A Sede de Poder Como Antídoto da Depressão – Uma terapia segundo Nietzsche
Por Ramos D'Cassacili | 19/03/2022 | FilosofiaA Sede de Poder Como Antídoto da Depressão – Uma terapia segundo Nietzsche
Nas palavras de Wagner Teodoro, depressão é um transtorno mental, causado por uma complexa interacção entre factores orgânicos, psicológicos, ambientais e espirituais, caracterizado por angústia, rebaixamento do humor e pela perda de interesse, prazer e energia diante da vida.
Não existe uma melhor definição para depressão como não existe uma melhor definição para qualquer coisa. Poderia recorrer a milhares de citações e todas levariam a mesma conclusão, a tristeza, o homem deprimido é o homem triste e nada mais. A tristeza tem sua origem na fraqueza, nos sentimos tristes quando somos impedidos de superar um desafio, quando uma dificuldade é maior do que nós, mais forte e aparentemente insuperável.
Nas palavras de Nietzsche:
Felicidade é sensação de que o poder aumentou, de que uma resistência foi superada.
O bom é a vontade de poder, a busca pelo poder.
O mau, tudo que surge da fraqueza.
Qualquer um tem o direito de refutar tais definições, pois não sabemos se têm origem no intelecto do ilustre filósofo alemão, morto, mas vivo. Aqueles que leram o meu poema ‘‘Shakespeare do Meu Espírito’’ entendem esta última parte. Há quem diga que estas definições são originalmente nazistas, há quem diga que os nazistas apagaram-se à Nietzsche para sustentar suas ambições. No meu parecer, Hitler e todos os que buscavam o poder, a guerra e o desafio em nome do poder foram os que mais se aproximaram da felicidade-possível.
Chama-se felicidade possível àquela que contradiz todos os conceitos contemporâneos de felicidade. A felicidade-possível é a ausência da fraqueza, é a força e o vigor para a guerra, é a prontidão para a morte e o desprezo pela vida vazia.
A felicidade-possível não é a felicidade em si, como disse, não existe felicidade em si, a felicidade em si é uma ilusão. Nietzsche entendeu isso por meio de Schopenhauer (Só a dor é positiva), por isso, estabelece de forma consciente a lei do bem viver, estabelece a vontade de poder. A vontade de poder surge da necessidade de superar os desafios da existência, como disse o filósofo «O homem é superável. O que fizeste para o superar?»
No encontro com o problema o homem comum se torna depressivo, mas aquele que mesmo inconscientemente dá vigor à sede de poder como antídoto da depressão, penetra o arsenal e luta até ao último suspiro para superar a si mesmo e ao problema.
Chama-se uma existência vazia àquela que se esvazia de qualquer propósito, daí as guerras. As guerras são fruto do desespero do homem na busca de um sentido para existir. Em meio a crise existencial, o homem busca o propósito primeiro, a saber, o domínio, o comando, o poder como disse Deus «Eis que tudo te dou para dominares», «Onde pisar a planta dos teus pés, esta terra será tua por direito». Poderia recorrer às dezenas de citações e todas levariam a mesma conclusão. Que o propósito primeiro do homem é o poder sobres todas as coisas, inclusive, sobre outros homens.
A sede de poder é o único antídoto válido para a depressão. A sede de poder nos leva à luta e a luta à vitória. «No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, pois eu venci o mundo», «E ao que vencer dar-lhe-ei a coroa da vida». Só o poder é importante, todo o resto nos leva à depressão.
O que Nietzsche ou os nazistas afirmou ou afirmaram, Jesus o Cristo já tinha mencionado no seu Evangelho. «Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões»
«Pelo que Deus o exaltou e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que no nome de Jesus se dobre todo o joelho.» (Paulo Apóstolo)
«O nosso Evangelho não consiste em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de poder.» (Paulo Apóstolo)
«E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará» (Jesus o Cristo) A verdade é o poder e o poder é Deus, neste caso o encarnado, a saber Cristo, para todos os que professam esta fé.
O poder supri a fraqueza e consequentemente o sofrimento, a angústia, a tristeza, a depressão.