A porta estreita: o chamado à conversão para a Salvação
Joacir Soares d?Abadia

Irmãos, "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita" (Lc 13,24). O que esta Palavra do Senhor está nos dizendo? O Senhor está se referindo a que porta? Será que Ele fala da porta do céu? O que você entende? Ah! Você entende que ele está falando da porta do céu! É isto mesmo. Fala-se da dificuldade em entrar no céu, porém, não diz ser impossível. Quem se esforça para se converter consegue passar pela "porta estreita" e alcança a sua Salvação. Deste modo, vamos refletir sobre estes dois temas que devem tocar nossa experiência de fé, a "conversão" e como prêmio a "Salvação".

Para onde o homem caminha
Temos que esforçarmos para alcançar o céu. Deve ser um esforço contínuo. Respondendo positivamente o Senhor a cada dia e possibilitando que Ele caminhe conosco até a nossa salvação.
Sem se desviar nem para a direita e nem para a esquerda. Mas ter os olhos voltados para a grande meta: a Salvação, para onde todo homem caminha.

Jesus caminha para Jerusalém: revela-nos o Caminho
Tanto Isaias (cf. Is 66,18-21) como São Lucas (Lc 13,22-30) em suas mensagens faz-nos perceber que o povo dirige-se para Jerusalém.
Isaias fala que "reconduzirão, de toda parte, até meu monte em Jerusalém" (Is 66,20). São Lucas já nos diz que "Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém" (Lc 13,22).
Jesus naquele tempo caminhou com o povo para Jerusalém (cf. Lc 13,22), onde para São Lucas é o centro predestinado da obra de Salvação: "aparecendo envoltos em glória, falavam de sua partida que iria se consumar em Jerusalém" (Lc 9,31), pois "Ele tomou resolutamente o caminho de Jerusalém" (Lc 9,51). Hoje Ele caminha conosco e nos indica o caminho para o céu quando fala: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14,6).

O perigo em caminhar sozinho
A experiência de fé se realiza individualmente. Cada pessoa tem sua experiência, no entanto, a sua manifestação se dá, tipicamente, de forma comunitária. Todos nós estamos caminhando para adentrar pela "Porta estreita".
Um deve ser o apoio do outro nesta caminhada. Mas quem quer caminhar sozinho poderá facilmente perder o caminho, pois são muitas as possibilidades de "caminhos largos" que se colocam às pessoas errantes.
O Senhor mesmo colocou-nos frente ao perigo dizendo "que muitos tentarão entrar e não conseguirão" (Lc 13,24). E ainda mais! Vai dizer "Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça".
No entanto, diz: "Escolherei dentre eles alguns para serem sacerdotes e levitas" (Is 66,21). Porque escolherá estes homens? Para reconduzir, através da correção, quem se desviar do verdadeiro Caminho. Contudo, "No momento mesmo, nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça" (Hb 12,11).
Na atualidade, por exemplo, os grupos que precisam, vivamente, da nossa correção fraterna para endireitarem suas experiências religiosas no único caminho de Salvação: Jesus Cristo e buscarem a conversão de mentalidade e de vida são os Espíritas, os seguidores das seitas satânicas e, principalmente, a Maçonaria que, com sua doutrina que fere os princípios cristãos, buscam imprimir nos nossos Católicos ? sim nos Católicos ? que estão tendo uma boa ascensão social, ideias contrárias ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Salvação e conversão: para quem?
A conversão é mudança interior. Ela não é uma realidade definitiva, mas é uma perspectiva que deve ser realizada sempre no "agora" da vida dos homens. O Batismo é a preparação para se instaurar um Reino de justiça.
Deste modo, a Boa Nova do Reino que trás aos homens o chamado à conversão é para levar cada homem reconhecer que precisa trabalhar por sua salvação.
A conversão é um chamado a excelência. Não somente uma mudança de direção, mas fazer de fato o bem. Ela está vinculada ao anúncio do Reino.

Consideração final: porque convertemos?
Diante de tudo isso uma pergunta pode ser colocada: porque devemos converter? Convertemos por causa do Reino, a vida eterna. Em fim, por que queremos ser salvos. E, para tal, a conversão é nossa chave de leitura. Contudo, se não se deseja o Reino, a salvação, não se tem sentido buscar a conversão. Por outro lado, se desejamos a Salvação busquemo-la com todas as nossas forças... Sem esquecer que a conversão além de ser uma mudança interior é também prática das obras de Jesus em busca do seu Reino, tendo-O como nosso paradigma, modelo, para entrarmos "pela porta estreita" (Lc 13,24) e encontrarmos escrito na "porta": "virão e verão minha glória" (Is 66,18).

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