Feito por Aline Morgan de Queiroz Dias, Edilce Teresinha de Barros Miercalm e Mariane Damke*

Durante as aulas da disciplina Brincar e Educação, ministrada pelo professor Dr. Marlon D. Trevisan, propôs-se à turma do terceiro ano de Pedagogia que realizasse uma campanha para arrecadação de caixas de leite vazias. Foram recolhidas aproximadamente 800 unidades. A campanha contou com o apoio de muitos alunos do campus de Rondonópolis. Foram destinadas 8 h aula – turmas de 2013 e 2014 – para o preenchimento das caixas com jornal. Usando fita crepe para unir as caixas e formar paredes. Para o acabamento uniforme, utilizou-se a técnica de sobreposição papéis e cola. Cerca de 80 estudantes participariam da construção, em mutirão. A união das paredes foi realizada pelas monitoras da brinquedoteca. O professor sugeriu que o castelo recebesse mais uma mão de cola e papel pardo para uniformizar a superfície. Para concluir o castelo foi colado uma última camada de papel laminado amassado na cor dourado. Os referenciais teóricos vistos na disciplina se revelaram de grande importância, como os escritos de Kishimoto (1997), que propõem estratégias para a construção de brinquedos, além de reflexões importantes sobre o brincar. O percurso do projeto revelou-se muito valido para a formação do(a)s graduando(a)s em Pedagogia.

Palavras-chave: Brincar; Caixas de leite; Torre de brinquedo.

A TORRE DO CASTELO: VIVENDO UM FAZ DE CONTA                       

Durante as aulas da disciplina Brincar e Educação, ministrada pelo professor Dr. Marlon D. Trevisan, propôs-se à turma do terceiro ano de Pedagogia que realizasse uma campanha para arrecadação de caixas de leite vazias. Durante três meses foram recolhidas cerca de 800 unidades. A campanha contou com a doação de graduando(a)s de todos os anos, além de alguns de outros cursos. Foram destinadas 8 h dos encontros – turmas de 2013 e 2014 – para o preenchimento das caixas com jornal doado pela biblioteca da UFMT / CUR. Foram usados vários rolos de fita crepe para unir as caixas, formando paredes. Para dar um acabamento mais uniforme às superfícies, utilizou-se a técnica de sobreposição de diversos papéis e cola. Cerca de 80 estudantes participariam da construção até aquele momento, em um mutirão, cujo resultado aos poucos começaria a surgir, em especial no momento de unirem as caixas aos pares, podendo-se verificar de imediato a consistência dos volumes obtidos. A tarefa de unir as paredes foi dada às monitoras da brinquedoteca. Uma etapa árdua que contou com arames e o preenchimento dos vãos com papel picado e cola. Ainda faltava um acabamento nas superfícies. O professor sugeriu que o castelo recebesse mais uma mão de cola e papel pardo para dar homogeneidade. Muitas sugestões se seguiram após essa etapa, a mais viável e esteticamente atraente foi a de concluir o castelo colando papel laminado amassado na cor dourado. As crianças que visitam a brinquedoteca, utilizando pincel atômico preto, têm feito desenhos nas paredes, finalizando o projeto. Os referenciais teóricos relativos aos conteúdos vistos na disciplina se revelaram de grande importância, em especial, os escritos de Kishimoto (1997), que propõem diversas estratégias para a construção de brinquedos, além de reflexões importantes sobre o brincar. O percurso do projeto revelou-se de grande valor para a formação do(a)s graduando(a)s em Pedagogia.

Segundo Kishimoto, a elaboração de um projeto pedagógico é dividido em etapas, uma delas constitui-se na escolha de espaços organizados adequadamente para estimular brincadeiras e dos brinquedos. O crescimento social do ser humano se desenvolve no meio em que ele está inserido, esta é a função primordial da educação.

O contexto atual e a forma como se concebe a criança e como ela se desenvolve, constitui a forma como será educada esta criança.

Kishimoto afirma que uma educação integral na infância depende quase exclusivamente dos brinquedos e brincadeiras, pois é através delas que a criança experiência as realidades do mundo adulto. Portanto, é necessário um trabalho minucioso na escolha dos espaços, dos brinquedos e brincadeiras, para que possa propiciar à criança as experiências necessárias para seu desenvolvimento tanto cognitivo quanto físico. 

“Considerando a criança como ser ativo, autor e ator, capaz de aprendizagem sincrética, que integra todos as facetas do ser, autores como Vygotski, Bruner, Piaget e Wallon destacam a relevância da brincadeira na educação infantil (Kishimoto,1995).” KISHIMOTO,1997.

Observou-se a confirmação destas teorias na pratica, no laboratório de ludicidade Professora Sorhaia Miranda de Lima (BRINQUEDOTECA), com crianças de até sete anos, que interagiram com o castelo. A liberdade com que elas ousam a transforma-lo, e ou adaptá-lo com o seu contexto, usando o neologismo surgindo assim “castelo/casa”, o castelo não seria somente um lugar pertencente a reis, rainhas, e a nobreza, mas passou a receber os mais variados tipos de personagens, por mais que a ideia de príncipe e princesa seja predominante, a roupagem com que até esses elementos participaram não obedeciam o discurso dominante, o poder não estava nas mãos da realeza.

Esta e outras experiências observadas na BRINQUEDOTECA nos leva a concluir que as crianças não estão presas nos estereótipos impostos pela mídia sendo capazes de se desprender quase completamente da realidade que o próprio cenário apresenta. 

Palavras-chave: Brincar; Caixas de leite; Torre de brinquedo.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Construir brinquedos e organizar espaços de brincadeiras, como parte integrante do projeto pedagógico. São Paulo, LABRIMP/FEUSP/FUND.ORSA, 1997.

MENEGHINI, R; CARVALHO, M. C. Arranjo Espacial na Creche: Espaços para Interagir, Brincar Isoladamente, Dirigir-se Socialmente e Observar o Outro. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, 16(2), pp. 367-378

*Professoras efetivas da rede municipal de Rondonópolis-MT