A PERSPECTIVA DO TEATRO COMO PRÁTICA PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por ROMILDA PINTO FIGUEIREDO | 23/11/2015 | Educação

 

 A PERSPECTIVA DO TEATRO COMO PRÁTICA PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL[1]

Lucélia Ferreira Lindolfo Link[2]

Romilda Pinto Figueiredo[3]

 

Resumo: O presente projeto teve como objetivo analisar a importância das atividades lúdicas no processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças que freqüentam a creche Ivo da Silva Carvalho. Para realização do mesmo utilizamos dados bibliográficos apoiados em livros e em autores como Froebel, Piaget, Moyles, pesquisa na internet, entre outros. A pesquisa buscou apoiar-se nos embasamentos teóricos. Abordamos um breve relato sobre o surgimento da infância e sobre a origem do jogo, a importância e contribuição das brincadeiras, dos brinquedos, ou seja, do lúdicoem ação. Ao concluir este projeto percebe-se que as atividades lúdicas são de suma importância para o desenvolvimento das crianças, mas alguns educadores ainda enfrentam dificuldade ao inserir o lúdico na pratica, devido à visão de alguns pais e até mesmo de profissionais da educação.

Palavras Chaves: Lúdico, Desenvolvimento, Aprendizagem e Criança.

5.1  - Introdução

 

            A linguagem é algo universal, pois é através dela que o ser humano se comunica e estabelece uma troca de diálogo.

Segundo o minidicionário da língua portuguesa Soares Amora linguagem é expressão do pensamento por meio da palavra; sistema de sinais empregado pelo homem para exprimir as suas idéias e pensamentos; fala; língua; qualquer meio de exprimir o que se sente ou se pensa.

Sendo assim é por meio desta linguagem que ocorre à interação e socialização que se desenvolve no contexto sócio-hitorico-cultural do ser humano. A linguagem não se resume apenas na forma verbal (a oral e escrita), mas também a não verbal, que envolve outras formas como: música, arquitetura, gesto artes gráficas, artes cênicas, cinema, teatro, entre outras.

Segundo Zeca Capilline (1994) é no teatro que o homem ampliar seus conhecimentos de mundo por meio de uma linguagem lúdica e criativa. Pois a pessoa modifica o mundo, recriando certos modelos sociais e morais, debate e problematiza modelos através da prática de uma linguagem que descobre a essência do homem.

Este artigo tem como finalidade analisar a perspectiva do teatro como prática pedagógica no desenvolvimento da linguagem na educação infantil e objetivou examinar as formas de linguagem que o teatro proporciona através de uma revisão bibliográfica., investigou teoricamente que aspectos o teatro favorece no desenvolvimento da linguagem infantil e verificou-se se a relevância do teatro como forma de linguagem na educação infantil.

No primeiro capitulo aborda dois tópicos; realiza um breve relato sobre a linguagem a fim de mostrar que a mesma engloba não só a língua propriamente dita, mas diversas formas de comunicação, e no segundo tópico relata a história do teatro o surgimento e as transformações ocorridas em diversos países e principalmente no Brasil.

No segundo capitulo abrange as contribuições do teatro para o desenvolvimento educacional da criança na educação infantil inicia-se relacionando as contribuições esta que se divide em quatro tópico  no aspecto psicológico onde o teatro leva o ser humano a desenvolver-se mentalmente e psicologicamente, no cultural e social, pois no contexto hodierno é essencial cultivar a criatividade humana na dramatização seu ato, está presente em cada individuo, como uma maneira de compreender e conceber uma realidade, e em termos finais para a educação sendo que o teatro pode modificar as escolas e creches em um ambiente de trabalho e aprendizagem com prazer e encantamento e por fim relata os dados obtidos na analise de dados.

 

5.2  - Breve relato sobre a linguagem

 

A linguagem é algo universal, pois é através dela que o ser humano se comunica e estabelece uma troca de diálogo.

Segundo Marilena Chaui (2000), é com base nas investigações da filosofia que procurou definir a origem e as causas da linguagem. Entretanto um primeiro questionamento sobre essa divergência surgiu na Grécia com intuito de saber se a linguagem é natural ao ser humano ou se é uma convenção social. Nesse sentido se a linguagem for natural as palavras têm objetivo próprio; se for convencional, são decisões consensuais da sociedade. Este questionamento chegou à seguinte conclusão que a linguagem é uma capacidade de expressão natural do individuo e por outro lado as línguas são convencionais e surge de acordo com os fatos culturais.

Dessa forma a linguagem é um fenômeno complicado, porque tem sua especificidade na sua maneira de funcionar e envolve o espaço e o tempo conforme a prática do ser humano.

Segundo os PCNs de Língua Portuguesa (2000, p.23), a linguagem é um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história.

Vale lembrar que antes da invenção da escrita, os indivíduos se comunicavam usavam de outras linguagens para se comunicar por meio da linguagem verbal-oral, símbolos ou sons.

A linguagem é um sistema de signos ou sinais usados para indicar coisas, comunicação entre as pessoas, expressão de ideias, valores, sentimentos que se desenvolve através do olhar, de gestos, expressão facial, cor, luzes, ruídos, imagens fixas ou em movimento, línguas faladas e escritas. Sendo assim a linguagem pode ser manifestada de diferentes formas favorecendo a socialização entre os homens, podendo ser entendida como atributo natural do individuo.

De acordo com o Minidicionário da Língua Portuguesa Soares Amora linguagem é expressão do pensamento por meio da palavra; sistema de sinais empregado pelo homem para exprimir as suas ideias e pensamentos; fala; língua; qualquer meio de exprimir o que se sente ou se pensa.

A linguagem exerce um papel essencial na comunicação, é por meio  dela que ocorre uma relação de troca entre os indivíduos. Essas relações se dão por meio de diálogos, argumentos, discurso, em que ensinamos e aprendemos. Marilena Chaui (2000) relata que a linguagem é direção de acesso ao mundo e ao pensamento, ela nos envolve e nos habita assim como os envolvemos e habitamos. Compreender a experiência da linguagem é possuir uma experiência espantosa, transmitir e ouvir sons, escrever, ler letras, sem saber seus significados e significações.

Para Fiorin (2003), entender a linguagem do ser humano é compreender todas as experiências históricas de cada comunidade. O autor afirma ainda que a linguagem da ao homem possibilidade de criar o mundo.

Sendo assim e ela que promove à interação e socialização que se desenvolve no contexto sócio-hitorico-cultural do ser humano. A linguagem não se resume apenas na forma verbal (a oral e escrita), mas também a não verbal, que envolve outras formas como: música, arquitetura, gesto artes gráficas, artes cênicas, cinema, teatro, entre outras.

Nesse sentido abordaremos o teatro uma forma de linguagem não verbal buscando conhecer a suas Contribuições para desenvolvimento educacional da criança

5.3  - História do teatro

A palavra teatro vem dos verbos gregos e diz respeito ver, enxergar, lugar de ver, ver o mundo, se ver no mundo, se perceber, perceber o outro, e a sua relação com o outro. Sendo assim, segundo Silmara Lídia Morais (2004), o teatro tem o papel de mostrar o comportamento social e moral, por meio do aprendizado de valores e do adequado relacionamento com as pessoas.

Segundo Lindomar Araújo o teatro surgiu no século VI a.C. na Grécia, em advento das festas dionisíacas realizadas em homenagem ao deus Dionísio. Deus este do vinho, do teatro e da fertilidade. Sendo assim essas festas, eram rituais sagrados, procissões e recitais que duravam vários dias, ocorria uma vez por ano na primavera, ocasião em que se fazia a colheita do vinho naquela região.

Para Berthold (2000), há diversas fontes que podemos considerar para o surgimento do teatro, como por exemplo, as danças e os costumes populares, ela diz que o teatro primitivo tem como base os impulsos vitais, os costumes dos povos, a religiosidade, etc.

É importante lembrar que os romanos deram origem à forma do anfiteatro, em que era uma galeria com arcos, arquibancadas e orquestras em semicírculo, onde a tragédia e comédia tinham tratamento diferenciado e as personagens eram criadas de acordo com o tipo da obra.

Em outros enfoques, necessariamente na renascença, as atividades dramáticas ocorriam em quase todas as escolas. Portanto a história do teatro seguiu a história da humanidade, em que cada povo tem sua maneira de representar, ganhada no transcorrer dos séculos. Nesse período objetivava a arte de falar, prática essa, voltada para o diálogo. A partir desse ensino os espetáculos passaram a ser muito valorizados.

Nesse mesmo período o teatro aparece, com caráter popular e seguindo as exigências do publico em geral. Seu principal idealizador foi o inglês Willian Shakespeare um dramaturgo que deixou sua marca em várias conquistas do teatro.

O dramaturgo alemão Bertolt Brecht se manifestou contra o teatro realista. Para ele o teatro iria informar e modificar os indivíduos e consequentemente a sociedade, porque apresentava caráter político. Em suas peças contava com cooperação dos elementos técnicos e iluminação, cenas pequenas, aproximação da realidade e teatralidade, técnica ainda usada nos dias atuais.

Para Sábato Magaldi (2007), o teatro no Brasil apareceu no século XVI, sendo implantado pelos jesuítas, em prol de catequizar os índios, para que estes interiorizassem os hábitos condenáveis dos portugueses e seu principal objetivo era a divulgação da fé religiosa. Entre 1534 e 1597, o padre José de Anchieta, entre outros autores dessa época, se preocupava mais com a religiosidade, do que com a parte artística.

Todavia, por quase dois séculos, a atividade teatral jesuítica não pode ser desenvolvida e o teatro no Brasil não obteve avanços. Sendo assim, durantes os séculos XVII e XVIII, o país permaneceu absolvido com o processo de colonização, período em que pertencia a colônia portuguesa. Devido à mudança da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, acarretou inegável evolução para o teatro, concretizado pela Independência em 1822.

Portanto, Gonçalves de Magalhães ao voltar da Europa em 1867, inseriu no Brasil a influência romântica, que iria nortear escritores, poetas e dramaturgos. Magalhães foi um dos mais representativos autores desse período, e sua peça Leonor de Mendonça teve merecimentos até a atualidade.

Entre os anos 1914 á 1937 diversas foram às conquistas para o teatro brasileiro. Uma delas ocorreu em 1914 com a abertura da Casa dos Artistas e institutos culturais, como a Academia Brasileira de Teatro em1931. Devido à preocupação com o teatro infantil surge em1917 Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), e por fim 1937 a Associação Brasileira de Críticos Teatrais.

Nessa linha de pensamento, as propagações da modernidade abrangeram ao teatro brasileiro na obra de Oswald de Andrade, e Nelson Rodrigues um dos dramaturgos mais conhecido no Brasil. Sua principal peça Vestido de Noiva. Apresentou na cidade de Rio de Janeiro e de São Paulo o Teatro Brasileiro de Comedia (TBC). Despontou também o teatro primitivo que acontecia ao ar livre, com o público em circulo ao redor dos autores, situação que acontece nos dias atuais em todo universo.

A partir da década de 1940 apareceram os grupos e companhias firmes de repertório, que foram: Os Comediantes, o TBC, o Teatro Oficina, o Teatro de Arena, o Teatro dos Sete, a Companhia Celi-Autran-Carrero, dentre outros.

Entretanto, quando tudo aparentemente ia bem com o teatro brasileiro, eis que surge a ditadura militar que impôs a repressão precedente a autores e encenadores, levando o teatro ao atraso produtivo, não criativo. Nesse período houve muitos dramaturgos atuando concomitantemente.

Dessa forma, por volta da década de 1980 houve o fim do regime militar, e consequentemente o teatro tentou readquirir direção e constituir modernas diretrizes. Nesse contexto apareceram grupos e movimentos de incitação a uma nova dramaturgia.

É no teatro que o homem ampliar seus conhecimentos de mundo por meio de uma linguagem lúdica e criativa. Pois a pessoa modifica o mundo, recriando certos modelos sociais e morais, debate e problematiza modelos através da prática de uma linguagem que descobre a essência do homem. (Zeca Capellini - 1994).

5.4 - Contribuições do teatro para o desenvolvimento educacional da criança

5.4.1 - Aspectos psicológicos

Historicamente os textos usados no teatro infantil eram adequações de obras européias repletas de moralismo vigorante nesse período. Assim sendo o teatro infantil teve a sua procedência na moral cristã, no didatismo e na moral europeia. Isto só mudou durante a década de 70 quando o teatro infantil passou a ser um modelo explícito (Silmara Lidia Moraes).

Desse modo, a interação da criança com o teatro se dá através da escola ou da igreja, onde em ambas as instituições o espetáculo é marcado pela direção pedagógica em contraposição da estética propriamente dita.

O teatro leva o ser humano a desenvolver-se mentalmente e psicologicamente. Além disso, o teatro é arte. Arte essa que precisa ser analisada em níveis pedagógicos, e como uma atividade artística que tem suas próprias características.

Segundo a definição de Maria Fernanda Takahashi, o teatro, além de ser uma arte é uma forma de comunicação, capaz de transmitir, de maneira extremamente eficiente, um pensamento ou uma ideia.

Pressupõe-se que o teatro amplia horizontes, desenvolve a auto-estima e a auto-imagem, proporciona também um conhecimento variado que leva ao aparecimento de livres sentimentos, emoções, aflições e sensações. É por meio dele que os indivíduos são instruídos a desenvolver novas maneiras de vida em comum e decidir novas direções. Estas habilidades não podem ser impostas ou ensinadas, e sim, desenvolvidas livremente.

De acordo com Aristóteles o teatro não reproduz a ação do homem, mas o sentimento do homem.

A contribuição do jogo protagonizado e das atividades teatrais para o desenvolvimento infantil está no fato de levar à criança desempenhar trabalhos e viver circunstâncias que normalmente embora não poderiam viver utilizando seus papéis psíquicos em desenvolvimento. Sendo assim, a tarefa do professor nas atividades teatrais e no jogo protagonizado necessita orientar-se para instituir a Zona de Desenvolvimento Proximal da criança abordada por Vygotsky. Para Vygotsky (2002), é a partir da interação que ocorre a Zona de Desenvolvimento Proximal. A criança em contato com as outras pode desenvolver habilidades muito além das reais, atingindo o nível potencial, se desenvolvendo mais rápido.

Desse modo através do teatro as crianças desenvolvem a memória, enriquece a pronuncia das palavras da leitura, promovendo estímulo ao senso artístico.

5.4.2 - Aspectos Culturais e Sociais

 

De acordo com os PCN’s, o teatro ocorre como processo de constituição da criança, realiza não só papel integrador, mas também dá oportunidade para que ela se apodere criticamente e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua sociedade perante intercâmbio com o grupo ao qual pertence. No dinamismo da experimentação e da fluência criativa provocado pela liberdade e segurança, a criança pode transitar livremente por todas as manifestações internas associando imaginação, percepção, emoção, intuição, memória e raciocínio.

Nesse sentido percebe-se que o teatro oferece às crianças o contato com a linguagem teatral e proporciona a perda da timidez, desenvolvendo e favorecendo o trabalho em grupo, em situações que é estabelecida diante do improviso. O teatro é uma atividade de cidadania e um meio de ampliar o repertório cultural das crianças.

De acordo com Reverbel (1989), o teatro tem a função de divertir instruindo, que para o autor é uma verdade que ninguém pode contestar, pois seria negar-lhe a própria história.

Nesse contexto hodierno é essencial cultivar a criatividade humana, pois  é através da iniciativa e da imaginação criadora que os indivíduos, as comunidades e as sociedades poderão se adaptar ao que é novo e transformar sua realidade

5.4.3 - Dramatização

 

O ato de dramatizar está presente em cada indivíduo, como uma maneira de compreender e conceber uma realidade. Ao analisar uma criança em suas primeiras demonstrações dramatizadas, o jogo simbólico, percebe-se a busca na organização de seu conhecimento sobre o mundo de modo integrador (PCN’s, 2000). A dramatização segue o desenvolvimento da criança como uma manifestação natural, adquirindo aparências e lugares variados, sem deixar de lado o jeito de interação e de promoção de equilíbrio entre ela e o meio ambiente.

Para Koudela (2001), apud Viola Spolim, além do jogo dramático existe outro tipo de jogo, que é o jogo teatral. É para melhor compreender pode-se dizer que jogos dramáticos são aqueles em que são feitas representações sem uma determinada regra, enquanto nos jogos teatrais, as representações são feitas seguindo algumas regras.

Dramatizar a realidade é apropriar-se dela para poder entender a vida, os diferentes papéis sociais e as relações entre eles. Dessa maneira o teatro na Educação Infantil trata-se mais de um grande jogo dramático, em que brincando praticam diferentes tons de voz, avaliam a autoridade ou a subordinação, a coragem e o medo. Por outro lado os fantoches, marionetes, fantasias e maquiagens oferecem para esse exercício de faz de conta e também compõem esse agradável cenário.

O jogo dramático tem por finalidade indicar possibilidades para o pleno desenvolvimento da criança nos aspectos cognitivo, motor e na sua sociabilidade, ao mesmo tempo em que serve de espelho para avaliar o real desenvolvimento de cada criança.

5.4.4 – Educacional

 

Para Alessandra Françóia (2000), o teatro é um elemento cultural de suma importância para educação de crianças e adolescentes, porque favorecem na compreensão didática, variados temas. Através de uma holística cada vez mais ampliada e inventiva de professores e educadores é possível permanecer surpreendendo-se com os resultados da linguagem lúdica no aprendizado.

Nesse sentido percebe-se que o teatro pode transformar as escolas e creches em um ambiente de aprendizagem com prazer e encantamento. E ainda em um lugar social plural. E essa por sua vez é essencial na aprendizagem humana: circunstância esta que se interliga com as diferenças.

Segundo Leal (2000), o teatro rompe com as estruturas tradicionais da escola e creche. Para o autor, não se trabalha sobre um aprender repetido e sim sobre a descoberta. É sobre o novo que indagamos, mesmo que repetimos certo jogo.

Trabalhar com o teatro na sala de aula, não se resume em levar os alunos para assistirem peças teatrais, mas representá-las, e com isso desenvolver uma série de vantagens para eles como: levá-los a aprender, a improvisar, a desenvolver a oralidade, a expressão corporal e aprender a socializar e interagir com outras pessoas, trabalhando o lado emocional entre outras habilidades.

Segundo Reverbel (1989), o objetivo da escola não é ter um aluno-autor, um aluno-pintor ou um aluno-compositor, mas sim dar oportunidades a cada um de descobrir o mundo, a si próprio e a importância da arte na vida humana.

O teatro como atividade pedagógica é de suma importância na educação infantil, onde sua interação propõe que os alunos realizem ações que não praticaria na vida real. O teatro favorece a socialização, aperfeiçoando a capacidade de expressar e de fazer criticas construtivas.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o teatro tem como fundamento a experiência de vida: ideias, conhecimentos e sentimentos. A sua ação é de ordenação de conteúdos individuais e grupais.

Produzir teatro é estimular a percepção de si e do outro, destruir com todas as maneiras ou expressão de preconceitos e discriminações. No produzir teatro, aprendemos sem nos preocupar em aprender ele nos proporciona uma aprendizagem diferente.

Segundo Raquel Valério (2009), o teatro favorece o reencontro consigo mesmo auxiliando a dimensão estética da vida pelo toque, pelo olhar, pelo abraço. O aprender teatral vai se formando na consciência algo de lembrança e vivido com a imaginação. O teatro, sobretudo e de caráter espontâneo, de improviso, é um exemplar único e original de carinho e cuidado, expressamente visível no universo simbólico das inter-relações pessoais. O teatro nos convida, pois, a novos modos de aprender, onde existe um movimento permanente de interesse, diferente do movimento sincopado pela matéria que caracteriza a turma da escola e creches.

O teatro auxilia na cooperação e na socialização, porque as crianças brincam com todos da sala, sem discriminar alguém, porque abrange o grupo inteiro.

De acordo com Viola Spolim (1970) aparecem na essência dos jogos teatrais o faz de conta que precede a realização e o concretizar dos jogos teatrais, que consiste no sistema de ação. Este movimento entre o jogo dramático e o jogo teatral envolve no intelecto da criança e pode ser esclarecido como uma trajetória meio natural e posteriormente levar a criança à decodificação dos seus significados. Mesmo que ela o use conscientemente, para instituir a metodologia de concretização. Nesse sentido, os sistemas de jogos permitem ao professor criar jogos a fim de promover a integração do grupo ao jogo.

A intenção desse procedimento é o desenvolvimento de domínio e modo interativo da linguagem teatral, sem nenhuma estratégia imaginada ou artisticamente planejada e ensaiadas. Contudo, para o desenvolvimento do aluno é indispensável à qualificação de suas próprias reproduções sociais sobre a arte-educação e, sobretudo, educadores que deseja fornecer oficinas de jogos teatrais, procurarem construção da Arte Teatral, bem como uma teoria do teatro e do desenvolvimento da mente humana e seus processos de aprendizagem.

A finalidade de apresentar um adequado teatro para as crianças e jovens é consequentemente contribuir para desenvolver o seu sentido critico e estético. Pode-se realizar-se lhes permitindo observar as propostas teatrais diversas.

Segundo Jean Genet (2007), o teatro é comunicação. São corpos e formas em movimento. É a música das palavras. O teatro é poesia é jogo e fantasia. O teatro é fingir, é torna verdade mundos inventados. O teatro são pessoas.

Para a Educação Infantil o teatro apresenta-se de forma importante, pois a partir dele, as crianças aprendem a se relacionarem com diversos indivíduos, perdem a timidez. No âmbito educacional se identifica como método para auxiliar as crianças a se comunicarem e expressarem. Através do brincar de teatro as crianças criam seus convenientes mundos, e se divertem.

O educador necessita saber trabalhar, fazer com que por meio do teatro as crianças aprendam, além disso, atingir assuntos que eles gostam e contextos da realidade, para que os mesmos desenvolvam e transforme em adultos conscientes e participativos.

O Teatro além de ser uma arte tentadora, tem um valor essencial na educação. Ele liga as crianças ao mundo de glossários, memorização, socialização, coordenação, criatividade dentre diversos melhoramentos, além de nos induzir ao mundo do Faz de Conta. O teatro como expressão na prática pedagógica propicia as potencialidades da criança. Conforme Gil (1991) o teatro e a própria expressão infantil.

Por meio do teatro, o educador pode compreender traços da personalidade do educando, seu procedimento individual e em grupo, traços do seu desenvolvimento e essa circunstância permite ao educador, um mais perfeito direcionamento para o aproveitamento do seu trabalho pedagógico.

Existem múltiplos tipos de teatro para serem consagrados nos contextos das atividades corporais, é uma sugestão de educação diferente da maneira tradicional.

Por exemplo, a produção de bonecos e fantoches, usados pelos alunos no jardim de infância acompanhado de orientação de um educador apresenta uma função formidável, pois eles podem auxiliar a ampliar diversos aspectos educativos especialmente aos que estão incluídos à comunicação e a expressão sensório-motora. O educador necessita deixar a criança manusear os bonecos à vontade. Aos poucos, a criança irá sentir uma vontade de inventar uma fala, uma conversa para aquele boneco, agrupando o movimento dele com a palavra.

A mímica pode consistir em um jogo teatral que é concretizado por dramas de ação dramática que se diferenciam por explicação da ação por meio do gesto.

É importante induzir o teatro à escola, induzir uma obra é como induzir as crianças ao universo mágico das histórias infantis, com essas obras as crianças aprendem sucessivamente certa mensagem, imaginam e podem inventar soluções para um universo mais perfeito.

Segundo Alberto Centurião Carvalho (1970) o teatro é uma linguagem poderosa com grande índice de capacidade de síntese, rica de qualidades estética e capaz de apresentar torpedo múltiplo e variado. Como toda e qualquer linguagem, o teatro tem estudo e dicionário próprio e serve para comunicar qualquer conteúdo.

É de suma importância que a Educação Infantil trabalhe com a linguagem teatral, porque além dela auxiliar a intermediação entre o processo de comunicação dos adultos com as crianças, ainda compõem as bases para o desenvolvimento infantil.

Os dados foram obtidos por meio de entrevistas direcionadas aos educadores que atuam na educação infantil no município Santa Cruz do Xingu, a fim de averiguar se há relevância do teatro como forma de linguagem na educação infantil.

De acordo com os dados obtidos na pesquisa podemos observar que as entrevistadas têm conhecimento sobre a importância do teatro e o utilizam como método pedagógico.

Vale ressaltar que o teatro na educação é um espaço a ser conquistado. Pois existem poucas instituições de ensino que inseriram a atividade teatral em suas escolas, algumas apresentam o teatro no currículo, outras em forma de Oficinas. Embora existam educadores que acreditam na força que o teatro tem para promover a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno ainda há um grande número de escolas que não aceitam, não acreditam e não dão o devido valor ao exercício teatral no processo educativo do aluno.

De acordo com Reverbel (1997, p. 168) “É preciso lutar para que o teatro tenha seu lugar na Educação, porque se ele existe na sociedade, deve existir na escola”. O teatro é o caminho para as escolas atingirem uma integração entre os sujeitos de forma criativa, produtiva e participativa, é um recurso pedagógico eficaz no desenvolvimento do educando, preparando-o a discernir os problemas em que ele irá enfrentar na sua trajetória de vida.

A pesquisa foi norteada através de três questões relacionadas ao tema, no qual descreveremos abaixo com os resultados obtidos a partir dos entrevistados.

Para tal pergunta a resposta foi unânime, todos afirmaram utilizar o teatro como prática pedagógica. A entrevistada disse: teatro é um método muito bom para contar história e dramatizar e para as crianças é uma coisa livre sem decorar palavras e é através dele transmite muitas coisas, conhecimentos, emoções entre outros.

Já a entrevistada B disse que utiliza porque contribui para o desenvolvimento e também atrai mais a atenção das crianças.

A entrevistada C diz que é através dele que a criança socializa e tem liberdade para se comunicar e se expressar.

E a entrevistada D afirma que por meio do teatro a criança representa personagem e desenvolvem com prazer.

Ao utilizar o teatro o educador proporciona aos alunos um conhecimento diversificado e lúdico, tendo um clima de liberdade onde o aluno libera as suas potencialidades, expressando seus sentimentos, emoções, aflições e sensações, pois é um meio de expressão para o aluno.

Quando o educando interpreta um personagem ou dramatiza uma situação, revela uma parte de si mesmo, mostrando como sente, pensa e vê o mundo. É uma atividade artística que permite ao aluno expressar-se, explorando todas as formas de comunicação humana. O teatro amplia o horizonte dos alunos, melhora sua auto-imagem e colabora para torná-los mais críticos e abertos ao mundo em que vivem.

Para Freire (1996, p. 46), o educador deve propiciar o meio adequado para que os educandos em suas relações intrapessoais e interpessoais busquem “assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de amar” e, nesse sentido, o teatro é um recurso valioso.

Quando questionada sobre a contribuição do teatro para o desenvolvimento da linguagem da criança, todas afirmaram que ele é essencial para o desenvolvimento da linguagem, sendo que cada uma enfocou o aspecto que o torna relevante.

A entrevista A diz que o teatro desenvolve a linguagem oral, corporal, a expressão a auto-estima a autonomia. Ao dramatizar as crianças aprende cultura, pois o teatro é cultura.

A entrevistada B disse que está ligado, ao aspecto cultural e social.

Já entrevistada C disse que é tanto no aspecto social, psicológico e cultural. Ao desenvolver o teatro contribuímos para a fala correta das crianças.

E a entrevistada D, sobre o aspecto cognitivo social cultural afetivo, é através da reprodução que eles fazem desenvolve a linguagem.

De acordo com Ingrid Koudela (apud SPOLIN, 1985, p.12), o jogo teatral na educação é importante forma de aprendizagem cognitiva, afetiva e psicomotora.  A criatividade dramática auxilia o pensamento criativo e desenvolvimento social.

Portanto o teatro é uma forma de linguagem. E sua utilização nas escolas é muito importante, pois ele leva a criança à aprendizagem da linguagem de maneira mais livre. A linguagem teatral pode ser transmitida por meio da música, do som, da palavra, das artes plásticas, da dança entre outros.

Segundo Alberto Centurião Carvalho (1970) o teatro é uma linguagem poderosa com grande índice de capacidade de síntese, rica de qualidades estética e capaz de apresentar torpedo múltiplo e variado. Como toda e qualquer linguagem, o teatro tem estudo e dicionário próprio e serve para comunicar qualquer conteúdo. O material usado pelos entrevistados vária de professor para professor, sendo que a maioria utiliza os fantoches. Porém e relevante analisar o que cada entrevistada descreveu.

A entrevistada A relata que primeiro realiza uma conversa com as crianças e vejo o que elas gostam, pois a partir de uma história mostro os personagens às falas. Ex: usando uma linguagem para os personagens para história escolhida. Trabalho também com os fantoches, uso eles primeiro para mostra a história para as crianças e depois monto o teatro com elas.

Já a entrevistada B fala que utiliza os fantoches, porque ele contribui para fala e através da repetição das palavras as crianças aprendem.

A entrevistada C ressalta que usa os fantoches, a própria criança, o professor e a sucata. Ex: uma caixa de papel se transforma em uma TV então posso montar um filme com as crianças.

E a entrevistada D diz que os fantoches, personagens de desenhos como o palhaço o pica pau etc.

Segundo Courtney o Jogo Dramático e o processo criativo essencial para o desenvolvimento imaginativo. O autor defende que a imaginação dramática está no centro da criatividade humana, já que desde a infância a criança, ao final do primeiro ano, quando brinca pela primeira vez finge ser outra pessoa e desenvolve o humor, personifica o outro.

O teatro é uma forma lúdica muito utilizada, onde através de histórias contadas de forma quase real e engraçada o teatro se torna um grande aliado. De acordo com Guerra et al (2004) o teatro vem sendo utilizado não apenas como espetáculo, mas como estratégia educacional lúdica. “O teatro de fantoches é o que mais alegra e sensibiliza a criança por transmitir, de uma forma simples e direta, a linguagem. (GUERRA et al, 2004).

                  Nesse sentido, o teatro na educação infantil tem muito a contribuir para o desenvolvimento das crianças, porque a educação infantil e uma das fases mais importante na vida das crianças, sendo o momento em que se forma o conhecimento, a socialização, a comunicação e a interação com outras crianças. Portanto o teatro favorece o desenvolvimento cultural, social, psicológico, e ainda o desenvolvimento da linguagem oral corporal na criança. Sendo assim e de extrema relevância que o profissional de educação infantil esteja preparado para trabalhar com as atividades teatrais em sala de aula.

                

5.6 – Considerações Finais

Neste momento ao finalizar esta pesquisa, concluí-se que todas as entrevistadas têm conhecimento sobre a importância do teatro na educação infantil, onde as professoras procura inseri-lo em sua prática pedagógica, porque acreditam que o teatro leve a criança a desenvolver-se psicologicamente, culturalmente, socialmente, melhorar a pronúncia de palavras e também contribui para a formação da auto-estima e autonomia.

Sendo assim o teatro na educação infantil apresenta-se de forma importante, pois a partir dele, as crianças aprendem a se relacionar com diversos indivíduos e perdem a timidez. Através do brincar de teatro as crianças criam seus convenientes mundos, e se divertem.

O teatro desperta e educa, fazendo a criança a trabalhar com sua imaginação e seu espírito criador estimulando a autoexpressão, desenvolvendo a linguagem oral e gestual, ao mesmo tempo em que utiliza o corpo como forma de expressão.

Nessa perspectiva podemos perceber que cada uma das entrevistadas tem seu conhecimento a respeito do teatro e consequentemente sua forma de trabalhar com o mesmo, na tentativa de contribuir para o desenvolvimento educacional das crianças. Portanto tornou-se relevante a pesquisa uma vez que buscou saber se as professoras de educação infantil estão incluindo o teatro em sua prática pedagógica

Referências Bibliográficas

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Unidade 4 O conhecimento. Capítulo5 Alinguagem Ed. Ática, São Paulo, 2000.

NEDER, Maria Lucia Cavalli. Linguagens na Educação Infantil I: pensamento e linguagem / Maria Lucia Cavalli Neder, Lucia Helena Vendrúsculo Possari, Regina Marques de Souza._ _ Cuiabá: EDUFMT, 2008.

SPINDOLA, Arilma Maria de Almeida. Linguagem na Educação Infantil IV. Arte na Educação Infantil./Arilma Maria de Almeida Spindola. Ana Arlinda de Oliveira_ _Cuiabá: Edufmt, 2008.

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