A moralidade e a razão na dignidade humana na perspectiva religiosa

Resumo: O presente artigo pretende discutir a questão da dignidade humana através religião, utilizando de pensamentos de Osho, no conceito de moralidade e do filósofo Immanuel Kant com a razão, com suas influencias e ações presente no nosso dia a dia.

Palavras-chaves: Direitos Humanos, Dignidade Humana, Moralidade, Razão.

Abstract: This article intends to discuss the issue of human dignity through religion, using thoughts of Osho, the concept of morality and the philosopher Immanuel Kant with reason, with their influences and actions present in our day to day.

Keywords: Human Rights, Human Dignity, Morality, Reason.

O princípio da dignidade humana é a base fundamental dos Direitos Humanos, presente na carta da Declaração dos Direitos Humanos de 1948. A dignidade do Direito Humano passa por um processo de começo, meio e fim por meio do direito para garantir a sobrevivência em sociedade, conforme o site Usina de Valores (2019): O principal fundamento dos direitos humanos é a garantia da dignidade. Todos os seres humanos devem ter reconhecido seu direito a ter direitos. Isso significa que todas as pessoas devem ter a garantia de viver dignamente. Portanto, violências no campo físico, moral, psíquico, social, cultural são inaceitáveis. Mas, na realidade, os princípios que norteiam a dignidade humana estão longe de serem adotados de forma integral na nossa sociedade. Podemos definir, basicamente, a dignidade humana em quatro práticas, destacando-as: 1-Proteção da vida humana (contra a pena de morte, eutanásia, etc.) 1 2- Respeito à integridade física e psíquica do indivíduo (respeito ao corpo, honra, imagem, etc.) 3-Condições materiais necessária (salário mínimo, moradia, saúde, etc.) 4-Convivência social igualitária (proteção às pessoas que vivem em risco de vulnerabilidade como crianças, idosos, etc.). A nossa Constituição de 1988 é, claramente, fundamentada na dignidade humana, como mostra no seu Artigo 1º, inciso III: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; Ato contínuo, no artigo 5º, inciso I: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; Não obstante, o inciso X do Artigo 5º da Lei Maior: X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Mas, quando a questão é voltada à religião, essa dignidade humana enfrenta desafios e limites impostos por dogmas e rituais de várias instituições religiosas que os Direitos Humanos não consegue adentrar, por estar enraizado de tal forma, que temas, como aborto e homossexualidade, chegam a ser impossível de se debater. Para muitos pensadores, a religião é uma cegueira humana, pois não permite que o indivíduo enxergue outras religiões que não seja a sua, pregando a Bíblia conforme a sua interpretação, julgando, criticando, até matando em nome da fé. Será que essa ação pode ser considerada digna de um ser humano, excluir ou matar alguém em nome da fé tão distorcida pelo homem? Karl Marx já afirmava que a religião é uma ideologia que pretende colocar um véu nos olhos do homem, não querendo ver os fatos 2 reais da sociedade. Ao invés da religião ser um apoio ao homem para defender a dignidade humana, ela é utilizada para castigar e esconder nossos desejos, sonhos e ambições, como se tudo isso fosse um castigo e que nos leva ao afastamento de Deus. O indiano Rajneesh Chandra Mohan Jain, mais conhecido como OSHO (1931-1990), faz a análise importante sobre consciência e moralidade; o homem se comporta mediante atitudes à luz da moralidade imposta pela sociedade do que pela sua própria consciência, desde os primórdios da infância, como ele próprio afirmou em uma de suas palestras (OSHO,2016, p.50): Você tem que entender estas duas palavras: moralidade e consciência. A consciência é sua. A moralidade é dada pela sociedade. É uma imposição à sua consciência. Diferentes sociedades impõem diferentes ideias à sua consciência, mas todas elas impõem uma coisa ou outra. E quando algo é imposto à sua consciência, você não consegue ouvir a sua consciência; ela fica bem longe. Entre a sua consciência e você ergue-se um grosso muro de moralidade que a sociedade impõe desde a sua tenra infância – e ela funciona. Essa moralidade citada por Osho faz com que a dignidade humana seja colocada em segundo plano, pois o que vale serão as questões imposta pela sociedade e, em especial, pela religião, do que seja certo ou errado, bom ou ruim, e, muitas vezes esse, fazendo o homem seguir essa moralidade religiosa tão presente e marcante ainda em pleno século XXI, caso ele não siga essa “moralidade religiosa”, será castigo por Deus (OSHO,2016, p.53-54): A consciência é o policial inserido dentro de nós pela sociedade. A sociedade tenta nos controlar e controlar o nosso comportamento de duas maneiras: um policial fora, um tribunal fora, um juiz fora, uma prisão fora; e uma moralidade dentro, o medo da punição, o medo do inferno, de Deus o juiz, do seu tribunal...diante de Deus não podemos esconder nada. Estaremos de pé despidos, com todos os nossos pecados escritos sobre o nosso corpo. Não haverá a possibilidade de ocultá-los. Para o filósofo Immanuel Kant (1784-1804), a dignidade humana está baseada na razão. O filósofo da Prússia, ao estabelecer que todos os seres racionais são dotados de dignidade e não preço, ou seja, que 3 possuem um fim em si mesmos e não podem, portanto, ser utilizados como meio para se atingir determinada finalidade. E a causa da dignidade humana nada mais é do que a simples presença da razão. Como próprio Kant afirma (2007 p. 68): “O homem, e, duma maneira geral, todo o ser racional, existe como fim em si mesmo, não só como meio para o uso arbitrário desta ou daquela vontade”. [...]