A Pedagogia Montessoriana, uma análise sobre a metodologia e suas contribuições no processo de ensino aprendizagem.

Juliana Paula dos Santos[1]; Simone De Freitas Antoniosi [2]e Tadeu Aparecido Martins[3]

 

RESUMO

O nome Montessori é ligado uma prática educativa que até hoje desperta interesse em profissionais de diversas áreas, sendo conhecido em vários países e difundindo uma prática de respeito as crianças e ao seu ritmo de aprendizado. Assim com o BNCC sendo renovado é de interesse que revisemos os principais educadores do século XX , para que através da sua história da vida e de suas teorias; destacando os seguintes pontos: o ambiente e o lúdico como base no trabalho desenvolvido na Educação Infantil, podemos entender que seu método é dinâmico e mutável. Este artigo tem como objetivo possibilitar o conhecimento nas questões que envolve o método Montessoriano, através de uma pesquisa de cunho bibliográfico sobre o assunto desenvolvido que visa informar e transmitir aos leitores anseiem por conhecer ainda mais sobre o assunto abordado.

 

PALAVRAS CHAVES: Método, Maria Montessori, Ensino Diferenciado.

 

INTRODUÇÃO

Este artigo visa conhecer uma das maiores pedagogas do seu tempo, que revolucionou o modo como eram vistas as crianças com problemas “mentais” e de aprendizado, além de ser uma mulher a frente do seu tempo, lutou por ideais que até hoje são seguidos em vários países.

O método Montessoriano tem como objetivo harmonizar o corpo, inteligência e vontade, com base na educação da vontade e da atenção, dando as crianças liberdade para escolher seus materiais e onde querem trabalhar com eles em sala, além de proporcionar a cooperação entre as mesmas, assim as crianças são livres para agir espontaneamente, desde que não incomodem os demais colegas. Será mostrado sobre sua história e o que a levou a se voltar para o ramo educacional, bem como alguma de suas teorias desenvolvidas.

As pesquisas realizadas para a construção do presente artigo foram realizadas através de levantamentos bibliográficos.

 

VIDA E OBRA DE MARIA MONTESSORI

Nascida filha única de uma família de classe média, em 31 de agosto de 1870 em uma cidade no norte da Itália Maria Tecla Artemisia Montessori além de tornar-se criadora de um método de ensino inovador foi uma das percussoras em busca do lugar da mulher na sociedade.

Fugindo dos padrões da época Montessori se interessa por áreas dominadas por homens, como engenharia aos quatorze anos com o apoio mãe Renilde, mulher inteligente e liberal de uma família académica, que incutiu à sua filha desde cedo que é possível uma mulher traçar o seu próprio destino.

Ingressou na Faculdade de Medicina de Roma enfrentando todos os tipos de preconceito, mas com a garra de quem pretendia ser uma inspiração para as mulheres de seu tempo, ficou firme em seus estudos formando – se em 1897; após a formatura trabalhou no ramo da psiquiatria em especial com jovens com “retardo mental”, lhe permitindo constatar que suas necessidades e seu desejo de brincar  permaneceram intactos, o que a leva a buscar meios para educá-los.

Além de estudante era também líder do movimento Feminista na Itália sendo convidada a discursar num Congresso em Berlim, neste discurso defendeu a causa das mulheres trabalhadoras, nomeadamente de salários igualitários para homens e mulheres.

Atuando na área da Psiquiatria, já de inicio se interessou pelos estudos de Édouard Séguin e Jean Itard, passando a estudar e defender o ensino de crianças com dificuldades de aprendizagem.

Montessori graduou-se em pedagogia, antropologia e psicologia e pôs suas idéias em prática em 1921 nas “Casa dei Bambini”, abertas em toda a Itália trariam para Montessori o cargo de inspetora-geral das escolas da Itália em 1922. O Método Montessoriano (por ela intitulado de Pedagogia Científica) foi exposto na sua obra “ O Método da Pedagogia Científica Aplicado à Educação Infantil na Casa das Crianças” (1909).

 

“Maria Montessori é a figura de proa do movimento da nova educação. Existem poucos exemplos de tal empreitada visando instaurar um conjunto de preceitos educativos de alcance universal, e muito raros são os que exerceram uma influência tão poderosa e tão vasta nesse domínio. Esta universalidade é ainda mais surpreendente, pois, no estágio inicial de suas pesquisas, ela havia concentrado seus esforços nas crianças pequenas e só mais tarde ampliou o campo de suas pesquisas para incluir as crianças mais velhas e a família. A infância era, a seu ver, a fase crítica na evolução do indivíduo, o período durante o qual são lançadas as bases de todo desenvolvimento ulterior. É por isso que ela atribuía um alcance universal às observações que podemos fazer sobre esse período da vida. Maria Montessori foi também exemplar no que sempre se esforçou, conjugar teoria e prática: suas Casas das Crianças e seus materiais didáticos testemunham essa exigência. Nenhum outro representante do movimento da Educação Nova aplicou suas teorias em uma escala tão vasta. O programa variado que ela lançou ao campo foi único” (RÖHRS abud COLEÇÃO EDUCADORES, 2010, p.11,12).

 

Tinha uma relação amorosa com Giuseppe Montesano, mas decidiram nunca se casar, pois não queria desistir das suas carreiras profissional, foi mãe solteira, no entanto tomou a decisão de dar o filho a uma família de agricultores, sempre o visitou enquanto ele crescia, mas nunca foi capaz de lhe dizer que eram família.

Sua mãe morre e apesar de não demonstrar publicamente, seu luto se estende por mais de 20 anos em que vestia apenas preto, seu filho já com entendimento confronta-a dizendo que sabia que ela era sua mãe, pede que o leve para viver junto com ela, mas nunca o apresentou como seu filho biológico, só os mais chegados sabiam disso.

Viajou pelo mundo deixando traços seus por onde passava  o seu método, abriu escolas, treinou professores, escreveu livros e publicou artigos em revistas em 1912, foi para EUA lecionar em Nova Iorque e Los Angeles.

Mas em meio a evolução em vários campos da sociedade , começa um dos períodos mais sombrios da história da humanidade, o Nazismo e Fascismo, que interrompe o progresso do movimento: em 1933, os nazistas fecharam todas as escolas montessorianas na Alemanha, e Mussolini fez o mesmo na Itália. Maria perceve então que deve existir uma ligação entre Educação e Pacifismo.

Juntamente com seu filho Mario mudam- se para a Holanda e durante uma viagem a Índia em 1939 fica em uma prisão domiciliar por aproximadamente sete anos.

Ao retornar a Holanda em 1949 fala para a UNESCO sobre “Educação e Paz” e  acaba recebendo o Nobel da Paz em mais de uma ocasião. Morre aos 81 anos e deixa um legado para a pedagogia que perdura até hoje.

OBRAS

 

Conforme (Cesário, 2007) nas obras de Montessori percebe-se que há uma descaracterização da profissão do professor, pois no movimento escola novista da qual fazia parte, vê-se a transmissão de conhecimentos ser cada vez menos aquilo que define a identidade profissional do professor, tornando seu trabalho cada vez mais próximo da maternidade mistificada do que como uma tarefa intelectual. Abaixo temos a lista das obras mais relevantes da autora:

 

  • O segredo da Infância, (1936).
  • Mente absorvente, Ed. Nórdica, (1949).
  • Formação do Homem, Ed. Portugália, (1949).
  • Em Família, Ed. Nórdica, (1951).
  • Pedagogia Científica, Ed. Flamboyant, (1965).
  • A Criança, com Luíz Horácio da Matta, (1984).
  • Educação e a Paz, Ed. Papirus, (2004).
  • Para Educar o Potencial Humano, Ed.Papirus, (2004).
  • Da Infância à Adolescência, (2006).

 

O MÉTODO MONTESSORIANO

 

Montessori surge em um momento da história humana em que muitos conceitos estão sendo mudados, novas descobertas e tecnologias irão mudar o mundo, em especial a parte educacional e sobre as crianças. Até então elas simplesmente coexistiam com os adultos e sua infância não eram considerada em necessidades especificas para esta etapa da vida, sendo que eram considerados “adultos em miniatura” e assim tratados pela família e sociedade em geral.

“Em decorrência de um fenômeno curioso psíquico, o adulto nunca se preocupou em preparar um ambiente adequado ao seu filho; dir- se- ia que se envergonhava dele na estrutura social. O homem elaborar suas leis deixou o próprio herdeiro sem leis e, portanto fora delas. Abandona-o sem orientação, ao instinto de tirania existente no fundo de todo coração adulto.”(MONTESSORI, s.d, p.8).

Mas surgem novas teorias sobre a infância e o aprendizado e dentre delas surge a Pedagogia Cientifica Aplicada a Educação mais conhecida como Pedagogia Montessoriana. Esta pedagogia é baseada na observação dando suporte ao desenvolvimento infantil de forma especialmente eficaz, ou seja, que as crianças necessitam de um ambiente onde possam viver e aprender, assim tanto o desenvolvimento externo como interno tem grande importância.

Levando-se em conta o respeito ao progresso próprio de cada aprendiz, é montado um sistema onde a particularização do ensino que fornece oportunidades de autoconfiança e de um material de desenvolvimento que apresenta exercícios adequados, cuja aplicação necessita de um conhecimento de quais as séries que devem ser apresentadas sucessivamente a criança, e que ensina o controle do erro que este propicia, fazendo com que a criança acompanhe os erros com raciocínio, a livre escolha da atividade, dentro dos limites do “ambiente controlado”.

Esses ambientes controlados ou preparados tem alguns aspectos que perduram até hoje: mesas e cadeiras baixas, a presença cada vez menor de castigos nas escolas, uma educação baseada no trabalho sensorial, a importância do movimento na primeira infância, o uso de materiais concretos que as crianças possam manipular na escola, a comunicação respeitosa entre professores e alunos, e a valorização das descobertas científicas sobre o desenvolvimento para a prática pedagógica.

Essa aprendizagem significativa e individualizada permite que a criança assimile em cada fase do desenvolvimento conceitos e valores sociais de forma segura e de acordo com o momento histórico atual.

O ambiente não deve proporcionar apenas os meios para a existência fisiológica, como também os requisitos necessários às tarefas que traz consigo todo ser animal, o qual dele recebe não só a exigência de viver mas também a de exercer uma função destinada a preservar o mundo e sua harmonia. Em conseqüência, o ambiente varia para cada ser, de acordo com a sua espécie.(MONTESSORI,s.d.,p.27)

 

Segundo Montessori a primeira infância é o período mais rico e deve ser explorado ao máximo através da educação, ela cita o exemplo do domínio da fala, o que diz ser “uma grande conquista intelectual” (MONTESSORI, s.d, p.09), ocorrendo porque segundo ela existe uma  força psíquica que ajuda o desenvolvimento da criança.

Desenvolvendo um material voltado para as necessidades dos educandos , sua utilização possibilitando criada pela utilização dele de se libertar a verdadeira natureza do indivíduo, para que esta possa ser observada, compreendida, e para que a educação se desenvolva com base na evolução da criança, e não o contrário.

A pedagogia Montessoriana divide-se em “períodos sensíveis”  em que predominam certas características e sensibilidades especificas de cada idade, sem deixar de considerar o individual de cada crianças podemos traçar perfis gerais de comportamento e de aprendizagem para cada faixa etária.

“ educação não é aquilo que o professor dá, mas é um processo natural que se desenvolve espontaneamente no indivíduo humano; que não se adquire ouvindo palavras, mas em virtude de experiências efetuadas no ambiente. A atribuição do professor não é a de falar, mas preparar e dispor uma série de motivos de atividade cultural num ambiente expressamente preparado.” (MONTESSORI, s.d, p.11)

 

 

1 – Plano de Desenvolvimento de 0 a 6 anos- Fase da exploração:

 

Nesta fase a criança tem como objetivos aprender como o mundo funciona e conquistar independência física do adulto. Muitas querem fazer mas não querem que o adulto as ajude, assim pela ação constroem o aprendizado com seu erros e acertos, assim no método nunca devemos interromper  uma criança em alguma coisa que ela acredita que consegue fazer sozinha, não importa quão lento seja o seu progresso.

“A criança vai, assim a pouco e pouco, formando sua própria ‘massa encefálica’, servindo-se de tudo que a rodeia. Esta forma de espírito é comumente denominada ‘espírito absorvente’. É difícil de se imaginar o poder de absorção do espírito da criança. Tudo que a rodeia penetra nela: costumes, hábitos, religião. Ela aprende um idioma com todas as perfeições ou deficiências que encontra ao redor de si, sem mesmo ir à escola.” (MONTESSORI, 1965, p.58)

 

Assim durante estes primeiros anos a criança tem o foco, e os esforços da criança são direcionados completamente para uma área do desenvolvimento (movimento, a linguagem, os sentidos, a escrita, a matemática…), conforme fazem coisas cada vez mais difíceis, as crianças dominam o mundo mais próximo de si, começam a ansiar pelo mundo desconhecido, e aí chegam à fase seguinte.

 

2 – Plano de Desenvolvimento de 6 a 12 anos- Fase da Internalização:

Aqui as crianças já tem certa independência e já dominaram certos aspectos do mundo, já sabem se cuidar e cuidar de outras crianças, a imaginação se torna parceira constante, é com a imaginação que a criança investiga e compreende os mundos distantes e inatingíveis. Nesta época que se desperta os leitores, ouvintes, e estudiosos, aprendem também a trabalhar em grupo e se apresentam ao grandes problemas morais. O adulto deve ser um mediador dos novos elementos que estão surgindo, dando a eles elementos para a compreensão, e depois permitindo a reflexão livre.

 

“A criança Montessori desenvolve um aguçado senso de observação e crítica; não tem "medo" nem "vergonha". Ela encara as coisas com mais naturalidade; é muito espontânea e pensa diferente. No Método Montessori a criança opta, é segura. Durante o aprendizado se procura o rodízio de professor para não criar dependências, mas não há preocupação maior tudo sai muito naturalmente. Mas tudo isso não significa que essas crianças não passem por fases difíceis. Elas tem suas crises e as exteriorizam normalmente, talvez com mais espontaneidade que as outras crianças, pois não são reprimidas.”(ALMEIDA, p3, 1984)

 

3 – Plano de Desenvolvimento de 12 a 18 anos- Nova fase da internalização:

 

De acordo com Montessori:

“Uma psicologia totalmente diferente agora distingue o indivíduo. Ele passa de sentir por si mesmo em relação àqueles com quem está em contato, a sentir por outros que nunca viu ” (Montessori, Maria. The four Planes of Education).

 

A fase mais temida por todos os pais, a adolescência, onde eles estão interessados em estar em grupos e socializar, valorizam a independência que tem dos adultos o que significa de um lado ter que resolver seu problemas sem a interferência de um adulto e compreender, de forma mais profunda e complexa, como a sociedade funciona: a cidade, a cultura, a ideologia, a economia, a ciência e a política.

 

O adolescente tem a necessidade de pertencer a uma “tribo”, um grupo saudável é aquele que permite o pertencimento, e que tem uma finalidade que vai além de si mesmo.

 

4 – Plano de Desenvolvimento de 18 a 24 anos – Fase de Refinamento:

 

Para Montessori o início da vida adulta é também de grande importância; fora da escola, agora, o adulto busca compreender seu caminho e seu motivo de existir, procurando seu “papel cósmico”( aquilo que fazemos para contribuir com a harmonia do “Cosmos”, aqui pode cosmos pode ser entendido como a sociedade em que vivemos) aquilo em que nos destacamos apesar da circunstancias.

Todos os adultos têm um papel cósmico, que  não pode ser descoberto nos bancos das universidades, Montessori (2005) defendia que desde cedo os adultos trabalhassem , como assistentes e aprendizes, para se tornarem hábeis em suas profissões, e para conhecerem o mundo, além das paredes das universidades.

Os Pilares educacionais de Montessori são:

Autoeducação:

“Um dos pilares da pedagogia montessoriana é a autoeducação: a criança é livre para escolher as suas atividades conforme suas necessidades (de desenvolvimento) e, assim, educar-se a si mesma na prática das atividades. O que não quer dizer que seja um processo anárquico e desordenado, já que o educador continuará presente, mas será ele o ser passivo frente à atividade desenvolta de seu aluno”. (ROSSI, 2015. p. 03)

 

A partir da observação das crianças, Montessori chegou a conclusão de que as crianças são capazes de aprender sozinhas, por desejar absorver todo o mundo à sua volta e compreendê-lo, a criança o explora, investiga e pesquisa. Assim materiais foram desenvolvidos pra esta prática, com liberdade para escolher em que trabalhar e para repetir quantas vezes quiser cada exercício, a criança se auto educa constantemente.

 

Conhecimento como ciência:

O modo como nossas escolas é organizado origina-se da revolução industrial no começo do séc. XIX: filas de cadeiras, o mesmo conteúdo, ao mesmo tempo, para todo mundo, imobilidade e submissão dos alunos, e prêmios e castigos como forma de disciplina.

A criação de um ambiente adequado, no entanto, só pode contribuir para o desenvolvimento da criança, se, acima de tudo, for higiênico, já que a saúde influi sobre o coeficiente psíquico da mesma. Portanto, “[...] urge construir um ambiente que comporte as melhores condições de higiene possíveis” (MONTESSORI, 1965, p. 62).

Fugindo desse “normal” Montessori, propõe que  o professor utilize o método científico de observações, hipóteses e teorias para entender a melhor forma de ensinar cada criança e para verificar a eficácia de seu trabalho no dia a dia.

Educação Cósmica:

Mesmo respeitando o currículo oficial, a educação das crianças de 6 a 12 anos é baseada em perguntas, histórias e pesquisas que seguem a curiosidade da criança. Busca oferecer à criança a Visão Cósmica do mundo  que deve estar em harmonia, o educador deve levar o conhecimento à criança de forma organizada estimulando sua imaginação e evidenciando que tudo no universo tem sua tarefa e que o ser humano deve ser consciente de seu papel na manutenção e melhora do mundo.

Ambiente Preparado:

É construído para a criança, atendendo às suas necessidades biológicas e psicológicas. Em ambientes preparados encontram-se mobília de tamanho adequado e materiais de desenvolvimento para a livre utilização da criança. Porque o ambiente é um solo fértil para a crianças:

A criança não cresce porque se alimenta, porque respira, porque se encontra em condições de clima favorável; cresce porque a vida exuberante dentro de si se desenvolve; porque o germe fecundo de onde esta vida provém evolui em conformidade com o impulso do destino biológico fixado pela hereditariedade. (MOTESSORI, 1965, p, 57);

Adulto Preparado:

É o profissional que auxilia a criança em seu desenvolvimento completo. Esse adulto deve conhecer cientificamente as fases do desenvolvimento infantil e, interagir com a criança para se transformar interiormente. Montessori dizia que precisávamos abandonar o orgulho de sermos adultos, e a ira contra a criança que não se comporta das formas que são mais cômodas para nós. 

Criança Equilibrada:

É o equilíbrio entre a ação e a vontade; todas as crianças nascem com estas características e as desenvolvem melhor entre zero e seis anos., que se desordenada produz efeitos colaterais na criança, podendo ser retomadas com os chamados “trabalhos” (normalização ou  conversão) Montessori (2019) propõe que as crianças retornem  a um só centro, todos os desequilíbrios diminuem, e muitos desaparecem, conduzindo a criança a um estado mental que envolve concentração e alegria, e conduz à independência, iniciativa, autodisciplina, generosidade, prazer pelo esforço e confiança em si mesma.

 

CONCLUSÃO

Ao finalizar este artigo podemos entender, porque o método Montessori foi um marco em sua época e continua fazendo sucesso até hoje, ele tem sido utilizado em escolas por todo o mundo, desde o berçário até o Ensino Médio. Além disso, aplica-se Montessori em escolas especiais, clínicas de psicopeda- gogia e lares mundo afora, sendo aplicável a variados setores da sociedade.

Até nas escolas chamadas modernas, onde se acredita oferecer educação individual, existe uma marcada diferença com as escolas Montessori. Ali existe um professor que ensina uniformemente a coletividade, conceito profundamente diferente do aluno no método Montessori, que consiste em livrar a criança do professor que ensina e substituí-lo por um ambiente onde a criança possa escolher o que é adequado a seu próprio esforço e às necessidades íntimas de sua personalidade. (MONTESSORI, 1965: p. 93).

 

O material criado por Montessori tem papel preponderante no trabalho educativo pois pressupõem a compreensão das coisas a partir delas mesmas, tendo como função a estimular e desenvolver na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto.

Montessori (1965) ressalta a importância da formação do professor, para que este pudesse ter condições necessárias para conhecer cada criança e suas especificidades, assim entender os diferentes estágios de desenvolvimento do ser humano e que tipo de problema pode gerar certas intervenções dos adultos, podem elucidar  e ajudar a modificar práticas educativas para o desenvolvimento amplo de cada individuo em suas características e personalidade.

A Pedagogia Montessoriana recebe grande destaque por ressaltar o desenvolvimento natural da criança, e de seu relacionamento com o mundo e principalmente como deve ser com os adultos, sendo que a cultura de autonomia, disciplina, liberdade, paz e harmonia do método são bases certas para a formação de uma mente equilibrada para toda a vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERENCIAS

 

ALMEIDA, Talita de. Montessori: o tempo o faz cada vez mais atual. Perspectiva; r. CEV, Florianópolis, 1(2), 9-19. Jan./Jun. 1984.

 

CESÁRIO, Priscila. Quem é a professora de crianças menores de 6 anos para Maria Montessori? Uma análise a partir de suas obras educacionais. Cadernos da Pedagogia, v. 1, n. 1, 2007.

 

MARIA Montessori. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Montessori. Acesso em março, 2020.

 

MARIA Montessori Biografia. Disponível em http://www.abec.ch/Portugues/subsidios-educadores/biografias/Montessori.pdf Acesso em maio, 2020.

 

MONTESSORI, M. Erdkinder and the Functions of the University. Publicado como apêndice do livro MONTESSORI, M. Da infância à adolescência. Rio de Janeiro: ZTG, 2005.

 

____________ O Segredo da Infância. Kírion, 2019.

 

____________. The Four Plane of Education. Published by Association Montessori Internationale. Amsterdam, Netherlands. 1938/1939

 

____________. A criança: trad. Adilla Ribeiro, 3a.ed. Rio de Janeiro. Portugália.

___________. Formação do homem: trad. Hauptamann et alii., 3a.ed. Rio de Janeiro. Portugália.

 

___________. Mente Absorvente; trad. Pedro da Silveira, 2a.ed. Rio de Janeiro. Portugália.

 

___________. Pedagogia Cientifica: a descoberta da criança. Trad. de Aury Azélio Brunetti. São Paulo: Flamboyant, 1965.

 

RÖHRS, Hermann, Coleção Educadores- Maria Montessori, Editora Massangana, 2010.

 

ROSSI, Aline dos Santos. DIÁLOGOS DE UMA EDUCAÇÃO LIBERTADORA: de Montessori A Paulo Feire. 2015. Disponível em acesso em 25/01/2020

 

SILVA, Agostinho da. O método Montessori. 3a.ed. Lisboa.

 

STANDING, E. M.. Maria Montessori: Her Life and Work. Signet, 1962.

 

 

 

[1] [email protected] – Docente na Etec Dr. Adail Nunes da Silva

[2] [email protected] – Docente na Etec Dr. Adail Nunes da Silva

[3] [email protected] – Docente na Etec Dr. Adail Nunes da Silva