Muitas são as demandas que se apresentam na escola hoje. Ter por função apenas “transmitir os conhecimentos acumulados pelas gerações passadas” deixou de ser a muito tempo a função da escola, embora haja controvérsias e polêmicas sobre o que, concretamente, essa instituição está fazendo na atualidade, principalmente em relação à diversidade étnica e cultural que existe na sociedade e, é inegável que as demandas e as exigências da sociedade em relação à escola têm aumentado muito.

          O que se deseja, segundo Alarcão (2001) é uma escola reflexiva, que pensa continuamente a si própria, revendo sua função social e organizativa, buscando proporcionar ambientes formativos que favoreçam o cultivo de atitudes e capacidades que permitam ao indivíduo viver, conviver e intervir em sociedade, em interação com outros cidadãos.  

          Diante dessa multiplicidade de funções, que abrange a formação de um cidadão, capaz de agir e de interagir no mundo em que vive, não apenas com competências cognitivas desenvolvidas, mas, principalmente, com aquisições também afetivas, pessoais e sociais, que lhe possibilitem atitudes e valores positivos para uma transformação social efetiva, que torne o mundo globalizado menos excludente e mais humano, percebe-se que a escola não pode trabalhar sozinha.

          É imprescindível que a escola desenvolva ações que permita que seus alunos reflitam a respeito da diversidade étnica e cultura existente bem próximo dele, para que ele possa, além de respeitar, valorizar, perceber que ainda não existe a plena aceitação da diversidade étnica e cultural de nosso país, pois fomos educados para aceitar a cultura do branco dominador, vindo da Europa.

            A partir da Lei de Diretrizes e Bases de 1996 e com a implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, nossa educação passou a ser contagiada por vários elementos que buscaram enaltecer a pluralidade cultural de nossa nação. Dentro destes parâmetros, dentro dos temas transversais, existem tópicos específicos que tratam a respeito da pluralidade cultural existente em no país que devem ser focados principalmente no índio, negro e no migrante.

            Despertar no professor e no aluno os conceitos de etnia, raça e a diversidade cultural, apesar de ainda ser desfio em nossas escolas é algo que começa apresentar resultados.

          É importante frisarmos que a importância da diversidade cultural – ela precisa ser trabalhada na sala de aula – pois, também é uma forma de solidificar a democracia e os valores que enaltecem a cidadania.

          Considerando que compreender, sem preconceitos e pré-julgamentos, as condições, limitações e os próprios conflitos que surgiram, principalmente da imposição de uma única cultura, presentes na maneira de pensar e agir, das pessoas ligadas ao senso comum seja um dos grandes dos grandes desafios das escolas que se comprometem com os princípios de cidadania e que visam à plena formação de seus alunos, leva-nos a afirmar à importância de se abordar às questões ligadas a diversidade cultural.

          Mesmo que seja uma tarefa complexa, pois é preciso que a escola como um todo seja despojada dos muitos preconceitos e concepções culturalmente arraigadas, principalmente quanto aos índios e negros, fruto de uma construção histórica, que se disseminaram na sociedade, transformando estas duas culturas em violões e relegadas ao segundo plano; entreato, trabalhos como este nos fazem compreender o quanto é importante o resgate de nossa verdadeira cultura e, em última instancia, quem formou a sociedade brasileira.

           Portanto, é preciso que haja uma colaboração fundamental e um grande entendimento, entre escola e sua visão de cidadania, para que os professores ajudem a formar novos cidadãos, não apenas a comprometidos com a melhoria do contexto social, mas com um compromisso de se edificar uma concepção diferencia de etnia, raça e cultura.