Somos um povo “ terrivelmente ” criativo, isto não  deixa  de ser observado  por qualquer profissional  estrangeiro que nos visite e conviva conosco uma semana , contudo chama a atenção também a nossa  disposição para a inobservância a normas e procedimentos.

Vivemos o que chamo de síndrome de voluntariedade.

Achamos sempre que podemos resolver tudo sozinhos, da nossa maneira , desde projetos mais complexos até no jogo de futebol de casados e solteiros.

A grande vantagem de se estabelecer normas e procedimentos nas nossas empresas  é  que estas escravizam o trabalho, determinando a forma como este deve ser feito e por quem, caso contrário teremos debates todos os dias sobre incorreções  de acordo com pontos vistas variados.Na rotina do dia-a-dia  escravizamos o trabalho ou este nos escraviza.

Empresa sem uma organização definida é um caos diário .

Como diz um amigo que trabalha com sistemas : As equipes  de uma empresa sem normas e procedimentos aceitos e observados não encorpam .

Quando se sabe exatamente o que fazer e como fazer as tarefas são realizadas com maior agilidade, com menos erros, com melhor comunicação, geram menos dúvidas e questionamentos, com isso tornam as pessoas mais produtivas , geram menos custos, menos desperdícios e ganhos para todos .

A voluntariedade coloca em questão dois aspectos nas organizações :

Poder e autoridade.

Quem tem poder tem o governo e pode delegar autoridade a uma outra pessoa na organização .

Autoridade delegada permite que a pessoa que foi investida desta  fiscalize e determine que as normas estabelecidas sejam cumpridas, portanto a quebra de autoridade não pode ser admitida sob o risco de não observância dos acordos firmados.

Ë muito comum encontrarmos empresas onde a palavra final é do comandante supremo da organização , de forma que nenhuma autoridade foi de fato delegada . Podemos observar então que há duas formas de gestão : Por poder e por delegação , ou poderíamos chama-la de centralizada e descentralizada.

A gestão por poder apresenta a tendência de inobservância às normas pela própria dificuldade de uma única pessoa ou pequeno grupo observar todas as regras estabelecidas e ainda pela pouca disposição dos comandados ao confronto.

A gestão por delegação permite que mais pessoas participem e questionem atitudes,  provocando correções mais freqüentes às fugas aos acordos estabelecidos e definidos como normas e procedimentos da companhia .

Há a tendência da gestão pelo poder atender mais a interesses próprios que o coletivo, gerando desconforto na organização e descaso às normas pelos grupos que se sentem prejudicados e sem autoridade para agir.Na luta pelo poder quem ganha passa a ser o responsável pelo atendimento às carências e isso poucas vezes é entendido corretamente.

A gestão pelo poder , regra geral, leva a debandada dos grandes talentos que buscam locais e empresas onde possam de fato ter suas competências observadas e reconhecidas

Normas e procedimentos além de organizar a empresa também a torna mais transparente, cria canais de comunicação com menos ruídos  e  facilita a negociação entre áreas . 

A natureza é o melhor de exemplo , pois repete-se de forma “aborrecida” , aperfeiçoando-se ao longo dos anos.

A falta de chuva , de uma boa adubação , de sementes de qualidade , de um bom terreno, certamente nos  impedirão de colher  safras interessantes  .Cada elemento cumpre seu papel com a autoridade que lhe cabe.

Por que seriam nossas empresa diferentes .Em tempo de ecologia ,  um exemplo para não ser negligenciado .

Há como questionar?

 

 

 

Ivan Postigo

Economista,  Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP

Autor do livro: Por que não? Técnicas para  estruturação de carreira na área de vendas

Postigo Consultoria de Gestão Empresarial

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