A Mulher no Mercado de Trabalho
Por Marcelo Cardoso | 09/05/2009 | SociedadeNão
vai muito longe o tempo em que a presença da mulher no mercado de trabalho
era praticamente uma exceção e, mesmo assim, elas eram vistas com
muito receio e até mesmo com certa desconfiança por parte de todos,
porque era corrente duvidar-se da honestidade das mulheres que trabalhavam
fora e em quase todas as fichas cadastrais femininas, no quesito "profissão",
via-se sempre a especificação, "do
lar".
Mas esse tempo
já é passado e hoje elas ocupam as mais diversas profissões no mercado
de trabalho, como médicas, operárias, comerciarias, professoras, policiais,
motoristas de ônibus, taxistas e praticamente todas as demais profissões,
indiscriminadamente.
São os tempos
modernos, em que já não há mais salários mais baixos que o dos homens
para as mulheres que ocupam os mesmos cargos que eles.
O aumento da
participação feminina no mercado de trabalho tem contribuído bastante
para a redução das diferenças entre homens e mulheres economicamente
ativos e paralelamente constata-se o progressivo declínio do número
médio de pessoas nas famílias e isso, em razão da progressiva queda
da fecundidade, como conseqüência do crescente uso de anticoncepcionais
pela mulheres que precisam trabalhar fora, pelo que não querem engravidar.
As maiores
dificuldades enfrentadas por elas para a obtenção de um emprego remunerado
são as que elas enfrentam quando têm filhos pequenos e precisam deixá-los
com alguém que cuide deles para que elas possam trabalhar.
Nota-se, no
entanto, que a presença de filhos pequenos não parece impedir a maioria
das mulheres de procurar trabalho, mas dificulta o seu acesso à uma
ocupação, seja por restringir sua escolha de trabalho por um local
mais próximo de sua residência e/ou por um tipo de jornada de trabalho
menor ou mais flexível ou, ainda, pelo lado do empregador, por preferir
contratar mulheres que não possuam filhos menores.
Essa situação
aponta para a necessidade de atenção por parte dos gestores de políticas
públicas no sentido de ampliar-se a oferta de vagas em creches e ensino
infantil, especialmente no caso das famílias que são chefiadas por
mulheres.