Temos mais coisas para nos inquietarmos do que com esses "Deputados e Senadores" que estão vendo o definhamento da educação, da saúde, do aumento da violência, das injustiças, etc. Ainda temos de ouvir de Renan Calheiros que a eleição de Rodrigo Maia como novo Presidente da Câmara vai mudar muitas coisas por lá, inclusive a união das duas casas. Acredito que sim, já que existe um complexo de aparelhamento entre as casas. ( Diferente da Teoria de Montesquieu na separação dos três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, cujo desígnio é um fiscalizar o outro). Mas o que percebemos são uns querendo mostrar mais poder do que o outro.

O ser humano em sua maioria é ardiloso, calculista, manipulador, tem sede de poder e faz qualquer coisa para alcançar seus objetivos, paralelo a este agrupamento existem aqueles que ainda podemos depositar nosso respeito e a esperança de boas condutas.

Em relação ao Renan Calheiros, primeiro deveria desengavetar seus processos, já Aécio deu apoio para não ser cassado também. Pode até enganar a maioria, mas minha ética não permite apoio e nem quero ser partícipe de políticos gatunos.Não são todos, mas em sua maioria estão em esquemas fraudulentos e ilícitos. Ninguém dá apoio sem nada em troca, principalmente quando se trata de eleições na Câmara e no Senado. É uma "máfia" que assola nosso país da ralé até alto escalão. Este jeitinho brasileiro errado de ser, tem seus resquícios desde a chegada da família lusa nos primórdios dos anos 1800, uma herança maldita não dá corte em sí, mas de uma parcela que veio já viciada junto com a família real para o então Novo Mundo.

Esperar o que também das mudanças deste país? Nossos políticos do Legislativo mal sabem qual a finalidade de um vereador. Vergonha nacional , me sinto envergonhado em determinados momentos e mal representando pelas "autoridades" deste Brasil que omite seus deveres em troca de favores pessoais. Em muitos casos não estão nem aí para o desenvolvimento da cidade, deixa tudo a lá cargo do executivo. Deveria ter vergonha e honrar pela moral, ética, dedicação e, ouvir mais seus eleitores convidando-os para opinar diante dos projetos a serem votados. Tem que ter um legislativo pedestre, caminhar junto ao povo para discutir ações que tem relevância para o município.

Tá na hora de nós jovens assumirmos uma postura política séria e começar a eleger lideranças em todos os órgãos públicos. Já passou da hora de incumbirmos um papel mais intenso na sociedade procurando dialogar com objetivo de encontramos soluções mais eficazes para amenizar os infortúnios juntos com as lideranças locais. Nas palavras de Stuart Mill: " A participação política não pode ser encarada como um privilégio de poucos, tem que buscar sempre mecanismos para institucionalizar a participação política. O que seria um sistema representativo para Mill? Aquele que impeça que um interesse particular prevaleça sobre a justiça", ou seja, a participação de todos é fundamental e de suma importância, todos somos vigilantes e fiscalizadores.

Em tempos difíceis temos que lutar pelo bem comum da comunidade e não somente em prol de ideologias partidárias particulares. Podemos ter divergências, sim , mas não podemos ser irracionais querendo resolver tudo na base na ignorância, já basta no Estado de Natureza de Hobbes onde dizia: "O homem é o lobo do próprio homem", não havia limites, todos resolviam suas indiferenças na selvageria. Prevalecia a lei do mais do mais forte, portanto, hoje seria inaceitável tamanha truculência. O dialogo é a arma mais poderosa, até porque somos seres dotados de inteligência e, não seria de bom tom se comportar desta maneira.

Toda via, não fazemos nada só, é preciso mais interesse pelo bem público, sair da mesmice, do assistencialismo e parar de discutir politicagem de balcão e sim, buscar participar mais das questões de políticas públicas e fazer valer nossos direitos com diálogos correntes, embasados em argumentos consistentes e não ficar na mera expectativa do achismo. As fundamentações precisam ser coerentes, como dizia Platão: " o verdadeiro conhecimento é obtido através do estranhamento de tudo que se assenta na opinião comum" , ou seja, temos que largar aquilo que já sabemos é buscar outros conceitos para o enriquecimento do que já sabemos e somar.

O governo é apenas um representante do povo. Já que estamos num Estado Democrático de Direito, neste viés, o Estado seria um "homem artificial", que teria como obrigação colocar ordem na sociedade para a convivência serena dos membros que compõe o corpo coletivo.

" A igualdade social , política e econômica é uma ficção e impossível de se realizar- faz parte da natureza das coisas a desigualdade social e de propriedade", isso na visão de Burke, concordo parcialmente, por outro lado cabe a nós o dialogo de amenizar está realidade subjugadora. Não é um discurso comunista e nem socialista, trata-se de princípios "cristãos" e benignidade para uma convivência pacífica.

PROFESSOR ANDERSON CYPRIANO RAMOS 19/07/16