A sabedoria de Jesus Por: José Vieira da Silva [email protected] A sabedoria de Jesus incomodava. Não é novidade para nós que era um saber diferenciado, um conhecimento profundo daquilo que era eterno. Foi logo percebido pelos judeus. Não havia de ser diferente. Esta qualidade literalmente transpirava, transbordava na pessoa do Senhor Jesus. Sua conexão com o Pai era constante. Melhor dizendo, o conhecimento fluía diretamente como se fosse uma só mente, um pensar unificado. E de fato era dessa maneira, como bem atesta João, no Capítulo 10, Versículo 30: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30) Mas muitos contemporâneos não o viam dessa maneira. Imagino que perguntavam uns aos outros: Como assim? Ele era apenas um dos comuns, um pobre filho de um carpinteiro, uma personalidade considerada insignificante, segundo a ótica e os padrões judaizantes. Como um ser humano simples, comedor de lentilhas, peixe e pão (ou comedor de feijão, arroz e carne, se fosse em nossos dias) pode expressar-se com uma sabedoria vinda diretamente da eternidade, sem atravessadores, intérpretes, profetas, apóstolos, ungidos, missionários ou qualquer ser dessa natureza (é, ainda hoje, mais do que nunca, temos um leque de opções)? Mas ele lia partes do que hoje chamamos de Bíblia. Lia os rolos. Um deles, o de Isaías, foi declamado na sinagoga: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor. Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; (Lucas 4.18-20) Sim, a sabedoria vinda da eternidade é possível! Em relação a nós, o segredo é pedir. O segredo é apenas aplicar a Palavra e se posicionar corretamente. Pedir segundo os padrões bíblicos. Na verdade, um segredo revelado perde tal característica. Deixa de ser um segredo. Esta bênção, esta possibilidade de comunicação direta que dispensa intermediários, está revelada na Palavra. Está ali, prontinha para ser invocada, pronta para ser usada. Está disponível para todos. Basta querer. “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. ” (Jo 14.13) Podemos afirmar até certo ponto que todo o conhecimento teológico diferenciado disponível na época de Jesus estava nas mãos dos rabinos. Se Jesus fosse depender apenas desse saber instituído, não iria muito longe com o seu Projeto de Salvação. Provavelmente Jesus tinha um conhecimento avançado de sua religião. Mesmo assim, tinham alguma dúvida: “E os judeus maravilhavam-se, dizendo: como sabe este letras não as tendo aprendido?” (Jo 7.15) Alguém poderia afirmar ainda: mas Ele era o próprio Deus! De fato, mas habitou entre nós e experimentou, segundo um acordo na Eternidade, habitar também um corpo material, sujeito a todo o tipo de ataques, sejam eles biológicos ou espirituais. Isso o punha de certa maneira em igualdade física com nós. Lembre-se: foi um acordo morrer por nós. Ele era instruído diretamente do céu! Jesus é apenas mais uma prova de que isso é possível, embora tenha sido a prova mais contundente, o que lhe permitiu sobrepujar seus inimigos carnais e espirituais, sem nunca falhar. É assim que tem de ser. Há muitas provas espalhadas pela Escritura desse ato generoso de Deus para com os humanos. Convido-os a examinar, olhar um pouco mais de perto e indo lá para o início das escrituras, os detalhes construtivos do Tabernáculo. Simplesmente incrível! Os planos e detalhes fornecidos por Deus a Moisés e, mais tarde, repassados aos construtores, não poderia de forma alguma ser implementado e construído sem a ajuda de um ser conectado à eternidade. Em resumo: para entendermos as coisas concernentes ao Reino Eterno e aquilo que emana constantemente dele, é condição essencial estarmos ligados a Ele. Esse fio condutor, por assim dizer, não pode ser outra pessoa que não Jesus e o Espírito Santo. Examine um trecho de Êxodo comigo: “Assim, trabalharam Bezalel, e Aoliabe, e todo homem sábio de coração a quem o SENHOR dera sabedoria e inteligência, para saberem como haviam de fazer toda obra para o serviço do santuário, conforme tudo o que o SENHOR tinha ordenado.” (Ex. 36.1)