A quem enviarei?

Quando alguém decide seguir a Jesus, tal pessoa está entregando completamente a este Senhor, o direito total sobre sua vida. Seguir a Jesus, mantendo parte deste controle é negar a entrega, é querer fugir das mudanças que nossas vidas poderão sofrer, é querer manter-se numa zona de conforto.

Trabalhei por muitos anos em consultorias de informática, como analista de sistemas, e por um salário que me pagavam, entregava a eles o controle de parte de minha vida, permitindo que eles me mandassem para onde queriam, para clientes no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais, Curitiba e tantos outros lugares.

E é estranho, quando vemos que os discípulos de Jesus não estão se atentando mais em ouvir a voz do Senhor, para receber uma direção, ou uma missão especifica para suas vidas. São pessoas que não se animam a irem regularmente a igreja, que fica próximo a sua casa, quanto mais se animar para irem a um outro bairro ou cidade para pregarem o evangelho, ajudar um diácono num ponto de pregação, ou separar um fim de semana para servirem como obreiros em uma congregação de sua igreja.

A pergunta continua sendo feita: “A quem enviarei?”, não podemos fingir que esta pergunta não é para nós. É para você sim, que trabalha, que tem filhos, que tem uma vida corrida, que tem mil e uma atividades. Esta pergunta é para você e para todos nós, pois o chamado do Senhor Jesus deve vir em primeiro lugar em nossas vidas, pois se assim não for, não podemos ser seus discípulos.

O profeta Isaias, quando ouviu a pergunta, não tergiversou, mas respondeu imediatamente, dando a resposta que Deus mais espera ouvir de nossos lábios: “Eis-me aqui, envia-me a mim.”

Não sei como é a sua rotina de vida ou as ocupações que você possa ter, mas acredito que acima disto, você e eu precisamos está sensíveis a voz do Senhor. Quero contar, de forma bem resumida, um pouco de como foi o chamado de Deus em minha vida. Aos 16 anos me converti, trabalhava numa seguradora. Aos 21 começava a trabalhar com informática e era um obreiro ativo em minha igreja, aos 25 anos fui ordenado diácono e trabalhava como analista de sistemas, aos 30 anos fui chamado para o ministério pastoral e estava iniciando o auge da minha carreira profissional. Por oito anos dividi meu tempo trabalhando e pastoreando, mas chegou um tempo que decidi largar minha carreira profissional e me dedicar ao ministério exclusivamente.

Quando fui pedir demissão ao meu diretor, expliquei a ele o motivo, creio que ele não entendeu muito bem, pois para ele não fazia sentido alguém largar uma excelente carreira profissional para ficar na igreja, mas mesmo assim ele me disse: “Eu te conheço e sei que para você está aqui me falando isto, é porque você ponderou sobre isto algum tempo.”

Hoje me dedico ao ministério pastoral na Igreja Cristã Nova Vida em Lote XV-RJ, mas não quero deixar de ouvir a voz do meu Senhor. Não quero me acomodar em qualquer posição que seja, nem mesmo a de pastor de uma boa igreja.

Se em algum tempo eu ouvir a voz do meu Senhor dizendo: “A quem enviarei?” Não quero pensar em “A” ou “B”, quero dá a resposta do profeta Isaias. “Eis-me aqui, envia-me a mim.”