ELA DIZ: ADORO VOCÊ

"Mas esse cara/Tem a língua solta/A minha carta/Ele musicou/ Tava em casa/A vitamina pronta/Ouvi no rádio/A minha carta/De amor.../" bem ao estilo da música E. C. T de Cássia Eller, uma amiga pediu para que eu divulgasse a seguinte carta que ela escreveu. Tal carinha especial, nas linhas abaixo está uma declaração dos mais complexos sentimentos que ela não conseguiu falar pessoalmente.


"Sabe aquela pessoa com quem você sonha enquanto dorme e te faz suspirar acordada?! Então, da maneira mais bizarra que existe, em meio a uma brincadeira inocente e que não era pra ter repercussão alguma, eu encontrei um grande companheiro, aquele com o qual os meus segredos mais obscuros tornam-se transparentes, os meus medos são aguçados e os mais variados sentimentos experimentados.

Sem rótulos, sem pressão e, muito menos, sem explicação alguma. Mas, principalmente, sem rotina, pois ele é do tipo to cara que brinco ter medo de sair para algum programa e amanhecer no Acre no outro dia, já que resolve as coisas de última hora e eu acato as suas loucuras. Sim, parece que ele é o dono do Tico e eu do Teco, pois as idéias e as vontades se misturam (isso quando não são as mesmas), ou seja, puro sinônimo para companheirismo e cumplicidade.

Pensa em uma pessoa que conhece a sua alma, as suas vontades e todas as suas expressões. Assim, tentar fingir uma situação ou ocultar uma verdade é impossível, pois ele sabe ler a mensagem escrita em meu olhar ou no tom da minha voz. Ele mudou muita coisa em mim, principalmente nas minhas atitudes, em que sofri tal metamorfose não simplesmente para querer agradá-lo, mas acho que foi pela maneira como o fez, ele soube ter o seu papel na minha vida e tornar-se fundamental nela. Dou valor nisso.

Parece que não tentando agradá-lo, com o maior medo de fazer a coisa certa e me envolver mais que poderia, eu voltei a ser eu mesma, sem aquela postura de inabalável que destilava e passei a ser uma garota careta novamente. Mais estranho ainda foi que eu gostei disso.

Sempre fui aquele tipo de pessoa que não gostava de dar satisfação, de compartilhar sentimentos, que sofria uma profunda aversão a palavra namoro e que se encantava fácil por alguém, mas que não gostava de verdade. Para quebrar todos os meus paradigmas, além de passarmos a semana juntos durante as manhãs e alguns dias a noite, sempre arrumamos algum programa para o final de semana, desde pequenas coisas até viagens. Não interessa se são situações elaboras ou algo mais simples, tudo é bom simplesmente por estar em sua companhia e só eu sei o quanto sinto sua falta ao voltarmos à realidade, dormir sem seu abraço e acordar sem o seu beijo de bom dia. Fazer o que, se hoje tenho algum vício é ele, minha overdose diária de felicidade.

Com ele aprendi que posso chorar que eu não preciso ser forte vinte e quatro horas. Assim, me ensinou que não existe problema em ser gente, em transparecer os sentimentos, pois não há vergonha nisso. Mas o melhor é saber que por pior que a situação seja ele estará ao meu lado, se eu cair ele me dará à mão e me ajudará a levantar e caso várias lágrimas sejam derramadas outros diversos sorrisos serão provocados por ele para compensar.

Não interessa à hora ou o lugar, nos entendemos e cuidamos um do outro a nossa maneira. Ele desperta uma fera em mim que não permite que nenhum comentário maldoso referente à sua pessoa seja feito, o que faz com que eu me meta em brigas que nem minhas são. Isso tudo por qual motivo mesmo? Ainda não sei, mas acho que pelo simples fato do olhar dele me acalmar, dele provocar um sentimento que nenhuma outra pessoa conseguiu até hoje, por ele me fazer sentir segura em sua companhia ou pelo simples fato de eu ser feliz ao seu lado. E olha que eu nem gostava dele. Pensa em duas pessoas que conviveram diariamente por mais de dois anos e o máximo que falaram um ao outro foi um simples "oi". Metidos e chatos eram exemplos dos adjetivos atribuídos a ambos, derivados de rótulos, de estereótipos que não remetem a realidade, as simples barreiras imaginárias dos cidadãos. Mas acho que a graça do que vivemos está justamente nisso, porque é algo que ninguém nunca imaginou que poderia acontecer, mas ainda bem que acontece. Uma única palavra descreve toda a situação, surreal.

O beijo, o cheiro e o toque. Tudo é bom, muito bom. As conversas infinitas, pois assunto é o que não falta, a preguiça compartilhada, as dores musculares dos treinos, as piadas e a família dele. Tudo me faz sentir bem, algo natural, não precisa forçar nada. Ele me completa e sua família me diverte, ou seja, sou realmente feliz quando estou entre eles. Sabe aquela sensação acolhedora que provoca um frio na barriga?! Então, com eles me sinto assim. Não sei ao certo a explicação para isso, só tenho a certeza que é um sentimento muito bom.

Ninguém entende a nossa situação, mas não tem problema, pois nem os dois protagonistas dessa história entendem. Todos perguntam o que somos um do outro e falamos que somos amigos. Acima de qualquer coisa, somos ótimos amigos e companheiros como numa vi igual. Então que façamos um acordo, quando eu descobrir o que está acontecendo, qual é a nossa situação eu conto aos outros, mas enquanto isso eu vou vivendo a nossa maneira que está muito bom.

Meu companheiro, meu amigo, um grande amor. A união de todos esses elementos em um único ser. Assim, quem diria que em meio a uma brincadeira de verdade ou conseqüência eu encontraria uns dos maiores companheiros da minha vida, o cara que mais gostei, que realmente gostei... Se não for o único, pelo qual chego a perder a respiração. Obrigada por me fazer sentir feliz, realizada e especial.
Adoro você"


As pessoas são engraçadas, para transmitir os sentimentos usam dos mais variados recursos, a fala, a escrita ou a música, por exemplo. No fundo, acho que não interessam os meios, pois o importante é expressar ao outro a importância desse. Assim, seja bizarro, ame, chore, decepcione-se, ria muito, mas nunca tema ser feliz.

(Mariana Tannous Dias Batista)