Vejo a vida passando diante dos meus olhos,
Entre as frestas da janela
surgem pessoas movidas pela fragilidade
nesse mundo da incerteza,
         cheio de particularidade!

Pessoas com passos largos
Caminham inermes, entre sombras e imagens distorcidas
Parecem infaustas, irreais, enigmáticas
Travando uma luta incansável
       buscado o equilíbro!

Para onde estão indo?
Ouço sussurros desconexos, agitação,
Não param o seu vai e vem,
Todos em um ritmo acelerado
        Escravos do tempo e da emoção

Vibro com a dinâmica do cotidiano,
No silêncio, no murmúrio, na inquietação
que conduz a multidão.
Vejo-a encolhida pelo medo
         devorada pela solidão!

Debruçou-me agora em meus pensamentos,
que insolente eu sou!
Fazendo da vida alheias
meus momentos de delírios,
         meus medos não vividos e minhas horas de dor!

Quem importa quem são!
Essas almas errantes...
Pobres sonhadores...nasciscistas
com seus incognítos desejos
    A procura do seu regaço, amores e dissabores!