A polêmica sobre a liberação da venda de cerveja nos estádios durante os campeonatos organizados pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) pode fazer com que os jogos no Rio de Janeiro sejam disputados com portões fechados. O Ministério Público da cidade encaminhou à federação uma medida jurídica extrajudicial recomendando a realização de partidas sem público, a partir do dia 15 de março, até que a entidade apresente novos laudos técnicos que atestem condições de segurança nos estádios com liberação de bebidas alcoólicas.

A tentativa de fiscalizar a comercialização de bebidas alcoólicas, seja dentro ou no entorno dos estádios de futebol, não é recente. A medida surgiu em paralelo à Lei Seca, que alterou o  Código de Trânsito Brasileiro com o conceito: dirigir alcoolizado é crime e pode dar cadeia.

Ricardo Teixeira, presidente da CBF, no ano de 2008, firmou um protocolo que definia a proibição de bebidas alcoólicas em estádios de futebol durante competições organizadas pela entidade, ou seja, o Brasileirão, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro - Série B antes e durante as suas partidas era vetado o consumo de bebidas alcoólicas. Medidas preventivas também foram tomadas, na tentativa de evitar que os torcedores entrem nos locais com qualquer tipo de bebida alcoólica. Quem fosse flagrado consumindo ou vendendo era sujeito a multa e expulsão do evento. O que, na prática, não ocorreu com a devida efetividade. A medida da CBF perdeu força com o tempo, a fiscalização era incipiente e por se tratar de um produto lícito, vendido em todos os lugares, não há de fato como proibir.

Em competições internacionais como a Libertadores 2013, a Copa das Confederações e a própria Copa do Mundo não há nenhum texto que impeça a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas. Enquanto isso, as federações estaduais tentam proibir a todo custo, na tentativa extremista de forçar os clubes a investirem na infraestrutura dos estádios.