A razão tornando sólida a fé


 Israel Izidoro Pacifico[1]

 

 Introdução

 Ao escrever este pequeno artigo, o faço no intuito de trazer a tona o desejo de se refletir mais profundamente sobre a questão do uso da razão como adepta a assuntos que diz respeito à fé.

O principal mandamento

 “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.

Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.

E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração”. Deuteronômio 6. 4,5.

 “E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor.

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento”. Marcos 12. 29,30.

Ao comparar estes dois textos bíblicos podemos claramente observar que embora se pareçam tratar do mesmo assunto; o segundo texto o qual é uma citação de Jesus em resposta a uma pergunta que lhe fora feita a respeito de qual era o principal mandamento, aparece acrescentado à parte: “de todo o teu entendimento”.

 Tal acréscimo a um texto que é a própria essência do judaísmo leva-se a entender que Jesus quis deixar bem claro ao falar a respeito de se amar com o intendimento, que não se deve negar o uso da razão nas questões da fé, mais sim colocar a razão a serviço da fé, no sentido de se avaliar cada circunstância fazendo uma leitura tanto dos textos sagrados, quanto uma leitura da vida.

 Deve-se evitar a alienação

 Uma vida alienada, apática e indiferente ao que se passa ao derredor não pode exemplificar uma vida na fé, pois a fé sem obra é morta (Tiago 2.26), e obras se faz com uso da razão visto que uma avaliação das necessidades deverá ser feita, confrontando com aquilo que Cristo nos orienta como meios de ação.

 Em épocas passadas, desde a igreja primitiva os cristãos fizeram uso da razão, tanto para conservar a suas fé, quanto para disseminarem o amor de Cristo, pois diante de normas critérios e ordenanças, tanto humanas quanto políticas a razão os ajudavam a entender o porque de não seguirem o caminho da maioria, pois por uma simples leitura da vida eles podiam constatar que realmente os caminhos de Deus é mais alto que os caminhos dos homens (Isaias 55.9).

Razão e fé a serviço do amor

  Diante de um mundo onde muito questões são levantadas, onde  violências são cometidas de formas tão intensas, faz se necessário refletir que a fé não deve alienar, mas sim engajar os que a possuem para que façam uso da razão, aliando-a a uma fé que será capaz de demonstrar o quanto amamos a Deus, e o fazemos através de um amor ao próximo.

 Pode-se concluir que o pensamento que deve unir todos os cristãos e o de se amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo.



[1] Pastor, Teólogo graduado pela UMESP São Bernardo do Campo e Pesquisador.