A Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, devido a importância que os mesmos tiveram em sua organização e divulgação, foi um movimento separatista contra a Coroa Portuguesa que ocorreu em 1817 na capitania de Pernambuco.

 

Pernambuco possuía uma longa tradição de buscar a solução de seus problemas com recursos próprios, desde a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro em 1654, após nove anos de guerra com pouco apoio dos portugueses. O contato com a administração holandesa, que permitia certa autonomia comercial e cultural, somada à vitoriosa luta contra estes, tornou o povo pernambucano particularmente orgulhoso e receptivo às ideias de liberdade e respeito aos seus méritos, julgando-se com direito de contestar em diversas ocasiões a autoridade do governo português, como na Guerra dos Mascates, em 1710.

 

O movimento pernambucano tinha como objetivo a conquista da independência em relação a Portugal e implantar um regime republicano no Brasil.

Ao saber da organização da revolta, o governador de Pernambuco ordenou a prisão dos envolvidos. Porém, os revoltosos resistiram e prenderam o governador.

Após dominar a cidade de Recife, os revoltosos implantaram um governo provisório. Para conquistar o apoio popular, o governo provisório abaixou impostos, libertou presos políticos e aumentou o salário de militares.

Os rebeldes enviaram emissários para outras províncias para derrubar os governos e ampliar a revolução, porém, sem apoio popular significativo, estes movimentos não avançaram.


O governador da Bahia, Conde dos Arcos e, D. João VI, no Rio de Janeiro, organizaram expedições militares contra os rebeldes de Pernambuco e tropas cercaram Recife por terra e mar. Os embates duraram 74 dias, resultando na derrota dos revoltosos. Os líderes foram presos e condenados à morte.


A tradição republicana de Pernambuco lhe trouxe perdas territoriais. Em 16 de setembro de 1817, como prêmio à colaboração dos alagoanos na revolução, a Comarca das Alagoas foi desmembrada de Pernambuco, tornando-se uma capitania. Nova perda ocorreria em 1824, quando após a Confederação do Equador, a Comarca do São Francisco, que lhe pertencia, seria anexada à Minas Gerais, sendo transferida em 1827 para a Bahia.