Maria Eunice Gennari Silva

Artigo 52 da Constituição Federal

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente, o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, COM inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

<https://brasil.mylex.net/legislacao/constituicao-federal-cf-art52_9215.html>

 O que é Preposição?

Preposição é toda palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas relações de sentido e de dependência.

As preposições são indispensáveis para a construção e compreensão dos textos, conferindo-lhes coesão e estrutura. 

As preposições relacionam dois termos: um antecedente e um consequente.

Observação: O termo que antecede a preposição é denominado regente e o termo que sucede é denominado regido. (ou seja: perda do cargo – com – inabilitação por oito anos).

 As preposições podem se referir ao espaço e ao tempo ou estabelecer relações diversas. No caso da preposição COM, observe alguns exemplos:

Ontem fui passear COM meu marido. (Relação de companhia - eu não fui sozinha, o meu marido estava comigo).

Tire da geladeira a panela COM feijão preto. (Relação de conteúdo - a panela não estava vazia, tinha feijão preto dentro dela).

< http://www.normaculta.com.br/preposicao/>

Eu sou do tempo em que se aprendia Língua Portuguesa COM clareza, para compreender o verdadeiro significado das palavras e a sua utilização, numa frase ou expressão, de forma coesa e bem estruturada.

Sei que não sou uma expert e nem tenho formação específica da área, apenas tive bons professores de Português, como Tasso de Abreu, que no seu livro “Gramática Expositiva”, de 2000, alinha, como exemplo de flexão, a palavra presidenta, mas, também, diz que não gosta da palavra. E tantos outros, que deixaram, na minha memória, um legado de respeito, para com as raízes da Língua Pátria.

Tenho consciência que posso ter cometido, muitas vezes, erros na escrita (inclusive neste) e na fala, mas nada que agrida sua leitura ou seus ouvidos.

Entretanto e infelizmente, o vale tudo na Língua Portuguesa, pelo visto, cada vez mais, inoceNTA os arranjos gramaticais inventados por aqueles que contribuem com a ignorância de um povo. Afinal, isto lhes convém.

Nesta brincadeira de mau gosto, a agressão à Língua Portuguesa tem passeado, levianamente, pela música, pelos discursos e até em instrumentais que deveriam documentar princípios pedagógicos, políticos e éticos de instituições brasileiras.

Como se não bastasse, o guardião da Constituição Federal (Presidente do STF) lavou suas mãos, entregando, para o Senado, a suspeita de uma lei definida com a clareza de uma preposição “que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas relações de sentido e de dependência”.

Mais do que isso, tivemos no final desta cena “bizarra”, segundo o Ministro Gilmar Mendes, a chancela do Presidente do Senado Federal incentivando parte de uma bancada sem opinião própria.

Tudo indica que a Presidenta deixou de ser Presidente, pelo menos até os próximos capítulos desta trágica/comédia da política brasileira.  E os meu netos, com certeza, ainda terão grandes enfrentamentos, para que outros políticos deixem de atuarem como ‘deuses’, porque brincaram e reinventaram interpretações na Constituição Brasileira.