A síndrome brasileira à negligência à normas e procedimentos
Publicado em 18 de setembro de 2009 por Ivan Postigo
Somos um povo “ terrivelmente ” criativo, isto não deixa de ser observado por qualquer profissional estrangeiro que nos visite e conviva conosco uma semana , contudo chama a atenção também a nossa disposição para a inobservância a normas e procedimentos.
Vivemos o que chamo de síndrome de voluntariedade.
Achamos sempre que podemos resolver tudo sozinhos, da nossa maneira , desde projetos mais complexos até no jogo de futebol de casados e solteiros.
A grande vantagem de se estabelecer normas e procedimentos nas nossas empresas é que estas escravizam o trabalho, determinando a forma como este deve ser feito e por quem, caso contrário teremos debates todos os dias sobre incorreções de acordo com pontos vistas variados.Na rotina do dia-a-dia escravizamos o trabalho ou este nos escraviza.
Empresa sem uma organização definida é um caos diário .
Como diz um amigo que trabalha com sistemas : As equipes de uma empresa sem normas e procedimentos aceitos e observados não encorpam .
Quando se sabe exatamente o que fazer e como fazer as tarefas são realizadas com maior agilidade, com menos erros, com melhor comunicação, geram menos dúvidas e questionamentos, com isso tornam as pessoas mais produtivas , geram menos custos, menos desperdícios e ganhos para todos .
A voluntariedade coloca em questão dois aspectos nas organizações :
Poder e autoridade.
Quem tem poder tem o governo e pode delegar autoridade a uma outra pessoa na organização .
Autoridade delegada permite que a pessoa que foi investida desta fiscalize e determine que as normas estabelecidas sejam cumpridas, portanto a quebra de autoridade não pode ser admitida sob o risco de não observância dos acordos firmados.
Ë muito comum encontrarmos empresas onde a palavra final é do comandante supremo da organização , de forma que nenhuma autoridade foi de fato delegada . Podemos observar então que há duas formas de gestão : Por poder e por delegação , ou poderíamos chama-la de centralizada e descentralizada.
A gestão por poder apresenta a tendência de inobservância às normas pela própria dificuldade de uma única pessoa ou pequeno grupo observar todas as regras estabelecidas e ainda pela pouca disposição dos comandados ao confronto.
A gestão por delegação permite que mais pessoas participem e questionem atitudes, provocando correções mais freqüentes às fugas aos acordos estabelecidos e definidos como normas e procedimentos da companhia .
Há a tendência da gestão pelo poder atender mais a interesses próprios que o coletivo, gerando desconforto na organização e descaso às normas pelos grupos que se sentem prejudicados e sem autoridade para agir.Na luta pelo poder quem ganha passa a ser o responsável pelo atendimento às carências e isso poucas vezes é entendido corretamente.
A gestão pelo poder , regra geral, leva a debandada dos grandes talentos que buscam locais e empresas onde possam de fato ter suas competências observadas e reconhecidas
Normas e procedimentos além de organizar a empresa também a torna mais transparente, cria canais de comunicação com menos ruídos e facilita a negociação entre áreas .
A natureza é o melhor de exemplo , pois repete-se de forma “aborrecida” , aperfeiçoando-se ao longo dos anos.
A falta de chuva , de uma boa adubação , de sementes de qualidade , de um bom terreno, certamente nos impedirão de colher safras interessantes .Cada elemento cumpre seu papel com a autoridade que lhe cabe.
Por que seriam nossas empresa diferentes .Em tempo de ecologia , um exemplo para não ser negligenciado .
Há como questionar?
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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