A TECNOLOGIA É MAIS IMPORTANTE QUE A VIDA HUMANA?

Dia 12 de agosto. Esta data será lembrada como o dia em que 118 pessoas morreram á bordo do Kursk, submarino nuclear que afundou no Mar de Barents. A causa do acidente para nós não importa, até porque nosso objetivo em falar sobre este acidente, não é discutir o fato gerador. Queremos, sim, refletir sobre comportamentos humanos nesse episódio.

Evoluímos muito tecnologicamente. E a evolução acontece tão rapidamente que nem temos tempo de acompanhar tudo o que está acontecendo á nossa volta. O mundo está cada vez menor, diante da velocidade da informação e do boom da internet. A vida poderá ser cada vez maior, diante das descobertas científicas que permitirão a cura de inúmeras doenças antes mesmo do nascimento.

Mas, infelizmente, a cada dia temos a sensação que estamos mais pobres interiormente. Não é concebível que alguém, por mais sérias que sejam as suas razões, não compartilhe esforços em prol de vidas humanas e esse fato é que merece ser refletido no trágico acontecimento citado.

Que mundo é esse onde, em momentos tão difíceis ainda colocamos á frente nossas vaidades, nosso orgulho, nosso poder?

Que mundo é esse, onde famílias inteiras são sacrificadas em nome do silêncio e da ausência de informações de parentes tão queridos?

Que mundo é esse onde predomina o jogo de interesses acima da própria vida?

Não é preciso atravessar oceanos para percebermos que o homem precisa evoluir tão rapidamente como a tecnologia. O que dizer em “Faltam mais humanos nos recursos humanos”, percebemos que a vaidade, o orgulho, o poder, estão presentes no cotidiano de muitas empresas.  

“Os aspectos da globalização atingem de tal forma as estruturas que o principal alicerce das organizações – as pessoas, está sendo colocado como o alvo prioritário para as soluções imediatistas da competitividade, sendo ora pressionado de forma desumana e irresponsável por resultados ou sendo simplesmente excluídos da organização para redução de despesas. (...) Cento e dezoito pessoas cheias de sonhos estavam á bordo quando o submarino afundou. Milhões de pessoas acordam cheias de sonhos todos os dias, e como seres humanos precisam de respeito, de amor, de solidariedade, e não somente de tecnologia.

Ficou provado que se não houver esforço pessoal, de nada adianta. Guardadas as devidas proporções, o que extraímos deste episódio é um exemplo de manifestação lamentável do comportamento humano.

È necessário refletir sobre o que este caso têm em comum: o desrespeito ao ser humano, a insensibilidade, a falta de coragem, a falta de iniciativa, o medo de se expor, o não saber liderar.

Que cada um reflita e pense no que pode fazer para que caso como esse não aconteça. È cada um, fazendo um pouco, mudando um pouco a forma de ser é que poderemos transformar o mundo e, quem sabe, um dia, viver em uma sociedade onde o respeito ao ser humano seja prioridade máxima.

 

Nádia Januário

Bacharel Administração com Habilitação em Marketing

Especialista em Gestão de pessoas

Pós - Graduação em Sociologia