A PSICOPEDAGOGIA E OS TESTES: MOMENTO DE CRIAÇÃO

Andréia Teixeira dos Santos
Graduada em Língua Portuguesa e Língua Inglesa pela FIA-Amparo-SP
Psicopedagoga Clínica e Institucional pelo Centro Adventista de São Paulo-Campus de Engenheiro Coelho
Professora do Ensino Fundamental I e II
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As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso
Santos Dumont

Resumo: Esse artigo trata da relação da psicopedagogia e os testes. Aborda a necessidade de criação de novos instrumentos avaliativos para o profissional de educação, o psicopedagogo, no momento histórico atual. Conceitua e faz um levantamento histórico dos testes,analisa alguns testes de uso corrente por esse profissional e suscita um questionamento sobre a relevância do equilíbrio na utilização de instrumentos de avaliação. Lança idéias, caminhos sobre em quais áreas há maior carência de testes psicopedagógicos. Mostra em qual momento do trabalho psicopedagógico é mais viável a utilização das provas. Tendo em vista que, muitos testes são de uso exclusivo de psicólogos, o artigo é relevante e pertinente, pois, questionar-se é uma forma de buscar respostas. Mostrar tal necessidade já é uma maneira de intervir no meio acadêmico e suscitar a ação almejada, ou seja, que surjam novos instrumentos diagnósticos e de intervenção psicopedagógicos.

Palavras-chave: testes psicopedagógicos, história dos testes, criação e utilização de testes em psicopedagogia

Abstract: This article discusses the relationship between psicopedagogia and the tests. It approaches the necessity of creation of new avaliativos instruments for the professional of education, psicopedagogo, at the current historical moment. It appraises and it makes a historical survey of the tests, analyzes some tests of current use for this professional and excites a questioning on the relevance of the balance in the use of evaluation instruments. Spear ideas, ways on in which areas has greater lack of psicopedagógicos tests. Sample at which moment of the psicopedagógico work is more viable the use of the tests. In view of that many tests are of exclusive use of psychologists, the article is excellent and pertinent, therefore to question itself is a form to search answers. To show such necessity already is a way to intervine in the half academic and to excite the longed for action, that is, that new instruments appear.

Key words: psicopedagógicos tests, history of the tests, creation and use of tests in psicopedagogia

Introdução

Nós nunca podemos entrar no mesmo rio, pois como as águas, nós mesmos já somos outros
Heráclito de Éfeso

Poder-se-ia dizer que esse pensamento de Éfeso, aborda as constantes mudanças em nossas vidas, nunca somos os mesmos. A mudança é uma constante na vida humana, somos seres transformados e transformadores, inquietos por natureza.
Essa inquietude produz ações que geram mudanças. Na história da humanidade, nossos conceitos, teorias e sociedades foram se transformando. E a educação, enquanto produto do ser humano passa atualmente por grandes mudanças.
Mudar, fazer diferente, transformar, buscar outros caminhos são práticas deste ser pensante, que é o homem. O tempo passa,as pessoas continuam entrando e saindo do rio.Nesse processo, uns querem testar a passagem pelo rio, querem saber se a impressão deles é mais verdadeira que a do outros. Outros se propõem a validar o conceito de rio- "Será mesmo um rio?", desses questionamentos, dessa necessidade de saber a verdade, obter respostas, surgem novas teorias.Teorias sociológicas,filosóficas e de aprendizagem,...,novas ciências, como é o caso da Psicopedagogia.
Para entendermos melhor a relação dessa área com os testes, faz-se necessária uma breve contextualização histórica sobre esse campo de saber e sobre os testes.
Breve história da Psicopedagogia

De acordo com Sampaio (2004), sua história começa por volta de 1946, quando foram criados na Europa os primeiros centros psicopedagógicos.
Inicialmente essa área teve um caráter médico-pedagógico. Faziam parte dos centros psicopedagógicos: médicos, psicólogos, psicanalistas e pedagogos.
Essa corrente européia influenciou a Argentina, onde a Psicopedagogia existe há mais de 30 anos. Na Argentina são aplicados testes de uso corrente, alguns dos quais não sendo permitidos aos brasileiros, por ser considerado de uso exclusivo dos psicólogos. Lá os testes empregados são os mais variados, recorrendo o psicopedagogo argentino, em geral, a provas de inteligência, provas de nível de pensamento, avaliação do nível pedagógico, avaliação perceptomora, testes projetivos e hora do jogo psicopedagógico. (BOSSA apud SAMPAIO, 2004)
Na década de 70, ela surgiu no Brasil, baseada nos modelos médicos de atuação. De acordo com Visca apud Sampaio (2004) ,essa ciência foi inicialmente uma ação subsidiada da Medicina e da Psicologia.
Atualmente, a Psicopedagogia é definida, segundo o Código de Ética do Psicopedagogo (Artigo 1º) como:

Um campo de atuação em saúde e educação, que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio-família, escola e sociedade- no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.

Segundo Nádia Bossa apud Costa (2008), esse campo do saber ainda está construindo seu corpo teórico, portanto se constituindo enquanto ciência.
Ora , se o objetivo dessa área é se constituir ciência e tendo em vista que a maioria das ciências faz uso de testes, analisaremos historicamente os testes.
Conhecendo o passado podemos entender melhor o presente.

História dos testes

Sua origem é remota, as sociedades testaram, provaram as coisas para saber se elas eram boas ou não.
Vejamos a origem dessa palavra. De acordo com Rezende (2004) em latim a palavra testa designava uma espécie de vaso de barro ou cerâmica. Na Idade Média, test em francês, significava um tipo de vaso especial usado para aquecer minerais e dele separar metais como ouro ou prata. O test era um vaso poroso e raso. Quando os minerais eram dentro dele aquecidos, o vaso absorvia as impurezas deixando no fundo o ouro ou a prata puros.
A partir do século XVI esta palavra passou a ser usada em seu sentido figurado, significando prova, averiguação de qualidade. O sentido figurado prevaleceu sobre o sentido real, e foi com esse significado que a palavra teste, aportuguesamento de Test, passou para a língua portuguesa.
Mas, afinal, qual é a concepção atual de teste?
Segundo o dicionário Aurélio (2001), esse termo significa exame ou prova para determinar qualidade, natureza ou comportamento de algo. Método ou processo usado para isso. Prova verificação.
Assim, como a humanidade evoluiu os testes foram evoluindo: testavam-se tecidos, moedas, casas e, com a evolução, testavam-se pessoas. Os testes com pessoas foram além dos testes físicos e chegaram aos parâmetros psicológicos.
Observemos resumidamente a história dos testes, na versão de Silva (2002):
Em 2.200 a.C., na China, usaram-se testes no serviço público civil.
Em 1862, Wilhelm Wundt, usou um pêndulo para avaliar a velocidade do pensamento.
Galton, em 1884, cujos trabalhos objetivavam avaliar as aptidões humanas por meio da medida sensorial, aplicava testes mentais.
Catell, em 1890, influenciado por Galton criou medidas das diferenças individuais, inaugurou a terminologia mental test.
Binet, em 1900,avaliou as áreas acadêmicas e de saúde. Na época de Binet também havia Spearmam, que fundamentou a teoria da psicometria clássica. Ele publicou artigos e livros que falavam sobre medidas, diferenças e sobre a inteligência de uma forma geral.
Após essa época, tivemos uma era dos testes de inteligência, pois influenciados por Binet e por Spearmam, e sob o impacto da Primeira Guerra Mundial, a sociedade queria uma seleção rápida de recrutas para a linha de guerra.
Depois tivemos uma decepção, por parte dos psicólogos e da sociedade em geral, com os testes de Binet, pois eles desconsideravam a cultura, a realidade dos indivíduos entrevistados e surgiram outros tipos de exames.
Posteriormente, em 1914, Stern criava os quocientes de inteligência.
Apareceram também os testes vocacionais, Raven publicou o teste de matrices progressivas, e outros.
Os testes foram debatidos e tiveram seus prós e contras avaliados.Entretanto, continuaram a ser usados pelas diversas áreas do conhecimento.
Atualmente, nos vários campos científicos temos a produção de vários testes: medicina, psicologia, fonoaudiologia, e outras áreas.
Cada nova área de conhecimento traz consigo a necessidade de criar testes específicos para a sua função, e não é diferente com a psicopedagogia.

Os testes usados na psicopedagogia

O Código de Ética do Psicopedagogo, no seu segundo artigo, afirma que o Psicopedagogo utiliza recursos das várias áreas do conhecimento humano, valendo-se de métodos e técnicas próprias.
Temos, no entanto, algumas restrições quanto ao uso de testes, pois, sendo uma área nova, ainda não possuiu uma grande variedade de testes que possa utilizar para a realização do diagnóstico psicopedagógico. Alguns testes são de uso exclusivo do psicólogo, como as Provas de Inteligência (Wisc), Testes Projetivos, Avaliação Perceptomora. Testes de Apercepção Infantil (Cat), Teste de Apercepção Temática (TAT).
Segundo Teresinha de Paula Costa (2008) há outras alternativas para uso do psicopedagogo, como o Teste de Prontidão de Horizontes, Papel de Carta, Becasse, Metropolitano de Prontidão, Becasse R_I, As Provas Piagetianas e Os Níveis de escrita de Emília Ferreiro.
Para conhecermos melhor esses instrumentos, compartilhamos da análise de Costa (2010) sobre alguns deles:

Teste de Prontidão de Horizontes
Autora: Neda Lian Branco Martins
Objetiva avaliar a maturidade ou prontidão para alfabetização na pré-escola e séries iniciais.

Metropolitano de Prontidão-fator R
Autor: G.H. Heldreth, Ph. D. Griffithhs.
Esse teste foi adaptado e padronizado por Ana Maria Poppovic.Ele também avalia a prontidão para a alfabetização na pré-escola e séries iniciais do ensino.

Becasse R-I (F e M)
Autora :Bettina Katzenstein Schoenfeldt.
Propõem-se a diagnosticar a maturidade escolar.

Papel de Carta
Autora: Leila Sara José Chamat.
Aborda as dificuldades de aprendizagem, possui conteúdo de comunicação e vinculação.
A Editora Vetor recomenda que esse teste seja utilizado apenas por psicólogos.

As provas piagetianas de Jean Piaget
Podem ser usadas para detectar o nível de raciocínio lógico-matemático da criança.
Os níveis de escrita propostos por Emília Ferreiro identificam o nível de hipótese de escrita que se encontra a criança.
Há ainda o EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem) de Jorge Visca, no qual busca-se detectar o que o indivíduo sabe fazer, o que lhe ensinaram.Tem a intenção de investigar o modelo de aprendizagem do sujeito,é baseado na psicologia social de Pichon Riviére ,na psicanálise e no método clínico da escola de Genebra.(BOSSA,2000)

Esses são apenas alguns dos instrumentos utilizados pelos psicopedagogos para provar, buscar caminhos.
Percebemos que há uma necessidade de testes na área da psicopedagogia, testes feitos por psicopedagogos para psicopedagogos. Ressalte-se que as provas acima analisadas, em sua maioria, restringem-se aos aspectos cognitivos de crianças, alunos. Ora a psicopedagogia não tem apenas esse olhar para o seu cliente, não tem apenas esse tipo de cliente, possui um olhar diferenciado, que analisa outros aspectos.
Quais instrumentos os psicopedagogos possuem para avaliar as inteligências múltiplas? E a área emocional? Há instrumentos preparados para os adultos? E os idosos? E quanto aos testes projetivos?
Testes projetivos é um tipo de teste psicológico baseado no conceito freudiano de projeção. São testes que permitem que a pessoa manifeste algum fato de sua história ou personalidade mesmo que a pessoa não perceba isso. Entretanto, eles são de uso exclusivo de psicólogos. (PSICOLOGO, 2011)
Weiss apud Sampaio (2004),diz que as provas projetivas permitem detectar barreiras afetivas existentes no processo de aprendizagem. Visca analisou esse assunto no livro :Técnicas proyetivas psicopedagógicas,ressaltando a importância das provas projetivas.Lembremo-nos que a realidade do psicopedagogo argentino é distinta da realidade do psicopedagogo brasileira,haja vista as restrições do último.
O psicopedagogo precisa dos dados obtidos por meio de testes projetivos, precisa ter um instrumento seu que possibilite conhecer estes dados, para entender quais caminhos tomar.
O que não significa que esse profissional deva ocupar o lugar do psicólogo. Ora, se o psicopedagogo descobrir que seu cliente necessita de terapia psicológica, certamente fará esse encaminhamento. Tal procedimento é comum nas clínicas psicopedagógicas, onde há o trabalho em conjunto de psicopedagogos e psicólogos.
Ressalte-se ainda que, para algumas famílias, é mais fácil levar seu parente ao psicopedagogo. E depois de iniciado o processo, aceitam melhor a ida ao psicólogo.
Ora, o psicopedagogo está ampliando seu campo de atuação e necessita de ajuda para ampará-lo nessa nova jornada.
Em que momento do trabalho do psicopedagogo os testes são necessários?
Para refletirmos sobre essa questão faz-se necessária uma breve explicação sobre o trabalho do psicopedagogo.

O trabalho psicopedagógico/diagnóstico

Rubinstein apud Costa (2008) compara o trabalho do psicopedagogo com o de um detetive, o método de investigação é semelhante. Assim, como um detetive parte de hipóteses e pistas para solucionar seus casos, o psicopedagogo parte de pistas, fornecidas pelo diagnóstico para elucidar os problemas a que se propõe resolver.
Deve-se levar em consideração o fato de que o psicopedagogo necessita realizar uma investigação precisa, tentando "conhecer" cada aspecto da vida de seu cliente. Aspectos físicos, emocionais, sociais são considerados .Levanta-se o perfil do cliente. Nesse levantamento do perfil, temos três áreas envolvidas: neurologia, pedagogia e psicopedagogia.
Durante a anamnese, e nos outros testes realizados no diagnóstico, a postura, o discurso, as atitudes do paciente e dos seus familiares são pistas importantes para chegar à resolução dos problemas levantados. Uma das dificuldades mais freqüentes do psicopedagogo é averiguar a área afetiva, emocional.
A área emocional é uma das mais importantes da aprendizagem, pois dela dependem todas as áreas. Haja vista que, há pessoas que desenvolvem sintomas físicos de doenças por problemas de ordem emocional, ou outras que não conseguem aprender determinado conteúdo por um bloqueio na área afetiva.
Portanto, seria na fase diagnóstica do trabalho psicopedagógico que utilizaríamos os testes.
Para o psicopedagogo, diagnosticar não é um momento estático, pois é uma avaliação do aluno. No diagnóstico são levantadas hipóteses que poderão ou não ser confirmadas, o diagnóstico abre possibilidades de trabalho, de intervir psicopedagógico, indica os caminhos que o profissional deve seguir.(BOSSA,2000)
Portanto, quanto mais preciso for o diagnóstico, de mais qualidade será o trabalho a ser desenvolvido pelo profissional de educação.
Para se diagnosticar bem, o profissional deve ter discernimento e equilíbrio em suas observações. Deve amparar-se de instrumentos confiáveis, além de ter, se for o caso, uma boa supervisão que o auxilie na interpretação dos resultados obtidos.
Uma atitude do cliente, uma produção, um esquecimento, as cores que utiliza, nunca deve ser encarado como sendo e tendo uma única face, uma única explicação. Sabemos que usamos de fugas projeções, recalcamos temores, enfim, dizemos de várias maneiras aquilo que tentamos esconder de nós mesmos, sinalizamos esse processo.
Algumas vezes, a dificuldade numa disciplina, a apatia com os estudos, a auto-estima inadequada, e muitos outros problemas relacionados ou não com a aprendizagem escolar, são formados na infância ou adolescência, e apenas um trabalho pedagógico não será capaz de apresentar resultados efetivos.
Por isso temos a psicopedagogia, que apresenta outro olhar para este aluno, para esse cliente. Um olhar que aborda as questões físicas, cognitivas, sociais e psicológicas, sendo, portanto, o olhar mais completo e qualitativo da atualidade educacional.
Além desse olhar, o psicopedagogo encara a educação como sendo um processo que ultrapassa o âmbito escolar. Temos o trabalho psicopedagógico em empresas, hospitais, grupos comunitários, pois o psicopedagogo entende que o aprender é uma constante na vida humana.

Equilíbrio no uso dos testes

Equilíbrio nas ações, palavras e pensamentos, enlaçam os corações nos mais puros sentimentos
Redi (2009)

Fernandéz (1991) levanta uma questão interessante sobre os testes e a clínica. Em seu livro A inteligência aprisionada a autora ressalta o cuidado que devemos ter com os exames objetivos, que estabelecem medida.
Maud Mannoni apud Fernández (1991, p.18) nos diz que "considera os testes como um meio e não como um fim. Utilizo-os em um diálogo em cujo transcurso tento desentranhar um sentido...".
É importante ressaltar que deve haver equilíbrio na atuação do psicopedagogo ao trabalhar com testes, sejam eles quais forem. Deve-se tomar cuidado com a infalibilidade das provas.
O bom profissional deve levar em conta a realidade do indivíduo avaliado, seu meio social, sua estrutura, suas falas. Devem-se evitar rotulações desnecessárias, pois, um ser humano não pode ser visto por apenas uma área, ele é um conjunto, um todo.
Também se salienta a precaução em usar testes que o psicopedagogo não conheça, não sabe para quais objetivos ele foi criado.
É preciso discernimento e responsabilidade na escolha do método a ser utilizado. Sensibilidade e cautela na interpretação de seus resultados. Enfim, equilíbrio e lembrar-se que o método é um meio e não um fim em si mesmo.
Podemos comparar a utilização dos métodos com a história de Ícaro, da mitologia grega. Ao fugir do labirinto do Minotauro, utilizando um par de asas feitas com cera, Ícaro atingiu o seu objetivo. Utilizou o método, o teste certo. Porém, ao se empolgar e chegar perto demais do sol, suas asas se derreteram e ele acabou morrendo. Não houve equilíbrio.

Momento histórico

A necessidade é a mãe de toda a invenção
Platão

Quando surgiu, a psicopedagogia atuava somente em instituições escolares. Com este ir e vir do rio, questionamentos e transformações, a atuação desse profissional ampliou-se.
Cuzin; Carvalho (2008) nos ressaltam que há a psicopedagogia educacional, empresarial e hospitalar.
Vivemos um momento histórico de grandes mudanças, mudanças para as quais nem sempre o ser humano tem tempo para se adaptar, para aprender.
Pânico, depressão, anorexia, bullying, viciados em internet, aumento da população idosa, são inerentes ao nosso tempo.
Passamos pelo mesmo rio, mas não somos os mesmos.
O momento é o de invenção, criação, já que o psicopedagogo atua nas áreas clínica e institucional, tanto quando o problema já está instalado e quando ele ainda não surgiu. O campo é vasto e precisamos de bons segadores, que utilizem não a mesma enxada, mas que tenham bons instrumentos. Segadores inteligentes e habilidosos.
Sendo assim, temos a urgência de produzirmos testes psicopedagógicos que amparem esse profissional em seu diagnóstico. O momento é oportuno. Os cursos de psicopedagogia vêm aumentando em todo o país e a área de atuação desse profissional também.
E que cada vez mais a psicopedagogia possa ajudar as pessoas, sejam elas crianças, jovens, adultos ou idosos a viverem plenamente suas capacidades.

Metodologia

A pesquisa necessária para a elaboração deste trabalho foi realizada de forma qualitativa, partindo de pesquisas bibliográficas que foram cuidadosamente selecionadas e deram o embasamento teórico para essa temática. Além de relato de experiência como pesquisa de campo.

Considerações finais

Estamos no rio e dele não podemos sair. Não desejamos voltar.
Neste ir e vir, no qual nos reinventamos, transformamos e somos transformados, eis que surge a psicopedagogia.
Como todo campo novo de conhecimento, ela tem barreiras para derrubar, alicerces para construir, espaços para ampliar e outros para reduzir.
Um destes espaços é a invenção, criação de testes. Provas que esse profissional possa e saiba usar.
Objetivamos uma reflexão crítica, um questionamento sobre a situação atual da psicopedagogia frente aos testes que utilizamos, desejamos e necessitamos. Para tanto, ás vezes utilizamo-nos de poesias, pensamentos, criamos os nossos meios para suscitar respostas que esperamos possam suscitar ações.
Assim, como nunca podemos entrar no mesmo rio, pois como as águas mudam, nós também mudamos. Almejamos que você leitor tenha mudado após a leitura desse artigo, essa já é nossa intervenção.

Referências bibliográficas

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