A PEDAGOGIA E SUAS HABILIDADES NA GESTÃO EDUCACIONAL

 

Izadiel Ruben Costa Leal[1]

Hiarley Silva Corrêa Leal[2]

João Paulo Mendes de Lima[3]

RESUMO

O presente documento pretende colocar em foco a importância da pedagogia na gestão educacional mediando as funções pedagógicas e metodológicas como expressão de intencionalidade escolar em função de seus sujeitos. Aponta, brevemente, a atuação do pedagogo na organização escolar comprometido com a transformação social, viabilizando e articulando o processo ensino-aprendizagem, de forma eficiente para que sejam atendidas as necessidades e aspirações dos educandos, a fim de concretizar a função social da escola e a produção do conhecimento. Com isso o objetivo da pesquisa é apontar o pedagogo na gestão como mediador das questões pedagógicas que emergirem durante o processo de ensino, para isto utilizou-se como metodologia.

1 INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea está vivendo momentos de grandes mudanças e extraordinárias transformações. Desde o século passado essas mudanças estão sendo observadas por vários autores. Em sincronia com essas mudanças, que acompanhamos ao longo dos anos, as organizações da educação
1 Especialista em Gestão Escolar.
2 Especialista em Gestão Escolar.
3 Especialista em Gestão Escolar 2 mediada por essas relações refletiram, em contextos históricos diferentes formas de desenvolvimento, gestão pedagógica e administrativa, buscando referências nos mais variados espaços de composição social.
Este artigo, portanto, parte do pressuposto de que o papel do pedagogo na gestão escolar é tão importante quanto na mediação das funções pedagógicas e metodológicas, segundo Tavares (2010, p.52) "Gestor é o responsável pela aplicação e pelo desempenho do conhecimento, pois o conhecimento se comporta como um recurso econômico, por isso produz riqueza. " A riqueza financeira só é possível em determinadas ocasiões, mediante a riqueza de conhecimento, claro que é necessária certa organização no desempenho desse papel para que haja de fato gestão participativa e gestão de conhecimento, Tavares (2010, p.46) "A gestão do conhecimento é um processo que busca a excelência organizacional. Esse processo é sistemático, intencional e articulado e tem como base a geração, a codificação, a disseminação e a apropriação do conhecimento".
Toda organização só é possível mediante a uma gestão de liderança, pois pessoas que se destacam como líderes agem adequadamente em diversos momentos. As escolas necessitam de pessoas competentes capazes de trabalhar para facilitar a resolução de problemas atenuando até as dúvidas e as incertezas daqueles que fazem parte desse espaço neste processo de desenvolvimento. É claro que nos referimos ao gestor escolar, que se destaca como um líder comunitário de certa forma, além de gerir os processos educacionais da escola, cuida do desenvolvimento da comunidade.
Para uma gestão escolar, é imprescindível que se conheça a dimensão do conjunto institucional e organizacional, isto é, a escola como a realidade global; para ser capaz de ajustar-se às novas exigências de acordo com sua necessidade, pois é necessário que haja o envolvimento da equipe e da comunidade escolar, ambos em sua totalidade, para evitar clima de hostilidade e individualismo, sendo assim o processo pedagógico deverá ser dinâmico e ágil, portanto atuante na orientação, supervisão e gestão escolar democrática e participativa. Conforme Colombo (2004, p.51) As instituições de ensino, ao contrário do que acontecia anos atrás, já estão mudando seus paradigmas e passando a olhar para si mesmas como empresas inseridas em um cenário de negócios. É evidente que, para permanecerem vivas, terão de se adaptar às regras do jogo, com respostas cada vez mais rápidas e eficazes.
3 Percebe-se que atualmente, poucos gestores estão preocupados em praticar a gestão democrática e participativa. Existem outros que trabalham promovendo a ambiência como recurso que propicia o melhor desenvolvimento no educando. Então optou-se por este tema com o intuito de mostrar de forma inicial que a educação pode ser mediada tanto pela gestão quanto pelo professor no ambiente escolar e deve ser praticada dentro da comunidade e dentro da escola. Neste caso a sugestão é que o pedagogo por meio de projetos possa envolver a escola e a comunidade escolar que dela participa. Assim, tem-se como objetivo geral mostrar o papel da pedagogia na gestão e na mediação das questões educacionais.
ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE PEDAGOGIA NO BRASIL Quanto aos aspectos históricos inicialmente queremos registrar que a pedagogia por já ser um termo relativamente antigo nunca deixou a essência do seu existir, ela surgiu como caminho ao conhecimento e até hoje permanece, mas neste texto queremos focar os aspectos históricos aqui no Brasil, sabemos que essa trajetória já foi citada por vários autores e pesquisadores do mesmo, é por isto que escolhemos como âncora a autora Carmem Silva Bissolli da Silva que nos passa um breve histórico sobre a história e identidade do curso de pedagogia no Brasil, portanto ela diz: "em seus quase 60 anos de existência, têm-se, em várias ocasiões, reconstituído sua trajetória" (SILVA 1999, P.25).
A história do curso de pedagogia no Brasil tem um início, tem uma legislação e o que lhe falta na realidade é saber qual a sua identidade de fato, pois sabemos que ele o tem, todo curso tem uma identidade, se fossemos buscar as finalidades do curso em enfoque desde sua criação aqui no Brasil para comparar com a que temos hoje vamos descobrir que em sua história vários foram os momentos em que foi preciso mudar para atender aos interesses de uma elite social que via nisto a possibilidade de transformar o contexto histórico a cada época, (SILVA 1999, p.26) diz:
A expressão questão de identidade está sendo entendida, neste estudo, como referente às constantes interrogações e questionamentos verificado na história do referido curso quanto a pertinência das funções que lhe têm sido atribuídos, bem como a referente aos contínuos conflitos surgidos quando das tentativas de ré equacionamento de suas funções.
4 Com base nesse foco histórico e depois de uma série de questionamentos sobre o que deveria ser de fato a definição para esta área, que para Silva (1999 p.16) era "a teoria geral da educação" para (SAVIANI 1985) a pedagogia significa também condução à cultura, processo de formação cultural. E pedagogo é aquele que possibilita o acesso à cultura, organizando no processo de formação cultural, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. O pedagogo é um formador de seres humanos.
O surgimento do curso de pedagogia no Brasil é instituído para atender a um padrão federal visavam-se várias áreas de ensino, ou seja, o pedagogo teria de ter essa possibilidade de lecionar várias disciplinas no currículo escolar, conforme explica Silva (1999, p.33):
O curso de pedagogia foi instituído entre nós por ocasião da organização da Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil através do Decreto-Lei nº 1190 de 4 de abril de 1939. Visando dupla função de formar bacharéis e licenciados para várias áreas, inclusive para o setor pedagógico, ficou instituído, por tal documento legal, o chamado "padrão federal" ao qual tiveram que se adaptar os currículos básicos dos cursos oferecidos pelas demais instituições do país.
Para tanto o curso de pedagogia depois de ter sofrido várias críticas por parte de estudantes de outros cursos, e várias reformulações na década de 60 do século passado, como explica Libâneo (2007 p.46) "o bacharel em pedagogia é conhecido como "técnico em educação" a Lei 4024/61 mantém o bacharelado conforme o (Parecer CFE 251/62) já a regulamentação das licenciaturas é por meio do (Parecer CFE 292/62) o (Parecer CFE 252/69) foi para acabar de vez a distinção entre licenciatura e bacharelado. Chega ao final dos anos 60 com uma nova roupagem, o pedagogo é um só mais poderá ser especialista em várias áreas".
Para Libâneo (2004) o pedagógico se expressa, justamente na intencionalidade e no direcionamento dessa ação. Esse posicionamento é necessário, porque as práticas educativas não se dão de forma isolada das relações sociais, políticas, culturais e econômicas da sociedade.
Na concepção de Libâneo (1996, p.127) A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas, formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula.
5 Sabe-se que ainda há educadores que defendem o tecnicismo, porém, é necessário que seja esclarecido que esta linha de pensamento desvirtua a própria identidade do curso de pedagogia, que veio com o intuito de desburocratizar, o trabalho dos professores, e não controlar com questões burocráticas. Pois o trabalho do professor está ligado mais ao processo ensino aprendizagem e não às técnicas burocráticas de supervisores, (SAVIANI, 1985). Desde sempre a educação faz parte de nossas vidas e é essencial para a boa formação do ser humano.
É através da educação que se aprende o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento das letras, das manifestações culturais, e diferentes formas de relacionamento humano. Pois ela é responsável pelo processo de transmissão, construção e reconstrução do conhecimento sistematizado. (LDB LEI 9394/96, Art. 1). E a escola por mais restritiva que seja, ainda assim contribui para tirar os jovens das ruas e do crime, que muitas vezes passa a fazer parte da vida das pessoas por falta de uma simples oportunidade de estudo.
A escola hoje está acessível às pessoas que antes não podiam estudar, sendo assim ficou bem mais fácil o acesso de conhecimentos sistematizados. Em questão de educação, a nossa sociedade não contempla um ritmo acelerado de crescimento em comparação a outros países, ainda assim pode-se dizer que houve uma grande melhoria ao longo dos anos. Observa-se ainda que não se desenvolve de forma correta o espírito crítico e político no educando, para que este possa de forma autônoma decidir pelos caminhos que deve trilhar e também pelos seus ideais.

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