu ventre um bebê, que irá transmitir seu estado de ânimo, movimento e sentimentos. A criança irá sentir tudo dentro do ventre da mãe, de tais situações estabelecera a forma, de como sua individualidade, suas situações emocionais.

 

Ainda se tratando de tais autores, estes afirmam que Piaget tem como foco em sua pesquisa a criança, estabelecendo relações significativas entre a inteligência e a interação social do indivíduo. Afirmam ainda que:

Piaget fala se tomamos a noção do social nos diferentes sentidos do termo, isto é, englobando tanto as tendências hereditárias que nos levam à vida em comum e à imitação, como, mas relações “exteriores” (no sentido de Durkheim) dos indivíduos entre eles, não se pode negar que, desde o nascimento, o desenvolvimento intelectual é, simultaneamente, obra da sociedade e do indivíduo (LA TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992, p.11 e 12).

Nota-se a importância que a afetividade possui na construção do intelecto e de como é transmitida na infância. Para melhor entender a relação entre afetividade e socialização, não devemos deixar de falar do material genético afetivo relacionado à figura materna, do seu convívio diário, com quem tem esse contato, trazendo assim, um significado para vida social e emocional do indivíduo que apresenta uma conexão de carinho ou cuidado, em que pode sentir com o indivíduo mais próximo, associando assim a criança a expressar seus sentimentos e emoções a outro ser, vinculado à afetividade e a socialização. É através dessa troca de experiências que a infância começa a imitar, imaginar, fantasiar e expressar-se, trazendo assim, para o seu mundo real.

Para assimilar o aspecto da educação infantil, é preciso compreender a psicologia do desenvolvimento infantil, sobretudo, a evolução do cognitivo e a socialização. A infância é o período em que o ser humano constrói os primeiros valores, que se apresenta de modo significativo, é a etapa de adaptação ao meio físico e social. A adaptação, aqui, é “equilíbrio”, que o desenvolvimento ocorre durante toda a infância, adolescência e especifica a elaboração própria da época real.

 Segundo Piaget (1985), apud La Taille; Oliveira; Dantas (1992), a criança é capaz de ser educada, e consegue conviver em ambiente social diferenciado. Para estes autores (1992, p.11), “a inteligência humana somente se desenvolve no indivíduo em função de interações sociais que são, em geral, demasiadamente negligenciadas. ”

A criança é um ser que se socializa com outras pessoas, pensar nessa infância fora da socialização ao ambiente de seu convívio é simplesmente pensar que esta não vive. 

Segundo La Taille; Oliveira; Dantas (1992, p.14), na psicogenética de Piaget, o “ser social” de mais alto nível é justamente aquele que consegue relacionar-se com seus semelhantes de forma equilibrada. Sendo assim, a criança que sabe se relacionar com outro indivíduo com facilidade, reflete possuir um desenvolvimento satisfatório em relação aos processos de interação social. 

Não devemos esquecer que para Piaget, conforme La Taille; Oliveira; Dantas (1992), a afetividade, não se limita unicamente ao sentimento e aos conhecimentos, mas envolve também as vertentes da escolha.

Piaget dividiu em períodos a maneira como acontece o desenvolvimento cognitivo e as interações sociais de cada etapa da infância, tudo isso ocorre graças a afetividade, vejamos a seguir:

Período sensório-motor -   É onde a criança constrói esquemas de ações, de equilíbrio das ações que estabelecem uma espécie de lógica das ações e das percepções. Nesse período a organização da inteligência comunica a decorrente, na qual as ações serão interiorizadas e efetuadas mentalmente.

Período Pré-operatório -  A inteligência embora seja capaz de empregar símbolos e signos, neste período falta a reversibilidade, ou seja, a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e estado final de alguma transformação efetuada sobre os objetos.

Período concreto – A criança raciocina de forma coerente, contando que possa manipular os objetos ou imaginar-se nessa situação de manipulação.Período formal – nesta etapa a criança já e capaz de raciocinar sobre simples hipóteses.  Reversibilidade será construída nesses dois últimos períodos. (apud LA TAILLE; YVES,1992, p.17-18). 

Piaget, segundo La Taille; Oliveira; Dantas (1992), foi um dos grandes pesquisadores da psicologia do desenvolvimento; aplicou o seu estudo relacionado a evolução cognitiva, de acordo com a concepção da inteligência, e do raciocínio. Ele definiu também os diversos graus de socialização, que ocorre do “grau zero” (recém-nascido) e vai até o grau máximo (Pré-adolescência), onde se passa o conceito de personalidade. O desenvolvimento passa por aspectos de qualidade das trocas de conhecimentos, o indivíduo com mais conhecimento desfruta plenamente da autonomia, quanto mais contribuição recebe dos demais.

Mas foi Wallon, conforme La Taille; Oliveira; Dantas (1992), que se empenhou em conhecer a infância e os caminhos da inteligência nas crianças, onde relata também que as crianças têm corpo e emoções (e não apenas cabeça), pois seu desenvolvimento intelectual engloba muito mais do que um cérebro. Este desenvolvimento segue três princípios: motor, afetivo e cognitivo. Foi Henri Wallon que aprofundou seus estudos a afetividade na educação infantil.

Segundo Wallon, “afetividade é componente da ação, e se deve entender como emocional e também um estado da serenidade. ” (apud LA TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS,1992, p.88)

O conhecimento e desenvolvimento para Wallon, segundo LA TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS (1992), depende do biológico do sujeito, em relação ao ambiente social que está inserido, que atinge de alguma maneira a criança de forma positiva.

As crianças muitas das vezes vão para a creche já com uma bagagem significativa, que é do convívio familiar. A criança já consegue se expressar quando quer algo. Para desenvolver e ampliar o conhecimento dessa criança o espaço tem que ser prazeroso, tem que ter afetividade na relação do educador com a criança.

Segundo Wallon. “[...] a afetividade refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo e interno por meio de sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis. ” (apud ALMEIDA; MAHONEY, 2007, p. 17).

O profissional da educação precisa conhecer a amplitude do desenvolvimento das funções mentais relacionado à afetividade, e é de suma importância o seu papel para o desenvolvimento da criança, através das experiências que são necessárias para transmitir a afetividade de um sujeito para com o outro.

 

 

3. AÇÕES DE COMO TRABALHAR NA EDUCAÇAO INFANTIL

 

O profissional da educação infantil, ao elaborar o planejamento educacional, deve-se atentar para a realidade do meio em que as crianças estão inseridas, tendo seu olhar para as questões emocionais, culturais e socioeconômicas, voltado para uma prática pedagógica que valoriza o aluno como um todo. A criança está inserida em um mundo de relações fantásticas e intensas, é importante a relação das vivências infantis em toda sua etapa de vida, relacionada a afetividade e da relação afetiva com o professor e aluno.


Por isso, nós educadoras, devemos cativar esse elo de afetividade com nossas crianças, sempre observando o seu processo de desenvolvimento, conforme afirmado por Oliveira (2011, p.128):

 

O educador deve conhecer como cada criança reage e modifica sua forma de sentir, pensar, falar e construir coisas, mas também o potencial de aprendizagem presente em cada atividade realizada na creche de educação infantil e a interação do adulto com a criança e de suma importância para o desenvolvimento da mesma.

O educador deve planejar a proposta pedagógica, onde as crianças possam desenvolver e explorar seus potenciais. É através do lúdico e brincadeiras, que poderemos observar, chamar sua atenção e ainda proporcionar desafios para as crianças.

Segundo Oliveira (2003, p.7):

É o educador de creche, “considerado como sendo todo o profissional que trabalha diretamente com as crianças no período em que elas ficam na creche ou pré-escola”, que vai medir o desenvolvimento as necessidades da criança com o ambiente a sua volta.

O educador da instituição, deve levar em conta a importância dos momentos em que as crianças brincam livremente dentro do espaço educacional. É através das brincadeiras que elas terão contato com o outro, sejam com os adultos, ou com outras crianças. Nesse momento, cria-se um elo afetivo importante para estabelecer suas estruturas de personalidade saudável e alegre.

Para Biasoli - Alves (2004), o grupo familiar também é importante na determinação e organização da personalidade, além de influenciar significativamente o comportamento individual através de ações e medidas educativas adotadas no âmbito familiar.

De acordo Biasoli Alves (2004), a família exerce um papel importantíssimo que vai determinar o caráter do indivíduo e que irá determinar o convívio em sociedade e na vida educacional. A família é o principal âmbito, onde ocorre a socialização e afetividade. Os primeiros conhecimentos acontecem nessa etapa de convivência, e os valores sociais dentro de cada indivíduo, individualmente ou em grupo. A afetividade está relacionada com o aspecto intelectual, cognitivo, afetivo e a socialização da criança.


De acordo com o RCNEI (Referencial curricular nacional para a educação infantil), BRASIL (1998), a criança já nasce pronta com várias vertentes para se relacionar e aprender, como pode ser verificado no trecho a seguir:

 

A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar, podendo aprender, nas trocas sociais, com diferentes crianças e adultos cujas percepções e compreensões da realidade também são diversas. Para se desenvolver, portanto, as crianças precisam aprender com os outros, por meio dos vínculos que estabelece. Se as aprendizagens acontecem na interação com as outras pessoas, sejam elas adultos ou crianças, elas também dependem dos recursos de cada criança. Dentre os recursos que as crianças utilizam, destacam-se a imitação, o faz-de-conta, a oposição, a linguagem e a apropriação da imagem corporal. (BRASIL, 1998, p.21).

 

De acordo com o RCNEI, a criança nasce com os aspectos prontos para se relacionar com outros indivíduos ao seu redor, gosta de estar perto dos adultos que se interagem e aprendem com elas, que possam compreendê-las em seu ambiente. Desenvolve habilidades conforme se relaciona com outras crianças, se sente segura. É capaz de expressar e através da troca de conhecimentos, amplia seu repertório de ensino aprendizagem. Quando a criança já começa a se desenvolver, ela utiliza o seu corpo para expressar o que quer ou não quer, estimula sua imaginação, a linguagem oral e corporal.

Mas para que ocorra o desenvolvimento é preciso haver afetividade entre professor e aluno, porque sem ela, não acontece a aprendizagem.

A afetividade é um elemento cultural que faz com que tenha peculiaridades de acordo com cada cultura. Elemento importante em todas as etapas da vida de uma pessoa, a afetividade tem relevância fundamental no processo de ensino e aprendizagem no que diz respeito motivação, avaliação e relação professor e aluno (VYGOTSKY, 1998, p.42).

Sendo assim, Vygotsky (1998), afirma que a aprendizagem ocorre em parceria com os aspectos afetivos, de maneira que a afetividade será de suma importância para a construção do conhecimento. Pais, professores e educadores, devem entender que assumem papel importante nesse processo e colaboram para a formação de um ser humano, e isso somente ocorrerá pelo amor e afeto. Esses aspectos são a chave para a educação, já que influenciam diretamente na construção de um ser aberto ao conhecimento, seja ele científico ou filosófico, com a mente aberta a novas descobertas e sujeito ás críticas existentes.


“Ao mesmo tempo em que a criança modifica seu meio, ao constituir seu meio, atribuindo-lhe a cada momento determinado significado, ela transforma sua maneira de expressar-se, pensar, agir e sentir. ” (OLIVEIRA, 2011, p.130).  De acordo com Oliveira (2011), a criança se interage, desenvolve e já consegue delimitar o espaço de convívio com o outro, consegue se expressar de forma ampla em todos os aspectos.

 

Rodrigues; Silva e Pariz (2005, p.92), referem-se à incorporação da ideia de Paulo Freire sobre o tema gerador na Educação Infantil, entendendo que educar é um ato de ensinar a ler a realidade. Consiste assim, numa prática a partir da qual se busca atender as necessidades sociais, afetivas e cognitivas das crianças.

Estes autores baseiam–se em um método para ensinar as crianças de acordo com o método Paulo Freire, o tema gerador. Para se trabalhar com a educação infantil é necessário partir da realidade das crianças de forma lúdica, aguçando a imaginação por meio de brincadeiras que possam desenvolver em seu meio social, aspectos cognitivos e sua interação com outras crianças.

A criança se desenvolve e enriquece seus conhecimentos através da troca de experiências com quem convive e tem contato, ou seja, no meio que está inserida:

Família e escola constroem no indivíduo os universos da sua autoestima, confiança, emoções, sentimentos e atributos que personificam suas estruturas pessoais e seus vínculos afetivos. Escola e família não podem estar dissociadas uma da outra, pois são ligadas pelos veios afetivos do educando (CUNHA, 2010, p. 96).

Nota-se que o referido autor destaca a importância de uma educação relacionada à afetividade, onde a família e escola se unem para que nossas crianças tenham um processo saudável, e quando nossas crianças estão felizes, são mais favoráveis a afetividade e isso favorece os processos de ensino e aprendizagem.

  

CONSIDERAÇÕES 

 

Todo esse processo de estudo apresentado, baseou-se nos teóricos que abordam a afetividade na educação infantil.  A afetividade está no cotidiano da criança, em todo momento, na sua relação com o outro.

Devemos permear as relações da família, profissionais ou pessoais que estão relacionadas à afetividade para que as crianças sejam capazes de ter sonhos, esperanças, desejos e resistência as suas frustrações. A afetividade é considerada importantíssima para que a criança se desenvolva em todos os campos, emocional, cognitivo, intelectual e sua autonomia.

 

É na afetividade que o ser humano demonstra seus sentimentos, relacionados a outros seres e objetos. É através dela, que as crianças são capazes de criar laços de afeições e desenvolver sua aprendizagem de maneira significativa. 

 

REFERÊNCIAS 

 

ALMEIDA, Laurinda R.; MAHONEY, Abigail A. (Orgs). Afetividade e aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2007. 

 

BIASOLI-ALVES, Z. M. M.Pesquisando e intervindo com famílias de camadas diversificadas.In: ALTHOFF, C. R., ELSEN, I. & NITSCHKE R. G. (Orgs.). Pesquisando a família: olhares contemporâneos. Florianópolis: Papa-livro, 2004. p. 91-106.

 

BRASIL. Constituição Federal de 1988. 

 

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei 9394/96.

 

BRASIL.Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v.2, Formação Pessoal.

 

CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e aprendizagem: relação da amorosidade e saber na prática pedagógica. 2 ed. Rio de Janeiro: WAK, 2010.

 

DIDONET, V. Creche: a que veio, para onde vai. In: Educação Infantil: a creche, um bom começo. Em Aberto/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Brasília, v 18, n. 73. p.11-28, 2001.

 

ENDERLE, Carmen. Psicologia do desenvolvimento: o processo evolutivo da criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.


LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA Marta Kohl de.  DANTAS, Heloisa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus,1992.

 

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Educação infantil: fundamentos e métodos. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

 

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Diretrizes para a formação de professores de educação infantil. Revista Pátio Educação Infantil, Porto Alegre, Ano I, n.2, p.06-09, ago. /nov.2003

 

RODRIGUES, A.S.; SILVA, A.T.R.; PARIZ, JTeorias da aprendizagem. Curitiba: IESDE, 2005.    

 

VIGOTSKY, L. SA formação social da mente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1998.