Este trabalho apresenta os resultados da pesquisa que tem como proposta, entender como se dá o processo de inclusão de alunos surdos, na sala de aula regular,e como objetivo geral analisar as dificuldades encontradas na inclusão de alunos surdos em sala de aula regular, a partir do entendimento do proprio surdo. Buscou-se embasamento em teóricos como Minayo (2007) Gil (2011) Franco (2014) Mantoan (2008) Witkoski (2012),dentre outros. Realizou-se também uma pesquisa empírica tendo como sujeitos 04 (quatro) alunos surdos, inseridos na escola regular que cursam do 7º ano, ao 3º ano do Ensino Medio, que apresentam surdez profunda. Após a coleta dos dados, estes, foram analisados e interpretados tendo presente a abordagem qualitativa e a análise de conteúdo. Para análise e interpretação dos dados adotamos a análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). Os resultados desses estudos nos fizeram perceber como se dá o processo de inclusão dos alunos em estudo na escola regular de uma sociedade cada vez mais injusta e desigual. Todavia, a pesquisa nos trouxe importantes reflexões e considerações sobre a motivação do que esses alunos recebem, assim como tambem a atenção as suas necessidades educacionais.

PALAVRAS CHAVES: Inclusão. Aluno surdo .Escola regular.

INTRODUÇÃO
Após históricas lutas de mobilização pelos seus direitos, os surdos conseguiram no Brasil, o reconhecimento da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, funcionando assim como meio legal de expressão e comunicação das pessoas surdas. Afirma Witkoski (2012) [...] ‘’Em função do movimento paralelo ao conhecimento da Língua de Sinais, a legislação prevê que os sujeitos surdos tem direito a uma educação bilíngue’’.
Todo o contexto educacional contemporâneo necessita entender a importância de como o aluno surdo vê sua inclusão no ensino regular. A inclusão de um aluno surdo, e ou deficiente auditivo, no ensino regular, ainda tem muitas dificuldades e desafios a serem superados. Na prática, o que se vê é uma imensa falta de informação sobre a surdez e como se dá o comportamento de uma criança surda. Uma sala regular mista, com diversos tipos de deficiências poderá prejudicar o ensino bilíngue (a LIBRAS como primeira língua e a Língua Portuguesa, como segunda), acarretando ao aluno surdo um déficit na aprendizagem.
Incluir, significa oferecer educação de qualidade para todos. A escola precisa atender qualquer aluno que não se adequa no modelo ideal e oferecer ao mesmo, uma estrutura adequada, isto é essencial para criar uma escola inclusiva. Mas será que as escolas tem feito algo para mudar esse quadro?
Novaes (2010 p. 41) , afirma:
Percebe-se a luta dos surdos para terem escolas especificas para a comunidade surda, ‘’porque acreditam que através de um ensino que atenda eficazmente suas necessidades linguísticas e culturais, eles poderão se integrar e estar em condições de igualdade com os ouvintes’’. O que refletirá, por exemplo na conquista de cargos públicos
É notória, a luta que os surdos passaram e ainda passam, em busca de um ensino inclusivo e eficaz. A educação de alunos surdos é um assunto gritante, principalmente pelas dificuldades existente em relação as suas limitações. Na teoria, as propostas educacionais direcionadas para o sujeito surdo têm como objetivo proporcionar o desenvolvimento pleno de suas capacidades; contudo, não é isso que se observa na prática. Distintas práticas pedagógicas envolvendo os sujeitos surdos apresentam uma série de limitações, e esses sujeitos, ao final do ensino regular, não são capazes de ler e escrever satisfatoriamente ou ter um domínio adequado dos conteúdos acadêmicos, em relação aos demais alunos ouvintes.
Esses problemas têm sido abordados por uma série de autores que, preocupados com a realidade escolar do surdo no Brasil, procuram identificar tais problemas e apontar caminhos possíveis para a prática pedagógica.
Desde pequena, a criança ouvinte tem a oportunidade de conviver com a língua utilizada por sua família. O autor ainda afirma :
A maioria das crianças surdas portanto de 95% a 96%, não tem a mesma possibilidade que as que são filhas de surdos. Elas crescem e se desenvolvem dentro de uma família formada em sua totalidade por ouvintes, que geralmente desconhecem ou rejeitam o uso da lingua de sinais.(NOVAES, 2010 p.48)
Ou seja ela irá reproduzir a língua natural dos pais. O interlocutor adulto colabora para que a linguagem da criança flua, oportunizando atitudes discursivas que favoreçam a aprendizagem e a identificação de aspectos importantes da língua na qual ela está sendo imersa, e que irá se apropriar ao longo de seu desenvolvimento. Já as crianças surdas, em geral, não têm a possibilidade desse aprendizado/reprodução/apropriação, já que na maioria das vezes não têm acesso à língua utilizada por seus pais (ouvintes). Tais crianças permanecem no ambiente familiar apreendendo coisas do mundo e da linguagem de forma fragmentada e incompleta justamente por sua dificuldade de acesso à língua a qual esta sendo exposta. (NOVAES, 2010. p.49)
A ‘inclusão’’ de sujeitos surdos nas escolas, tendo-se a língua portuguesa como principal forma de comunicação, faz-nos questionar se realmente a inclusão significa integrar o surdo. Na verdade, o termo correto para as experiências desenvolvidas não é propriamente uma inclusão, muitas vezes mostra uma 'adequação’ com as situações cotidianas dentro da escola. No caso de escolas regulares, é necessário que haja profissionais qualificados em língua de sinais, para recebê-los e auxiliá-los no processo ensino-aprendizagem, todavia o quadro apresentado está distante de uma inclusão de verdade.
Diante da problemática apresentada, entende-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa juntos a alunos surdos, com isso alguns questionamentos nortearam esse estudo como por exemplo: Qual a concepção que o aluno surdo (com surdez severa ou profunda) tem a respeito da inclusão? Qual o conceito de inclusão? Que sentimentos são comumente vivenciados pelos alunos surdos a cerca da inclusão? Quais as principais dificuldades? Essas dificuldades, são parcialmente atendidas?
A partir desses questionamentos, esse estudo tem como objetivo geral: analisar as dificuldades encontradas na inclusão de alunos surdos em sala de aula regular, a partir do entendimento do proprio surdo e por objetivos específicos: Conhecer o surdo discente de escolas regulares; Identificar as limitações do aluno surdo em escola regular; Descrever a compreensão que o aluno surdo tem de inclusão.