A 30ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estados e Governos da União Africana (UA) abertiu seus trabalhos, domingo pela tarde em Adis Abeba, sob o tema "Ganhar a luta contra a corrupção: um longo caminho para a transformaçao da Africa", a qual faz parte da 32ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo do bloco pan-africano.
 
A cerimônia de abertura foi marcada pela interpretação do hino da UA pelo coro da Comissão da UA e pelo discurso de Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana. , apresentando o tema da Cimeira e dando as boas vindas aos presidentes recém-eleitos da Libéria, da Angola e da Quênia. 
 
Na agenda desta Cimeira, figuram várias questões relacionadas, em particular, com a paz e a segurança, bem como o desenvolvimento e as reformas institucionais da organização continental. Esta Cimeira de dois dias procurará também solidificar o compromisso político para uma África não corrupta,  integrada, democraticamente governada, em conformidade  com a Agenda 2063: "A África que queremos".
 
A participação do Reino nesta Cimeira ocorre um ano depois de retornar à União Africana. Um retorno que foi muitas vezes elogiado em várias ocasiões por muitos Chefes de Estado, bem como por especialistas e observadores que viram nisso um "valor real agregado" para a ação africana e um passo susceptível de aumentar a eficácia da organização pan-africana, bem como promove a cooperação e a  parceria no cenário internacional. De facto, vários líderes africanos, citados em diferentes jornais  e na revista mensal Panafricana "Hommes d'Afrique Magazine" no primeiro aniversário do retorno de Marrocos à UA, congratulam-se com este retorno histórico, chamando-o de um desenvolvimento que faz África "maior e mais forte". 
 
"Com este retorno de Marrocos, a África está se tornando cada vez mais forte", disse o presidente ruandês, Paul Kagame, que assumirá a presidência rotativa da UA, na  margem da 30º Cimeira do bloco africano, que se realizada em Addis Abeba. 
 
Para Kagame, o retorno de Marrocos, selado na margem da 28ª Cimeria Africana, realizado há um ano na capital etíope, representa "um importante ganho que os países africanos devem explorar para  o fortalecimento da unidade e solidariedade".
 
Por seu lado, o Presidente Guineense e  o Presidente interino da AU, Alpha Condé citou o discurso histórico pronunciado por Sua Majestade o Rei Mohammed VI na 28ª Cimeria da UA, sublinhando que o Soberano " " exprimiu com coração" na frente desta Cimeira. O retorno de Marrocos deve tomar seu destino na mão", sublinhou Condé, destacando o importante papel desempenhado pelo Marrocos, particularmente na gestão do dossiê de imigração. 
 
A ex-presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, por sua vez, enfatizou o retorno de Marrocos, ao dizer que a África "quer falar com uma só voz".
 
Esta 30ª Cimeira vem após a eleição de Marrocos para o Conselho de Paz e Segurança (PSC) da União Africana. Foi durante a reunião da sexta-feira passada em Addis Abeba,  e pela 32ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo. Marrocos, que tem 39 votos, faz parte também da CPS para um mandato de dois anos (2018-2020), renovável
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De acordo com o Ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, Nasser Bourita, trata  de um reconhecimento do papel muito construtivo e da ação unida realizada sob a liderança iluminada do Rei Mohamed VI, tanto no campo de manutenção da paz do que em termos de ação humanitária. "Hoje, Marrocos iniciará um mandato de dois anos neste importante órgão da UA", suboinhou  o ministro, ressaltando que a eleição de Marrocos para a CPS foi um dos objetivos importantes da Diplomacia marroquina, após o retorno de Marrocos para a UA em janeiro de 2017
 
Os desafios da 30ª Cimeira da UA
 
Nesta Cimeria, os líderes africanos discutiram uma série de questões importantes, enfocando em particular a questão espinhosa da reforma das instituições pan-africanas e o financiamento da organização. Esta reforma visa concentrar a ação da organização em quatro áreas específicas: a paz, a segurança, os 
assuntos políticos e a criação de uma zona livre de comércio continental e representação da organização em assuntos mundiais. Além das reformas, haverá também a eleição do presidente da UA para o exercício de 2018. Esta é mais uma designação. Trata por sua vez de um acordo e uma alternância regional, sendo a vez da África Oriental para assumir a presidência. O presidente guineense Alpha Condé deve, portanto, ceder a tocha ao presidente ruandês Paul Kagame. 
 
No plano da segurança, a Cimeira de Addis Abeba examinou como conter os bolsões de desestabilização causados pelo terrorismo e crime organizado, tendo em vista uma melhor resposta ao fenômeno da migração clandestina que afeta muitos países africanos. A imigração ocupou um lugar proeminente nas discussões dos Chefes de Estado e de Governo. Sua Majestade o Rei Mohammed VI foi nomeado Líder da questão da migração na 28ª Cimeira da UA.

Lahcen EL MOUTAQI

Prof: Rabat-Marrocos