A Negação do Conceito.

Não vou pensar.

O que não deveria pensar.

O mundo é exatamente absurdo.

Mas o que não é absurdo.

O que existe não tem lógica.

A vida.

Nada tem sentido.

A existência é uma ilusão.

O que existe?

Nada.

 Nem mesmo o tempo.

A matéria tem como.

Preexistência.

Exatamente o vazio.

O que é o ser.

O não ser.

A sua ideologização.

O mundo é apenas.

Sua negação.

O que apresenta ser.

Não tem existência.

Vivemos para realizarmos.

O que não se pode realizar-se.

Estamos aqui.

Com a finalidade.

De perdermos.

Então o mundo é.

A existência perdida.

Perde se tudo.

A natureza do princípio.

O não fundamento.

Da explicação.

O que é a existência.

A não significação.

O mundo é.

 A sua representação.

Do nada.

O que passa é a negação.

De tudo que não existiu.

O que é que não existiu.

Tudo que está existindo.

Então o mundo exclui-se.

Por si mesmo.

Essa possibilidade.

Nada tem existência.

Mesmo estando aqui.

E tendo aparência.

Da existência.

O mundo realiza-se.

Pela sua negação.

Nada é.

O ser não é o ser.

O que existe é a ficção.

Da existência da ideia.

Do ser.

Não existe a matéria.

Do mesmo modo.

Não existe a alma.

Se existisse a alma.

Ela seria apenas.

Um fluindo da linguagem.

Com efeito, é inútil.

A existência de deus.

Imaginar o céu.

Por quê? Se a alma.

Não existe.

Se existisse não teria.

Como ser punida.

Então por que a criação.

Do conceito de deus.

Ou do diabo.

Não existe o inferno.

Porque não existe deus.

Como também a alma.

Nada tem existência.

Nem mesmo as ideologias.

Tudo que existe é o vazio.

A essencialidade.

 Da  não existência.

Então por que o medo.

Se tudo é apenas.

Uma ficção do engano.

Estamos aqui nesse mundo.

Como finalização de um conceito.

Cuja natureza não tem significação.

Vivemos.

Porque não vivemos.

Existimos porque não existimos.

Somos porque não somos.

Um dia tudo acaba.

Até o princípio.

Do não fundamento.

Que tenta explicar.

A existência.

De tudo que existe.

Não somos exatamente.

Nada.

Somos até mesmo.

A negação dessas palavras.

Explicativas.

Que não explica necessariamente.

Nada.

Que poderia ser explicativo.

Edjar Dias de Vasconcelos.