O pensamento frio é uma ferida aberta na alma humana, uma frieza que congela a vida e a impede de se revelar em sua plenitude. É como um nevoeiro que nos envolve e nos impede de enxergar a beleza que está à nossa volta. É um estado de dormência, de letargia, que nos impede de viver plenamente o presente e de construir um futuro melhor. Todavia, o pensamento frio, ele é de fato uma forma estranha e desafiadora de experimentar a vida, uma vez que nos distancia dos prazeres da fala, do cântico e de todas as outras formas de comunicação.

Quando permitimos que o pensamento frio se instale, tudo se torna uma massa confusa, sem sentido ou significado. É como se estivéssemos em um mar de informações, mas sem a capacidade de processá-las ou compreendê-las. É uma experiência solitária e angustiante, que nos afasta dos outros e de nós mesmos.

O pensamento frio pode ser comparado a uma partida de futebol, onde a comunicação é caótica e desordenada. É como se todos falassem ao mesmo tempo, sem se entenderem. Mas, como nos ensinou Maxwell Maltz, “quando praticamos o bem, deixamos um rastro de eternidade”. E é esse rastro que nos conecta uns aos outros, que nos faz transcender o caos e encontrar o sentido da vida.

A esperança é a luz que nos guia nessa jornada. Como disse Martin Luther King, “devemos aceitar a decepção finita, mas nunca perder a esperança infinita”. A esperança nos lembra que somos mais do que meros espectadores da vida, somos co-criadores do universo, capazes de amar e de transformar a realidade ao nosso redor.

Nessa transformação encontramos a verdadeira amizade. Como ensinou Fiessinger, “o número de amigos está na proporção investida do seu valor”. Não são os amigos de ocasião que nos enriquecem, mas sim aqueles que nos desafiam a crescer, que nos inspiram a ser melhores do que somos.

Se não buscamos ser melhores a cada dia, neste momento o pensamento frio se instala, e tudo se torna uma grande massa, sem sentido ou significado. É como se nossas palavras fossem engolidas pelo nada, sem deixar rastro ou memória. Martin Heidegger, um dos grandes filósofos do século XX, nos alertou para a grande tragédia do mundo: a falta de memória. E, de fato, sem memória não há aprendizado, não há evolução, não há mestres. Precisamos cultivar a memória, lembrar dos mestres que nos ensinaram a arte de pensar e de sentir: “A grande tragédia do mundo e que não cultiva a memória, e, portanto, se esquece dos mestres”.

Diante de todo isso, entanto, não podemos permitir que a imbecilidade e a frieza do mundo nos vençam.
Aliás, mesmo sabendo que a vida é um constante desafio. Em nosso caminho, muitas vezes nos deparamos com situações que nos frustram e nos causam angústia. A frieza de resposta por coisas óbvias é uma delas. É como se estivéssemos gritando em meio a um grande vazio, e não há eco que possa nos responder. Neste momento é que precisamos acreditar em nossa capacidade de transformar o mundo, mesmo que seja um pequeno gesto de bondade capaz de transcender o pensamento frio e encontrar a verdadeira essência da vida e deixar um rastro de eternidade por onde passamos, para que nossa existência seja lembrada como um momento de beleza e de amor. Eis, por fim, uma grande alternativa: experimentar a vida com um pensamento quente, vibrante e apaixonado. Um pensamento que nos conecta com as emoções mais profundas, com a poesia da existência e com a divindade que habita em cada ser humano.  


Padre Joacir d’Abadia, Filósofo, autor de 16 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, Professor de Filosofia Prática. Acadêmico: ALANEG, ALBPLGO, AlLAP, FEBACLA e da "Casa do Poeta Brasileiro -  Seção Formosa-GO"_ Contato: (61) 9 9931-5433 | Segue lá no Instagram: https://www.instagram.com/padrejoacirdabadia/