ACESSO À FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE: OPORTUNIDADE PARA TODOS VS FACTORES DISCRIMINANTES

 

Lucas Fernando Mulhovo1

 

RESUMO

Este artigo intitula-se “Acesso à Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane: Oportunidade para todos VS Factores Discriminantes”. Busca analisar as dificuldades que os estudantes encaram no acesso à Faculdade de Medicina, identificando os factores que contribuem no ingresso. Para tanto, utilizou-se de uma abordagem predominantemente qualitativa, a partir de questionários e entrevistas aos estudantes que não conseguiram ingressar na Faculdade de Medicina, aos professores de Biologia e Química das escolas secundárias e aos estudantes da 12ª classe. Os resultados obtidos revelaram que a preparação do estudante da escola secundária pública é permeada por dificuldades, dentre as quais destacam-se a falta de recursos (Bibliotecas apetrechadas e material laboratorial), a falta de constantes capacitações de professores em metodologias de ensino nas suas áreas específicas, o número de vagas para o curso que é muito reduzido tendo em vista a procura.

O ingresso na Faculdade de Medicina assim como em outras Universidades cujo critério de selecção é a nota obtida no exame de admissão, faz com que muitos estudantes vindos das escolas secundárias públicas não admitissem na sua maioria, comparativamente com os que vêm das escolas privadas apetrechadas e com professores qualificados e actualizados. Neste sentido, para se colmatar este problema, além de medidas conjuntas entre governo e universidade que visem a educação para todos, outras políticas de admissão nas universidades precisam caminhar junto às do ensino geral a fim de que, ao se candidatarem para o ingresso, todos os candidatos tenham as mesmas oportunidades.

 

Palavras-chave: Acesso à Faculdade de Medicina. Oportunidade. Factores Discriminantes. Preparação do estudante. Condições das escolas.

  

ABSTRACT

This article is titled "Access to the Faculty of Medicine of Eduardo Mondlane University: Opportunity for all VS Discriminant Factors". It seeks to analyze the difficulties that students face in accessing the Faculty of Medicine, identifying the factors that contribute to the admission. For that, a predominantly qualitative approach was used, from questionnaires and interviews to the students who were not able to join the Faculty of Medicine, to the Biology and Chemistry professors of the secondary schools and to the students of the 12th class. The results showed that the preparation of the student of the public secondary school is permeated by difficulties, such as the lack of resources (Equipped libraries and laboratory material), the lack of constant training of teachers in teaching methodologies in their areas the number of places for the course which is very small in view of demand.

Admission to the Faculty of Medicine, as well as other universities whose selection criterion is the mark obtained in the entrance examination, means that many students coming from the public secondary schools do not admit in their majority, compared to those that come from the private schools equipped and with qualified and updated teachers. In this sense, in order to address this problem, in addition to joint measures between government and university aimed at education for all, other policies for admission to universities must go hand in hand with those of general education, so that, when applying for admission, all have the same opportunities.

 

Key words: Access to the Faculty of Medicine. Opportunity. Discriminant Factors. Preparation of the student. School conditions.

 

 

 

INTRODUÇÃO

O acesso à Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) é entendido como o ingresso de maiores percentuais de estudantes que desejam ter uma formação e actuar na área de Medicina. A igualdade requer que as oportunidades estejam igualmente disponíveis a todos os cidadãos. A questão do acesso à Faculdade torna-se, na maior parte das vezes, ou uma discussão técnica onde predominam as considerações sobre os mecanismos do processo seletivo, os exames, ou constitui-se de estudos sobre a influência da origem socioeconómica dos candidatos nos níveis de desempenho no exame.

Frequentemente, a maior parte de estudantes moçambicanos tendem a frequentar Cursos que não são da sua preferência e consequentemente têm tido insucesso durante a formação ou passam dificuldades no trabalho. O ensino superior em especial a Universidade Pública não é para qualquer estudante; há neste caso, muitos estudantes que terminam o nível médio e não conseguem ingressar nas Universidades públicas onde o valor das propinas é acessível.

Realizar um Curso superior em Universidade pública em Moçambique não é tarefa fácil, especialmente para estudantes proveniente do ensino público. Além da grande concorrência que eles enfrentam, o seu nível de preparação baixo, que pode ser causado pela falta de condições nas escolas secundarias públicas assim como a falta de uma formação continuada de professores em áreas específicas, faz com que muitos alunos nem consigam fazer um Curso superior. Mas aqueles estudantes cujas famílias possuem condições para pagar Universidades privadas, inscrevem-se e avançam os estudos mesmo não sendo o Curso do seu sonho.

Como apontam VASCONCELOS & SILVA, “apenas uma pequena parcela dos que concluem escola pública enfrenta o exame de admissão, mas encontra pela frente uma competição injusta, especialmente pelo menor preparo que apresentam em relação aos alunos provenientes das escolas particulares e cursinhos de preparação” (VASCONCELOS & SILVA, 2005:12). Estes é que são privilegiados em comparação aos que não tiveram uma boa preparação antes de ingressar.

São aqui, analisadas as dificuldades que os estudantes passam no acesso ao Curso de Medicina da UEM. Especificamente, a presente pesquisa propõe-se a estudar para além das dificuldades de estudantes, também os factores que influenciam para o ingresso à Faculdade: as condições socioeconómicas dos estudantes, o apetrechamento das escolas públicas, a formação continuada de professores do ensino geral, entre outros.

Esta pesquisa é de natureza qualitativa e com ela pretendemos contribuir para a compreensão das implicações da formação de médicos em boa quantidade e qualidade para o bem-estar dos moçambicanos, garantindo a igualdade ao nível das classes sociais, possivelmente, incentivar novas investigações no âmbito desta problemática de dificuldades no acesso à Faculdade de Medicina da UEM.

 

METODOLOGIAS

A presente pesquisa é de natureza qualitativa e procura fazer uma abordagem à literatura sobre a qualidade no acesso à Universidade Pública Moçambicana, com particular atenção à Faculdade de Medicina da UEM. Abarca igualmente variáveis que têm a ver com os factores que influenciam no ingresso, pretendendo perceber como é que cada factor pode contribuir para o sucesso ou insucesso no ingresso. Os instrumentos de coleta de dados foram com este estudo validados para a população escolar moçambicana.

Constitui o foco fundamental desta parte não só a apresentação do percurso metodológico baseado na análise do problema em estudo mas também o campo da pesquisa e as razões da sua escolha. Constam ainda desta parte aspectos que se relacionam com a amostra, os instrumentos de recolha dos dados. Como esclarece BARROS & LEHFELD, o investigador na pesquisa de campo assume o papel de observador e explorador colectando directamente os dados no local em que se deram ou surgiram os fenômenos, a partir do uso de métodos como observação participante ou não participante, entrevista, questionário, o pesquisador busca as informações sobre o objecto de estudo (BARROS & LEHFELD, 2007).

De acordo com os fundamentos do GIL, sobre a importância do método de observação numa pesquisa, neste contexto, a observação acompanhou todo o processo visto que há informações que não precisamos adquirir entrevistando ou inquerindo. Foram observadas as condições de algumas escolas secundárias públicas e privadas da cidade e província de Maputo (Josina Machel, Manhiça, Guaza-mutini, Escola portuguesa) para apreciar o nível do seu apetrechamento (GIL, 1989).

Para além da observação foi usada a entrevista como instrumento de coleta de dados. A entrevista foi feita aos professores do ensino secundário para a operacionalização da hipótese sobre as condições das escolas e a formação continuada dos professores de Biologia e Química, tanto das escolas públicas assim como das privadas. Em seguida, utilizou-se o mesmo instrumento para estudantes de algumas instituições do ensino (aqueles que já fizeram o nível médio) para averiguarmos o mesmo tipo de informação, identificando as causas do insucesso na admissão à Faculdade. Este instrumento possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social e a obtenção de maior número de respostas, posto que é mais fácil deixar de responder a um questionário do que negar-se a ser entrevistado por causa de tantas tarefas. (SILVA & MENEZES, 2005). Foi feito também o questionário aos estudantes da 12ª classe nas escolas públicas (nas mesmas escolas onde entrevistamos os professores), para a apreciação do nível de preparação, utilização do material didáctico de Química e Biologia, existência e utilização do Laboratório e Biblioteca escolar e outros aspectos que podem influenciar no desenvolvimento intelectual.

Para a amostra, foram adaptados dois instrumentos que permitissem avaliar, por um lado, o nível de preparação de estudantes para enfrentar os exames de admissão e as condições financeiras dos pais assim como o apetrechamento das escolas e, por outro lado, a formação continuada de professores que por sua vez pode contribuir para o apoio pedagógico dos estudantes.

 Numa população de estudantes que não conseguiram ingressar na Faculdade de Medicina da UEM, foram entrevistados 44 (encontrados em diferentes contextos). Para além destes, entrevistamos 20 professores de Biologia e Química das escolas secundárias (públicas e privada) da cidade e província de Maputo. Foram inqueridos também 200 estudantes da 12ª classe nas escolas em estudo. Contudo, a amostra é composta por um total de 264 elementos.

Os sujeitos da amostra foram escolhidos aleatoriamente não deixando de dar a vista às hipóteses previamente definidas, obedecendo aos seguintes critérios de amostragem: as condições das escolas secundárias e a formação continuada dos professores de Biologia e Química; o ingresso dos estudantes à Faculdade de Medicina e as condições financeiras das famílias.

 

 

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA DO CAMPO

Nesta parte são apresentados, analisados e interpretados os dados principais recolhidos na pesquisa de campo que sustenta este estudo. Esta apresentação, por razões de maior clareza, será feita tomando como referência as hipóteses do trabalho, que por sua vez, reflectem os objectivos que tivemos em mente com a realização da pesquisa. Basicamente, importa relacionar a falta de condições nas escolas públicas (Bibliotecas, Laboratórios), a formação contínua dos professores de Biologia e Química e condições económicas das famílias apuradas pelos dados colhidos nas escolas secundárias e nos estudantes que não conseguiram ingressar.

Da mesma forma, analisamos como os alunos das escolas públicas estão sendo preparados em Biologia e Química, comparando-os com os das privadas. Analisamos, também, o grau de preparação e as espectativas sobre a admissão ao Curso de Medicina, entre outros aspectos importantes para o nosso estudo.

Apresentamos neste capítulo, uma análise e interpretação dos resultados, tendo como referência os dados colhidos em cada questão que achamos fundamental para o estudo, a verificação das hipóteses e por fim, os resultados da pesquisa.

 

Dados de estudantes que fizeram exame de admissão e não conseguiram ingressar na Faculdade de Medicina

Na realização desta pesquisa, preferimos recorrer aos estudantes que não conseguiram ingressar na Faculdade de Medicina da UEM. E como os mesmos se encontram espalhados pelo país a procura de outras alternativas para a sua formação, vimos que não era viável utilizarmos outros instrumentos para além da entrevista.

Os 44 entrevistados, foram encontrados em diferentes instituições de ensino (nos institutos superiores, nas instituições de formação de professores e noutras de formação profissional), outros são aqueles que não conseguiram se matricular (sem ocupações). Recorremos a esta população para termos informações sobre as dificuldades que lhes levaram ao insucesso no ingresso à Faculdade de Medicina da UEM, que é o foco do problema em estudo.

Em seguida, apresentamos os dados sobre a falta de condições nas escolas públicas (Bibliotecas e Laboratórios) que influencia negativamente no desenvolvimento de habilidades nas disciplinas de Biologia e Química para o ingresso na Faculdade de Medicina da UEM e, sobre as condições económicas da família ou encarregados de educação que também influenciam no ingresso à Faculdade de Medicina.

 

Entrevistados que frequentaram a escola secundária pública/privada

Dos quarenta e quatro (44) entrevistados encontrados em diferentes instituições de ensino e em outros lugares, apenas nove (9) fizeram o ensino médio nas escolas privadas. No entanto, destes nove (9), só três (3) estudaram em escolas que reuniam todas as condições para influenciar positivamente o desenvolvimento intelectual dos estudantes.

Os dados recolhidos nos remetem às ideias de VASCONCELOS & SILVA quando afirmam que: “apenas uma pequena parcela dos que concluem a escola pública enfrenta o exame de admissão, mas encontra pela frente uma competição injusta, especialmente pelo menor preparo que apresentam em relação aos alunos provenientes das escolas particulares e cursinhos de preparação” (VASCONCELOS & SILVA, 2005:12). Opinião esta que encontra confirmação nos dados recolhidos: 35 Estudantes que representam a percentagem maior (79.5%) dos entrevistados, estudaram em escolas públicas moçambicanas. Podemos portanto pensar que a maior parte de estudantes que se candidatam ao Curso de Medicina da UEM e que não consegue admitir vem das escolas públicas. A percentagem de estudantes que se candidataram sem sucesso, vindos das escolas privadas é muito baixa (20.5%).

Estes dados implicam uma pesquisa das razões desta disparidade, que podem ser devidas às condições das escolas, à formação dos professores e também às condições económicas de famílias.

 Existência e condições de Bibliotecas e Laboratórios nas escolas secundárias

Sobre as condições das escolas, no que diz respeito à existência de uma Biblioteca, os resultados nos indicam que a maior parte de estudantes (77.2%) que não conseguiram ingressar ao Curso na Faculdade de Medicina da UEM, estudou em escolas que tinham Bibliotecas. Portanto, olhando apenas para a percentagem, deveríamos concluir que a maior parte das escolas estão “apetrechadas”, mas a realidade observada é diferente. Vários estudantes entrevistados confirmaram a observação feita: as Bibliotecas escolares não reúnem condições e não têm material de Biologia e Química suficiente (capaz de ajudar no desenvolvimento intelectual) para auxiliar na compreensão da matéria.

A realidade observada nas Bibliotecas das escolas públicas, por exemplo, a escola secundária da Manhiça com 5844 estudantes só há uma Biblioteca com baixas condições, isto é, a Biblioteca desta escola tem poucos livros e sem espaço para acomodar os estudantes que queiram estudar na Biblioteca (dados obtidos também no setor pedagógico da escola).

Estas condições não podem garantir uma boa preparação aos estudantes. Por essa razão, os estudantes cujos pais reúnem condições económicas, matriculam nas escolas com condições que possam ajudar no desenvolvimento das habilidades de acordo com as suas vocações.

Poucos estudantes (12.9% dos que tinham Biblioteca), afirmaram que as Bibliotecas tinham material suficiente a contribuir no desenvolvimento intelectual para admissão à Faculdade de Medicina.

Portanto, as Bibliotecas existem em escolas públicas apesar de não terem material suficiente para os estudantes. Se o Ministério de Educação lutasse no sentido de apetrechar as mesmas, poderia contribuir positivamente no desenvolvimento intelectual dos estudantes. O aluno precisa de fazer muitas leituras em diferentes obras para suplementar os saberes, como explica MARTINS, dizendo que a Biblioteca escolar é um recurso educativo que não se confina ao apoio ao currículo, mas contribui também para a formação integral do aluno, com vista à sua integração na sociedade e na vida activa e, por isso, é um dos recursos primordiais do sistema educativo (MARTINS, 2010). Para que o conhecimento progrida é necessário a pluralidade de fontes de informação, bem como criatividade e autonomia no seu acesso.

 

Na entrevista, além da presença ou apetrechamento das Bibliotecas, foi apurada também a existência e o uso de Laboratórios e suas condições.

Os 20.4% de estudantes entrevistados afirmou que nas escolas onde fizeram o nível médio, havia Laboratórios. Enquanto uns dizem que nem sempre eram levados para fazer a aula no Laboratório, outros confirmam que por cada semana era normal terem a aula no Laboratório que é o lugar apropriado para efectuar as experiências. Portanto, a reflexão de BORGES diz que há um conjunto de habilidades práticas ou técnicas básicas de Laboratório que vale a pena ser ensinado. Por exemplo, aprender a usar equipamentos e instrumentos específicos, medir grandezas físicas e realizar pequenas montagens, são coisas que dificilmente o estudante tem oportunidade de aprender fora do Laboratório escolar. “Dentro de Laboratório há um conjunto básico de técnicas que pode ser ensinado e que forma uma base experiencial sobre a qual os estudantes podem construir um sistema de noções que lhes permitirão relacionar-se melhor com os objetos tecnológicos do cotidiano” (BORGES, 2002:302).

Verificou-se porém que 79.5% dos entrevistados afirmou que nas suas escolas não havia Laboratórios. Estes estudantes só tinham aulas teóricas nas disciplinas de Biologia e Química. Essa é uma das razoes que lhes levou a não ingressar na Faculdade de Medicina.

A partir destes dados sobre a existência de Bibliotecas e Laboratórios nas escolas, concluímos que as escolas públicas onde a maior parte de entrevistados frequentou (79.5%), não estão apetrechadas (têm Bibliotecas com material insuficiente e não têm Laboratórios). Portanto, a falta de condições nas escolas públicas influencia negativamente no desenvolvimento de habilidades nas disciplinas de Biologia e Química para o ingresso à Faculdade de Medicina da UEM. Significa que a maior parte de estudantes que ingressam na Faculdade de Medicina vem das escolas que têm melhores condições (que tem material suficiente para a preparação do estudante em disciplinas especiais e que têm também Laboratórios onde são realizadas as aulas praticas).

Estas condições são fundamentais para o desenvolvimento intelectual dos estudantes, isto é, em termos de habilidades cognitivas e psicomotoras, não podemos comparar estudante da escola sem condições e da escola com condições. Concordando com o que FREITAS defende há uma necessidade de se criar condições que possam ajudar o estudante no desenvolvimento das suas competências. Neste contexto, a Biblioteca escolar tem um papel preponderante em relação aos estudantes e professores, no sentido de assegurar que os alunos adquiram competências básicas que lhes permitam procurar e compreender melhor os aprendizados (FREITAS, 2013). 

 

Estudantes que não passaram pelos explicadores

86.3% de estudantes nunca esteve nas escolas de explicação de Biologia e Química. Neste caso, uma parte destes que nunca se inscreveram, correspondente a 55.2% alegou não se ter inscrito na explicação por falta de condições (os pais não tinham dinheiro suficiente para pagar aos explicadores). Outra parte correspondente a 44.7% alegava a distância entre a casa e a escola para explicação e falta de iniciativa, e uma parte muito menor do mesmo grupo justificou que não havia necessidade porque entendia a matéria de Biologia e Química.

Apenas 13.6% dos estudantes falou que conseguia pagar os explicadores para o desenvolvimento e consolidação dos saberes. Durante a entrevista concluímos que estes, são dos que não conseguiram ingressar com notas positivas.

Com estes resultados concluímos que a maioria dos estudantes que não conseguiram ingressar na Faculdade de Medicina, nunca se inscreveu nas escolinhas de explicação para desenvolverem o conhecimento, sobretudo naquela matéria que não compreenderam nas suas escolas.

Como já vimos nos resultados, os estudantes cujos pais reúnem condições, inscrevem-se nas escolas de explicação e, os que não conseguem só dependem das escolas que não têm o material suficiente para apoiar nos estudos. E assim, perdem a oportunidade de ingressar no Curso desejado, pois para poder ingressar têm que fazer exames de admissão, ficando admitidos aqueles que conseguirem uma nota alta. Os mesmos dados concordam com a hipótese do nível de preparação do estudante que contribui no ingresso à Faculdade, vimos que, os estudantes que passaram pelas escolas públicas sem condições, são os mesmos que não se inscreveram nas escolinhas de explicação por vários factores. Contudo, o nível de preparação destes é muito baixa, por essa razão não conseguiram entrar.  

 

Condições económicas dos pais

De acordo com os agrupamentos que fizemos, concluímos que 52.2% dos mesmos não goza de suficientes meios económicos para matricular seus filhos nas escolas privadas ou escolinhas de explicação. As condições financeiras da família podem contribuir na qualidade da educação formal dos filhos, isto é, o desenvolvimento intelectual dos filhos pode depender das condições financeiras dos pais e encarregados de educação.

Para confirmarmos ainda sobre as mesmas condições dos pais, não sendo suficiente a pergunta já feita, questionamos se os pais conseguiam sustentar os estudos. Uma percentagem maior (56.8%), respondeu que nem sempre os pais conseguem sustentar os seus estudos. Os mesmos que deram esta resposta são aqueles cujos pais são desempregados ou que auferem um salário muito baixo.

Em contrapartida, 43.1% de estudantes entrevistados afirmou que os seus pais conseguem sustentar os estudos, os mesmos encontraram-se neste momento estudando nos Institutos ou Universidades Privadas. Mesmo assim, uma parte deles não está a fazer o Curso dos seus sonhos, pois afirmaram que o maior desejo era de fazer o Curso de Medicina na UEM.

Por isso as condições económicas da família, podem ter um certo peso no sucesso ou insucesso, mas não ocupam o lugar de destaque entre as causas. Pode ser uma “com-causa”, e em alguns casos aquela mais prejudicial, mas os dados mostram que a diferença é muito menor. Os dados nos mostram ainda que a principal causa é aquela do apetrechamento das escolas públicas e metodologias de ensino.

Relativamente aos dados de estudantes que não conseguiram ingressar na Faculdade de Medicina da UEM, que foi o principal campo do estudo, concluímos que entre vários factores que contribuem no desenvolvimento de habilidades para o ingresso à Faculdade, existem umas que consideramos as principais causas: o apetrechamento das escolas públicas e a metodologia de ensino das disciplinas de Biologia e Química.

 

Dados obtidos na entrevista aos professores de Biologia e Química

A principal causa que nos leva a buscar dados em professores do ensino secundário, é pelo facto de estes terem muitas informações sobre a admissão dos seus alunos na Faculdade de Medicina assim como as capacitações em áreas específicas. Para isso, utilizamos igualmente a entrevista, pois através dela conseguimos obter muitas informações e percebermos os sentimentos de professores em relação ao tema em estudo. Neste contexto, foram entrevistados 20 professores de escolas secundárias (sendo 16 das escola públicas e 4 das privadas) da cidade e província de Maputo.

 

Sobre admissão dos seus estudantes na Faculdade de Medicina

A maior parte de professores entrevistados falou que é muito raro ouvir que estudantes deles ficaram admitidos para o Curso de Medicina da UEM. Afirmaram ainda que muitos estudantes que fazem ciências com Biologia sonham em fazer o mesmo Curso mas sem esperança de o fazer na UEM por causa de dificuldades no ingresso. Assim acabam se inscrevendo nas Universidades privadas como a UCM.

Dos professores entrevistados, apenas 35% afirmou ser frequente ouvir que os seus estudantes conseguiram ingressar. A maior parte deste 35% é da Escola Portuguesa. Segundo o director da escola Portuguesa, todos os estudantes que terminam o ensino secundário com o sonho de fazer Medicina conseguem ingressar em qualquer Universidade (na UEM ou noutros países).

 

Capacitação/formação contínua dos professores

Sobre a capacitação dos professores nas suas áreas específicas, 60% nunca teve uma capacitação na sua disciplina. Para eles, o que tem havido são outras capacitações que não têm nada a ver com as suas áreas. Dos oito professores que já passaram por capacitações, quatro são das escolas públicas.

A partir destes resultados, confirmamos que depois da formação os professores não têm outras capacitações. Há necessidade de se fazer a reciclagem de professores nas suas áreas específicas, essa reciclagem vai permitir que as habilidades cognitivas assim como as metodologias de ensino se desenvolvam. Esta necessidade é frisada por DJECO: o professor de uma certa disciplina precisa muito das metodologias de ensino da sua disciplina e mesmo depois de fazer o Curso é importante que tenha capacitações para a garantia do domínio da matéria específica (DJECO, 2012).

O Governo está cada vez se preocupando com a produção dos novos manuais, deixando de munir o professor de Metodologias de ensino. Se a preocupação for de produzir os novos livros por disciplina, o professor que os adopta, desenvolve os saberes mas carece de melhores Métodos para leccionar.

 O que acontece nas escolas públicas não é o que MACATANE defende e prioriza a formação continuada de professores como forma de garantir o Processo de Ensino e Aprendizagem eficaz. A reciclagem do professor deve representar capacidade do professor entender o que acontece na sala de aula, identificando interesses simplificativos no PEA na própria escola, valorizando e buscando o diálogo com colegas e especialistas (MACATANE, 2013).

Ainda na entrevista aos professores, aproveitamos adquirir uma confirmação sobre a existência da Biblioteca e Laboratório. De todas as escolas visitadas apenas duas têm Laboratórios (a Portuguesa e a Josina Machel). Porém, alguns professores da escola secundaria da Josina Machel afirmaram que, apesar de haver um Laboratório, poucas vezes fazem aulas práticas no mesmo.

Sobre as Bibliotecas foi observada e confirmada a sua presença em todas as escolas por onde passamos, embora sejam Bibliotecas com material insuficiente. Por exemplo, na escola secundária da Manhiça por cada disciplina só encontram-se cerca de três livros, isso significa que não há material suficiente para todos os estudantes.

Os professores afirmaram estarem a passar muitas dificuldades ao leccionar, pois não há o material suficiente, mesmo orientando os alunos a fazerem pesquisas, são obrigados a percorrer distâncias para outras Bibliotecas fora da escola. A falta do material laboratorial, segundo alguns professores de Química, dificulta o trabalho. Outro problema detetado é sobre o rácio professor-aluno que é muito elevado nas escolas públicas (facto observado na escola secundaria da Manhiça, com cerca de 80 alunos por turma). A superlotação das turmas nas escolas públicas é um dos factores que dificulta o trabalho docente, dai, o estudante não assimila com sucesso e como consequência, não consegue ingressar nas Universidades Públicas e nos melhores Cursos (como é o caso da Medicina na UEM).

Em linhas gerais, confirmamos que o apetrechamento das escolas públicas e a formação continuada de professores em áreas específicas pode contribuir positivamente no preparo dos estudantes de qualquer nível social, na admissão ao Curso de Medicina na UEM.

 

Dados de estudantes da 12ª classe

Tal como dissemos, todas as escolas visitadas têm Bibliotecas, embora nas escolas públicas sejam Bibliotecas com muita falta do material. Apenas duas escolas visitadas têm Laboratórios mas os estudantes da escola Josina Machel explicaram que o Laboratório não está sendo usado. Os 193 questionados, correspondente a 96.5%, assinalaram que nunca tiveram aulas no Laboratório como ilustra o gráfico.

Como consequência da falta do material nas Bibliotecas e Laboratórios, o rendimento pedagógico de muitos estudantes baixa em Biologia e Química. Sendo que, 74% de estudante tiveram um rendimento pedagógico abaixo de treze valores no primeiro trimestre, porem, de duzentos estudantes questionados, apenas cinquenta e dois, correspondentes a 26%, conseguiram notas acima de treze valores. Com estes resultados, concluímos que o nível de preparação nestas disciplinas é muito baixo, isso, por causa dos factores que apresentamos na entrevista aos estudantes que não entraram e dos professores de Biologia e Química.

 

Em relação às condições financeiras dos pais e encarregados de educação que por outro lado influenciam para o baixo aproveitamento escolar dos filhos, muitos estudantes afirmaram que os seus pais conseguem sustentar seus estudos (75%). Mas a maior parte dos mesmos deu resposta negativa sobre inscrição nas escolinhas de explicação. Isto é, 90% dos 200 estudantes nunca frequentou uma escolinha de explicação por três motivos: a distância, a falta de dinheiro para pagar os explicadores e a falta do tempo. Estes resultados se assemelham com os obtidos na entrevista aos estudantes que não conseguiram ingressar na Faculdade de Medicina da UEM.

 Com estes resultados, confirmamos que muitos pais não disponibilizam o tempo e nem criam condições para inscreverem os filhos nas escolinhas de explicação onde os mesmos iriam desenvolver os conhecimentos de Biologia e Química para o ingresso à Faculdade de Medicina da UEM. Todavia, é de criticar o facto que a escola pública não corresponda um ensino de qualidade aceitável em Biologia e Química, e que o estudante interessado à Medicina deve recorrer à escolinha de explicação.

 

Nível de preparação do estudante em Biologia e Química para o ingresso à Faculdade

Como explicou um dos professores entrevistados, os estudantes também confirmam que têm sonho de fazer o Curso de Medicina depois de terminar a décima segunda classe. 84% dos estudantes do grupo B do segundo ciclo do ensino secundário, sonha em fazer o Curso de Medicina na UEM como ilustra a tabela a baixo.

Os mesmos estudantes com o sonho de fazer o Curso de Medicina na UEM, segundo os dados, não estão preparados para enfrentarem os exames de admissão, isso significa que o seu nível de preparação é muito baixo. 66.5% de estudantes inqueridos, a preparação que estão a ter em Biologia e Química não lhes garante a entrada à Universidade (Curso de Medicina).

 

CONCLUSÃO

Esta apresentação, por razões de maior clareza, será feita tomando como referência os resultados da pesquisa os quais são baseados nas hipóteses que nortearam a realização da pesquisa, que por sua vez reflectem os objectivos que tivemos em mente com a realização da pesquisa.

Considerando o problema do presente estudo, vimos como os estudantes enfrentam dificuldades (factores que influenciam) no ingresso à Faculdade de Medicina e as razões das diferenças no ingresso. Para tal, na pesquiza procurou-se verificar as hipóteses comparando-as com os resultados reais obtidos no campo tendo em vista os objectivos específicos previamente traçados

Este estudo tinha como objetivo geral analisar as dificuldades que os estudantes encaram no acesso à Faculdade de Medicina e o papel dos intervenientes a diferentes níveis para favorecer o ingresso de forma equitativa, com foco nas percepções dos agentes diretamente envolvidos no cotidiano académico: estudantes que não conseguiram entrar na Faculdade de Medicina, professores de Biologia e Química de diferentes escolas e alunos da 12ª classe também de diferentes escolas.

Olhando para o problema e os resultados deste estudo, podemos notar que é a preparação do estudante no ensino secundário que tem grande peso no ingresso à Universidade pública moçambicana (Faculdade de Medicina). O estudante que vem de uma escola com todas as condições, que lhe garanta uma boa preparação, pode ingressar no Curso escolhido dependendo isso também do número de vagas disponíveis.

Concluiu-se também que a falta de capacitações dos professores de Biologia e Química é um dos factores que limita o desenvolvimento de competências dos estudantes das escolas secundárias públicas, como explica DJECO, que o professor de uma certa disciplina precisa muito das metodologias de ensino da sua disciplina e mesmo depois de fazer o Curso é importante que tenha capacitações para a garantia do domínio da matéria específica (DJECO, 2012). Verificamos nos resultados obtidos a partir da entrevista feita aos professores que, os mesmos não são capacitados nas suas áreas específicas.

Um dos resultados obtidos nos estudantes do ensino secundário é que estão cientes do baixo nível de preparação, que não estão preparados para enfrentar os exames de admissão. Significa que há um desejo/sonho mas o nível de preparação é baixo para o ingresso à Faculdade.

Notou-se da mesma forma que o número de vagas é um dos principais factores do problema. A Universidade ofereceu, nos últimos dois anos, poucas vagas tendo em conta a procura e a necessidade de Médicos em Moçambique.

Através dos resultados desta pesquisa concluímos de formas gerais que são três as causas principais que criam dificuldades e desigualdades no ingresso à Faculdade de Medicina que é ao mesmo tempo o principal problema do nosso estudo: as poucas vagais que a Faculdade oferece (70 e 90 nos anos 2017 e 2018 para 2643 e 2914 concorrentes respectivamente) correspondente a cerca de 3%, o apetrechamento das escolas secundárias (existência de Laboratórios e Bibliotecas com material suficiente) e a formação contínua de professores de Biologia e Química. As outras causas (como as condições das famílias ou várias formas de corrupção) não são consideradas as principais, embora possam também em alguns casos influenciar.

Contudo, os resultados da nossa pesquisa concordam com as hipóteses previamente determinadas. A maior parte dos estudantes que não conseguem ingressar na Faculdade de Medicina, estudou nas escolas públicas com condições insuficientes para o preparo dos mesmos com vista a ingressar em qualquer Curso. A maior parte dos mesmos estudantes teve professores não actualizados em matéria e metodologias de ensino das suas disciplinas, alias, os professores das escolas secundárias públicas não são capacitados em suas áreas específicas tendo em conta que a ciência evolui ao longo do tempo.

 

Como minimizar este problema? É necessário trabalhar a raiz do problema. por exemplo: não basta aumentar as vagas sem antes se criar condições para o desenvolvimento intelectual dos estudantes que pretendem fazer o Curso. Numa primeira fase, é necessário que o Governo crie condições nas escolas secundárias públicas para garantir a melhor preparação dos estudantes, posteriormente, a Universidade (Faculdade) aumentar as vagas para ampliar o acesso, criando mais delegações nas grandes cidades do país para o Curso de Medicina.

O país ainda está muito a quem de atingir o número ideal de médicos exigidos de acordo com os habitantes. A restrição no ingresso e o facto de ter apenas uma Faculdade pública não pode ajudar no aumento dos médicos para a garantia de um bom rácio com os habitantes. Seria muito positivo se a Faculdade junto com o Governo, lutassem no sentido de criar mais delegações de Medicina noutras Províncias e munir os médicos já formados em metodologias de ensino para, por sua vez, formarem outros médicos. Ai estariam a contribuir para a saúde e o bem-estar dos moçambicanos, reduzindo desta forma, a taxa de mortalidade por falta de intervenção médica.

A oportunidade para o acesso à Faculdade depende neste contexto, não só do apetrechamento das escolas públicas, equipando-as com o material laboratorial ou mesmo criar os Laboratórios e Bibliotecas com o material suficiente, como também, a capacitação dos professores de Biologia e Química em metodologias de ensino. Além disso, entendemos que um dos papéis do Governo seria de construir mais salas de aulas nas escolas públicas para garantir um bom rácio professor-aluno, pois, detectamos neste caso, que o número de alunos por turma dificulta a mediação e a assimilação do conteúdo.

Também detectamos que os professores passam algumas dificuldades em ensinar determinados conteúdos, devido à falta do material laboratorial e outros livros. Assim, percebemos que os mesmos devem ser preparados para a utilização mais consistente dos meios de ensino disponíveis, por meio de Cursos e atividades de formação continuada, para que o ensino se torne mais significativo nos estudantes.

 Para a garantia de igualdade no ingresso propomos que a Faculdade após a realização dos exames de admissão, selecionasse o dobro do número de vagas existentes e após um semestre ou um ano de estudo novamente apurasse os que merecem de acordo com o aproveitamento pedagógico. Isto é, a nossa ideia seria de a Faculdade optar no semestre selectivo ou ano propedêutico, porque existem outros estudantes que reúnem condições para o ingresso mas que não são selecionados depois dos exames de admissão. Outros que são selecionados a partir dos exames, durante o Curso passam dificuldades e acabam tendo mutas reprovações. Um semestre ou ano selectivo permitiria decernir entre os estudantes e orienta-los para mais diversificadas opções ligadas ao mundo e aos serviços de saúde.

Em fim, trata-se de um conjunto de propostas que implicam uma reorganização estrutural das políticas à saúde, à formação dos médicos, aos serviços necessários e aos recursos humanos competentes para o seu desenvolvimento. O Boom demográfico em acto em Moçambique, a escassez de médicos, a baixa qualidade e abrangência dos actuais serviços de saúde, impõem articuladas reflexões para as quais o estudo proposto tentou se encaminhar.

 

 

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