ABRIL

      Alguns meses têm, no seu decorrer comemorações que são mais lembradas que o próprio mês, outros são apenas um complemento da anualidade. Algumas datas sempre serão lembradas mesmo com  os seus significados perdendo importância.  Na atualidade os feriados  que marcam acontecimentos históricos e  crenças religiosas, são esperados como uma oportunidade de descanso.

      Fato é que com o passar do tempo e com a multiplicidade de situações geradoras de datas importantes, a relevância atribuída a acontecimentos de importância histórica e à força que  emana das crenças religiosas diluiu-se.

      O mês de abril, por exemplo, tem mais de 50 datas comemorativas, e até poderia ter mais se, por exemplo, entre outras datas, fosse comemorado o nascimento do presidente Getulio Vargas que aniversariava no dia 19 e, talvez assim não seja porque a data em que é reverenciado é o dia 24 de agosto quando “saiu da vida para entrar na história”. O dia 19, coincidentemente ou não, é  lembrado como o dia do índio.

       Os dias 19, 21 e 22 de abril sempre foram datas mais lembradas do mês, elas têm por incrível que pareça, uma relação que transcende a cronologia. Os índios aqui viviam quando Pedro Álvares Cabral  chegou e teve início a dizimação deles e a formação do povo brasileiro que Tiradentes quis libertar.

      Estamos no mês de abril que se inicia na forma de galhofa quando a mentira também é comemorada. Outras datas surgirão todos os meses, mas no momento presente, uma se anuncia para o mês de abril como  uma data a ser incluída na nossa história sem que isto signifique motivo de comemoração, pelo menos agora porque só o futuro dirá.