A SACRALIZAÇÃO DO CONSUMO

Equipe:

Cristiane Lopes de Souza

Roseni de Jesus G. da Silva

Paracatu, 2013

 

 

 

 

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.. 2

A SACRALIZAÇÃO DO CONSUMO.. 3

CIDADE: ANONIMATO E SOLIDÃO.. 4

TEMPLOS DO CONSUMO.. 5

"Shopping Centers". 5

O MITO.. 6

O Mito da Juventude. 6

CONCLUSÃO.. 7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.. 8

 

 


INTRODUÇÃO

 

Neste artigo será mostrado como as grandes cidades provocam profundas alterações nos indivíduos bem como a interação e os fatos sociais decorrentes deste processo.

Abordaremos a formação e o hábito de consumir por ser requisito, fundamental, para se garantir a sobrevivência do indivíduo na sociedade do consumo.

Será possível entender a relação propaganda / sedução e consumo e compreender porque as pessoas estão, cada vez mais, viciadas em compras.


A SACRALIZAÇÃO DO CONSUMO

 

Embora seja a cidade o palco de formação e desenvolvimento do modo urbano de vida seria equivocado pensarmos que o mundo rural estivesse imune as suas influências. É possível destacar como condição de vida na cidade, a grande e permanente concentração de indivíduos no mesmo espaço, que determinam o desenvolvimento de relações sociais específicas, entendendo que ela é um centro irradiador em ampla escala de hábitos, costumes e comportamentos.


CIDADE: ANONIMATO E SOLIDÃO

 

A vida nas grandes metrópoles provoca profundas alterações nas relações do homem e no seu modo de vida com seus contatos primários dotados de proximidade e pessoalidade que foram substituídos pelos contatos secundários.

A concentração de um grande número de pessoas e a heterogeneidade social exigiu a criação de instituições impessoais para resolver problemas relativos á saúde, educação, insegurança pessoal e social.

O trabalho em comum e relações sociais estreitas entre indivíduos sem laços sentimentais ou emocionais favoreceram o desenvolvimento de um espírito de concorrência ao invés de solidariedade.

O individuo se coloca em contato permanente com indivíduos de outras classes, raças e nacionalidades dos quais recebe estímulos diferentes acarretando instabilidade e insegurança. Em decorrência disto a relação de amizade intima e duradoura entre os indivíduos são mínimas.

Espírito competitivo são valores incentivados pela cidade, uma vez que ela exige para sua sobrevivência o recrutamento de tipos humanos variados para executar os múltiplos trabalhos. Esses valores acentuados de competição possibilitam a distinção individual, visto que a cidade distingue e nivela os sujeitos que se tornam cada vez mais eficazes através de grupos organizados e movimentos coletivos.

O homem é um eterno criador de valores e necessidades e a propaganda desperta no homem impulsos adormecidos e materializa necessidades conscientes ou inconscientes, que não foram satisfeitos pela sociedade. De um lado temos o mundo da Utilidade do outro o do Consumo e a publicidade é mediadora entre esses dois mundos, manipulando símbolos, vendendo imagens, estilos de vida, sensações e emoções. "La no mundo dos anúncios a criança e sempre sorriso, a mulher desejo, o homem plenitude e a velhice beatificação."


TEMPLOS DO CONSUMO

 

"Shopping Centers"

 

A sociedade do consumo criou deuses desumanos, com roupagens sofisticadas e templos suntuosos dominadas pelo corre-corre das pessoas apressadas, burburinho de mercadorias, caixas de embalagens e entretenimento que objetivam prender o homem a esse universo, chamados Shopping Centers, cujo Deus é o capital, e a posse do dinheiro é a marca que inclui ou exclui o individuo desse ritual do mundo contemporâneo: O consumo. É o mundo das marcas e etiquetas, cartões de crédito, talões de cheque, das coisas fáceis e soluções mágicas.

O Shopping Center Eldorado localizado entre os Jardins e o Morumbi bairros onde residem elites consumidoras paulistanas é um mundo dirigido pela magia do luxo, do sensual, do perfeito. O consumo é dominado por um pensamento mágico que induz sutilmente a ação em direção a aquisição e ao poder.


O MITO

 

A Antropologia Social é a ciência que mais aprofundou os estudos sobre o mito como fruto da incrível capacidade do homem de criar um mundo de significados, linguagem que expressa às coisas do mundo, as contradições as dúvidas e as inquietações dos homens. Garante ao homem a precedência de seus atos, ajudando-o desse modo a eliminar as dúvidas que surjam a cada novo empreendimento.

O mito é uma história contada que não tem autor, nem criador, somente narradores. Na sociedade de consumo um dos mitos mais sagrados é o da Juventude.

 

O Mito da Juventude

Ser jovem é ser belo, forte, feliz e transformador. É saber lidar com o inesperado com rapidez, é não ter ainda as marcas deixadas pelo viver. É ter liberdade idealizada e um poder ilimitado. Seu tempo é o futuro, impalpável, distante e promissor! Ser jovem é mudar muito, experimentar intensamente emoções, estar potencialmente aberto ao mundo, ao consumo, se emocionar com o poder da compra, que lhe garante também status e integração social.

O mito da juventude responde ao louco desejo dos homens de serem eternamente jovens belos e felizes numa sociedade supostamente homogênea, onde reina igualdade e liberdade, mas essa imagem do jovem criada pela sociedade de consumo acoberta a profunda diferença de classes, que determinam condições reais de vida próprios a cada classe social.

Ao contrastar a imagem que os meios de comunicação de massa vendem do jovem em relação as suas condições reais, veremos que existe um abismo que pode facilmente ser preenchido pelas fantasias da propaganda e pela imperiosidade do consumo.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A sociedade, incluindo o meio rural e o urbano, estão sendo influenciados pelo consumo.

O consumismo acaba fazendo com que as pessoas deixem de ser solidárias e se torne competitivas entre si e acarretando o enfraquecimento dos laços familiares, mudanças constantes de ambiente e grupos participativos.

Embora os indivíduos vivam em harmonia e interação há uma grande distancia social que causa uma brecha e solidão.

O homem vive em solidão e a propaganda faz a ligação homem x produtos, o seduzindo e atraindo a comprar bens que muitas vezes não precisam e a apresentação dos produtos é feita de forma que a pessoa pensa que tais coisas lhe garantirão Status e integração social e a cultura capitalista reafirma a idéia do consumo transformando bens supérfluos em vitais.

O jogo da propaganda favorece e muito o consumismo e nesse meio o homem está perdendo a identidade no plano real e endeusando o consumo, porque foi educado, desde pequeno, que deve ter dinheiro para consumir o que é oferecido.

Existe uma mitificação do Jovem que o impede de ver que a sociedade não é homogênea e há distinção entre as classes sociais, fato que acarreta o perigo e pode causar sérios problemas, inclusive a violência. O único local de influencia para nivelar conhecimentos é a escola. Contudo quando se trata de escolaridade as melhores escolas estão sob o domínio da rede privada que só investe em quem tem realmente dinheiro.

Aqui surgem as lacunas enquanto o jovem rico tem dinheiro para estudar, o pobre não possui condições financeiras e dessa desigualdade que a propaganda aproveita e insere a fantasia através do consumismo, para que a pessoa sinta igual a outro de classes diferentes, porém a intenção desse nivelamento social é totalmente capitalista com pretensão de se obter assíduos consumidores.

Portanto devemos consumir de forma consciente somente o necessário sem fazer sacrifícios, devendo esquecer os apelos das propagandas que só mostram Status e um mundo somente de felicidades com incentivos ao consumo exagerado.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

PIETROCOLLA, Luci Gati. O que todo Cidadão precisa saber sobre sociedade de consumo. São Paulo: Global, 1987.