[1]MÔNICA MOTTA PELICIONI

RESUMO

Este artigo científico vem avaliar a estratégia pedagógica do programa de aceleração, é a real alternativa que proporciona aos alunos a regularizarem o fluxo escolar e assim obter sucesso na sua jornada escolar e identificar os fatores que levam ao fracasso escolar e apontar a função da autoestima dos alunos, e a relação professor e aluno no processo de ensino aprendizagem.

PALAVRAS-CHAVE: Programa de Aceleração, Fracasso Escolar, Aprendizagem, Autoestima, professor-aluno.      

INTRODUÇÃO

O fracasso escolar e um problema histórico da realidade escolar educacional brasileiro, o chamado fracasso escolar, caracterizam-se pelas repetências sucessivas e pela evasão escolar de crianças e adolescentes sem terem completado as oito séries do ensino fundamental.

O fracasso escolar é o fenômeno variado, do qual é de múltiplas facetas, historicamente crônicas na educação brasileira.

Tal fenômeno mostra que devido a essa permanência não esta ligado a um único dos fatores possíveis: professor, métodos, recursos na avaliação. Esses se relacionam de diversas maneiras determinando o fracasso escolar.

É bem mais fácil as crianças com um destino dependente se suas capacidades como diz Perrenoud (2001), que aquelas mais adotada, terão sucesso na escola, designadas ao fracasso ou mínimo a um futuro comprometido.

O fracasso escolar não pode ser visto como uma condição inata, que existam crianças destinadas a ser bons ou maus alunos, mas que é produzido na escola fruto da má organização do sistema escolar.

Enquanto os professores atribuem o fracasso escolar primeiramente as dificuldades de aprendizagem do aluno depois a família, a escola e por ultimo a eles mesmos. Sendo que segundo Corrêa (2001, p.24)

 

“Não passa pelas considerações desses educadores a possibilidade de questionar o sistema educacional, a escola e o seu modo de organização e funcionamento, seus compromissos básicos, concepções e métodos de avaliação, didática, relação professor-aluno, currículo ou forma de abordagem dos conteúdos menos ainda, o nível de aprendizagem real do aluno”.

 

 

O FRACASSO ESCOLAR

O fracasso escolar é um fenômeno multifacetado do qual escapa a uma analise simplista, historicamente cônico na educação brasileira.

Tal fenômeno mostra que devido a essa permanência não esta ligado a um único dos fatores, recursos, alunos, escola e sistema, mas em todos: no sistema, nos métodos, nos recursos, na avaliação...Estes se relacionam de diversas maneiras determinando o fracasso escolar.

Devido a isso vem se buscando alternativas para melhorar a qualidade da educação do Brasil, como diz Corrêa (2001, p.21)

“O quadro de fracasso escolar na escola não é novo. No momento há um grande esforço no sentido de melhorar a qualidade da educação no Brasil, especialmente no ensino fundamental, Alguns indicadores de estatísticas das variadas pesquisas mostram acertos e progressos da política educacional na busca da universalização da qualidade da educação, especialmente no ensino fundamental, mas ainda é preciso investir muito na qualidade, dando atenção às diversas formas de considerar as diferenças necessidades dos alunos”.

Além dessas medicas citadas por Correa é preciso dar ênfase ao processo da aprendizagem do aluno, promovendo mudanças mais substancias nas concepções e praticas pedagógica, para assim alcançar os resultados desejáveis.

Pesquisas levaram em conta os aspectos sócio-políticos nas quais encontravam mais uma causa para o fracasso escolar, pois crianças com poucas oportunidades de contato com meios culturais encontravam mais dificuldade em observar um ensino elitizado.

Mas a tentativa de mudar o ensino não foi bem sucedida permanecendo o problema ate hoje e ainda hoje, prevalecem as causas do fracasso escolar ligadas ao aluno como refere Corrêa (2001, p.27);

 

“Na literatura especializada nas áreas de educação, psicologia educacional, fracasso escolar, distúrbio de aprendizagem e dificuldades de leitura, encontra-se sempre referencia ao aluno que não esta aprendendo conforme o esperado pela escola”. O aluno que não caminha no ritmo determinado, primeiro, pelo programa (que diz o que é necessário aprender em que ordem, enquanto tempo) e, depois, pelo andamento, é rotulado de “incapaz de aprender”.

 

AUTOESTIMA

Ao integrar uma classe de aceleração de aprendizagem, ao aluno deve ser percebido pela escola como um todo por apresentar defasagem idade serie, tem como privilegio e reflexo da confiança de todos a sua capacidade de aprender.

Para receber os alunos a escola deve criar um ambiente propicio, alegre e receptivo que traduzem um novo tempo para esses alunos, com isso estará contribuindo para o desenvolvimento do autoconceito que é a base do programa.

Utilizando dinâmica adequada envolvendo o aluno, garantindo um clima estimulante para o fortalecimento de sua autoestima, autonomia, valorização do seu potencial e tratamento positivo. Assim será possível mudar a autoimagem da criança considerada fracassada.

 

O ALUNO

O aluno tem capacidade de aprender, independentemente da sua historia anterior. E a nova situação que ele enfrentará, que é a classe de aceleração devera ser em ambiente próprio para a formação de grupos dinâmicos que proporcionam situações que facilitem os alunos a se conhecerem e a estabelecerem vínculos entre si e com a nova proposta.

E com isto ocorrera a medida que lhe é dado oportunidade de mostra sua capacidade através da suas habilidades com atividades motivantes, que tenha significado para o aluno e que ele seja capaz de aprender, e que sobre tudo sua autoestima.

As atividades incluem estudo individual e pequenos grupos, trabalhos que envolvem toda a classe e deveres de casa. Os conteúdos do programa são apresentados através de projetos, que desenvolvem temas relevantes e motivadores, os problemas da casa, escola e comunidade; os direitos e deveres da criança, o meio ambiente, o mundo dos esportes, etc.

A desmistificação desses alunos rotulados como: incapaz, distraídos, agitado, carente, sem limites, filhos de pais separados, desinteressados entre outros, se dará através da valorização do seu conceito, de sua autoestima que é o principal objetivo deste programa.

 

O PROFESSOR

O professor é uma peça fundamental do programa que auxilia na construção de conhecimento junto com o aluno. Ele se desloca da posição de detector e porta voz do conhecimento para um investigador de sua própria pratica e um produtor de saberes.

Nesta caminhada ele também desempenha o papel importante de manter e estimular o ritmo do aluno, proporcionando situações para desafiar a busca de novas formas de interagir.

A criatividade do mediador é fator imprescindível para o bom andamento das classes de aceleração, contato que siga o previsto no programa.

Segundo Pemigotti (1999, p.35) O professor deve:

 

“Atender as necessidades diferenciadas de acordo com as possibilidades de cada um; intermediar a troca de informações e aprendizagem, conduzindo um aluno a ajudar o outro com o passar do tempo essa ajuda é espontânea”.

 

O professor deve proporcionar ao aluno a possibilidade ao acesso a outros grupos culturais. “Ao educar-se a pessoa deve aprender a lidar com o conhecimento e aplica-lo, a estimar suas limitações e a desenvolver meios de separa-las”. Isso pressupõe observação, comunicação, dedução, medição, classificação, previsão e outros procedimentos de aprendizagem para organizar a informação, tomar decisões, analisar variáveis, comparar e constatar, sintetizar, avaliar. Esses procedimentos potencializam as habilidades do sujeito ao invés de o subestimarem, pois evitam decidir por ele. Isso é essencial para autonomia.

De acordo com o papel do professor Magda Soares citado na revista Pedagógica Pátio (1999, p.31) afirma que “É preciso formar professores que ensinem o aluno a aprender”.

O professor é a pessoa que mais oportunidades tem para observar o comportamento do aluno, não só na situação de aprendizagem como também na sua evolução objetiva.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A partir do estudo realizado concluímos que o processo de ensino aprendizagem deve ser feito a partir do conhecimento do aluno para que o professor possa desempenhar o seu trabalho com êxito.

Além disso, observamos que a motivação da autoestima e autonomia é fator fundamental para que o aluno se sinta capaz e valorizado.

Neste processo professor e aluno devem estar envolvidos para obterem o sucesso do mesmo, superando a cada dia as diferenças e as dificuldades, que é o maior desafio nesta proposta educacional.

A sociedade, a família e a escola também são fundamentais para o processo ensino-aprendizagem com responsabilidade indispensável.

O Projeto de Aceleração vem como uma alternativa para a correção idade-série e inclusão das crianças com dificuldades de aprendizagem, o que torna possível a diminuição do fracasso escolar.

 

 

REFERÊNCIAS

 

CORRÊA, Rosa Maria, Dificuldades no aprender: um outro modo de olhar, 1º Edição, Minas Gerais: Editora Mercado de Letras, 2001.

 

PERRENOUD, Philippe. A pedagogia na Escola das Diferenças: Fragmento de uma sociologia do Fracasso, 2º Edição, Porto Alegre, Editora Artmed, 2001.

 

PERNIGOTTI, J M, ET AL. Aceleração da aprendizagem: Ensaios para transformar a escola, 1º Edição, Porto Alegre, 1999.

 

FONSECA, Vitor da, Introdução as dificuldades de aprendizagem, 1º Edição, Porto Alegre, Editora Artes Médicas, 1995.

 

[1]  Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Estudos Sociais Aplicados de Viana (FESAV)

E-mail: [email protected]. Artigo publicado como avaliação na Disciplina

 Didática I da Professora Doutora Monique Ferreira Monteiro Beltrão.