A Plenitude dos últimos tempos: Jesus Cristo

Pe. Joacir d’Abadia, Filósofo

        Precisamos compreender o Batismo de Cristo conhecendo a pessoa de Jesus Cristo, na história da Salvação, na “Plenitude dos Tempos”. Esta expressão Paulina (Gl 4, 4) indica que sua presença imprime um movimento novo à história Salvífica.

    O cumprimento do Antigo Testamento se dá em Jesus Cristo em quem se manifesta plenamente a justiça Salvífica de Deus (Rm 3,21-22; 10,4). Deste modo Israel (o povo do Antigo Testamento) tinha realizado sua missão de serviço de ser “Cristóforo” (portador de Cristo).

    Então, Jesus é o “Eschaton”, o último no futuro histórico, mas o primeiro nos desígnios divinos sendo que sua posição na história da Salvação é Tridimensional: se encontra no Alfa e Ômega porque o tempo de Jesus é o meio entre Israel e a “Ekklesia” (Igreja) Cristã.

    Se com a chegada de Jesus na história da Salvação realiza-se a “Plenitude dos Tempos”, a inauguração dos “últimos tempos” se dá com a presença do Profeta. João Batista é o ultimo profeta. O ”Querigma” (proclamação da mensagem) da Igreja primitiva se abre com o Batismo de Jesus no Jordão que foi anunciado por João.

    Os grandes profetas de Israel pregam a “conversão” como condição para ingressar nos tempos novos. A “conversão” (“Tesubá” ou “Metanoia” _ mudanças de mentalidade) é uma volta ao original, a primeira vontade de Deus. Isso tudo necessita de um “pedagago” (que conduz) e da realidade “escatológica” (Estudo do fim).

    Como os “últimos tempos” se dá com a presença do Profeta, temos que indicar que Jesus é o Profeta enviado por Deus como nos atesta o Evangelho de São João. Contudo os Evangelhos destacam a atuação profética de Jesus Cristo quando ele, Jesus, desmascara a falsidade e o caráter religioso de seu tempo, sua  opção pelos desvalidos e humildes, a perseguição e o martírio que sofreu indicando, com isso, que Jesus é representado na Linha Profética do Antigo Testamento. Porém, nas Cartas Paulinas não apresenta nenhuma alusão a Jesus-Profeta, cabendo, portanto, somente a menção que faz o Evangelho de São João.

    O que define Jesus como profeta? A missão para anunciar o reino, a boa nova aos pobres e oprimidos. Deste modo, São Lucas define Jesus como pregador (“kerusson”, Lc 4,43 e que Sara “Therapeuon”, Lc 4,36-40).

    Quando Jesus se torna profeta? Desde sua unção pelo Espirito Santo no Jordão, ou seja, com seu Batismo onde recebe a missão de anunciar a boa nova da libertação e ao mesmo tempo faz curas, expulsa demônios, ressuscita mortos (Lc 4,31-39).

    Ao sair das águas Jesus ouve esta de declaração ao Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Mc 1,11; Lc 3,22b). A citação é de Isaias 42,1a que fala da vocação privilegiada do “Servo de Iahweh”. 

    “O Batismo de Jesus realizado por João, no Rio Jordão, lembra nosso Batismo Sacramental” (Comentário - Deus Conosco, 13 de Janeiro 2019 _ Batismo do Senhor). Então que a “Plenitude dos Tempos” e os “últimos tempos” nos ajudam a sermos comprometidos com o nosso Batismo Sacramental como Jesus Cristo se comprometeu com seu Batismo Profético assumindo a missão de anunciar a boa nova da libertação, fez curas, expulsou demônios e ressuscitou os mortos.