RESUMO
O presente artigo tem por objetivo, informar as grandes perdas de alimentos, enfatizando a perecibilidade como fator crítico na logística de distribuição de alimentos. Assim foi realizado o artigo com base no transporte e estocagem dos alimentos perecíveis, com o intuito de dar clareza que a atividade pode ser perigosa, quando as empresas não adotam as normas e regulamentações no que envolve a saúde da população. As informações destacam a falta de estrutura e investimentos nos armazéns do país, o que gera perca e avarias no que se refere à armazenagem e estocagem dos alimentos. Problemas estes que aumentam no decorrer dos outros processos gerando enormes perdas para a economia do setor alimentício. Para a correta realização do transporte de alimentos perecíveis, as empresas precisam adaptar seus veículos seguindo normas da Vigilância Sanitária, colocando-os de forma segura dentro da cadeia de abastecimento. A logística apresenta seus valores, para minimizar as perdas, colocando em foco questões relacionadas à qualidade, tempo, lugar, armazenagem, manipulação e distribuição dos alimentos. Desta forma o artigo busca informar os prejuízos e possíveis soluções para evitar algumas perdas, como investimentos em tecnologias, na colheita, na armazenagem e no transporte dos alimentos perecíveis.

Palavras chave: perecibilidade, logística, distribuição, alimentos.
ABSTRACT
This article aims to inform the large losses of food, emphasizing the critical factor in perishable logistcs og food distribution.So the article was carried out based on the transport and storage of perishable foods, in order to make clear that the activity can be dangerous when companies do not adopt the rules and regulations involving the health of the population. The information highlights the lack of infrastructure and investments in warehouses in the country, which causes loss and damage in relation to storage and storage of food. These problems that increase over the other processes generating huge losses for the economy of the food industry. For correct performance of the transport of perishable foods, companies must adapt their vehicles following standard health surveillance, putting them safely within the supply chain. Logistics has its values, to minimize losses, focusing on issues related to quality, time, place, storage, handling and distribution of food. Thus the paper seeks to inform the damage and possible solutions to avoid some losses as investments in technology, harvesting, storage and transportation of perishable foods.

Key worlds: perishability, logistics, distribution, food.


1 INTRODUÇÃO

Os alimentos apresentam perecibilidade curta, e precisam manter suas características próprias para um determinado tempo de consumo. O artigo procura esclarecer quais os fatores críticos na logística de distribuição de alimentos, tendo como fator principal a perecibilidade.
A distribuição de alimentos perecíveis exige das empresas do ramo adequação de seus veículos, para evitar perdas nas etapas de entrega, priorizando a temperatura dos alimentos, e garantindo assim seu ótimo estado até chegar ao consumidor final.
Embora toda a cadeia de distribuição de alimentos perecíveis seja de complexidade significante, a logística sempre assumiu papel de grande importância na redução de inúmeros problemas, refletindo na qualidade do abastecimento.
Os alimentos, muitos são de alta sensibilidade e grau elevado de deterioração química, fisiológica e biológica, muitos desses produtos não podem ser estocados por muito tempo, e também está totalmente fora do propósito da demanda, propriamente dita, fazer esta estocagem, devido ao alimento ser de alto giro no mercado.
O Brasil está entre os países que mais desperdiçam alimentos no mundo, segundo dados recentes (2009), da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). São mais de 10 milhões de toneladas, cerca de 40% da produção agrícola, não chega ao seu destino final, destino que deixa a vida de aproximadamente 54 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza.


2 LOGISTICA DE ALIMENTOS PERECIVEIS NO BRASIL

A grande maioria dos armazéns, almoxarifados e estoques e geral no Brasil que fazem operações com alimentos perecíveis, não comporta um padrão de estocagem correta, suas instalações são antigas, e dependem de uma qualificada distribuição, onde a logística entra como suporte para crescimento no mercado, e que esse por direito, fica cada vez mais exigente, priorizando a qualidade dos alimentos.
Alimentos que são de consumo imediato precisam cuidadosamente ser acondicionados, evitando estocagem, sendo seu transporte o seu fator critico para a qualidade final.
Acondicionar de forma adequada os legumes e frutas, carnes e laticínios, por exemplo, pode reduzir as avarias do item até chegar aos consumidores em feiras, mercados etc. Contudo deve-se tomar muito cuidado a fatores críticos que entram na cadeia de distribuição desses produtos, onde se é necessário o acondicionamento ser feito com condições para a sua conservação.
Manter o alimento, em seu processo conservado e sem perder sua originalidade, nem sempre pode ser viável, pois para isso os alimentos dependem das três características que influenciam seu ciclo na cadeia de abastecimento ? física química e biológica.
Conservação depende extremamente do transporte, porem o transporte não pode assumir avarias decorridas de uma etapa anterior, a de uma colheita, por exemplo, a boa qualidade, dando como exemplo as maçãs, deve ser colhida de forma onde o inicio não prejudique a etapa final do processo, evitando rachaduras, amassamentos, pois uma vez que o item esta danificado, o quadro não volta a sua origem. A logística tem um papel conservativo da qualidade do produto.
Quando se trata de alimentos, uma das principais avarias durante o transporte pode-se citar as reações microbiológicas, que segundo James (2005), a microbiologia de alimentos focaliza a biologia geral dos microrganismos que são encontrados nos alimentos, explorando os elementos fundamentais que afetam sua presença, sua atividade e seu controle.
As organizações se aprimoram cada vez mais para atender a todas as exigências de serviços do setor alimentício, para alcançar os objetivos de redução de custos, a logística precisa estar de forma coordenada dentro da cadeia de suprimentos.
Para se adequar a varias normas muito rigorosas do transporte de alimentos perecíveis, empresas precisam investir em seus veículos utilizados para o transporte, normas que principalmente estão relacionadas à temperatura dos alimentos.
O acordo regulamentador ATP (Acordo Internacional de Transportes) exige que os alimentos sejam preservados. Esta regulamentação é técnico- sanitária, garante que os alimentos perecíveis cheguem ao mercado consumidor final com plena segurança.
Segundo (ABNT, TB ? 332 itens 3.5.5), carga perecível é a carga composta por produto passível de deterioração ou composição que exige condições especiais de temperatura e/ ou arejamento para manutenção de suas características orgânicas.
Pode-se citar como alimentos perecíveis, todo alimento que possa sofrer alteração, ou também aqueles que precisão de uma temperatura adequada, para manterem-se estáveis, como se cita a seguir;
? ovos em casca ou processados, bem como subprodutos;
? crustáceos, moluscos e frutos do mar vivos ou frescos;
? todos os alimentos processados ou não, congelados ou super congelados;
? carnes, aves, peixes e derivados;
? leite in natura e derivados;
? leveduras e fermentos;
? gelo em cubo;
? frutas, legumes e cogumelos frescos ou crus, processados ou não;
? todos os alimentos, que necessitam de estar obrigatoriamente em temperaturas estabelecidas por legislação especifica.

Transportar e/ ou estocar alimentos perecíveis pode ser uma atividade perigosa quando não se adotam cuidados que garantam a qualidade do alimento em ralação com as questões que envolvem a saúde da população.
A logística no Brasil de produtos perecíveis enfrenta um grande desafio que é a temperatura global, que segundo dados de especialistas ficam na margem dos 23°C, temperatura que é considerada alta em relação ao fator de perecibilidade.
A condição climática do país acaba afetando até mesmo as empresas mais organizadas, isso requer que o setor seja capaz de ser flexível com rapidez em determinadas situações, gerando soluções criativas para cada problema que surge.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de 1.452.853 carretas no Brasil, somente 1,62% possuem câmara frigorificada.
Segundo dados da ANTT, a logística do setor de perecíveis do país enfrenta sérios problemas, investimentos precisam ocorrer, para garantir melhor gerenciamento na cadeia de distribuição, lembrando assim as empresas do setor que investir e antecipar as mudanças deixa de perder.
Por incrível que pareça, a ANTT, revela algo que preocupante, pois segundo seus dados as empresas estão investindo pouco em manutenção da temperatura dos seus transportes, com tanto avanço de tecnologias, isso vem ocorrendo em toda a cadeia de distribuição de alimentos perecíveis no Brasil.
Os problemas não param somente nas questões que envolvem temperatura, mas também no requisito higiene do transporte, que deixa a segurança alimentar dos consumidores finais desacreditada.
3 PERECIBILIDADE ? NORMAS/ TRANSPORTE
A logística de produtos perecíveis no Brasil, esta interligada com questões de segurança, a Diretoria Técnica do Centro de Vigilância Sanitária é quem atualmente fiscaliza veículos que transportam alimentos, sendo a maioria desses para consumo humano.
O artigo 18, inciso I, alínea "F" do Decreto 26048/86, considera:
? necessidade da normatização do transporte por veículos de alimentos para consumo humano;
? necessidade de uniformização das ações de fiscalização dos veículos que transportam alimentos;
? necessidade de uma proteção eficaz dos alimentos transportados por veículos para diminuir os riscos de contaminação.

Uma grande preocupação, das empresas atualmente é conseguir entrar nas normas da Vigilância Sanitária, assegurando um meio mais eficiente de operar nas linhas sem ficarem reféns do sistema.
Alguns cuidados em relação os produtos devem ser tomados, controles melhores devem ser estudados em busca de um padrão.
Devido às regulamentações sanitárias, o transporte de alimentos perecíveis precisa seguir algumas normas:

? a caixa onde é transportada os produtos não pode estar em contacto com a cabine do condutor;
? o piso deve ser vedado para que não saia liquido para o exterior;
? as paredes devem ser lisas;
? os estrados devem ser resistentes e impermeáveis, e devem facilitar a circulação do ar;
? devem ter dispositivos de refrigeração para que se mantenha a conservação dos produtos que necessitem;
? os veículos para transporte de carcaças, quartos ou peças de carne devem estar equipados com ganchos a uma altura a que os alimentos não tenham contacto com o chão;
? o transporte de pão não deve ter a superfície forrada com tecido;
? os equipamentos de ventilação natural devem estar desligados com o veiculo carregado.

Para a realização do transporte, os modelos de veículos, precisam se adaptar ao perfil da cadeia de abastecimento, e seguindo as normas da Vigilância Sanitária, devido a isso existem quatro características do modal, segundo (Portaria, 1991), que são relacionados nos próximos tópicos.
? transporte aberto - é constituído por material não tóxico com fácil limpeza, e desinfestação. Este transporte é para leite em embalagens metálicas, bebidas em garrafas, horticolas e produtos idênticos;
? transporte aberto com proteção ? é aquele constituído por material de fácil limpeza com proteção de lona, plásticos e outros. Este transporte destina-se a biscoitos, cereais, derivados dos farináceos, temperos e especiarias, café, água mineral, doces, massas secas, óleos, sal, açúcar e derivados, alimentos em embalagens hermeticamente fechadas e produtos idênticos;
? transporte fechado à temperatura ambiente ? é constituído com material não tóxico, com resistência, de fácil limpeza e fácil desinfestação, este transporte deve garantir que os produtos não se movam para garantir a sua integridade. Destinam-se a produtos de panificação, produtos de pastelaria e produtos análogos;
? transporte fechado, isotérmico e refrigerado ? é aquele constituído por material liso, com resistência, não tóxico e impermeável. Para uma conservação a quente a temperatura deve ser mantida acima de 65°C, para um produto refrigerado deve manter-se entre 4°C a 6°C, resfriado entre 6°C a 10°C, para produtos congelados entre -18°C a -15°C tendo sempre em conta as especificações do fabricante, os termômetros devem estar em condições de bom funcionamento. Devem estar equipados de estrados, prateleiras, caixa e ganchos. Este transporte dirige-se a carnes, sumos, creme vegetal e margarina, congelados ou supercongelados, gelados, gorduras em embalagens metálicas, produtos de pastelaria que necessitem de controle de temperatura, refeições prontas para o consumo e produtos idênticos.

4 VALORES DA LOGÍSTICA ? DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS PERECIVEIS

Nas empresas modernas, que sempre estão em busca de redução de estoques, soluções em armazenagem de alimentos pode ser um ponto de extrema garantia da qualidade dos alimentos. E o fator "tempo", passa a ser um dos principais elementos da cadeia de distribuição.
Os alimentos perdem sua originalidade geralmente dentro do processo logístico praticado pela empresas, durante a armazenagem, movimentação dos itens e durante o transporte dos mesmos. A logística precisa agregar mais valor ao produto em todos os processos, contudo isso se torna difícil, quando chega ao cliente e o produto não consegue atender as suas necessidades.
Na logística de alimentos perecíveis, a diferença entre um bom alimento e um perfeito, é a habilidade de se resolver os gargalos do processo da cadeia de distribuição que prejudicam seu desempenho.
A necessidade de desenvolver centros de distribuição (CD), próximos aos grandes centros de consumo, é de grande importância para as empresas do setor alimentício, devido à grande sazonalidade dos produtos.
Os alimentos em geral, precisam sempre estar à disposição, e próximo da demanda das grandes praças de consumo, ou seja, perto do consumidor final. Neste momento a cadeia de distribuição entra com grande valor relacionado à sua complexa função, tempo e o lugar, em busca do atendimento perfeito.
Mas o problema maior esta geralmente na sua produção, se as empresas conseguissem entrar em um processo produtivo enxuto, que engloba vários fatores, consistindo em reduzir falhas e desperdícios durante a produção dos alimentos, elas conseguiriam maximizar os desperdícios durante toda a cadeia de distribuição.
Segundo Bowersox (2004, pag.19), ? a logística é singular: nunca para! "Está ocorrendo em todo mundo, 24 horas por dia, sete dias por semana, durante 52 semanas por ano". Bowersox, explica que a logística é um dos setores da economia que abrange mais complexidades e abrangem escopo geográfico altíssimos.
Consumidores de alimentos em países desenvolvidos estão acostumados a encontrar seus produtos com alto grau de disponibilidade nos grandes centros de consumo. Nesse sentido o grau de competência da cadeia de distribuição de alimentos é de alto nível.
A logística de distribuição de alimentos do suporte ao ciclo e a vida dos produtos. Closs (2004), explica que poucos produtos e serviços são vendidos sem alguma garantia de desempenho no decorrer de um período especifico. As empresas para vender seus produtos precisam se adequar a qualidade, ao prazo de validade dos itens, evitando assim conseqüências negativas.
A logística tem como um de seus conceitos o propósito único de fornecer a clientes internos e externos entregas de produtos corretas no prazo certo. O empenho no desenvolvimento de relações a logo prazo com fornecedores que estejam dispostos a planejar em conjunto as operações logísticas e de comercialização, pode ser fator de sucesso, na perspectiva de compartilhamento de informação, para obter uma entrega confiável e rápida, a assegurando a disponibilidade dos alimentos.
A reginonalização, e a necessidade de ganhar novas faitias de mercado, para sustentar o crescimento, encorajam empresas a desenvolver novos negócios, em novos países. A empresa Dean Foods Company, norte-americana, indústria de lacticínios, tem uma visão sólida, e sua prática na cadeia logística, devido à complexidade de armazenamento de seus produtos, aproveitou uma oportunidade enorme para participar de uma grande fatia do mercado mexicano.
A Dean Foods Company, antes de ter uma posição ao empreendimento, mapeou o mercado mexicano, coletando dados da sua população, dados logísticos, empresas de embalagens que atuavam no segmento.
No inicio a empresa estabeleceu uma joint venture , pois no México já havia um de seus distribuidores, que operava nas fronteiras.
A joint venture, da Dean Foods, para atuar nos pais, antes teve que solucionar diversos problemas:
? refrigereção, quase todos os seus produtos, dependem de boa refrigeração para não estragar, e esses são comercializados em pequenos estabelecimentos que tem pouca refrigeração, os pequenos estabelecimentos tinham pequenas prateleiras, então a empresas precisou mudar suas embalagens de galões para pequenas embalagens;
? os supermercados desligavam a luz a noite, para economizar, que conseqüentemente causava descongelamentos e recongelamentos dos produtos, gerando prejuízo enorme. A Dean resolveu investir em congeladores e também começou a pagar aos supermercados para manter os seus equipamentos ligados durante 24 horas;
? escassez do produto, a empresa, para evitar a escassez do produto, se obrigou a fazer acordos com produtores de leite, sem assumir o controle das fazendas. Junto a esse problema, vem à falta de qualidade do produto em especifico o leite, pois há pouca regulamentação de controle no México, o leite não é pasteurizado, e vai diretamente ao consumidor final.

Com todos os problemas enfrentados, a Dean Company, considerou a situação como uma ótima oportunidade de crescimento, hoje a empresa processa seus produtos com a ajuda de aproximadamente 27 mil funcionários diretos e indiretos, que estão distribuídos na América e na Europa.
Outro serviço da cadeia de suprimentos muito importante que agrega valor no serviço de distribuição de perecíveis é a climatização dos produtos, como legumes e frutas, sendo como base principal os depósitos, que podem acelerar ou retardar o processo de amadurecimento de bananas, abacaxis, por exemplo, dependendo da temperatura de estocagem ou armazenagem.
Os depósitos, como serviço de armazenagem pode auxiliar, com a praticidade de fornecer o processo de amadurecimento conforme as condições do mercado.
Segundo Novaes (2004, p.35), define a Logística segundo Council of Logistics Management norte- americano, "logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo visando atender aos requisitos do consumidor ".
O próximo capitulo é abordado assuntos relevantes relacionados à estocagem do produtor e transporte até centros de comercialização, analisando pontos críticos na distribuição dos alimentos, do atacado ao varejo.

5 A IMPORTANCIA DE PRODUZIR, ARMAZENAR E TRANSPORTAR ADEQUADAMENTE

Os produtores do Brasil enfrentam a falta de técnicas, e a maioria delas quando se trata em manusear, transportar e estocar alimentos perecíveis são deficientes. A falta de trabalhadores especializados acarreta ainda mais as perdas durante as colheitas, gerando um enorme problema durante a própria manipulação dos alimentos.
Segundo dados do IBGE, que avalia as perdas agrícolas, o prejuízo é muito relevante, e tem inicio antes do alimento estar mesmo em forma física, no qual se relaciona aos alimentos que fica pelo caminho antes de chagar nos pontos de atacado e varejo.
Os impasses logísticos impedem o Brasil de destacar como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, a Economist Intelligence Uni (2010), relata em seu relatório que é de grande importância do Brasil investir e mudar para que o setor de agribusiness possa se desenvolver plenamente com sucesso nas futuras décadas, que entre as medidas estão:

1. a infraestrutura ? transporte, portos e armazenagem, devem ser aprimorado de modo a suprir as necessidades atuais e futuras;
2. o solo deve ser usado de maneira mais produtiva, por meio de técnicas de cultivo inovadoras. O crescimento virá com a melhor utilização das terras atualmente usadas para o cultivo e pastagem, e não apenas com aberturas de novas áreas;
3. deve se dar prosseguimento à pesquisa para assegurar o desenvolvimento de variedades de plantas melhor adaptadas ao clima e ao solo do Brasil.

A capacidade de armazenagem do Brasil deveria ser 20% superior a produção, afirma Abrapos (2010). Segundo Noticias do Mercado, em entrevista com a vice- presidente da Associação Brasileira de Pós-colheita, Denise Deckers do Amaral, "a realidade do Brasil ainda está distante desse ideal, isso porque na safra 2009/ 2010, foram produzidos 147 milhões de toneladas de grãos e a capacidade estática de armazenagem do País é de 136 milhões de toneladas, temos muito ainda para crescer", afirma.
Denise esclarece na entrevista e defende a melhoria da qualificação da mão de obra no setor armazenador. Segundo ela, a qualificação da mão de obra, assim como requisitos técnicos e registro documentado de todo o processo do setor de armazenagem são três grandes pilares de uma normativa do MAPA que podem contribuir para o processo de certificação no Brasil. "Entre janeiro de 2011 até 2014, a implantação desses requisitos deverá ser gradativa (25% a cada ano) para todas as empresas armazenadoras", explica.
O site informativo Canal do Produtor (2010), no que se refere à logística e infraestrutura, revela que "ineficiência logística custa ao Brasil US$ 4 bilhões ao ano. O cálculo, apresentado pela consultora Elizabeth Chagas, da E.C. Consultoria e Assessoria em Comércio Internacional, durante o congresso Crop World South America, leva em conta perdas geradas na colheita, no transporte - como manuseio e trocas de modal -, na armazenagem e, em menor escala, nos segmentos de varejo e consumo, com apenas 2% deste total. "Quanto mais eficiente o produtor é antes da porteira, mais ele contribui para que as perdas aumentem, por causa dos problemas logísticos".
Este cálculo é feito embasado na projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que aponta produção de 147 milhões de toneladas pra safra 2009/ 2010 e perda de 10% do volume produzido.
A consultora estimou que com US$ 4 bilhões, de prejuízo por ano, "o País poderia construir quatro portos com 16 berços de atracação, ou 20 terminais de fertilizantes iguais ao que já existe no porto de Santos ou ainda dragar cinco metros em pelo menos 33 pontos de atracação, o que aumentaria a capacidade de receber embarcações e diminuir as filas de navios nos portos brasileiros".
Segundo Antonio Carlos Rezende, gerente da IMAM Consultoria, "Para uma adequada distribuição e entrega de produtos perecíveis é necessário entender as restrições e condições para preservação, desde o desenvolvimento da embalagem para atender todas as funções, armazenar e transportar adequadamente.
Em seguida será descrito abordagens, de instituições importantes como a, Embrapa, IBGE, MAPA, e IEA, sobre o transporte, logística de alimentos perecíeis no país, trazendo algumas informações de como evitar o desperdício.


6 TRASNPORTE / LOGISTICA DE ALIMENTOS, PERECIVEIS ? COMO EVITAR O DESPERDICIO

Segundo dados da Embrapa (2010), o Brasil, tem um desperdício anual de R$ 4 bilhões, na cadeia de produtiva, e de distribuição de frutas, legumes e verduras, a maioria dessas perdas relacionadas a questões de embalagens irregulares, excesso de manuseio e transporte completamente inadequado.
A Embrapa, mostra de acordo com seus dados, que de cada 100 quilos de frutas produzidas nos pais, cerca de 50 kg, são desperdiçadas dentro e durante toda a cadeia de distribuição. Dando a informação de perda diária de aproximadamente 15 toneladas de alimentos, que acabam direcionadas para o lixo em grandes centros de consumo e comercialização, como Ceasas , e segundo dados da mesma, 14 toneladas ainda são descartadas todos os dias no varejo, sem chegar ao menos no consumidor final.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009), desde o inicio, no plantio, na colheita, passando pela distribuição, até chegar à comercialização, a quantidade de alimentos desperdiçados, poderia alimentar 32 milhões de pessoas, acabando possivelmente com a fome do Brasil.
Durante a logística, a perda dos alimentos aumenta em função das péssimas condições das rodovias, veículos sem condições, que não possuem manutenção, aumentando ainda mais o desperdício, pois segundo dados do MAPA , aproximadamente 90% do transporte de hortifrutigranjeiros são realizados por caminhões, que o mesmo informa que a porcentagem das frutas e legumes aproxima-se dos 20%, ou seja, de cada 10 frutas, por exemplo, dois não chegam ao consumidor, ou pior, chega, mas com condições impróprias para o consumo.
Investimentos do PAC 2 , 2010/2011, foram confirmados pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prevê investimentos de R$ 3 bilhões apenas na área de armazenamentos de grãos. Segundo dados do governo, nos países desenvolvidos mais de 50% dos armazéns são particulares, e no Brasil, a porcentagem é de apenas 15%.
Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola, as frutas e hortaliças, se submetem a um processo de irreversível de deterioração, sendo inevitável, dessa forma os cuidados devem ser redobrados e iniciar no campo, em especifico no instante da colheita, e se estendendo por todas as etapas pós-colheita até o consumo.
Distribuir alimentos perecíveis torna a logística como um papel fundamental no anseio dos consumidores de exigir cada vez mais qualidade nos alimentos, atributo essencial para o comércio.
A colheita precoce de alguns alimentos, para tentar que o produto resista às condições do transporte, acaba gerando má qualidade nos itens, depreciação.
O Brasil tem altos custos incorporados nos fretes agrícolas, segundo o IEA , o país também possui o uso de veículos inadequados, o acondicionamento de produtos em embalagens impróprias, técnicas ultrapassadas de carga e descarga, fazem da logística de distribuição de alimentos perecíveis, uma das maiores responsáveis pela perda da qualidade dos produtos.
Isso traz prejuízos para os produtores e consumidores. Para evitar algumas perdas, medidas podem ser tomadas, empresas precisam investir, em tecnologias, durante o inicio, produção, colheita, pós-colheita, usando embalagens que sigam e respeitem os padrões de controle da qualidade dos produtos. A armazenagem e o transporte apropriado reduziriam as perdas de vários produtos perecíveis.


7 CONCLUSÃO

O presente artigo teve como base um estudo com caráter informativo no que diz respeito aos fatores críticos na logística de distribuição de alimentos perecíveis. O estudo é de grande utilidade para identificar as falhas nos processos que envolvem toda a cadeia de distribuição dos alimentos perecíveis.
O artigo procurou mostrar com clareza as dificuldades que o país apresenta para armazenar, estocar e distribuir produtos perecíveis. Dificuldades essas relacionadas a processos defasados falta de planejamento, de investimento no setor, de qualificação, fazendo com que grande parte dos alimentos transportados não chegue para o consumo, e quando chegam, estão impróprios para a comercialização.
O artigo realizado pretende informar empresas que buscam melhorias, e que visão se adequar as normas e procedimentos para realizarem a correta logística de distribuição, sem perdas, danos ou avarias nos alimentos dentro dos processos da cadeia.
São vários os fatores críticos que dificultam a distribuição de alimentos perecíveis, contudo a logística tem o papel fundamental de criar novas soluções, para ampliar o controle de suas operações de transporte e distribuição.



REFERÊNCIAS

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