A revolta argelina e aposição de Marrocos?

A revolta do povo argelino tem raíses muito antigo e ao longo da história, o que decorre da ação dos generais argelinos e militares, e seus comportamentos face ao seu povo, o exemplo do desrespeito ao encontro da família do ex-presidente Ben Bella, um dos grandes símbolos da revolução argelina. Ele lutou pela independência da Argélia, até no  seu funeral, o qual foi utilizado para atacar a delegação oficial marroquina, desafiando todos os protocolos ao aceitar a proclamação da frente da Polisário como Estado fantomo no seu território.

Foi num cláro disafio tanto para a comunidade  internacionalmente como para o direito, a legitimidade e a jutiça internacional.

A mensagem foi clara. Os governantes da Argélia não procuram nenhuma suposta reconciliação para o dossie da integridade territorial do Marrocos, mesmo no caso do presidente da Argélia que se considera o primeiro aliado do Marrocos, principalemente os países amigos do rei Hassan II.

Os generais do exército argelino em diferentes situações mostraram querer se vingar do falecido Ben Bella. O primeiro presidente a governar a Argélia depois da independência no início dos anos 60, antes da revolta de Houari Boumediene contra os adversários nos anos 70, publicando uma entrevista na revista francesa nos últimos meses de sua vida, inverno 2011, considerando o primeiro presidente da Argélia após a independência,  sem negar suas origens marroquinas, um elo da conciliação e aproximação. O que não se entenda  para os radicais do exército argelino.

Em relação ao presidente Boudiaf, assassinado pelo esquadrão, fuzilado ao vivo, tal questão se levanta e se trata como um segredo do regime argelino, o próprio filho, considera hoje a revolta popular como uma oportunidade para rever este episódio, envolvendo o assassinato de seu pai?

Documentos esquecidos dos tempos, antes da revolta popular

O ex-ministro de Marrocos, Driss Al-Basri, interrogado  em Paris por jornalistas argelinos sobre o assassinato do ex-presidente argelino Boudiaf. Tal interrogação ficou no ar por anos, depois de 1999, Basri respondeu, como homem do estado, ministro do Interior, e logo após que as informações da  inteligência de Marrocos se posicionaram sobre o plano do assassinato do ex-presidente argelino.

Al-Basri, apesar da sua posição, foi incapaz de admitir o envolvimento no caso. Os relatórios secretos da inteligência francesa revelam os arranjos em relação ao golpe do estado, tornando  claro que o Palácio do Eliseu não ficou fora, sabendo de todos os atores argelinos, militares ou políticos. Todo indica a existência de uma conexão histórica com a França. Levando a oposição argelina a acreditar que a França detém informações sobre o assassinato do presidente Boudiaf.

O rei Hassan II tem acompanhado esses fatos com grande interesse, não apenas porque Boudiaf, amigo de Marrocos, mas porque o seu assassinato significava simplesmente a vitória do movimento de oposição contro o Marrocos, abrindo um novo capítulo sobre o conflito da integridade territorial.

O rei Hassan II foi conhecido pela sua grande franqueza,  frequentemente informa os chefes de Estado árabes, hostis como o Gaddafi e Assad, da verdade que eles tentam esconder pelas cortesias diplomáticas. Recordando quando, Hassan II tem organizado a cúpula árabe em Rabat, convidando o presidente Saddam Hussein, Hafez al-Assad e Gaddafi para uma recepção numa mesma mesa. Uma vez que todos os presidentes trouxeram suas próprias equipes de cozinha por uma questão de segurança.

O falecido rei Hassan II dissipou todos os medos com uma piada sinónimo da inteligência e estratégia real: “ao dizer: Não temem, não tem veneno na comida." Todos inclinaram suas cabeças,  porque a franqueza do rei Hassan II revelou explicitamente a teoria da conspiração, que os chefes de Estado árabes detém, principal motivo do conflito entre Rabat e Argélia.

De fato, as relações argelino-marroquinas datam de antes da revolta argelina. Há quem foi longe, considerando que a relação remonta à fundação dos santuários sufis, cujos argelinos consideram, até hoje, laços e elos espirituais, estilo do sufi marroquino, uma ideologia compartilhada contra os radicais, refletindo a coexistência entre os povos do norte da Africa e o papel das fronteiras que se mantêm fechadas, impedendo a troca de visitas dos líderes espirituais entre as duas partes.

O que chama atenção aqui é que a revolução argelina foi financiada pelo Marrocos, contra as  explorações e manipulações franceses, levando até a independência da Argélia, obliterando uma parte importante de sua história relacionada à contribuição dos marroquinos nesta revolta popular contra o francês, ocupante, não apenas materialmente ou através do contrabando de armas através da fronteira, mas também porque os marroquinos participaram ativmente, como recrutas na revolta argelina, reconhecendo esta memória honrada, notadamente nos primeiros anos da independência da Argélia sob o presidente Ahmed Ben Bella.

Assuntos mantidos muito sigilosos

Apesar da situação na Argélia, ela preve certas mudanças, quanto ao otimismo sobre as relações marroquino-argelinas que não devem, pelo menos para os argelinos serem confundidos com outras questões. Poderá ter um cenário diferente para essa proposição, se os argelinos conseguirem limpar completamente o regimento militar e o exército, bem como o resto dos carregadpres  e detentores da ideologia do ex-presidente Houari Boumediene. O qual ele até  pensou no assassinato do rei Hassan II em 1978. Tal plano foi revelado pelos franceses ao rei Hassan II, e seus detalhes foram desvendados mais tarde, sendo que o plano foi fixado numa primeira etapa e não chegou a ser executado.

Muitos mãos tentaram  depois desta revolta na Argélia levantar algumas questões de direitos humanos, de uma forma ou de outra, estes tentaram relacionamentos com os marroquinos, mais tarde foram torturados, agredidos ou forçados a deixar a Argélia, excluídos de bens e pertences.         Isto foi sob o governo  Boumedienne 1975. Os próprios argelinos não foram poupados, alguns também torturados e assediados, Forçados a deixar a Argélia porque defendem  seus amigos marroquinos ou aqueles que regularmente visitam o Marrocos no contexto de laços familiares ou econômicos,  os quais foram detidos e presos nas zonas de fronteira.

Entre os processos de direitos humanos na Argélia, aqueles que se levantam após a atual revolução argelina, relativa aos direitos dos cidadãos argelinos que visitam suas famílias no Marrocos, depois de muitos anos de proibição. Esta posição não é muito diferente da dos alemães durante a separação com o Muro de Berlim.

Além do caso destes argelinos,  outros deixaram o país secretamente desde o início dos anos setenta, por rejeitar a situação política no país, como o caso do próprio presidente Ben Bella que deixou o país após o fim de seu mandato presidencial de maneira inesperada. A amizade com Marrocos e com altos oficiais marroquinos, diplomatas, políticos e empresários se traduz em ameaças pela Argélia, muitos deles optaram para se exiliar na França, uma situação considerada impossível ou como quasi semi-"obrigatório", entre estes indivíduos passíficos, alguns nunca visitaram a Argélia até hoje, devido às inimizades entre os membros das instituições militar e o exército que controla tudo até hoje.

O funeral de um homem sobre o qual descrito a "alma" da separação

No mês de abril 2012, ainda o início do governo de Abdelilah Benkirane apenas contar o centésimo dia, o primeiro-ministro dirige uma delegação marroquina para prestar homenagem ao ex-presidente argelino que se demite ou demitido, Abdelaziz Bouteflika, recordando da morte do ex-presidente argelino Ben Bella, que foi um amigo de Marrocos e passou vários anos, mesmo após o final de sua presidência.

Durante o funeral, Bouteflika foi um homem motivado e cheio de vida, apesar da idade e a presidência associada. Vale contar que o primeiro-ministro marroquino foi obra da primavera árabe, revelando hoje uma forma de armadilha para aqueles que não  sabem que a primavera que lhe esperava fosse amarelada.

Os generais da Argélia querem  fazer do funeral do ex-presidente argelino, amigo de Marrocos e respeito do falecido rei Hassan II, como uma forma de prejudicar as relações de dois povos, criando um estado de lama. Eles insistiram sobre esta atitude de inamizade diante da presença de uma delegação de Polisario liderada pessoalmente dirigida por Abdelaziz Marrakech, ex-secretário da Frente polisário.

Assim foi descrito pela imprensa local seja o « funeral de um homem ..». Transmitido pelos alto-falantes de maneira a propagar esta situação no local, e para que o governo marroquino saiba dos  responsáveis do protocolo que tinham planejado cuidadosamente desonhar a delegação marroquina. Uma vez a separação entre o Marrocos e o Polisario, organização que tenta obter a legitimidade internacional naquele funeral, a imagem do próprio presidente argelino, e perante o imã da oração fúnebre realizada pela alma do falecido, Ahmed Ibn Bella.

Esta situação denota o que é a Argélia, sendo mais direto, estes generais demonstram com estes comportamentos o futuro das relações com Marrocos. A retirada da delegação marroquina rapidamente do funeral, a exemplo do chefe do governo Benkiran visto entre os ombros das fileiras do funeral, última despidida para o presidente Ben Bella.

Os generais da Argélia desrespeitaram a família do ex-presidente Ben Bella, um dos grandes símbolos da revolução argelina que lutou pela independência da Argélia, utizando  o seu funeral como uma forma para desonhar a delegação marroquina oficial, levando a Polisário ao nível de um estado "amigável", contra todas as resoluções das Nações unidas  e internacional, em relação a uma questão  de disputa territorial.

A mensagem foi clara, então. Os verdadeiros governantes da Argélia não procuram nenhuma suposta reconciliação com o Marrocos, através do convite pelo funeral do ex-presidente da Argélia, primeiro aliado do Marrocos na época, considerado um exemplo dos países, amigo do rei Hassan II.

Talvez os generais do exército argelino pretendem se vingar de Ben Bella morto. Depois de se tornar o primeiro presidente a governar a Argélia e conquistar a independência no início dos anos 60, antes de Houari Boumediene se opor ao regime nos anos 70, ele disse em entrevista a uma revista francesa nos últimos meses de sua vida, inverno de 2011, ‘apesar de ser o primeiro presidente da Argélia após a independência, preservou minhas origens como marroquino. Este é um ponto considerado não perdoado pelos radicais no exército. Depois de ser demitido da presidência da Argélia e deixado no exílio na França, realizou visitas para Marrocos regularmente, reunido com o falecido rei Hassan II, e veteranos da resistência marroquina e do Exército de Libertação. Os quais contribuíram para a revolução argelina, durante a década de 1950, mesmo depois que o Marrocos conquistou a sua independência. As mensagens políticas são remanescentes em relação ao papel de Marrocos na independência da Argélia, o que incomodou os chefes do exército, os quais conspiraram o plano de golpe.

Resultado disso é que o funeral do homem se transforma numa forma de desrespeitar a amizade com o Marrocos e suas origens, através  de um exército que não conseguiu conter sua força de resistência.

Os amigos de Boufiaf foram esquecidos, obrigados a fugir após o seu assassinato. No último dio, junho de 1992, os argelinos mal entenderam a situação em Argel, até que as manifestações incomuns ameaçam as ruas. Tanto os manifestantes como aqueles escondidos em suas casas persequidos, acusados de assassinatos políticos, fatos incomuns da história. Trata-se do assassinato político, ele abre para o Presidente do Estado uma oportunidade, enquanto divulgava sobre a situação da Argélia e dos poderes do Presidente, sucessor da renúncia de Chadli Ben Jdid.

Antes de se tornar presidente da Argélia na década de 1990, Boudiaf morava no Marrocos com sua esposa na epoca do falecido rei Hassan II, considerado um dos últimos sábios da Argélia, rejeitando as posições do presidente argelino Houari Boumediene, figura de grande inimizade com Marrocos antes de sua morte no final da década de 1970. Desde então, Boudiaf vive no Marrocos, sonhando com uma nova Argélia, não aquela que ele acompanha na televisão e no rádio. Ele não encontrou consolo na experiência de seu outro amigo, primeiro presidente da Argélia após a independência, presidente Ahmed Ben Bella, em relação aos problemas com o regime argelino.

Somente um dia após o assassinato, os responsáveis e os homens de confiança de Boudiaf foram forçados a deixar a Argélia. Outros resistiram e ficaram sob o controlo, como o caso do conselheiro pessoal do presidente, cujos filhos estudam na França. O exército se obrigou a deixar os filhos ir a França, sabendo que eles não vão voltar. Estes últimos receberam sérias ameaças, até de morte uma vez divulgar na França as informações secretas, criticar o poder na Argélia ou acusar alguém de estar por trás do assassinato do Presidente Boudiaf.

Ficar calado, sobretudo porque as ameaças parecem maiores, sabendo que os serviços secretos da Argélia, desenvolvidos por Houari Boumediene antes de sua morte, constituem uma base de informações preciosas.

O filho de Boudiaf sai hoje de seu silêncio e acusa quatro generais proeminentes do exército argelino, uma vez a opinlão pública sabe da posição argelina, do caminho passado, e do plano para assassinar no ar,  na vista ou no ouvido do povo argelino.

Tal acusação dessa magnitude não seria apenas do filho do presidente assassinado, dirigida a alguém se não ter o que prova realmente que esses nomes envolvidos nestes planos de perto ou de longe neste processo criminal. Tratando de uma operação realizada por membros influentes do exército, os quais discordaram das políticas do presidente, em vez de afastá-lo do caminho de Ahmad ibn Bella, escolheram dar um fim à sua vida.

Será que nos veremos nos próximos dias, ou mesmo nos próximos anos, uma investigação séria para identificar os verdadeiros autores que assassinaram Boumedien e motivando os "voluntários" , para levar uma certa justiça?

Segundo os oponentes argelinos, a única forma de remediar a memória do mártir Presidente Boudiaf é de identificar as cabeças que deram a ordem do assassinato. Tendo em conta os "manipuladores" provocantes do gatilho, aqueles carrascos que certamente assassinaram, outros nomes antes de Boudiaf.

Por que o silêncio do filho Boudiaf, desde 1992?

 Depois de muitos meses que se passaram desde a primeira faísca do movimento argelino, sem nenhuma iniciativa partidária que apoia a volta  de todos os dissidentes argelinos exilados, ou refugiados na França, devido a oposição aos líderes do exército argelino e aos generais, que o público exige estejam  traduzidos na justiça e condenados pelos diferentes crimes e corrupções. Fatos de mais de quarenta anos atrás, cujos alguns de seus arquivos continuam abertos até hoje.

Quem ousa hoje abrir o arquivo de dissidentes, os que vivem no exílio ou numa situação com famílias falecidas ou detidas no exterior por causa de posições anti-regime?

Este dossiê espinhoso, no qual os relatórios da inteligência e serviços secretos argelinos tratam com cuidado, ameaçando e acusando qualquer um que se pretende uma ação à forca, incluindo muitos políticos e oficiais argelinos, cuja culpa única foi sido uma posição contra os presidentes radicais, notadamente com Houari Boumediene.

Centenas de argelinos durante seu regime, envolvendo diferentes dentências e movimentos muito próximas ao palácio presidencial e instituições estatais sensíveis, forçados a deixar secretamente o projeto social para não ser assassinados, outros têm certas amizades com Marrocos ou de origens marroquinas, devido aos laços e ligações passadas com a Frente de Libertação Nacional, que coordenou com o Exército de Libertação Marroquino visando a independência da Argélia em meados da década de 1950.

Na década 70, a maioria da oposição foi obrigada a fugir de Houari Boumediene, considerado hoje um dos presidentes argelinos o mais extremo da história de uma Argélia independente.

Os laços com Marrocos durante seu regime é considerado como uma grande traição. Chamando os argelinos no rádio a guerra da areia e das conseqüências, do caroço deixado pela derrota de vários líderes do exército argelino em 1963, cujo país se tornou independente, enquanto, de fato, foi um erro argelino no qual alguns dos capangas afiliados ao atual Boumedienne, que se tornou presidente, uma vez criticar a soberania territorial de Marrocos, invadindo o ponto de fronteira em clara luz do dia.

Assim, foi uma oportunidade para Boumediene acertar seus cálculos com aqueles que acreditavam que o interesse público na Argélia exigia abrir relações com Marrocos em vez de fechar as fronteiras. A postura radical do Boumedienne levou a expulsar ps marroquinos que vivem na Argélia, apesar dos laços familiares que unem os ambos países, notadamente nas zonas próximas à fronteira com Oujda. Pois nesta época, esta questão se transformou num assunto pessoal.

Por esse motivo, a questão de ser clemente com os oponentes argelinos e das políticas não foi exposta definitivamente até, mesmo após sua morte. Deixando altos oficiais de segurança, simpatizantes com suas políticas e ideologias, incluindo aqueles que testemunharam de seu plano secreto de assassinar o falecido rei Hassan II, de Marrocos.

A sua morte subita, deixou seus companheiros retirar a ideia da cabeça, mais mantendo outras formas  de extremismo e radicalismo contro a Marrocos. Foram seus companheiros que carregavam o seu caixão do presidente com clara tristeza até seu local de descanso final.  Predendia fazer do si mesmo um retrato, exclusivo de um presidente rebelde contra todos, mas o seu projeto não foi executado.

Enfim, ele deixou sucessores de militares e de segurança que praticam a violência contra os políticos, o que levou o país a se transformar em uma arena de intensos conflitos e dossies ocultos de segurança. Todos os "carrascos" que fizeram os anos negros da Argélia foram os alunos de Houari Boumediene, e aqueles que assassinaram Boudiaf 92.

Eles  eram estudantes de Boumedien, eles continuaram no poder e postos militares importantes até os últimos dias do regime de Bouteflika. Hoje o filho de ex-presidente Boudiaf tenta desvendar sobre o dossie de seu pai.  Tendo em conta que aqueles que planejaram continuam a governar a Argélia, tal onda social é a únca capaz de levar a julgar os corruptos, e criar a surpresa, se houve.

Lahcen EL MOUTAQI