Roberto Miguel Silvério

A sociedade Egípcia

Licenciatura em Ensino de História com Habilitações a Documentação

Universidade Pedagógica

Quelimane

2017     

 Roberto Miguel Silvério

A sociedade Egípcia

Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue ao Departamento de Ciências Sociais e Filosóficas na cadeira de História da Antiguidade Oriental e Clássica

Leccionada por:

Dr. José Gopa      

 

Universidade Pedagógica

Quelimane

2017     

 

0. Introdução

Pretende-se com este trabalho de pesquisa recomendado na cadeira de HAOC, abordar aspectos referentes ao tema: A Sociedade Egípcia. Nele serão referenciados apenas alguns itens como é o caso da Arte, Religião e Ciência.

A Civilização Egípcia foi uma das civilizações do mundo antigo que mais se desenvolveu em quase todas as vertentes, onde numa primeira fase por via militar os reis conseguiram unificar o baixo e o alto egípcio, ambos localizados ao longo do Nilo a Noroeste do continente africano. Foi uma civilização cujo seu desenvolvimento para ale de estar praticamente ligada a religião, esta teve bastante influências do rio Nilo.

Estruturalmente o trabalho encontra-se dividido em três partes principais a destacar: a parte introdutória que também conte a folha de rosto e o índice, o desenvolvimento e a conclusão que por sua vez abarca a bibliografia.

0.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

Compreender a Sociedade egípcia nos aspectos ligados a ciência, religião e a arte.    

1.1.2. Objectivos específicos

  • Localizar geograficamente Egipto Antigo;
  • Caracterizar a ciência, a arte e a religião;
  • Mencionar os principais avanços de cada área;

1.2. Metodologia

Como forma de alcançar os nossos objectivos utilizamos o método bibliográfico que consistiu na procura de obras que abordam sobre o tema, leitura o que culminou com a elaboração deste trabalho.                        

 

1. A SOCIEDADE EGÍPCIA – A CIÊNCIA, A ARTE E A RELIGIÃO

1.1. Localização

De acordo com SENGULANE (2007:57), a civilização egípcia desenvolveu-se no nordeste de África, numa região marcada por desertos e planícies atravessado pelo rio Nilo. Limitava-se a:

  • : Mar Mediterrâneo;
  • : pela Núbia;
  • : pelo Mar Vermelho; e
  • : pelo deserto Líbio.  

1.2. Aspectos gerais

Uma das características da civilização egípcia assim como advoga SENGULANE (2007:58), é o seu relativo isolamento, devido a localização geográfica do território, cercado por desertos, o que permitiu o desenvolvimento de traços culturais razoavelmente homogéneos e a formação de uma sociedade conservadora.        

O Egipto estava divido em duas regiões distintas nomeadamente:

  • O Alto Egipto, a sul, formado por uma estreita faixa de terra entre desertos;
  • O Baixo Egipto, a norte, constituído pelo Delta (foz do rio) de solo muito fértil e amplas planícies, (DORBESTEIN;2010:32).

Cerca de 3 200 anos a. C., após uma longa guerra, o rei Menés do Alto Egipto conquistou a região do Baixo Egipto e unificou-o.

Segundo DORBESTEIN (2010:33), politicamente, o Egipto era dirigido por um faraó, termo que significa “rei das duas Terras”. Com o tempo, os faraós foram adquirindo cada vez mais poderes, criando leis, impostos, comandando o exército, a produção agrícola e a utilização da água.

1.3. A Ciência

Defende KI-ZERBO (2010:92) que a ciência Egípcia distingue-se pelo seu carácter empírico, mais profundo. As suas fórmulas para calcular a área de um rectângulo, de um triângulo, de um círculo, assemelham-se a receitas do mesmo modo que a sua medicina, que descobrira a circulação do sangue muito antes do século XVI europeu e que está repleta de fórmulas para tratar uma grande variedade de doenças, até a fractura das vértebras, e isto por método clínico de diagnóstico.

Na visão de BURNES (s/d:78), os ramos da ciência que primeiro ocuparam a atenção dos egípcios foram a Astronomia e a Matemática. Ambas se desenvolveram com fins práticos: prever a época das inundações do Nilo, traçar os planos das pirâmides e dos templos e resolver os intrincados problemas de irrigação e de controle público das funções económicas.

Os egípcios não eram cientistas puros, pois estes, tinham escasso interesse pela natureza do universo físico em si mesmo - facto que talvez explique os seus progressos medíocres na ciência da astronomia. Aperfeiçoaram o calendário solar, fizeram mapas dos céus, identificaram as principais estrelas fixas e conseguiram algum sucesso na determinação exacta das posições dos corpos celestes, (Idem).

A ciência da Matemática foi mais largamente desenvolvida. Os egípcios lançaram os fundamentos de pelo menos duas das disciplinas Matemáticas comuns: a Aritmética e a Geometria. Sabiam realizar as operações matemáticas da soma, subtracção e divisão, apesar de nunca terem descoberto um modo de multiplicar mais prático do que aquele que consiste numa série de adições. Inventaram o sistema decimal, mas não possuíam um símbolo para o zero, conheciam o funcionamento fisiológico do corpo humano, as técnicas de embalsamamento e mumificação; conheciam o número, (BURNES;s/d:78).

Para KI-ZERBO (2010:93), no que tange Astronomia, o calendário egípcio é, o único calendário inteligente que os Homens inventaram. Distinguia doze meses de trinta dias, contados por décadas com cinco dias adicionais no fim de cada ano. Não havia assim meses desiguais, nem semanas a passarem assim de um mês para outro nem de um ano para outro. Mais os egípcios eram sobretudo técnicos de génio. As pirâmides aí estão ainda agora a demonstrar. «a ciência prática de construção que estes monumentos revelam é imensa e nunca foi ultrapassada.»

Ainda na visão deste autor, as câmaras funerárias e os corredores interiores suportam milhares de quilos desde há milénios sem nenhuma falha. Estas últimas moradas de faraós são realmente «casas de eternidade». Foram construídas por escravos, mas sobretudo por camponeses munidos por uma verdadeira fé, com instrumentos de pedra ou de madeira segundo técnicas mecânicas cujos segredos por vezes desapareceram, consumidos talvez no incêndio da Biblioteca de Alexandria, ateado pelos Romanos.

Na Medicina, uma das ciências também desenvolvidas, os médicos egípcios, frequentemente, eram especialistas: alguns eram oculistas, outros dentistas, outros cirurgiões, especialistas em doenças do estômago, etc. No decurso de seu trabalho fizeram numerosos descobrimentos de valor duradouro. Reconheceram a importância do coração e tiveram uma vaga ideia do significado da pulsão, (BURNES;s/d:78). 

1.4. A arte

 A arte Egípcia atingiu níveis que não foram ultrapassados e a arquitectura, a cultura, a gravura, a pintura... etc., conheceram numerosos meios chegaram com facilidade ao colossal, mas sabem também exprimir a simplicidade da vida e a graça efémera de um sorriso saindo daquela jovem de um baixo-relevo segurando numa das mãos um cabo e na outra uma haste de Papiro em flor, (KI-ZERBO;2010:93).  

Adianta BURNES (s/d:83), que seus fins eram variados e os ideais que se propunha representar mudavam com as variações das tendências da história política e social, e as obras de arte tinham, contudo, como função primária o embelezamento dos templos. Somente em certas oportunidades alcançaram a situação de artes independentes.

Exemplos característicos da Arquitectura Egípcia são as pirâmides, a primeira das quais já devia estar construída em 2.700 a.C. Existem diversas explicações sobre o significado das pirâmides, uma delas era político e religioso, pois, esta foi um ato de fé que exprimia ambição de dar ao estado permanência e estabilidade. São tumbas indestrutíveis dos soberanos, acreditava-se serem elas garantias da imortalidade do povo, pois o faraó era a corporificação da vida nacional, (Idem).

Também acrescenta BURNES (s/d:86), que a escultura e a pintura egípcia serviam principalmente como auxiliares da arquitectura que quase se desenvolveu em torno da religião.

1.5. A religião e o sentido de vida  

Na respectiva de DORBESTEIN (2010:56), os antigos egípcios cultuavam diversos deuses, por isso, eram considerados politeístas. Esses deuses poderiam ter a forma humana (antropomorfismo), de animais (zoomorfismo) ou misturar as características de ambas às formas. Além dos deuses, adoravam os elementos do universo, como o Sol, o Céu, a Terra, além do rio Nilo e o Faraó.

O principal deus do Egipto era Rá, o deus do Sol. Segundo a tradição egípcia, Rá e outro dois deuses, Osíris (deus dos mortos) e Ísis (deusa – mãe) teriam mostrado aos egípcios os elementos da cultura, artes, agricultura e as normas da civilização.

Um dos aspectos importantes da religião egípcia era a crença na imortalidade da alma. Para os egípcios, os deuses controlavam a vida e a morte das pessoas. Era preservado o cadáver, pois acreditava que o corpo e a alma da pessoa que morria tinha que ser chamado aprovado em um julgamento, num tribunal, chamado Tribunal de Osíris, e depois, passava a viver no reino de Osíris, (DORBESTEIN;2010:56).

Para MIRANDA (s/d:23), podem se citar os principais deuses egípcios da seguintre maneira:

  • Osíris – considerado soberano do reino dos mortos, julga os mortos
  • Ísis – mulher de Osíris e mãe do deus Horus;
  • Hórus – deus protector do faraó. Filho de Osíris e Ísis;
  • Seth – irmão de Osíris e deus das desordens e das tempestades;
  • Thot – deus da sabedoria. Divindade à qual era atribuída a revelação ao homem de quase todas as disciplinas intelectuais: a escrita, a aritmética, as ciências em geral e a magia;
  • Hathor – deusa do amor e símbolo da sabedoria;
  • Anúbis – Anúbis é o mestre dos cemitérios e o patrono dos embalsamentos.

Culto dos mortos:

Como acreditavam na imortalidade os egípcios tentavam preservar os corpos:

  • Os corpos eram embalsamados (múmias);
  • As múmias eram colocadas em sarcófagos e depositados nos túmulos;
  • Para «terem conforto na eternidade» colocavam-lhes comida, vestuário, mobiliário e outros objectos da vida quotidiana;
  • Para serem duradouros, os túmulos eram construções sólidas e «secretas».

Túmulos:

  • Pirâmides (as mais famosas são as de Gize), Hipogeus (túmulos subterrâneos escavados na rocha) e Mastabas (túmulos mais pequenos destinados a familiares, nobres e altos funcionários do faraó.
  • Os elementos dos grupos sociais não privilegiados eram enterrados na areia do deserto.

2. Conclusão

Termina deste jeito o presente trabalho realizado em torno do tema: A sociedade Egípcia, onde focalizaram-se mais aspectos como a ciência, a arte e a religião.

Durante a realização deste, notou-se que a civilização egípcia localizava-se no continente africano, a nordeste deste e limitava-se a norte pelo mar vermelho, a sul pela Núbia, a oeste pelo deserto da Líbia e a oeste pelo mar Vermelho.

No quesito a ciência desta civilização, desenvolveram a Matemática, a Astronomia como as principais ciências desenvolvidas em torno da arquitectura, também foi desenvolvido a Medicina que tinha como objectivo o estudo e a cura de certas doenças ligadas com o estômago, oftalmologia, dentes entre outras.

Na religião, adoravam vários deuses por isso, foram chamados de politeístas. Estes deuses apresentavam diversas formas entre animais até humanas. Arte foi desenvolvida com vários fins destacando-se a política e religiosa.  

3. Bibliografia                

BURNES, Eduard Mc Nall. Historia da Civilização Ocidental – do Homem das Cavernas até a Bomba Atómica. Globo Editora, Rio de Janeiro, s/d.

DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. O Egipto Antigo. Edipucre, Porto Alegre, 2010.

KI‑ZERBO, Joseph. História Geral da África, I: História de África Negra. 1ª.ed. Europa-America, Lisboa, 2010.

MIRANDA, José. Civilização Egípcia. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2010.

SENGULANE, Hipólito. Das Primeiras Economias ao Nascimento da Economia – Mundo, Maputo, Universidade Pedagógica, 2007.