Há marcas, produtos e experiências  que nos causam  satisfação, conforto, alegria, etc.  Vou mencionar algumas experiências pessoais, que talvez não sejam semelhantes as suas.  O que para mim pode ser saboroso ou incrível, pode não ser para você.  Apenas para ilustração vou descrevê-las.

 Experimentei   Mauna Loa, do Hawaí, macadâmia tostada, envolvida em chocolate ao leite. Fantástico  e suave sabor.

Na Dinamarca  tive  a oportunidade de comer cerejas  maduras, colhidas diretamente da árvore e sem limites.  Confesso que comi o suficiente para nunca mais esquecer e não tive  novas vontades de comê-las por pelo menos 2 anos.

Experimentei Matcha Green Tea, sorvete japonês cujo  sabor é de  chá verde, um dos preferidos naquele pais.  Totalmente diferente do sorvete  convencional brasileiro e italiano.   Entre tantas comidas estranhas e coloridas da culinária  japonesa,   aprovei e virei cliente. Arigatô aisukirimo no otoko. (obrigado sorveteiro)

Degustei Paella, (que se pronuncia paeia), um prato típico espanhol da região de Valência, cuja composição  inclui vários tipos de frutos do mar, cozidos no arroz amarelo.  Por ser caro e nem sempre disponível em qualquer restaurante, deve ser  consumido sem pressa. 

 Experimentei uma fruta típica do Oriente Médio e Norte da África por nome Tâmara.  (Há pessoas com este nome ou similar).  Procedente de áreas desérticas é a fruta preferida dos árabes. Quanto maior o tamanho, mais suave é  a textura e  sabor  mais adocicado. O preço também varia segundo o tamanho.    Chamam-na  de fruta do céu  (Fruit of Heaven).   Só se for o céu de muçulmano, porque o céu descrito na Bíblia é infinitamente mais saboroso que a fruta descrita.

Aprendi a preparar  em casa   foundue de queijo, uma especialidade suíça.   Preparado num pequeno   recipiente  de metal, aquecido por uma  pequena chama embaixo,  derrete o queijo. Como acompanhamento  obrigatório – pão caseiro em cubos. Algo apropriado para noites frias e vendo a neve cair pela janela.  Na falta de neve, o intenso frio é suficiente para degustá-lo.

A  convite de amigos  portugueses na África do Sul, almocei num restaurante fino e  experimentei pela primeira vez,  salada de aspargos  levemente cozidos  servido com salmão grelhado.    Saudável e delicioso.

Quando  experimentei trufas  Lindt ( receita suíça).  Não parei enquanto não esvaziou  a embalagem. Felizmente era de apenas 150 gramas.  Digo felizmente, porque corria o risco de  cometer o pecado da gula.  É  tão suave ao paladar, que é impossível comer apenas duas, ou melhor três, quatro, etc.  Depende do quanto apreciamos um bom chocolate.  

Já  ouviu falar em Tiramisu? Não é nome  turco nem  japonês.  É uma sobremesa fina  italiana.  Algo surreal,  mas  não para ser consumido todos os dias por razões óbvias.  A balança  vai  indicar a diferença no seu (no nosso)  peso (para cima, não tenha dúvidas).

Ok. Vamos mudar de assunto  senão os leitores vão pensar que sou um comilão, guloso, amante das obras carne, etc.    Poderíamos  mencionar mais uma dezena de marcas,  artes culinárias e alimentos exóticos, mas o objetivo deste artigo  é mostrar que é possível desfrutar de alguns prazeres terrenos, sem comprometer nossa comunhão com Deus. É possível, se as condições financeiras permitirem, desfrutar do melhor da terra enquanto temos fôlego de vida. Nem o médico nos proibiu.

Tive oportunidade de contemplar a cordilheira do Himalaia, no Nepal, onde está localizado o Monte Everest.   Paisagem digna de ser fotografada com uma câmera da mais alta resolução possível.  Inesquecível.

Numa estrada   na África do Sul,  entre Johannesburg e Bloomfontein (sul)   sentado no banco do passageiro,  testemunhei o velocímetro do carro marca  BMW atingir 180 quilômetros por hora.  É de arrepiar os cabelos. Não é o meu caso, por acontecer   naturalmente, sem provocá-lo.  Quem  esteve ou dirigiu na Autobahn, as chamadas estradas expressas da Alemanha,  sabe que a velocidade  média é de 140 km e não há limite legal de velocidade.  Ou seja, se alguém quiser testar uma Ferrari ou  Masserati, lá é o local   adequado, sem levar multas.  

Tenho um relógio  da marca Bulova e outro Witnauer.   Embora não sejam caros como  Rolex,  tê-los no braço nos   proporciona  uma  agradável sensação.   Aviso -  Esta sensação é sentida apenas se mora num  país com criminalidade baixa.   Se for no Brasil, em certas áreas,  a sensação será de que vai ser roubado.   Na política estão prendendo os réus da Lava Jato.  Nas ruas das grandes cidades, a operação é Leva a Jato.  Roubam tão rapidamente que você nem percebe.

Há situações que  experimentamos  justamente  o oposto.  Pensamos que teremos uma grande experiencia, mas torna-se em tragédia de pequenas proporções.

Viajando de primeira classe num voo internacional , imaginei que a comida de bordo seria  fabulosa.  Ofereceram-me  de introdução  três opções de queijos -   Blue, Camembert e Roquefort.  Como eu não os conhecia nem por nome,  aceitei todos de bom grado, crendo piamente que deveriam ser extraordinários.  Redondamente enganado!  Embora os nomes fossem bonitos,  ao experimentá-los, confesso que senti  como se estivesse numa tribulação aérea,  meu paladar rejeitou mas como estava num ambiente de gente fina, tive que me comportar como tal e  a contragosto  engoli. Que saudade da mussarela e do queijo prato, pensei.  

Gosto e não se discute como dizem, mas o tal queijo Blue é intragável. Dos três o menos pior foi o  Camembert (variação do Brie).  Não tive coragem de perguntar ao comissário de bordo como comê-lo.   Inteiro, sem a casca branca, comer só a casca?   Bem diz a Palavra de Deus, os que desejam ser ricos entram em problemas . Se você almeja um dia ser rico, vá se preparando para certas experiências horríveis.

O caviar é outro mito.  A mídia cria fantasias de que é algo  espetacular, finíssimo, etc.  Há uma mistificação entre os pobres que comer caviar é coisa  chique.   Dizem os críticos gastronômicos que o russo é um dos melhores. 

Se você não sabe, caviar não passa de ovas de   certas espécies de peixes em tamanho pequeno.  Pode   chique, mas minha experiência  não foi agradável.  Matei a curiosidade e não quero nem de graça.

A simplicidade que satisfaz

Agora vamos tratar justamente de situações  opostas.     Nada de ingredientes caros, esquisitos e importados.   Nada  que necessite de cozinheiro profissional para prepará-lo.  Às vezes  nos sobressalta uma   súbita  vontade de comer  arroz branco  com ovos fritos (dois de preferência) com uma pitada de sal.

 Se comer  ovo é a alegria do pobre,  alguns  especialistas   tentaram destruir esta alegria.  Estraga prazeres!  Disseram que consumi-los   aumentava o colesterol, etc, e que fritos, no máximo três vezes  por semana.   Finalmente  outros especialistas  vieram   socorrer  os pobres e  espremidos. Se frita-los com óleo de coco poderão  ser consumidos todos os  dias, sem problemas.   Os amantes de ovo frito aplaudiram e se emocionaram com a novidade.

Apenas quem morou em fazenda, que não é o meu caso,  poderia descrever    o que é degustar um café preparado a moda antiga, no coador, cujos grãos foram plantados, colhidos, torrados e moídos no próprio local.  Para completar, adoçar com açúcar natural (mascavo).

Às vezes queremos sair  das grandes cidades em direção ao interior para um merecido retiro.   Para aperfeiçoar  o sentimento eremita,  se possível, desligar  telefone, desconectar a internet, manter  distância da TV e passar o dia em contato com a natureza.  Beber  água  direto da bica, fresca e sem cloro, passear de cavalo, escalar um monte, etc.

Principalmente aqueles que cresceram   em áreas urbanas,  onde o ambiente pichado nos  traz um sentido de submundo e poluição visual,   não param para  prestar atenção quando a chuva cai, no espetáculo ao ver a neve  cair,  ouvir  o barulho da cachoeira,  o canto dos pássaros, o barulho dos grilos, o show  noturno dos sapos na lagoa, na trajetória  incansável da formiga,  admirar o sorriso de uma criança.

Muitas vezes não VEMOS    nem compartilhamos a dificuldade  que os  cegos enfrentam e reclamamos de tudo e de todos, não dando graça a Deus por nosso órgão perfeito. Ou  quase perfeito, quando temos que usar óculos ou lentes de contrato. (Se o cliente  não pagar, a ótica manda devolvê-las)

A pressa  urbana e a pressão de horários para serem cumpridos a risca, não nos deixa ver a imobilidade dos aleijados e cadeirantes. Pelo contrário, às vezes nos causa irritação quando estão em nosso caminho, justamente quando estamos com mais pressa.   Nesta hora é que conhecemos o verdadeiro cristão.     

Nunca imaginamos  a dimensão da  fome do mendigo. Estamos sempre deduzindo  que ele  optou por esta vida miserável, e que o destino vai ajudá-lo a contornar a situação.    Neste mundo de desigualdade social, há um paradoxo cômico - Há pessoas que  religiosamente praticam  ginástica para manter ou perder peso,  enquanto  outros  estão tentando  ganhar um quilinhos.

A trajetória da vida   é  repleta de experiências  diversas, como as extravagâncias culinárias,  citadas no principio deste artigo,  e da simplicidade que as  vezes não desfrutamos.

Viver é  experiência única.  Ninguém vive  duas vezes,  a  não ser que acredite nas teorias  espiritas  kardecistas da reencarnação.  Na Índia os miseráveis e da casta baixa,  são consolados por esta doutrina, crendo que na próxima reencarnação nascerão com mais sorte.

A  Bíblia é   taxativa  ao afirmar que ao homem  (e a mulher, também)  - E, como aos homens está ordenado morreram uma vez, vindo, depois disso, o juízo.  (Hb 9.27)

Nossas atitudes, comportamento podem atrair  ou afastar pessoas.   Há pessoas que têm uma  centena  de amigos e uma  dezena de inimigos (ou supostos).   Estes são os pacificadores citados em Mateus  5.9.

Outros têm uma centena de inimigos e uma dezena de inimigos.   Entre as obras da carne citadas em  Gálatas 5. 19 ao 21,   nos alerta para pecados que cometemos contra outras pessoas, que compartilham a mesma cidade, vizinhança, ambiente de trabalho, igreja, etc.  Inimizades, porfias, dissensões, iras, discórdias, facções, inveja.

Há pessoas  tão reservadas que  o círculo de amigos é mais fechado que condomínio de luxo. Para  fazer parte  tem que frequentar a mesma igreja e  estar de acordo.  Se discordar não serve para fazer parte da panelinha.

– Tá repreendido! Dizem aos tais.

No meio evangélico infelizmente nossas amizades são as vezes norteadas pela crente e estilo de vida do outro. Você conhece um  crente adventista ter um amigo que é  crente pentecostal?  Você  conhece  um crente da Congregação Cristã ser amigo de um crente batista?

O dia tem 24 horas (óbvio, mas tem que ser dito). Geralmente passamos 8 horas dormindo, 8 trabalhando, e oito fazendo outras coisas.   Há extremistas -    Trabalham 16 horas por dia, dormem 6 e sobram  2 horas para outras coisas.  Reclamam que  lhes falta tempo, como o relógio fosse o verdadeiro culpado.

Estes querem  formar um patrimônio que lhes garanta uma velhice  tranquila.  Encher o Baú da Felicidade, até transbordar.  Agora com ameaças da  reforma da Previdência e o aumento da idade mínima, eles estão ainda mais  preocupados  com o futuro.

Este grupo de pessoas passa a vida fazendo dividas e pagando.   Os anos vão passando e  deixaram  de  desfrutar momentos  agradáveis, que afinal, nem custam muito.  Nunca  vão ao  restaurante, a não ser que sejam convidados e alguém pague a conta.  Quando   planejam comer fora, colocam a mesa  no quintal. 

Dizem que viver é uma arte.      Infelizmente muitos  partem desta vida sem  terminar o  monumento.  São aqueles que com dinheiro ou sem, não veem razão para viver. No Japão, onde as pessoas  estão cercadas de bens materiais e novas tecnologias, os índices de suicídios são altíssimos. Enquanto isto, no continente africano as pessoas estão lutando para sobreviver.

  Conta-se que no interior, numa área rural, um funeral  seguia para o cemitério.  O suposto defunto pediu que lhe enterrassem vivo,  pois  dizia  estar cansado de viver.   No meio do caminho um fazendeiro  resolveu oferecer um incentivo, a fim de que  o suposto defunto mudasse de atitude. Ofereceu um saco de 50 quilos de arroz.  O candidato a  defunto perguntou  se o arroz estava descascado.  Como a resposta foi negativa,   desanimadamente ordenou aos que o carregavam  – Toca o enterro!

 Viver não é tão complicado. Há pessoas que complicam  sua forma de viver.   Na Bíblia há orientações importantes que podem  ajudar. No livro de Provérbios, cap. 30, versículo 8  nos dá um parâmetro perfeito, se quisermos ter uma vida sossegada.   Sossegada, não significa inatividade ou esperar que as bênçãos caiam todas dos céu sem nossa intervenção.  Não me dês nem a pobreza, nem a riqueza, mantem-me do pão da minha porção acostumada.  

Traduzindo para nosso contexto ocidental -  Procuremos viver com simplicidade, mas ao mesmo tempo desfrutando de tudo que está ao nosso alcance.  Evitemos dívidas desnecessárias e ficarmos nas mãos de agiotas e financeiras, como um pássaro na gaiola.

Desfrutar o fruto do trabalho -  Nada mais justo que  desfrutar o resultado do trabalho honesto.  Experimentar  o melhor da terra não é pecado, nem  compromete nossa comunhão com Deus.    Eis aqui o que eu vi, uma  boa e bela coisa:  comer, e beber, e gozar  cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias da sua vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção.  (Eclesiastes 5.18) .  

Viva a vida!