FLÓRIDA CHRISTIAN UNIVERSITY- CAMPUS UNIFUTURO- NÚCLEO NORDESTE- MESTRADO EM EDUCAÇÃO

MARIA DE OLIVEIRA VIANA

A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NO ÂMBITO DA ESCOLA: Uma reflexão necessária

ARACAJU- SE

2016

MARIA DE OLIVEIRA VIANA

A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NO ÂMBITO DA ESCOLA: Uma reflexão necessária

Artigo Científico apresentado à Flórida Christian University  como  requisito   de    avaliação   da   disciplina Engenharia de Ideias e Criatividade ministrada  pela MS. Sandra Morais.                                                                                                  

ARACAJU-SE

2016

RESUMO. O presente artigo objetiva abordar o tema violência simbólica no âmbito da escola como uma reflexão necessária. Utilizou-se da pesquisa bibliográfica, tomando-se como base as contribuições de estudiosos como Pierre Bourdieu e Kupfer na perspectiva de provocar uma reflexão acerca de como as manifestações simbólicas ocorrem nas relações da escola com a família, a sociedade e seus indicativos de prevenção. Os teóricos aqui mencionados abrem um contraposto significativo quanto às suas teorias, pois enquanto Bourdieu discorre a teoria simbólica como intencional, maldosa, Kupfer a menciona como essencial e estruturante.

Palavras-Chave: Violência Simbólica. Escola. Família. Prevenção.

ABSTRACT. This article aims to address the topic of symbolic violence within the school as a necessary reflection. The bibliographical research was based on the contributions of scholars such as Pierre Bourdieu and Kupfer in the perspective of provoking a reflection about how the symbolic manifestations occur in the relations of the school with the family, society and its indicatives of prevention. The theorists mentioned here open a significant counterpoint to their theories, for while Bourdieu discusses symbolic theory as intentional, malicious, Kupfer mentions it as essential and structuring.

Keywords: Symbolic Violence. School. Family. Prevention.

  1. INTRODUÇÃO

A violência nos dias atuais apresenta-se como um dos maiores problemas que afetam a nossa população, assim como a outros países no mundo, requer uma preocupação voltada para a atenção de todos por negar direitos fundamentais das pessoas. As explicações para isso advêm de vários fatores, a exemplo do nosso modelo econômico e social excludente que pactua com as mais diversas diferenças entre os brasileiros, desta forma restringe o acesso aos bens sociais em privilégio de poucos. O Brasil carrega o escudo de um dos piores países em distribuição de renda mundialmente reconhecido. Nesse sentido ela se manifesta de várias formas e nos vários ambientes, nessa abordagem, em especial na escola, uma vez que os processos de violência se encontram instaurados na e pela educação.

De acordo com (KUPFER, 2007), a violência simbólica é necessária e estruturante. A autora dispensa sua atenção nos estudos sobre violência pelos anais da psicanálise, e afirma que o educando deve encontrar no professor a figura de referência, de um modelo ideal, mas que a ordem, os ditames da lei, o limite, não devem ser impostos ao aluno, pois a negação destes elementos resultará em agressividade e violência de fato, o que se constitui na falta da violência simbólica.

Já Bourdieu, aponta para uma outra vertente da violência simbólica que é o abuso da autoridade pedagógica. Conforme o autor, a instituição escolar tem usado das suas forças de poderes e usado a imposição da cultura das classes dominantes como legitimada, atribuindo privilégios àqueles que de berço já pertencem a essa cultura em detrimento daqueles pertencentes a outra cultura, obrigando-os a abdicarem de suas ideologias e participarem de uma nova cultura imposta, ou então serão postos como excluídos, menosprezados e às margens da sociedade. Nesse caso, fica patenteada a imposição de uma violência simbólica malvada, humilhante, opressora e que na maioria das vezes pode se perpetuar em consequências mais severas que a própria violência real.