Na noite de Natal de 2011, uma ação policial da Policia Militar de Alagoas acabou em tragédia, quando um dos integrantes da equipe sacou sua arma e disparou contra uma canina da raça PittBull, de menos de um ano. A canina deu entrada na clínica às 21 horas com lesão única por arma de fogo, apresentando-se calma a canina tinha um orifício de entrada na região abdominal dorsal, sem apresentar orifício de saída.

 Segundo os responsáveis que a trouxeram, a canina estava deitada em frente a casa, quando policiais militares cercaram a vila, e começara a vistoria nos domicílios, e um, não identificado, atirou na canina informando que a mesma teria partido para agredi-lo. Apesar de no decorrer dos procedimentos de emergência, a canina apresentou-se calma, sem sinais de agressividade, e apesar dos esforços, a mesma veio a óbito.

 Para diagnostico dos motivos que levaram a canina a óbito, foi realizado procedimento de necropsia. O projétil entrou pela região abdominal torácica, perfurando as musculaturas dorsais, quebrando as costelas, em projeção ao baço, rompendo-o, provocando hemorragia contínua. Em conformidade com a direção de inclinação, o projétil avançou pelo fígado, rompendo dois lobos hepáticos, perfurando o diafragma cerca de 3 cm abaixo da aorta, perfurando dois lobos pulmonares do lado esquerdo, projetando-se pelo esterno, repousando sobre a musculatura peitoral ventral.

 A bala foi retirada e armazenada para estudos e verificação, apesar de não importar o calibre, a ação do policial foi infeliz ao disparar em um animal, que pela projeção da bala dentro do corpo do animal, encontrava-se de costas para o mesmo, já que a bala se deslocou em linha reta descendente do abdômen dorsal para a musculatura peitoral.

Infelizmente atitudes com estas, realizadas sem pensar, por pessoas não tão capacitadas, ou que não deveriam ter o porte de arma autorizado, é que levam a sociedade a não confiar plenamente nos agentes que deveriam fazer a nossa guarda, proteger o nosso bem estar. Resta acreditar que cituações como estas não se repitam mais, e que o soldado ou oficial que realizou o disparo se arrependa, pois a canina não tinha responsabilidade em nada, principalmente por ele ter que trabalhar na noite de festa.

Os maus tratos contra animais deveriam ser considerados crimes, e seus agressores sentenciados a penas, sejam elas punitivas ou educativas. A sociedade agradeceria por estas modificações na lesgislação. Sei que tal fato não é, nem deve ser mais importante que a violência que assola nossas cidades, porém se não começarmos a punir as agressões contra seres que não podem se defender, como iremos acreditar que há justiça. Uma pessoa que maltrata um animal indefeso, velho ou doente; pode muito bem maltratar uma criança ou um idoso nas mesmas condições.

Este não é o mundo que devemos querer para nós, quanto mais para os nossos filhos. Mudar é uma questão de decisão, ter força para por em prática estas ações que irão mudar nosso mundo e a forma como o vemos.