A SITUAÇÃO DA APROVAÇÃO PREMEDITADA E AS DIFICULDADES EXISTENTES NO PERÍODO PANDÊMICO

Texto produzido e divulgado em maio de 2021 em Santa Maria do Uruará – Pará

Por: Sydney Pinto dos Santos[1]

A situação de aprovação premeditada ou algo assim, já é um processo que vem ocorrendo ao longo do tempo, mas com características diferentes. Onde a falta de atenção dos professores a alguns alunos se torna o caminho onde, é a premissa para que diante das “atuações” legais esta promoção seja automática, ocasionando problemas futuros na sua alfabetização e consequentemente na sua aprendizagem.

Inclusive, se não nos preocuparmos, em muitas vezes descobrir quais são as razões ou as variáveis implicadores e intervenientes, quando o aluno apresenta certos distanciamentos em sala de aula, ou procurarmos descobrir os fatores que implicam, na idade de molde, o seu aprendizado de maneira eficaz, certamente vamos ter alunos que iremos passar de ano/série sem atingirmos nossos objetivos como docentes...

Pois, não podemos agir como se não conseguíssemos olhar com mais profundidade para outras questões, as quais envolvem muito mais de possíveis necessidades especiais, mas um conjunto de situações que se tornam barreiras e desafios aos professores e a escola. Ou seja, precisa-se um olhar mais aprofundado e investigativo ao docente e detectar as possíveis capacidades do aluno que o leve a esta promoção de ano, ou não...

Porém, como vivemos em um momento atípico, implementado pelo período pandêmico, no primeiro momento, em relação ao uso das tecnologias e outras dinâmicas, ficamos um pouco "perdidos", mas me parece que conseguimos aos poucos nos reinventarmos no sentido de manter e atender estes atores tão importantes no processo ensino-aprendizagem, que é o discente, o qual dependendo de sua realidade social, cultural ou outra, se afastou desta interação...

Quanto aos entraves existentes, na minha região, no caso a Amazônia, percebe-se ainda o grande distanciamento da implantação das políticas públicas direcionadas a uma modalidade e uso desta dinâmica e possibilidade do uso das Tecnologias de Informações e Comunicações, as TICs; pois, além dos pais terem um conhecimento ínfimo quanto ao domínio da própria leitura e escrita quanto à sua formação escolar, a inexistência de um sinal de internet ou mesmo a aquisição de um componente/instrumento que possibilite esta inter-relação entre a escola X professor X família e alunos via processo midiáticos, ainda estão longe de ser um real possibilidade de ensino remoto, visto em comparação com outras regiões do Brasil. Inclusive, posso citar como exemplo, deste distanciamento, a região de Marajó, no Estado do Pará, onde o sinal de internet e o uso do computador é uma realidade a ser implantada e consolidada, mas só o tempo dirá quando!

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[1] Professor efetivo da rede pública de ensino de Prainha – Pará, desde 1998.

Mestrando em Educação (Especialização em Educação Superior) pela UNINI/FUNIBER.