Até onde alguém vai por poder, fama e dinheiro? Estamos acostumados com as belas histórias de pessoas que ficaram bilionárias a partir de uma boa ideia. A banda de garagem que hoje toca nos principais festivais, ou então o cara que criou uma rede social e se tornou o mais jovem bilionário do mundo.

Se os fins justificam os meios, Zuckerberg fez um excelente trabalho ao enganar pessoas para conseguir todos os seus feitos já conhecidos. O filme aborda o outro lado da moeda, te faz detestar Mark, isso se você já não o detestava, e ver que as histórias bonitas não são feitas de uma única pessoa com uma única versão.

No início vemos um jovem prepotente, confuso e desprezível, que após um término frustrado se acha digno de julgar a aparência de mulheres, hackeando o banco de dados da universidade e utilizando as fotos para criar um site com o propósito de ranquear as garotas do campus. Essa atitude cafajeste lhe rendeu apenas 6 meses de advertência acadêmica, se fosse hoje, ele seria “cancelado” e julgado por toda a internet.

Esse site provoca uma queda na rede da universidade, já que rapazes na juventude adoram julgar corpos femininos. O sucesso chama a atenção de 3 estudantes, com a ideia de criar uma rede social, seu diferencial seria a exclusividade, por se tratar de um site apenas para alunos de Harvard. Mark concorda em ser o programador do “Conexão Harvard”, algo que ele não faz.

Roubando a ideia dos colegas e com o dinheiro de Eduardo, seu único amigo (amigo esse que ele menospreza durante todo o filme), Zuckerberg cria o thefacebook.com. Apesar do conhecimento em programação, Mark não tinha uma boa popularidade, principalmente por sua conduta quanto ao primeiro site, então ele pede ao seu grande amigo os contatos corretos para expandir a rede social.

O thefacebook.com bomba e vira assunto na universidade. Eduardo, que se tornou diretor financeiro do negócio, sugere expandir o alcance para outras universidades, no entanto, Mark só concorda em fazer isso quando tem seu ego inflado ferido, após uma briga no bar com sua ex-namorada, em que ela diz não conhecer o site que o espertalhão havia criado.

Novamente Zuckerberg chama a atenção, dessa vez de um jovem que, assim como ele, se considera um gênio incompreendido. Essa nova amizade acaba abalando o seu relacionamento com Eduardo, que prefere seguir dentro da curva e não agir impulsivamente. Porém, Eduardo acaba sendo chutado para fora da empresa, sendo enganado cruelmente por quem um dia ele chamou de amigo.

Sean Parker, o novo número 1 do Zuckerberg, acaba se envolvendo em problemas, o que esfria sua relação com Mark, mas não o retira como acionista do Facebook, o que nos faz pensar que Mark realmente se sentia amargurado com o fato de Eduardo ter sido um jovem mais interessante que ele.

O filme termina e já pensamos em apagar nossa conta do Facebook, em não compactuar com as ideias do egoísta Mark Zuckerberg, no entanto, quem de fato faz isso? Quem teria agido de maneira diferente? Se Zuckerberg era um gênio a frente do seu tempo, um pilantra, ou só um nerd querendo ser conhecido, quem de nós será capaz de julgar? Em tempos de crise como a que vivemos agora, estabilidade financeira, se tornar bilionário do dia para noite, quem diria não a isso por uma amizade?

A Rede Social é o tipo de filme que nos faz questionar o limite da própria humanidade. Não existe certo ou errado, apenas lados e mais lados com opiniões divergentes. O sentimento que fica no final é hesitação. E sobre a grande pergunta, até onde alguém vai por poder, fama e dinheiro? Até a Califórnia.