A tecnologia em substituição dos labores do ser humano

Vivemos atualmente em um sistema chamado capitalista. Tal fenômeno atinge quase todo o planeta e, conseqüentemente, quase a totalidade da humanidade. Já se tentou uma segunda via, baseada em uma “sociedade igualitária e socialista” e, infelizmente, esta via entrou em colapso e, atualmente, está desaparecendo nos últimos remanescentes daquela sociedade e só sobrevive em alguns rincões do planeta; tal colapso deu-se por diversos fatores que não citaremos aqui, mas citaremos um que talvez possa receber algum crédito: a imobilidade social de tal sociedade.

Notamos com isso que, por outro lado, quem ganha espaço e novos terrenos é o capitalismo, baseado em sua pseudo-mobilidade social e também no liberalismo, na livre-concorrência e no individualismo; o pior é que nem sinal de uma terceira via ou outra via qualquer.

Destarte, com estas características e estes adjetivos vamos vivendo em uma sociedade tão arraigada no seu individualismo, no seu isolacionismo do coletivo que, atualmente, e cada vez mais, não travamos qualquer tipo de contato ou relacionamento com outros da mesma espécie, pois estamos na era do self-service ... Vamos a um posto de gasolina e servimo-nos utilizando a máquina e sem contato nenhum com outrem; procuramos assistir a nossos filmes prediletos em casa, em nossos vídeo cassetes mas não vamos ao cinema, local de reunião do coletivo.

A tecnologia avança cada vez mais, produz cada vez mais máquinas e objetos cujo papel principal é substituir o trabalho humano e o outro papel é o de torná-lo cada vez mais ... individual!

Percebemos com isso que cada vez mais o homem tem tempo ocioso e isto tem tendência a permanecer e aumentar. As máquinas trabalhando para o homem, substituindo-o em seus labores mais elementares; vai chegar um momento em que o homem não trabalhará mais, sem trabalhar perderá seu sentido de existência, de existir, pois a evolução da humanidade está calcada na evolução do trabalho ... e da técnica para a execução dele ... precisamos, pois, tomar cuidado com tal ociosidade!

                                              Por Antônio de Pádua Pacheco

                                                             (16.08.94)