UECE  UNIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ

                      CH- CENTRO DE HUMANIDADE

CURSO: BACHAREL EM FILOSOFIA

DISCIRLINA: HISTÓRIA DA FILOSOFIA

TITULO: A PAIDÉIA

PROFESSORA: GALILEIA

ALUNO: FRANCISCO SÉRGIO CAVALCANTE DA SILVA

                                          MATRICULA: 1221835

                                          FORTALEZA-CE 02\05\2012

INTRODUÇÃO

A educação formal teve inicio na Grécia antiga. Seus ideais buscavam uma transformação na vida pública por completo, o homem grego precisava de uma transformação em no que diz respeito aos seus pressupostos, suas crenças, os costumas, apolítica e a própria educação precisava passar por novos critérios de avaliação, a Paidéia, aparece como uma nova fase na vida do povo grego. Nasce uma cultura crítica capaz de refletir sobre as questões de valores míticos e religioso, o que se propõem em termos de substrato capaz de formar maturidade no individuo é a razão, que torna-se voraz capaz de submeter qualquer crença ou tradição a analise critica da razão. Com os sofistas o homem grego aprende a refletir sobre questões do tipo: o descobrimento do valor humano, do homem em si, da personalidade, o conhecimento da razão, a criação da vida cidadã, do estado, da organização política, a criação da liberdade individual e a política dentro da lei do estado. Outras questões de cunho mais prático também são formulados: a invenção da poesia épica, da história, da literatura dramática e das ciências físicas. Existe então, toda uma gama de conceitos, preconceito, paradigmas e ideias que são desconstruídas e reconstruídas no intuito de moldar, reformular todo o perfil do homem grego. O reconhecimento do valor decisivo da educação na vida social e individual, corresponde a uma educação antropológica que atribui ao homem grego uma identidade cultural e histórica. Foi somente com o advento dos sofistas que toda essa problemática passou a ser analisadas. A Arete trazia de antemão, já em seu bojo questões que cobria de honra e glória o homem no plano físico, mas agora se pretendia alcançar a excelência tanto no plano físico como no plano moral. 

A PAIDÉIA

Pode-se falar também de filosofia antes da filosofia a propósito de outra corrente do pensamento grego pré-socráticos: refiro-me às práticas e teorias que se reportam a uma exigência fundamental da mentalidade grega, o desejo de formar e de educar, o cuidado daquilo que os gregos denominavam Paidéia. Desde os distantes tempos da Grécia homérica, a educação dos jovens fora a grande preocupação da classe dos nobres, da queles que possuem a Aretê, isto é, a excelência necessária pela nobreza de sangue, que se tornará mais tarde, com os filósofos, a virtude, isto é a nobreza da alma. Podemos fazer uma ideia dessa educação aristocrática graças aos poemas de Teógnis, que são uma compilação de preceitos morais. Essa educação é dada pelos adultos no próprio grupo social. Prepara-se nele para adquirir as qualidades: força física, coragem, senso de dever e de honra que convêm aos guerreiros e se encarnam nos grandes ancestrais divinos que se tomam por modelo. A partir do século V, com o desenvolvimento da democracia, as cidades terão o mesmo cuidado em formar os futuros cidadãos por meios de exercícios corporais, ginástica e música, e por meio do espírito. Mas a vida democrática engendra lutas pelo poder: é necessário saber persuadir o povo, fazê-lo tomar essa decisão na assembleia. É, portanto, necessário, caso se queira tornar-se um chefe do povo, adquirir a habilidade da linguagem. É a essa necessidade que há de responder o movimento sofístico. 

A PAIDÉIA- O IDEAL DE EDUCAÇAO GREGO

Durante os séculos V e VI a.c à cultura grega, impulsionada pelas transformações sociais e econômicas, sofre mudanças. Surgem novos grupos sociais ligados ao comércio, estes reclamam uma maior participação na vida política da Grécia. Ao lado disso, surge uma cultura mais critica em relação ao saber religioso e mítico, que exalta a razão pessoal de cada indivíduo e é capaz de submeter      à análise qualquer crença ou tradição.

Para transmitir essa nova cultura, nasce um novo ideal de educação na Grécia, conhecido como Paidéia, que busca a formação do homem em suas várias esferas (sociais, política, cultural e educativa), ou seja, é uma educação mais antropológica e que considera o homem como um ser racional. Essa educação atribui ao home, sobretudo, uma identidade cultural e histórica. A Paidéia é entendida como uma formação geral que dará ao homem a forma humana, ou seja, que o constituirá como homem e como cidadão. Assim, ela significou a educação do homem de acordo com a verdadeira forma humana e que brota da ideia.

O termo Paidéia não pode ser traduzido simplesmente como educação, significa muito mais que isso, significa também cultura, instrução e formação do homem grego. Este termo começou a ser utilizado no séc.IV a. c. e nesta época significava apenas a criação dos meninos. Mas o seu significado se alargou e passou a designar também o conteúdo e o produto dessa educação.

Torna-se claro, porque, a partir do séc. IV os gregos deram o nome de Paidéia a toda a sua tradição.

Enfim, a Paidéia, é a busca do conhecimento do homem, de forma individual, para que este possa interferir na organização política e social da polis, a ideia principal é colocar o homem a par de todo o conhecimento necessário para a harmonia consigo próprio e com a comunidade ao seu redor.

OS SOFISTAS

Inicia-se no tempo de Sófocles um movimento espiritual de incalculável importância para a posteridade. É a origem da educação no sentido estrito da palavra: a Paidéia. Foi com os sofistas que esta palavra, que no séc. IV e durante o helenismo e o império haveria de ampliar cada vez mais a sua importância ea amplitude do seu significado, pela primeira vez foi referida a mais alta Arete humana e, a partir da “criação dos meninos”-em cujo simples sentido a vemos em Esquilo, pela primeira vez - acaba por englobar o conjunto de todas as exigências ideais, físicas e espirituais, que formam RaloRagatbia, no sentido de uma formação espiritual consciente. No tempo de Sócrates e de Platão, está perfeitamente estabelecida esta nova e ampla concepção da idéia da educação. A nova sociedade civil e urbana tinha uma grande desvantagem em relação à aristocracia, porque, embora possuíssem um ideal de homem e de cidadão e o julgasse, em princípios,muito superior ao da natureza,carecia de um sistema consciente de educação para atingir aquele ideal. A educação profissional, herdada do pai pelo filho que lhe seguia o oficio ou a industria, não se podia comparar a educação total de espírito e de corpo do nobre baseada numa concepção total do homem. Cedo se fez sentir a necessidade de uma nova educação capaz de satisfazer os ideais do homem da polis. Nisto, como em muitas outras cosas, o novo estado não teve outro remédio senão imitar. Seguindo os passos da antiga nobreza, que mantinha rigidamente o principio aristocrático da raça, tratou de realizara nova Arete, encarando descendentes da estripe ática todos os cidadãos livre do estado ateniense e tornando-os membros conscientes da sociedade estatal e obrigados a se colocarem a serviço do bem da comunidade. Era uma simples ampliação do conceito de comunidade de sangue, com a única diferença de que a vinculação a uma estripe substituirá o antigo conceito aristocrático do estado patriarcal. Não era possível pensar em outro fundamento. Por mais forte que fosse o sentimento da individualidade, era impossível conceber que a educação se fundamentasse em outra coisa que não a comunidade de estirpe e do estado. O nascimento da Paidéia grega e o exemplo e o modelo deste axioma capital de toda a educação humana. O desenvolvimento da vida democrática exige que os cidadãos, sobretudo os que querem chegar ao poder, possuam uma habilidade perfeita da palavra. Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características da nossa civilização.   

CONCLUSÃO

Concluímos este trabalho com a certeza que a cultura grega tem contribuído de maneira decisiva para a formação da cultura ocidental. V ale resaltar que devemos muito a cultura grega. O plano de educação por ela proposto é fundamental para a formação tanto do individuo como para a sociedade, o cerne de toda a questão  é a educação fruto da formação dos sofistas, que traz uma nova maneira de perceber o até então impercebível, o reflexo disso decorre do fato de uma nova postura no comportamento da sociedade grega. Todos os caracteres anteriormente citados continuam sendo metas a serem atingidas pela educação atual. Assim, esperamos ter colaborado para a efetivação de um estudo crítico e reflexivo sobre a educação grega a partir do contexto histórico – social que influenciou e determinou sob a perspectiva de que, sendo a educação um produto humano e histórico, pudéssemos perceber a educação atual como parte do desenvolvimento histórico. Paidéia é, talvez, entre todas a maior e mais original criação cultural do gênio e do espírito grego e que ainda hoje é pertinente a educação do homem atual, é modelo a ser seguido por todos aquele que entenderam a educação como pratica da liberdade. Essa educação antropológica permitira ao homem a possibilidade de tentar se conhecer, valorando suas virtudes, promovendo neste ser inacabado a possibilidade de uma transformação no seu pensamento que cominara na transformação da sociedade.